Voz do Coração - Dramione escrita por Tsuno Hyuuga


Capítulo 3
Rumo ao Iceberg


Notas iniciais do capítulo

Bom! Mais um capítulo para vocês então! Adoro fantasmas, então leitores não tenham medo de se pronunciarem, deixe seu comentário e faça um escritor feliz! Rsrs'



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– “Traga um avental, sinto que preciso lhe mostrar algo que considero especial em seu primeiro dia.” – a frase final do e-mail não me deixavam dormir, ressoava em meus pensamentos como os sinos de uma catedral qualquer, ao início de uma cerimônia.
Meu corpo oscila no ínicio da noite, por hora quente outrora gélido, tento organizar minha mente, para poder descansar, desligar meu corpo, e repousar por algumas horas restantes, mas a ansiosidade não para, é algo imbatível, e que se prolonga até que os fatos esperados aconteçam. Quero vê-lo novamente, preciso acabar com essa angústia que está consumindo meu sono. Levanto da cama, me dirijo até a cozinha onde preparo um segundo chá de flor de laranjeira para tentar calar o que impede meu sono. Retorno para a cama e apago quase que imediatamente.

–XX–
Acordo de súbito, com o alarme de meu telefone celular tocando incesantemente, aquela música me traz boas lembranças necessárias para iniciar meu preparo matinal, “Popular” do prestigioso musical “Wicked” dos palcos da Brodway. Todas essas lembranças vem de um passado não muito distante, precisamente antes da remoção dos nódulos das cordas vocais, minha vida era perfeita, mantinha uma bolsa de estudos na renomada “Arts Academy of New York”, meu alcance vocal era fantástico, pelo menos era o que dizia o corpo docente de educadores, me dedicava em tempo integral ao canto, tendo em mente um único objetivo central, ser uma estrela. E é este tipo de lembrança que faz com que eu consiga seguir em frente, ainda vou ser uma estrela, a única coisa necessária para isso é encontrar um novo meio.
Termino de me preparar calçando os sapatos, direciono-me a cozinha indo em direção a gaveta onde guardo alguns panos de algodão que uso para secar a louça, mais abaixo destes panos, retiro um avental, este econtra-se no fundo do compartimento pelo motivo mais simples de todos, não o uso. Guardo-o em minha bolsa, fechando o zíper, passando em seguida a alça por cima de meu ombro, saio de meu apartamento trancando a porta.
Quando deixo o prédio, o dia está lindo, o sol está presente porém a baixa temperatura impede que a neve fusione e transforme-se em líquido novamente, enquanto caminho, meus pés transmitem um som similar ao de nossa boca quando mordemos algo crocante, ao fazer esta comparação, um riso abafado sai de minha boca.

–XX–
Uma sineta toca quando abro a porta da loja de artesanato, dirijo-me até aquele balcão que havia avistado no dia anterior, o recipiente com pincéis ainda continuava encima do mesmo, agora que estou próxima vejo mostruários e revistas com paletas das cores mais variadas possíveis, fico impressionada com a diversidade e elegância de cada uma das cores fileiradas uma sobre a outra. Não vejo ninguém, não ouço nada também, meu coração aperta, talvez tenha sido alvo de algum tipo de brincadeira, lembro do rosto do garoto, ele parecia tão gentil e bondoso, não teria capacidade de fazer alguma coisa do tipo.
Alguns breve minutos depois, um homem de longos cabelos loiros, e olhos de uma coloração cinzenta surge no de uma entra situada mais ao fundo, sua aparência ressoa como se autoapresenta-se como uma pessoa fria. Seu look possuia roupas de inverno todas de cor negra.
– Então você está aí – procunciou-se o homem que por alguns segundos permaneceu calado, balançei a cabeça em concordância para ele.
– Draco meu filho falou sobre você, referindo-se como “A Mudinha”, pois bem, fiquei com tanta pena que decidi dar o emprego a você, afinal como qualquer empreendimento, preciso de algum funcionário inclusivo, e você garota, é um ótimo meio de manter os problemas judiciais distantes – suas palavras soavam frias, estava certa, sua aparência predeterminava isso – A propósito meu nome é Lúcio Malfoy, e se devo perguntar, qual é seu nome mesmo? Acho que não devo me referir a você como “Mudinha” não acha? – meu corpo despedaça-se aos poucos ouvindo as palavras deste homem, todo seu pessimismo, seu ar de superioridade e seu preconceito são repugnantes.
Retiro o crachá de meu antigo emprego entregando-o a ele, depois de lêr meu nome, deposita o pequeno cartão no balcão, voltando-se para mim novamente.
– Hermione, esse nome antiquado combina muito com você, com suas roupas e com a sua aparência, pois bem, preciso ir, tome conta da loja, começe recolocando os pincéis no recipiente – Ele joga o pote de pincéis no chão, todos eles quicam e rolam para todos os cantos possíveis do ambiente – Não se preocupe Hermione, uma árvore bloqueou a estrada que da acesso ao centro da cidade, Draco irá demorar um pouco para chegar – Ele finalizou sorrindo enquando sumia pela porta da frente.
Sinto vontade de chorar, mas as lágrimas não saem, deve ser por que as estou segurando, já passei por tanta coisa ruim, e por este motivo adquiri um autocontrole sobre representar o que sinto em momentos de tristeza plena. Como aquele homem consegue falar essas coisas, e fazer isso, meu pensamento conversa comigo, enquanto olho para os pincéis lançados no chão semi-iluminado. Penso no garoto gentil, penso se realmente teria audácia de mencionar-me como “Mudinha”, Draco e Lúcio são completamente diferentes, ou talvez o motivo de tanta falta de similaridade seja talvez por um deles não demonstrar sua verdadeira face. Minha mente está confusa, agora sou incerta em relação ao posicionamento, afinal Draco é alguém doce, ou amargo como seu pai.

–XX–
A sineta toca, no mesmo instante em que posiciono o último pincel no recipiente, dirijo meu olhar para a entrada do local, minha feição não muda desta vez, continuo séria enquanto aquele sujeito de olhos claros adentra o estabelecimento, tenho tantas perguntas pra fazer a ele, mas devido a minha deficiência verbal não posso me expressar, decido procurar um lápis e uma caneta enquanto ele se aproxima. Encontro uma pequena caderneta de couro em uma gaveta e também uma caneta esferográfica vermelha em outro espaço do balcão, deposito ambos encima do balcão.
– Olá, Hermione – ele pronuncia-se quando encontra-se diante de mim, suas mãos apoiam-se na superfície do móvel, escrevo em um página da agenda a seguinte frase, ainda com uma expressão severa, “Bom dia, pelo que pode ver não estou me sentindo confortável aqui, primeiramente, por que não me disse este negócio era do seu pai?”. Entrego a pequena agenda para que ele possa lêr o que queria poder lhe dizer.
– Eu deveria ter falado para você, foi um erro, pela fisionomia de seu rosto neste momento, acredito que ele não tenha sido muito convidativo, peço desculpas por ele e por mim, você é diferente, merece todas as oportunidades do mundo Mione, posso chamá-la assim? – Ele parece estar sendo sincero, suas palavras são melódicas e transpassam confiança, mas, não sei se consigo acreditar, como consegue ser tão bom, vivendo sob o mesmo teto de uma pessoa tão ruim, penso em como seu pai havia dito que Draco me chamará, uma aura de ódio aflora em meu pensamento, escrevo na caderneta novamente “Não Draco, não prefere me chamar de Mudinha? Seu pai deixou bem claro que você me nomeou assim diante dele! Você parece ser tão perfeito, que até desconfio se é real, será que não é um mentiroso? Duas caras? Um crápula como seu progenitor?”. Jogo a agenda em sua direção.
– Eu chamei você dessa forma sim, mas você não pode me julgar, não havia outra maneira, meu pai só ouve o que quer ouvir, e esta era a única forma de conseguir o emprego pra você, fazendo com que fosse um bom negócio, diminuindo você. – Meu estômago embrulha quando ele termina a frase, seu tom não é mais o mesmo, se fecha-se meus olhos diria sem pestanejar que estava diante de seu obsoleto pai.
A sensação é de como se estive-se chocando-me contra uma enorme pedra de gelo, um Iceberg que petrificaria minha alma e meus sentimentos, pela primeira vez em muito tempo, uma lágrima se solta, o autocontrole que acreditava possuir foi subestimado por mim mesma, como aquele garoto pode viver sobre duas faces, com ótimas intenções defronte aos outros, e péssimas defronte sua família, não consigo engolir isso, não quero ser tratada como um negócio barato, sendo diminuída para poder ser contratada em um emprego que de ínicio parecia ser a porta para o fantástico, e que em menos de vinte e quatro horas, transforma-se na porta para o inferno.
Olho para Draco enquanto a lágrima lança-se de meus olhos descendo pelo rosto, não quero dizer-lhe outra coisa, não quero mais encontrar respostas, quero apenas voltar para minha casa, tomar um chá, e conversar comigo mesma, com meus pensamentos, refletir e recomeçar no próximo dia, esquecer de tudo e de todas as pessoas que conheci nos últimos dois dias. Pego minha bolsa, olho novamente para o rosto de Draco que permanece calado, não há mais nada para ser dito. Avanço em direção a porta batendo-a com força ao sair, por trás da vidraça embaçada ainda é possível ver a silhueta do garoto ainda imóvel, talvez perdera-se em seus pensamentos, milhares de coisas devem estar passando em sua cabeça, assim como milhares de coisas passam na minha agora.

–XX–


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem o comentário por favor! Respondo a todos, e com muito carinho! :3



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