Herdeiros escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 5
Capítulo 4




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Na manhã seguinte, Silveira sorriu ao estacionar diante da Fábrica. Seu motorista abriu a porta de sua Mercedes, enquanto ele saudava os jovens ali presentes.

“Quanta alegria ver todos vocês aqui! Meu coração se enche de alegria, como podem imaginar!”

“Você é que não pode imaginar a minha... Alegria de estar acordada tão cedo.” Resmungou Vicki, trajada de um par de óculos escuros enormes.

“Adoraria conseguir constatar isso, mas eu olho para você e só consigo imaginar uma mosca zolhuda.” Observou João, enquanto Pedro ria baixinho.

“Johnny tem tanto jeito com mulher quanto um elefante com cristais.” O amigo suspirou, arrancando alguns risos de Jeff, que estava ao seu lado.

“Obviamente que eu não iria aparecer aqui com essas olheiras absurdas de sono. Meu sono de beleza dura 10 horas; eu mal dormi cinco.”

“São 9h da manhã, o que você fez noite passada?” Se horrorizou Bianca, encarando a menina.

“Ontem teve uma party top master no apartamento de uma amiga minha, e o Caio Castro apareceu por lá. Aí sabem como é, né...” Ela deu uma risadinha abafada.

“Você dormiu com o Caio Castro?” Jade perguntou descrente, arqueando a sobrancelha.

“Óbvio que não, queridinha, ele tem namorada. Mas ele levou um amigo mega gato, e muito bom de cama, by the way. E dono de um apartamento adorável.” Ela comentou maliciosa, recebendo vários olhares irritados.

“Bom ver que já estão se dando bem; mas deixemos as conversas para depois. Terão muito tempo para isso!” Sorriu Silveira, pegando um maço de chaves e indo até a porta de ferro, bastante antiga.

“Hã... Isso aí é seguro? Digo, não vamos pegar tétano se passarmos por essa porta?” Questionou Pedro, recebendo uma bufada de Karina.

“Larga a mão de ser frouxo, moleque.”

“Frouxo, não... Preocupado com o meu bem estar físico, sempre.”

“Fiquem tranquilos. Uma vez por ano a Fábrica é revistada e problemas arrumados. Tivemos um problema na fiação que foi consertado recentemente, e dedetizamos mês passado.” O advogado explicou, enquanto lhes dava passagem.

“E trocar as portas e janelas empesteadas de tétano?”

“Quisemos manter o visual original, Maria de Fátima. Mas garanto que estão em perfeito estado de cuidado e preservação, bem longe de terem tétano.”

“Esse lugar precisa de uma repaginada urgente.” Suspirou Jade.

“Eu vou ter que concordar com você, garota.” Vicki observava uma janela desbotada, seu nojo evidente.

“Bom, já deixei os dormitórios ajeitados, mas é tudo neutro, cada um pode personalizar à sua forma. O quarto da esquerda é das meninas, o da direita é dos meninos.”

“Espera um segundo aí... Nós vamos ter que dividir o quarto com outras pessoas?” Perguntou Duca. “Por que, me desculpa, mas eu não conheço ninguém aqui não. Nem o meu tal primo terceiro aí.”

“Quando eu conheci seus avós, eles dormiam aqui.” Ele caminhou para um espaço amplo, pontuado por colunas. “Eles tinham oito colchões e eram em doze. Se revezavam em quem dormiria em dupla, para que todos tivessem o mínimo conforto.”

“A cada vez que ele abre a boca, eu chego mais perto da conclusão de que nossos avós fumavam algumas coisas bem pesadas.” João comentou, observando o espaço. “Tem pelo menos uma cama para cada um, né?”

“Só precisam decidir quem fica com a parte de baixo e de cima do beliche.” Concordou o advogado, recebendo diversos olhares descrentes.

“Eu fico com a de cima!” Gritou Pedro, saindo correndo.

“Nem vem, eu sempre fiquei com a parte de baixo na casa da vó. Minha vez de ficar em cima.” João disparou atrás dele, deixando todos incrédulos para trás.

“Eu posso personalizar meu espaço com uma grade? Para evitar que esses malucos se aproximem de mim?” Questionou Cobra, recebendo uma risada de Silveira.

“Abaixe essa guarda, Cobreloa. Vocês lutadores são sempre tão ariscos.”

“Mais um lutador?” Bufou Bianca, enquanto os olhos de Karina brilhavam.

“Agora sim, alguém que fala minha língua.”

“E você luta, baixinha?” Ele sacaneou a garota de cabelos curtos, que se irritou.

“A baixinha aqui consegue te nocautear rapidinho, quer tentar?”

“Agora tá explicado o jeito de sapa-hetero.” Suspirou Jade. “Fico pensando o que vocês vão fazer em uma academia de dança?”

“Por que só dança, Jade? A Fábrica foi feita para realizar sonhos, de todos os tipos. Emília dava aulas de pedagogia aqui dentro, com alguns livros que havia conseguido de um conhecido. Ela formou várias professoras, e foi assim que conheceu o marido.”

“Aí, você fica contando histórias e mais histórias. Chega logo no assunto, camarada.” Bufou Bruno, perdendo a compostura.

“Ui, o moreno se irritou. Gamei!” Maria de Fátima cantarolou, enquanto o rapaz revirava os olhos.

“O que eu quero dizer é que a Fábrica pode ter todos os tipos de sonho: a dança, o canto, a música, a dramaturgia, e por que não, a luta também.” Silveira finalizou o raciocínio.

“Posso dizer que fiquei bem mais feliz e interessado agora. Também sou lutador, já estou quase em grau para ser professor.” Observou Duca, recebendo um olhar gélido de Cobra e um admirado de Karina.

“Hum... Senti a primeira rixa se formando.” Comemorou Jade, apanhando o celular. “Vai pro blog, sim ou claro.”

“Que maravilha, uma blogueira no grupo.” Mari suspirou em voz baixa, um pouco afastada do grupo. “Aquilo é um piano?”

“É sim, Mariana, era o piano do seu avô. Estava em um depósito até pouco tempo atrás, mas pedi que desse um trato e o afinassem, para quando vocês chegassem. Depois podem definir onde ele ficará efetivamente.”

“Você não falou que sabia tocar? Dá uma amostra para a gente.” Pediu Jeff, parando ao lado da garota, que logo enrubesceu.

“Opa, falou em tocar?” Pedro e João deslizaram pelo corrimão, caindo de pé e correndo até o grupo. “To mega afim de tirar um som na guitarra, faz dias que to parado.”

“Você toca guitarra? Eu mando melhor no violão.” Mari comentou, vendo o rapaz correr até seus pertences e pegar um estojo de guitarra. Abriu, tirando o instrumento e indo sentar ao lado do piano. “Você canta também?”

“Canta... E ao mesmo tempo faz reza brava, estrangula gato, arranha o quadro negro e estoura vidro.” João fez a sútil observação, arrancando risos altos.

“Tudo bem, eu canto.” Mari riu, sentando em frente ao piano. “Alguma preferência de música?”

“Não sendo Beethoven, eu topo tudo.”

“Eu estava ensaiando Secrets esses dias. Sabe, do One Republic? Pode ser?”

“Fecho fácil.” Concordou o guitarrista, se posicionando.

“Ai, adoro dançar essa música. Alguém aqui entende de dança, hein?” Jade se animou, tirando os sapatos.

“Eu aprendi ballet com a minha avó. Mas faz algum tempo que não pratico.” Comentou Jeff, que logo era puxado pela bailarina.

“Tá de ótimo tamanho, quem tem que brilhar sou eu. Só me segura, está bem?”

Os demais se acomodaram pelo chão; Vicki convenceu João e Duca a fazerem um pezinho para que ela subisse no instrumento de Mari. A música logo começou a soar e se entonada por aquela voz de anjo surpreendente, enquanto Jeff mostrava que era mais do que Jade esperava e flutuava com ela pelo espaço.

E enquanto os empregados de Silveira levavam as diversas bagagens para cima, finalmente as tirando das ruas do Catete, o advogado se maravilha com aquela pequena viagem no tempo. Por um momento era novamente os anos 60, sonhos começavam a nascer e uma amizade começava a surgir.

Só torcia para que ela fosse mais forte que o interesse e a cobiça que os guiara até ali.


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Notas finais do capítulo

Ooooolá!!!
Primeiro, desculpem a demora e obrigada pela paciência. A ausência, como sabem, foi para terminar IFY e entregar para o rafa domingo, o que foi um sucesso e movimentou as redes sociais desse meu mundo HAHAHAHAH
Segundo, QUE CAPÍTULO DELÍCIA, ADOREI ELE. Já vem surgindo relações, brigas, conflitos... Amo/sou essa poha toda.
Espero que estejam gostando e comentem.
See you ;*
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