Todos da sala estavam paralisados, eu não entendia a reação deles, isso era tão obvio. Quando você vive com vampiros você tem duas escolhas, morre ou se transforma. Não que eu gostasse da ideia, de jeito nenhum, não era o que eu queria pra mim. Mas, a escolha foi feita, se eu não me tornasse uma vampira, provavelmente os Italianos dos olhos vermelhos se encarregariam disso.

Em poucos segundos Tyler estava de pé, com os olhos em brasa e uma expressão nada boa. Ele não tinha o direito de achar algo sobre a minha escolha, nem ele, nem ninguém. Então pra que toda aquela reação exagerada?!

Mas, não era nada comparada a de Jacob, que estava a poucos passos de mim, com punhos fechados, e olhos cerrados, ele tremia muito. Percebendo isso meus pais se posicionaram na minha frente impedindo o mesmo de dar qualquer passo.

– Não vou deixar fazerem isso com você! – grunhiu.

– Jake, ninguém tem nada com isso. Eu escolhi, tá legal? – ele riu nervoso.

– Roselie! – chamou minha mãe, me ignorando totalmente.

Ninguém além de minha mãe odiava mais a ideia de que, em breve, eu não estaria mais viva, tecnicamente. E Jacob estranhamente sabia disso, não tinha outro motivo para chama-la. Os dois trocaram alguns olhares que eu não pude distinguir o que significavam e Rose abaixou a cabeça.

– Eu ... queria achar outra solução. – ela suspirou. – Não vou deixar que ela morra, Jacob.

– Como se fosse muito diferente! – ele rosnou.

A cada segundo Jacob tremia mais, provavelmente se transformaria em questão de segundos. Ele deu meio passo em minha direção sendo impedido por meu pai que pôs a mão em seu ombro, Jake não disse nada, apenas se afastou e saiu porta a fora. Corri floresta a dentro, sob os protestos da minha família. Não deixaria ele ir embora.

– JACOB! – gritei.

Ele estava a alguns passos a minha frente, não ligava se fosse se transformar naquele momento, precisávamos conversar, ele precisava ouvir.

– Você tá agindo feito criança! – parou bruscamente, ainda de costas pra mim.

– Fala como se você se importasse. – acusou. Virando de frente pra mim, vi que os seus olhos eram puro ódio, sem nenhum outro sentimento, só ódio. Não eram os olhos do meu Jacob, os olhos pela qual eu me apaixonei.

– Eu me importo! – rebati.

– À, é claro que sim. Me deixa, tá legal? Vai embora, o que eu menos quero é te machucar.

– Não vou embora, dá pra você encarar isso de frente? Pensar nisso de outra maneira?

– De outra maneira? Qual? Que outra maneira? Daqui a um ano a mulher que eu amo não vai ser mais ela mesma, vai ser um monstro! E você quer que eu lide com isso de outra forma? Me desculpa, eu não sou capaz.

– Jake ...

Meu peito sangrava a cada palavra cortante que saia de sua boca, ele realmente não estava de brincadeira. Eu queria sair dali, ou simplesmente me jogar em seus braços e dizer que eu não estava feliz com aquela situação. Mas, não adiantaria.

– Não fala. – suspirou. – Não estraga mais ainda.

– Espera. Onde você vai? – ele estava indo embora.

– Me afastar, enquanto ainda é tempo. Não vou ficar aqui adiando a despedida, Katherine. Daqui a um ano ...

Não deixei que ele continuasse.

– Vou estar morta pra você!