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– O que você acha? – perguntou ele, olhando em meus olhos.

– Lindo... – respondi, perdida em pensamentos.

– Você acha que essa má temporada do Puddlemere United é linda? – exclamou Scorpius, surpreso – Qual é, Rose! Eu sei que você torce pelo Harpies, mas o United é um dos melhores times da Inglaterra...

– Eu sei, Malfoy – falei balançando a cabeça negativamente. – O Puddlemere só está ruim pela má administração e pela troca excessiva de treinadores. Não se preocupe, assim que o Wood assumir, eu creio que eles melhorarão muito.

– Sério? – o loiro sorriu, lindo, e continuou – Foi o que eu disse para o James. Sabia que você ia concordar comigo.

– Malfoy! – gritou alguém na entrada do Salão Principal, um jogador do time da Sonserina – Vem para o treino e pare de se socializar com os inimigos!

Scorpius apenas revirou os olhos e se despediu:

– Olha só o que eu suporto por você, Rose...

– Eu achei que você fosse o capitão.

– E sou, mas esses caras estão me enchendo. Não vão aceitar perder a taça para você e o James de novo.

Eu tenho que rir. Ás vezes esse loiro é hilário.

– Acho melhor você prepará-los para decepção.

– Sonha, Weasley – falou ele. – A gente se vê mais tarde, Al.

– Sai logo daqui, doninha albina.

O quê?

Eu olhei para o Al, boquiaberta.

– Como você aparece assim? Do nada? É quase como se você aparatasse dentro da escola.

– Rosinha, querida, como futuro promoter e organizador de festas, eu preciso aparecer e desaparecer sem que as pessoas percebam, e tenho que dizer, eu achei que você iria disfarçar melhor. Se o Scorp não fosse tão sonso teria percebido o quão lindo você acha que ele é.

Eu olhei para Albus e tenho certeza que meus olhos castanhos só aparentavam espanto.

– Não tente negar, Rose.

– Não conte a ele, por favor, Al. Esse ano a gente tem estado mais próximo, e o Scorpius já me considera quase uma amiga. Eu admito, estou apaixonada pelo seu melhor amigo. Não conte a ninguém, por favor – falei desesperada.

– Rose. Se acalma, tá legal?

Eu respirei fundo, duas vezes, antes de me acalmar.

– Eu achei meio óbvio, mas é porque eu presto atenção nas coisas. O loiro oxigenado nem imagina, e sim, você é amiga dele. Ele está totalmente...

– Oi, família – cumprimentou Hugo, sentando-se ao lado de Albus. – Sobre o que estamos falando?

– Sobre a Rose estar na do meu amigo Malfoy – falou Albus, comendo um pedaço de bolo.

– Cala a boca, Potter!

– Por quê? Isso é notícia velha, e está tão na cara, maninha. Você tem uma foto dele no time da Sonserina pregada na porta do seu guarda-roupa.

Ai Merlin! Eu devo estar ficando mais vermelha que meu cabelo.

– Ela tem? – perguntou Albus olhando para mim de um jeito estranho, como se não acreditasse que eu sou capaz de fazer isso. Bom, normalmente nem eu acreditaria que eu faria isso.

– Eu tenho, será que você poderia não rir muito, por favor? – implorei, mesmo sabendo que estou me metendo em uma enrascada.

– Não vou rir – disse Al com um pequeno sorriso no canto dos lábios, – porque posso usar isso mais tarde.

– Ei! – exclamou Hugo – Eu vou usar isso. Nunca se sabe e a irmã é minha.

– É melhor vocês esquecerem – ameacei, – se não o tio Harry e a tia Ginny vão receber fotos da super festa que você deu naquele fim de semana, e vão saber o quanto você se divertiu com a Rox, lembra?

Albus começou a me fuzilar com os olhos, e eu sabia que tinha ganhado.

– E quanto a você, Hugo Weasley, você sabe que eu tenho como provar que você foi àquele show trouxa com a Lils sem permissão.

Hugo e Albus entreolharam-se e disseram juntos:

– Eu odeio você!

Eu apenas sorri.

– Não odeiam porque vocês sabem que podem sempre contar comigo.

E é verdade, apesar de “ameaçá-los”, eu nunca os deduraria, mas eles não precisam saber desse detalhe.

Levantei-me e passei por debaixo da mesa, saindo do lado deles. Sentei-me entre os dois, dei um beijo na bochecha de cada um, e pedi:

– Não contem nada para ninguém.

Os dois cederam e eu agradeci, pronta para ser mais discreta e não deixar mais ninguém descobrir sobre a minha agora não tão secreta paixão por Scorpius Malfoy.

Saí do Salão, ouvi uns dois assovios e, como sempre, ignorei.

Enquanto andava pelos corredores, fiquei tentada a ir ao treino da Sonserina, mas não sei ser tão discreta e os outros vão pensar que eu fui com o objetivo de espionar o time.

E só depois eu me lembrei que não posso deixar mais ninguém perceber meus sentimentos ou, pelo menos, negar quando alguém afirmar que eu gosto daquele loiro. Porque eu prefiro ser só amiga dele a voltar a ser apenas prima do melhor amigo. Está decidido, se eu, por mero acaso, der a entender que estou apaixonada por Scorpius Malfoy, o jeito é negar tudo, ou seja, eu mentiria.

He tells a joke, I fake a smile
Ele conta uma piada, eu finjo um sorriso
But I know all his favorite songs
Mas sei todas as suas canções favoritas

Eu estou andando sem rumo pelo castelo apenas para passar o tempo. Tá, tudo bem, eu estou perambulando perto do campo de quadribol para ver se eu encontro casualmente o Scorpius saindo do treino, e não, eu não espionei o treino da Sonserina apenas para vê-lo. Eu fui fazer o dever de poções enquanto esperava e só me distraí por uns poucos minutos, tipo uns 20 ou 25, no máximo. Mas foi só isso, porque eu tenho que continuar com as minhas boas notas, porque se eu for mal na escola, minha mãe vai saber, e daí, até ela chegar à minha queda pelo Scorp é só um passo.

Eu estava pensando em como me tornar uma mentirosa mais convincente quando bati de frente com o idiota do Zabini.

– Olha por onde anda, Weasley – disse ele. – Estava indo espionar o nosso treino?

– Como se eu precisasse espionar para saber o quão ruim você é – respondi dando o meu melhor sorriso irônico.

– Você não existe, Rosely – disse o meu loirinho preferido passando pelo colega e me abraçando pelos ombros. – Se liga, Luke, a ruiva aqui veio porque não consegue ficar longe do Malfoy dela.

Ah, se ele soubesse... Alguém me diz se tem como não amar esse garoto?

– Agora você é meu? – falei, tentando não deixar transparecer como eu quero que seja verdade.

– Eu sempre fui seu, querida.

– Para de enrolação, Malfoy, e agarra logo a minha prima – falou um Albus meio mal-humorado saindo não sei de onde.

O Zabini e umas duas sonserinas loiras e idênticas riram disso.

O Scorpius me soltou, e deu uma chave de braço no meu primo, dizendo:

– Não precisa ficar com ciúmes, Potter, você sabe que eu ainda tenho olhos para você.

Eu ri enquanto o Al tentava se livrar do loiro que tentava beija-lo. Alguns sonserinos estavam saindo do campo de quadribol, e ficaram assistindo à cena. Meu priminho finalmente conseguiu se separar do Malfoy e correu até mim. E eu achei que iria virar um sanduíche no meio dos dois quando a Susan (goleira da Sonserina) perguntou:

– Malfoy! Que horas vai ser o treino amanhã?

– Mesmo horário, Smith – respondeu Scorp e eu o interrompi.

– Mas amanhã o campo é da Grifinória.

– Não, Rosely – retrucou Scorp. – A professora já liberou para a gente.

– O Jay pediu o campo para ela, Malfoy.

– Tenho certeza que é da Sonserina.

– E eu tenho certeza que é da Grifinória. O James não iria marcar nada sem conversar com a professora!

– É só irem até a professora de voo e perguntar de quem é o campo, ok? – interrompeu-nos Al antes que eu e o Scorpius começássemos a discutir de verdade.

– Tudo bem – cedeu Scorpius. – Mas eu queria discutir com a Weasley, Albus. Você sabe que brigas sempre apimentam a relação.

– Que relação, Malfoy? Vê se acorda! Não existe nada – falei meio nervosa do nada, na verdade, muito nervosa, e acho que o assustei. Não consegui evitar porque o que eu mais quero é que exista alguma relação entre nós. É ruim saber que é só brincadeira da parte dele.

Ok, admito que exagerei.

Albus ficou boquiaberto e Scorp abaixou a cabeça e mexeu no cabelo.

– Desculpa – falei, me sentindo péssima. Não é à toa que ele não gosta de mim.

Albus apontou na direção de Scorpius e me mandou resolver aquilo com um olhar. Mas assim que eu me aproximei do loiro, ele falou:

– Vamos falar logo com a professora.

Nossa, agora ele me odeia.

Eu respondi um “claro” sem graça e começamos a andar. Estava faltando um andar para chegar à sala dos professores quando eu comecei a cantarolar uma das músicas preferidas do Scorpius.

– Você não existe – falou ele.

– Não gostou? – perguntei inocente.

– Minha música preferida sendo cantada por você? Horrível.

– Qual é? Eu não canto tão mal assim.

Scorpius riu. E começou a cantar também.

– Don’t know what to do... Don’t know what to do…

– Eu também gosto dessa música e nem é só por causa de você.

O Malfoy parou e eu percebi que eu falei besteira.

Pensa rápido Rose.

– É que eu já conhecia a música antes de saber que você gostava.

– “Se você me disser o que fazer, eu esqueço você.” – disse ele.

– O quê? Me esquecer?

– A música, Rose – falou Scorpius. – Esses são os dois primeiros versos, eu gosto deles.

– “Nada vai mudar meu amor por você”

Dessa vez foi o Scorpius que ficou sem entender. E fez uma cara estranha.

– A música, Scorpius – imitei-o. – Eu gosto do ritmo, mas não é meio estranho que ao mesmo tempo em que diz que o compositor diz que vai esquecer a pessoa, ele pensa que não consegue parar de amá-la e assim...

Eu parei de falar porque parecia que a letra da minha vida.

Credo, eu não acredito que eu acabei de pensar isso. Mas mesmo assim, há algum tempo eu faria muita coisa para que os pensamentos sobre o loiro saíssem da minha cabeça, e hoje eu só quero que ele preste atenção em mim.

– Estranho, mas legal – disse ele. – Seria ainda melhor se tivesse mais de uma estrofe.

– Bom, como eu disse anteriormente, ainda bem que a batida é boa.

Scorpius concordou comigo, nós encontramos a professora de voo saindo da sala dos professores e ela confirmou que o treino era da Sonserina.

– O James e aquela cabeça de vento dele – falei para mim mesma, imaginando se o JS achava que era só dizer para mim que o campo era dele e a professora ia adivinhar.

Olhei para o loiro gato do meu lado e, nossa, eu estou passando muito tempo com a Dominique. Loiro gato? Fala sério.

Scorpius sorria para mim.

– O quê? – perguntei.

– Nada demais. Eu só queria saber se você já fez aqueles deveres de transfiguração.

– Ainda não. Não são para depois do feriado de natal? Por quê?

– Eu quero saber se nós podemos fazer juntos. No feriado. E na minha casa. O que você acha?

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