POV Lauren

A casa de Dean ficava a mais ou menos quinze minutos da escola, em um dos bairros mais caros de Sydney. Era uma pequena mansão branca muito bonita.

Dean entrou no jardim bem decorado e estacionou o carro em cima de um canteiro de flores. Acho que sua mãe não vai ficar muito feliz.

–Vamos subir, no meu quarto é mais tranquilo.

Falou, abrindo a porta do carro para que eu descesse.

Concordo, ainda maravilhada. Quando passamos pela porta branca da entrada uma senhora, com mais ou menos uns 60 anos, veio nos receber.

–Dean, achei que sua aula fosse até mais tarde, querido.

–Só vim para ajudar a minha amiga, dona Bonnie.

Dean não deu muita atenção a senhora e me guiou até o andar superior. Seu quarto era bem decorado, com vários tons de verde. Era tudo extremamente organizado, acho que a única coisa fora do lugar eram os lençóis da cama.

–Aqui, achei.

Dean foi até uma mesa e pegou alguns papéis. Ele puxou uma cadeira para mim e se sentou em outra. Larguei minha bolsa em um canto no chão e me aproximei dele.

–Esse é o conteúdo que eu menos entendi.

Apontei para uma das anotações. Ele concordou com a cabeça e fez sinal para que eu chegasse mais perto.

Dean começou a falar sobre o conteúdo, mas ele não é um professor muito bom. Enquanto explicava, sua mão escorregou até a minha coxa, onde ele começou a apertar de leve.Tiro ela da minha perna e a coloco de volta no seu colo. Minutos depois ele volta a acariciar minha coxa.

–Pode parar, por favor?

Digo, nervosa. Ele para de falar e me encara.

–Incomoda você?

–Um pouco.

Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas.

–Relaxa, docinho. Não vou fazer nada que você não esteja desejando.

Ele se inclina e sussurra a última parte no meu ouvido. Começo a ficar nervosa.

–Acho que deveríamos voltar para a escola, vou ter aula de ciências.

Me levanto e começo a caminhar até a minha bolsa.

Antes que eu pudesse sair do quarto ele me segura e me joga na cama, voltando a atirar minha bolsa em um canto qualquer. Dean se apóia em cima de mim, me impedindo de fugir.

–Por que a pressa? A aula de ciências é muito chata.

Ele começa a beijar o meu pescoço, fazendo uma trilha até a minha orelha. Suas mãos rodeiam a minha cintura, uma delas aos poucos vai descendo até as minhas pernas.

–Mas o A-ash vai f-ficar preocupado.

Invento outra desculpa.

Não quero ter esse tipo de relação com Dean, nos conhecemos a muito pouco tempo! Nem sei ao menos sua cor favorita.

–É só você dizer que não estava se sentindo muito bem, sempre funciona como desculpa.

Ele agora ataca meus lábios. Diferente de ontem, agora eles tem gosto de bala de morango. Dean morde de leve meu lábio inferior, me fazendo suspirar. Junto todas as minhas forças e o empurro.

–Não estou pronta para isso, Dean.

Ele apenas me encara por alguns segundos, parecendo estar escolhendo bem as palavras.

–Ok, não vamos transar. Mas só uns beijos não matam ninguém, docinho.

Penso e concordo. Gosto do seu beijo.

Ele sorri satisfeito e volta a me beijar, passando as mãos nas curvas do meu corpo. Quando a coisa começa a esquentar ele se senta e me puxa para o seu colo.

Minhas mãos vão até os seus cabelos negros e começam a brincar com os fios. Ele se inclina e sinto algo apertar a minha bunda. Suspiro.

De repente o meu telefone começa a tocar a típica música do Pânico At the Disco. Dean faz um sinal para que eu ignore a chamada, mas não posso.

–É o toque para o número do Ashton.

Explico, abrindo minha mochila.

Encontro o celular em um dos bolsos e atendo a chamada.

–Alô?

–Onde você está, Lauren?!

–Eu não estava me sentindo muito bem, então aproveitei o período livre para sair um pouco da escola.

–Podia ter mandado uma mensagem avisando! Agora pode voltar, senhorita, o próximo período começa em vinte minutos.

–Ok, já estou indo. Te amo, beijos.

–Também te amo.

Desligo e me viro para Dean.

–Podemos voltar?

Ele concorda, não parecendo satisfeito. Caminhamos apressados até o seu carro e ele rapidamente dá a partida.

Quando chegamos na escola Dean entrou por um portão mais vazio, para ter certeza de que Ash não nos veria. Assim que ele estacionou o carro eu ouvi o sinal tocar.

Me viro para sair do veículo, mas ele me impede, atacando meus lábios. Sorrio e agradeço.

Corro pelos corredores, meio perdida. Quando finalmente encontro a sala certa invento rapidamente uma desculpa pelo atraso para o professor, que me deixa entrar.

Olho em volta, procurando rostos conhecidos. Luke, Michael e Calum. Ótimo. Caminho até eles e me sento entre Luke e Cal, em uma das poucas cadeiras ainda vazias.

O professor começa a explicar algo sobre os seres vivos e eu pego meus livros. Assim que tenho tudo arrumado deixo escapar um suspiro de alívio por ter dado tudo certo.

–Arrume os cabelos, estão bem bagunçados.

A voz do Luke estava rouca e ouvi-lo sussurrar no meu ouvido fez todo o meu corpo se arrepiar. Envergonhada, passo os dedos pelos fios, tentando ajeita-los.

–Obrigada.

Agradeço, sem me virar em sua direção.

–Não fiz isso por você fiz pelo Ash, que iria te ver depois. Ele não merece saber que a sua priminha amada gosta de transar com o cara que ele odeia.

Sua voz saiu em um tom frio e uma pontada de culpa apareceu. Ele até tem um pouco de razão, não gosto de esconder as coisas do meu primo.

–Não fiz sexo com o Dean, Luke!

Sussurrei, meio brava.

–Não?

Agora ele parece confuso.

–Não.

–Ah.

O resto da aula foi bem legal, para ser sincera. Se o Dean diz que a aula de ciências é chata é porque nunca teve essa aula ao mesmo tempo do que o Luke, o Calum e o Michael. Eles não calam a boca por mais que um minuto e as piadas me fazem rir.

Em um momento parei de rir de uma das piadas do Calum mais cedo do que os outros três e me peguei encarando o loiro. Seu sorriso era contagiante e vi que ele deu uma pequena inclinada com a cabeça enquanto gargalhava.

–Se vocês não ficarem em silêncio vou expulsa-los da sala!

Berrou o professor, pela décima vez.

Bem nesse momento o sinal tocou, indicando o fim do período.

–Não precisa expulsar a gente, nós saímos de boa vontade.

Riu Luke, jogando a mochila por cima do ombro. Esse idiota nem pegou os materiais.

Guardei minhas coisas e segui os meninos para o lado de fora. Calum e Mike começaram a correr um atrás do outro, se dando tapinhas. Sorrio e os admiro. É muito bonita a amizade deles.

–Vem cá.

Luke agarra meu pulso e me puxa para um corredor mais vazio.

–O que foi?

Pergunto.

–Você não fez sexo com ele mesmo?

Ele parecia nervoso em perguntar isso.

–Já disse que não, Hemmings. Eu não o conheço.

Ele parece analisar minha resposta.

–Ótimo. Estudaram?

Luke pergunta de um jeito irônico.

–Ele até tentou me explicar, mas eu sou um fracasso em matemática.

Digo.

–Se quiser, posso ajudar. O Ash já me convidou para passar a tarde na casa de vocês mesmo.

O loiro sendo legal comigo?! Acho que ele está doente.

De brincadeirinha, levo minha mão a sua testa.

–O que está fazendo, Lauren?

–Vendo se você não está com febre.

Rio.

Ele revira os olhos e começa a se afastar.

–Lucas!

Grito, chamando-o. Ele se vira e arqueia as sombrancelhas.

–Eu aceito sua ajuda.

Ele abre um pequeno sorriso e sai. Foi impressão minha ou ele mordeu o lábio? Ok, Luke Hemmings pode ser um chato, idiota, mandão e irritante, mas eu não posso negar que é lindo.