Collonys escrita por Coriolanus Grimes


Capítulo 8
Méria está D-E-S-M-A-I-A-D-A


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com nome mais descontraído porque tô de bom humor xD
Oi pessoal, desculpa não postar semana passada. Estou passando por um "meio-bloqueio" criativo. Está bem difícil pra mim escrever, ainda mais eu que sou lerdo pacas, hu3
De qualquer modo, aqui está o capítulo. Acho que é um dos maiores que escrevi até agora, e fico feliz por isso. Também estou bastante feliz porque como eu não postei semana passada, algumas pessoas vieram cobrar de mim, e eu amei receber cobranças, sério :3 kkkkkkk
Também quero avisar que por estar sendo difícil escrever, os capítulos "reais" não serão mais semanalmente, serão uma semana sim, uma semana não. Com "reais" eu quero dizer os capítulos com POV do Píotsy. Ou seja, será uma semana um capítulo normal, e uma semana um capítulo especial (com POV de outro personagem). Os capítulos especiais serão menores, mas provavelmente com mais suspense ou alguma pista xP
É isso, muito obrigado por estarem acompanhando, amo 'ocês ♥
Até as notas finais!!



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CAPÍTULO 8: Méria está D-E-S-M-A-I-A-D-A

Sem nem mesmo tocar meu peito posso sentir meu coração batendo forte. Minha testa está encharcada de suor. Minhas pernas tremem como nunca antes e, embora eu esteja flutuando no ar consigo me sentir totalmente desequilibrado. A pessoa ao fim do corredor está de costas pra mim, mas isso não me deixa menos assustado. É uma mulher, e seus longos cabelos negros me ajudam a reconhecê-la, mesmo de costas: Méria Black, uma das Borps mais competentes e, posso afirmar, uma das mais chatas também. Ela não move um único músculo, fitando a porta à sua frente.

“Droga!” Xingo mentalmente. A porta que ela está vigiando é justo a que dá acesso ao local onde os uniformes estão escondidos. Antes que eu possa me perguntar o que vou fazer, Merly me responde; não diretamente é claro. As portas do elevador começam a se fechar e imediatamente eu me espremo contra uma das paredes laterais; fazer isso é extremamente difícil sem a gravidade. As portas estão praticamente fechadas, mas antes que possam se trancar totalmente ouço a voz de Méria, a Borp gritando:

— Elevador, abrir! — Me arrepio. O elevador parece obedecê-la, pois no momento em que ela grita, as portas param imediatamente de se fechar e começam a se retrair.

“Comando de voz?” Penso comigo mesmo, indignado. Ela ainda não pode me ver, mas com certeza me verá em poucos segundos se as portas se retraírem totalmente. Tento me juntar ainda mais à lateral do elevador, esticando meu próprio corpo para me deixar o mais fino possível. Não me atrevo a respirar, e sei que as portas vão me expôr a qualquer momento. Meus olhos se fecham com o medo tomando conta de mim. Espero de olhos fechados durante alguns segundos, mas não sinto Méria puxando meu braço ou gritando comigo. Ainda com medo, abro meus olhos devagar e percebo que as portas do elevador estão totalmente fechadas.

— O quê..? — Permito-me dizer em voz alta. Minha expressão de espanto muda para um sorriso meia-boca num instante. Colo meus ouvidos na porta do elevador, mas não ouço nada. Perplexo, me pergunto o que está acotecendo, mas sou interrompido quando a porta do elevador se abre de vez. Não preciso me preocupar novamente, pois não há mais ninguém no corredor.

Como isso é possível?” Me pergunto, sem entender nada.

Não demora muito, meus ouvidos captam gritos raivosos vindos de uma das portas próximas à mim e reconheço que é a voz de Méria. Ela está gritando por ajuda e lançando xingamentos e ameaças nada amigáveis a quem — como diz ela mesma — trancou-a ali dentro. Deixo escapar uma risada abafada. Antes que eu perceba, a porta ao fim do corredor se abre violentamente. De início imagino que haja mais alguém ali, mas este não parece ser o caso, pois daqui do elevador, o local parece vazio. “Perfeito!” Entendo que minha irmã me deu sinal verde e me impulsiono do elevador, deslizando rapidamente pelo corredor até entrar no último compartimento. Pego o primeiro uniforme que vejo e dou meia-volta rapidamente, me impulsionando de volta ao elevador. Antes que as portas se fechem mais uma vez, consigo ouvir a pobre Méria gritando ameaças de tortura e morte.

Não me atrevo a pronunciar uma só palavra.

***

— EU QUASE MORRI! — Grito para Merly. Não estou tão estressado assim, é claro, mas não posso demonstrar fraqueza para minha irmã.

Estamos novamente no compartimento escondido de Merly. Ela futuca seu objeto tecnológico com nome estranho, e não parece muito feliz por eu estar com raiva dela. Enquanto falo, ela revira os olhos.

— Sério? Quase morreu? — Sua atenção finalmente se desprende do holomografizador e se volta para mim. — Deixa de ser tão dramático! A Méria nem chegou a ver você.

— Será que não, mesmo? — Estou com a cara fechada e braços cruzados, tentando imitar a minha aparência mais zangada, embora eu ache que esteja fingindo muito, muito mal! — Aliás, ela já deve ter saído e contado pra todo mundo. Meu Deus, o que a gente faz?

— Pío, fica quieto e se acalma! — Olho pra mim mesmo e percebo que estou andando como um louco pela sala. — A Méria ainda está na sala, e dormindo ainda por cima… Você sabia que dá pra adicionar gases soníferos junto à passagem de oxigênio? Foi tão engraçado quando ela tombou…

— Merly! Você é louca?! — Eu não acredito no que minha irmã acabou de dizer. — Envenenar uma Borp com gás sonífero é pedir pra ser morta! E se o gás a afetar de algum modo?

— Em primeiro lugar, ela nunca vai descobrir que fomos nós que a envenenamos! E em segundo, o gás não era letal… eu acho. — Merly deve ter percebido meu desespero, pois acrescenta no mesmo momento: — É brincadeira! E de qualquer forma, isso não importa. Deixa ela lá desmaiada e trancada e vamos nos concentrar aqui.

Sento ao lado dela, ainda tentando esquecer da Borp desmaiada.

— Eu já consegui trancar uma vaga pra você, olha… — Merly diz. Seguro o aparelho que ela me oferece e observo o holograma que ele projeta. A imagem mostra duas fileiras verticais de quadrados tingidos de azul escuro, lado a lado. Alguns dos quadrados estão brancos ao invés de azul.

— O que são estes quadrados?

— São os lugares do foguete que será mandado hoje à noite. Serão vinte lugares ao todo, divididos nestas duas fileiras... — Merly passa o dedo pelas fileiras duplas. — Os quadrados azul-escuro significam que a vaga já foi preenchida. Acabei de preencher uma pra você.

— Ei, espera! Você preencheu a vaga com meu nome?

— Claro que não! Tá me chamando de incompetente? — Suas mãos arrancam o holomografizador das minhas brutalmente. — Eu coloquei o nome de outro tripulante como voluntário. Um mais velho, é claro…

— Espera aí… O quê? Quer saber, nada está fazendo sentido aqui! — Ao pronunciar estas palavras sou fuzilado com o olhar de Merly.

— Realmente a inteligência da família passou toda pra mim. — Ela ignora minha expressão de indignação e continua a falar, desta vez explicando o plano mais detalhadamente. — Presta atenção… Eu tranquei uma vaga pra você no foguete como se você fosse o Erich Burn. — Assinto com a cabeça. Erich é um garoto alto e de olho claro. Não faço ideia de quantos anos ele tem, mas acredito que já tenha atingido a idade adulta. — Hoje, alguns minutos antes do envio da nave ao planeta, enquanto todos estiverem no Grande Salão esperando ver o lançamento ao vivo, haverá uma reunião com os tripulantes do foguete.

— Como você sabe que haverá um reunião?

— Não importa como eu sei, o que importa é que eu sei e ponto. — Me calo imediatamente. Minha irmã é delicada com uma mula e reconheço isso. — Burn vai ser chamado, mas não vai poder comparecer. Ele estará com uns probleminhas no banheiro… — Suas mãos exibem um vidrinho contendo um líquido rosado. — Eles com certeza não vão querer incomodá-lo. A reunião vai acontecer sem ele, e enquanto ela acontece, você vai fazer a sua parte.

— A minha parte! — Repito feliz. — Que é…? — Merly morde o canto do lábio inferior; seu jeito de mostrar impaciência.

— Você vai usar o sistema de ventilação para chegar até o compartimento onde está o foguete. Você vai entrar nesse foguete e ficar esperando lá até que a reunião acabe. Pronto.

— Mas… Eles vão notar que eu não sou o Erich. Até porque eles saberão que ele estará com problemas no banheiro e…

— E é aí que eu entro, Pío! Se você me deixar acabar de explicar eu ficaria agradecida! — Me calo instantaneamente, mais uma vez por ordem de Merly Hunt. — Eu, uma garotinha fofinha e educada, — solto um riso abafado quando ela diz isso, mas ela me ignora — vou dizer ao chefe da missão que: “Erich Burn pediu pra avisar que já está bem e já está no foguete, à espera. Ele está constrangido demais pelos problemas que teve e não quer falar com ninguém”. — Ela imita uma voz doce quando pronuncia a frase que dirá após a reunião. — Quando o resto dos voluntários para a missão chegarem, você já estará sentado na última fila do foguete, usando a máscara que veio acompanhada do uniforme. E principalmente, não será incomodado por não ter participado da reunião.

— E o que eu digo quando perguntarem da máscara?

— E eu vou saber? Diga que está com ela para treinar ou ver se fica bonito, sei lá.

— “Ver se fica bonito”? Sério? Pensei que você era a menina que sabia de tudo.

— Sei das partes mais complexas e isso já é o suficiente. — Merly anda até o balcão na parede e puxa uma folha amarelada. — Toma.

— O que é isso?

— Isso é a “planta” do sistema de ventilação. Você precisa estar bem preparado quando chegar a hora. Os túneis do sistema parecem um labirinto e você não vai querer estar na tubulação errada na hora errada.

— Tudo bem… vou tentar decorar esse monte de linha até hoje a noite.

— Tentar não, você VAI decorar! — Merly se põe de pé, passando a mão nas calças para limpá-las da sujeira do chão.

— Por que as tubulações são tão coloridas? — Pergunto para ela quando me assusto com a variedade de cores que as linhas que indicam a tubulação têm. Merly está de frente para a porta, mexendo novamente em seu aparelho em forma de disco

— Ah é, eu já ía me esquecendo… As linhas vermelhas significam perigo, então fique longe delas! As pretas significam morte na certa, por falta de oxigênio ou pressão; também fique BEM longe. Tente usar as verdes, são as mais seguras, embora meio... estáveis. — O modo como ela pronuncia a última palavra não faz eu me sentir muito bem.

— Como assim “estáveis”? — Ela também parece aflita.

— Estáveis quer dizer que... não são muito confiáveis. A gravidade nas tubulações funciona de modo estranho, alterando o tempo todo.

— E o que isso quer dizer, Merly? Me explique direito! — Faço o último questionamento antes que Merly me empurre para fora do seu compartimento secreto. Ela ainda tem tempo de responder antes que a porta deslize e se feche completamente:

— Quer dizer que sinto muito pelos hematomas.

E a porta se fecha.


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Notas finais do capítulo

Hehe, o que acharam? "Hematomas", já sinto as dores :v
Espero que tenham gostado do capítulo. Como dito antes, na semana que vem não terá POV do Pío, será de algum outro personagem em um capítulo menor.
Deixe um comentário de possível. Sei que isso é chato, mas faça um autor feliz xD