Sempre irei te encontrar - Paulo&Alícia escrita por White Crown Phoenix
Paulo estava num bar-restaurante e desde que pusera os olhos naquela garota não conseguiu mais esquecê-la. Já sabia até seu nome, Alícia. Ela ia ali todos os dias, pelo que ele pudera comprovar, já que todos os dias tinha que ir ali com a esperança de vê-la. Ela sempre bebia a mesma coisa, um coquetel de frutas, exceto hoje. Hoje ela bebia um vinho e como sempre ela estivera com seus livros, mas hoje não levara nenhum. Estranho. A semana não devia ter sido nada boa.
Paulo percebeu que um homem se aproximava dela e levantou se dirigindo à mesa dela. Ele conseguiu ouvir a cantada barata daquele homem.
- Oi. – disse o homem de cabelos pretos e olhos castanhos. – Notei que seu copo estava esvaziando, então tomei a iniciativa de trazer outro vinho pra você. – ele lhe entregou uma taça cheia.
- Obrigada. – ela respondeu com um meio sorriso, pegando a taça e colocando-a sobre a mesa.
- Eu não pude deixar de notar que... Você é o tipo da minha próxima namorada. – o homem falou de forma galante e sedutora.
- Como é seu nome? – perguntou Alícia suspirando cansada.
- Meu nome é Ramon. – ele pegou a mão de Alícia.
- Escuta, Ramon... – ela puxou sua mão de entre as dele. – Não me leva a mal – Alícia respirou fundo antes de continuar, afinal não queria magoar ninguém. – Eu não...
- Você tem olhos fascinantes. – Ramon respondeu como se não tivesse ouvido nada do que ela disse.
- Obrigada. – ela suspirou novamente. – Tente ouvir o que eu digo. – ela já estava se cansando de tentar ser gentil. "Esse cara parece que não entende".– Não é por sua causa exatamente... Eu apenas não estou interessada. Mas obrigada pela gentileza de vir até aqui.
- De nada. – ele finalmente parecia ter compreendido. – Você gosta de comida cubana?
- Ramon, é sério! – Alícia perdeu a paciência de vez.
- Você é sempre fechada? – ele perguntou ainda sorrindo. Alícia fechou os olhos e contou até dez para não tomar uma atitude precipitada. – Tem medo de que o homem certo possa fazer você se sentir...
- Uma mulher de verdade? – Ramon não pôde terminar, pois Paulo o interrompeu, completando a frase. Alícia, que estava a ponto de se levantar, o olhou confusa. – Desculpe o atraso querida, não consegui encontrar um táxi. – Paulo deu um selinho em Alícia que estava paralisada e não reagiu. – Como foi a reunião? – ela demorou alguns segundos antes de responder.
- Ah... Foi ótima. – ela disse ainda confusa. – Teve um começo, um meio e um fim. – Alícia tinha o direito de estar confusa, afinal um rapaz, que ela nunca vira, acabara de lhe dar um beijo, e cá entre nós, era um rapaz lindo. Moreno, olhos castanhos escuros e ele estava vestindo uma camisa branca acompanhada de uma calça e um terno pretos, uma cor que combinava muito com seu tom de pele. Mais algum tempo depois ela percebeu que Ramon ainda estava ali. – Foi um prazer conhecê-lo Ramon. – ela disse sorrindo e lhe devolveu a taça de vinho, que ele trouxera.
- O prazer foi meu. – ele pegou a taça e saiu meio contrariado.
- Ele parece nervoso. – disse Paulo sorrindo e sentando-se de frente para Alícia, bem onde Ramon estava. – Por um lado é muito difícil para um homem, até mesmo, falar com alguém como você. – ele começou a falar de repente. – Mas por outro lado, será esse o seu problema? – Alícia não gostou muito do jeito como Paulo se expressava, como se soubesse tudo.
- Então a vida é dura pra todos, hein? – Indagou Alícia irônica.
- Não. Se a gente prestar atenção. – ele respondeu ainda sorrindo. Alícia não conseguia entender porque não deu um fora nele como no outro. "Pensando bem, esse pelo menos tem estilo". Ela pensou "E é bonito". Alícia repreendeu-se mentalmente por esse pensamento, mas que era verdade era. – Quer dizer... Você está emitindo todos os sinais corretos. – ela não entendeu e ele explicou. – Nada de brincos, seus saltos são baixos, seu cabelo está solto, esta bebendo um vinho e isso significa que sua semana foi fogo, portanto uma taça de coqueteis não dariam conta do recado. E se isso não basta, tem sempre um "Cai Fora" na sua testa. – Alícia estava sem palavras. Como aquele homem sabia disso tudo? Paulo percebendo a surpresa estampada na cara de Alícia continua. – Por que quem seria capaz de acreditar que existe um homem que senta perto de uma mulher, sem a conhecer e realmente está interessado em saber quem é e que faz sem segundas intenções?
- Eu nem saberia como alguém assim pareceria. – ela falou dirigindo um olhar a ele. Ele riu mais ainda. – Então... O que um sujeito desse tipo diria? – ela perguntou entrando no jogo dele.
- Bom... ele diria "Meu nome é Paulo Guerra e eu sou empresário". Mas ela não estaria interessada nisso, porque ela provavelmente estaria contando os segundos até a saída dele. – Paulo foi se aproximando dela enquanto falava.
- Pensando "Ele é igual a todos os outros". – ela respondeu no mesmo tom que ele, mas Paulo pôde perceber mágoa nas palavras dela.
- Porque a sua experiência de vida já a convenceu que isso é uma verdade absoluta. – Paulo segurou a mão dela. – Mas aí ele perguntaria seu nome e o que fazia para viver... E ela poderia dar o fora nele ou então dizer... – ela ficou com receio, mas sorriu respondendo.
- Sou Alícia Gusman, trabalho numa edição de revista... – ela continuou com o jogo, ele ainda segurava sua mão. – E aí ele faria um monte de perguntas incisivas sobre isso. Porque ele estaria sinceramente, ainda que estranhamente, interessado.
- Não. – Paulo falou e ela ficou confusa de novo.
- Não? – ela não podia acreditar. "Ele não está interessado?"
- Ele estaria interessado. – Paulo ficou feliz com a reação dela, pois ela parecia estar aceitando ele. Ela fez uma cara como quem diz: "Eu sabia!" – Mas ele veria que não havia jeito de fazê-la perceber que ele era genuíno.
- Bem... – ela não podia deixá-lo. – Ele podia ser engraçado, charmoso e animadoramente original.
- Não adiantaria. – ela ficou um pouco triste e ele ficou mais feliz com isso.
- Você não odeia quando isso acontece? – ela perguntou retomando o jogo.
- Na verdade não. – ele respondeu como se não se importasse e ela suspirou pela terceira vez naquela noite. Ele era como os outros, só que um pouco mais requintado. – Eles provavelmente vão continuar a vida para onde estavam indo... E presumo que vão ficar numa boa. – ele sorriu, beijou a mão dela, que estava entre as suas, e se levantou. – Foi um prazer conhecê-la Alícia Gusman. Até logo. – ele já havia se voltado para a saída quando...
- Por que até logo? – perguntou Alícia surpresa. Ele parecia não querer nada e de repente "Até logo"?
- Porque eu acho que nos veremos muito em breve. – ele deu um pequeno sorriso e saiu. Alícia ainda pensava se tudo aquilo fora real ou não quando um garçom interrompeu seus pensamentos.
- Um vinho. – o garçom entregou-lhe uma taça. – Do cavalheiro que acabou de sair. – Alícia agradeceu e ficou pensando naquele homem e no beijo dele. Sorriu enquanto bebia o vinho, pensando nele. Queria vê-lo de novo.
Paulo não sabia como tivera coragem de agir daquele jeito. Nunca fora assim. "Mas valeu a pena. Ela gostou". Paulo mal podia esperar para vê-la novamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam? Mereço reivews?
Kissus ja ne