Titio Ace escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 2
2 - Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Esse chegou rápido, heim, cambada? Mas é só porque eu já estava mesmo acabando ele e programei a postagem pra antes de eu chegar na escola (sim, hoje voltam minhas aulas T-T).
Obrigada a todos que comentaram no primeiro capítulo!


Espero que gostem e boa leitura ^-^



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Dez dias.

Isso, em contagem no calendário, é igual a uma semana inteira mais outros três dias.

Em dez dias, há ao todo 240 horas.

E até agora, não havia se passado nem uma hora!

“Calma, Ace, calma. Não pira, você vai conseguir...” – Portgas D. Ace repetia para si mesmo em pensamentos. Já deveria fazer uma meia hora desde que seu irmão Luffy deixara a única filha com ele e desde então, a situação na casa se encontrava assim: o moreno em sua poltrona vermelha na sala de estar, observando a garotinha que, sentada no chão, assistia à TV distraidamente. – “É só uma criança e vão ser só dez dias. Você vai conseguir.”

De repente, Luna desviou os olhos da televisão para ele.

– Tio Ace. – Chamou com aquela mesma vozinha baixa. Com ela falando tão contidamente, nem parecia ser filha de Luffy. – Estou com fome.

O moreno estranhou aquilo de primeiro momento, mas olhou para a TV, que mostrava o horário, e realmente viu que estava na hora do jantar. Para as famílias normais, pelo menos, porque ele só jantava quando tinha vontade mesmo.

– Bem, eu não tenho muita coisa na geladeira. – Até tinha suas bebidas, mas duvidava muito que Nami o deixasse vivo se soubesse que deu álcool a uma menina de cinco anos.

– Não? – Aquele fato pareceu surpreender Luna. E Ace não pôde conter um riso pela carinha que ela fez. – E como você cozinha?

– Eu não costumo cozinhar, vou mais a restaurantes. – Ele explicou. – Mas tenho alguns pacotes de lámen instantâneo aí. Você come?

– Como! – Luna respondeu com um sorriso, finalmente aumentando um pouco o tom de voz. Se levantou juntamente com Ace e os dois seguiram para a cozinha, que era logo ao lado da sala de estar. – Tem lámen de carne?

– Tem, claro que tem. – Ace novamente não conteve o riso. Agora sim estava vendo semelhanças com Luffy.

Ele colocou água nas tigelas de lámen e esquentou o conteúdo para os dois. E quando ficaram prontos, Ace precisou observar o modo como Luna comia. Era algo tão simples e apressado, mas ela comia com tanto gosto, embora fosse bem educada e não se apressasse em devorar a refeição. Só nisso ele já conseguia perceber: Luna era realmente uma mistura perfeita de Luffy e Nami.

Outra coisa que o Portgas notou foi que a ruivinha não tirara o chapéu de palha até agora e o macaquinho de pelúcia também continuava ao seu lado. Ela parecia bem apegada àqueles dois objetos.

– Nee, tio Ace. – Luna o chamou, tirando-o de seus pensamentos. – Quem mais vem pra jantar?

– Eh? Ninguém, por quê?

– É porque essa é uma mesa para quatro pessoas. – Ela olhou para os dois lugares restantes na mesa quadrada.

– Ninguém mais vem, Luna, eu moro sozinho. Essas cadeiras estão aí para as visitas.

– Ah, tá. – Foi tudo o que a menina declarou, voltando sua atenção para a tigela de lámen. E dessa vez, Ace fez o mesmo. Se passaram dois minutos, até que: - Tio Ace. – Chamou de novo, e ele fez um “Hm” para indicar que estava ouvindo. – Quantos anos você tem?

– Trinta. – Respondeu rápido, sem tirar os olhos da refeição.

– Ahh. – Mais um minuto: - Tio Ace. – Outro “Hm”. – Você é um solteirão?

Pronto, Ace engasgou com o lámen ao ouvir aquilo, e agora estava no meio de um belo ataque de tosse.

– P-por que... – Tentou questionar, quando começou a se recuperar. – Por que está perguntando uma coisa dessas?

– Mamãe me disse que, quem está velho e não é casado, é um solteirão.

– EU NÃO ESTOU VELHO!!

Na mesma hora Ace se arrependeu de ter gritado. Lembrava-se de ter assustado a pequena ainda a pouco por causa disso e não queria que ela tivesse medo dele.

Mas, talvez por já saber que era ele o seu tio e assim se sentir mais confortável, Luna começou a rir. Rir não, gargalhar! Ace até teria sorrido com aquilo, se o motivo do riso não fosse ele.

– Ei, estou falando sério! Eu sou só três anos mais velho que o seu pai. Você chama seu pai de velho?

– Bom, ele é um pouquinho. – Luna continuava sorrindo. Mas essa expressão alegre logo desapareceu, dando lugar a uma carinha triste e cabisbaixa. – Nee, tio Ace... É verdade que eu não fui planejada?

– Ahn... Bem... – Ace coçou a nuca, sem saber o que responder.

Ele se lembrava vagamente de Luffy, aos vinte e dois anos, anunciando que ia se casar com uma garota incrível que conheceu na faculdade. Essa era Nami. E lembrava um pouco melhor quando, uma semana após o casamento, o casal anunciou que estavam esperando um bebê.

Realmente, Luna não estava nos planos, ambos queriam se estabelecer melhor e ter uma finança mais fixa, além de amadurecerem mais, antes de criarem uma família. Mas Ace jurava que nunca veria os dois, tanto Luffy quanto Nami, mais felizes do que no dia em que descobriram sobre a futura filha.

– Nossa família e a da sua mãe realmente não estavam te esperando. – Começou a responder, e continuou antes que a menina ficasse mais cabisbaixa. – Mas seus pais já estavam legalmente juntos, além de serem adultos que tomavam conta dos próprios narizes. – E encarou a sobrinha. – Acredite, Luna, se fosse um problema para eles te ter, você não estaria nesse mundo hoje. E se alguma de nossas famílias não gostasse de você, sua tia Nojiko não seria o maior grude com você e nem eu, nem o Sabo deixaríamos você ficar nas nossas casas.

Depois disso, o silêncio. Ace voltou a comer como se nada tivesse acontecido e, após alguns segundos, ouviu Luna dar uma risada e também voltar-se para a tigela. Levou só mais uns minutos para que ambos acabassem de comer e enquanto jogavam fora as tigelas descartáveis, Luna o chamou de novo:

– Nee, tio Ace, onde eu vou dormir?

O moreno a mirou, já abrindo a boca para responder. Mas a fechou de novo. E acabou arregalando um pouco os olhos quando se tocou de que... Aquela era uma boa pergunta.

A-i-s-h-i-t-e-r-u

– Prontinho, é aqui. – Ace abriu a porta, carregando uma mala de Luna em cada mão e o edredom e travesseiro dela em baixo do braço.

O lugar estava fechado havia uns bons anos, o mesmo tempo da última visita para passar a noite que teve ali. O quarto não era muito espaçoso, afinal a casa em si era meio pequena, mas a janelinha na parede da cama dava um ar agradável ao ambiente. Por falar nisso, as paredes eram brancas, mas graças à sujeira de anos, acabou virando cinza. Graças aos céus o carpete de madeira e a cama ainda estavam bons. Também tinha uma escrivaninha no canto, com a madeira toda desgastada.

– Eu sei que está um pouco bagunçado e sujo, mas eu vou dar uma arrumada amanhã.

– Tá. – Foi tudo o que Luna respondeu, explorando o lugar com os olhinhos negros curiosos. Ela já havia tomado banho e agora usava uma camisola de manga longa cor de creme e com o desenho de uma laranja. Nota: O chapéu ainda estava pendurado em suas costas e o macaquinho continuava sendo arrastado por todos os lados.

Ace colocou as malas em um canto próximo a escrivaninha e viu, enquanto isso, a ruivinha pendurando o chapéu na cabeceira da cama. Será que nem para dormir ela se desgrudava daquelas coisas?

– Precisa de mais alguma coisa? – Perguntou, antes que apagasse a luz do quarto. Luna apenas negou com a cabeça, já quase pegando no sono embaixo das cobertas. – Então, boa noite.

– Boa noite, tio Ace.

Sem que nem percebesse, o Portgas sorriu. E apagou a luz.

O-h-a-i-o

– TIO ACE! TIO ACE! ACORDA!! – Foi ouvindo esses gritos e sentindo algo pular em cima de si que Ace acordou naquela manhã. Ele se ergueu, sentando-se na cama e esfregou os olhos. Logo conseguiu focalizar a figura de alguém. Era uma garotinha. – Rápido, tio Ace! Eu vou me atrasar!!

“Espera aí, “tio”...?” – Começou a pensar, tentando organizar a confusão em sua cabeça. – “Hm... Tem uma menina ruiva aqui, me chamando de tio... Espera... – Seu cérebro começava a rodar. - Ruiva... Nami. Luffy! LUNA!!”

A informação de tudo o que acontecera no fim do dia anterior pareceu atingi-lo como um soco. Marco levando-o para casa; Luna esperando-o na porta; Luffy e Nami deixando a ruivinha com ele por dez dias... Depois dessa última lembrança, seu desejo foi voltar a dormir.

– Tio Ace!! – Luna gritou mais uma vez, dando tapinhas nas bochechas sardentas do moreno para ver se assim ele a notava. – Eu vou me atrasar para a escolinha!

– Heim? Escolinha? Que horas são? – Ace ainda estava meio desnorteado. Pegou rapidamente seu celular em cima da cômoda e viu que faltavam vinte para as oito. Ou seja, daqui a vinte minutos faltaria uma hora para seu turno começar. – Puts, Luna, me acordar quase uma hora e meia antes é maldade.

– Mas minha escolinha é às oito! – A ruivinha já estava ficando com o rosto vermelho devido à raiva. Ou foi o que Ace achou que era, até ver que os olhos dela lacrimejavam. – Eu prometi pra mamãe que não perderia a hora da escolinha, eu prometi.

– Oe, oe, não precisa de choro. – Secou os cantos dos olhos da menina com os polegares, fazendo com que ela se acalmasse um pouco. – Vai se trocar rápido. Eu também vou me aprontar e ir mais sedo para o quartel assim que te deixar na escola.

– Eh? Você vai trabalhar mesmo com esses machucados? – Ela fitou preocupara o tórax e braços remendados do tio.

– Náh, isso não é nada. - Ace fez pouco caso. – Mas agora, anda! Quem é que estava quase chorando porque iria se atrasar?

– Eu não estava chorando! – Luna bufou antes de descer da cama e sair correndo do quarto. Mas ainda assim o moreno conseguiu notar o macaquinho sendo arrastado.

Ace ergueu-se da cama, sentindo os músculos e machucados reclamarem pelo esforço repentino, mas nem se importou. Fez o caminho para o banheiro e se ajeitou como em todas as manhãs. Parecia que ter uma menininha o esperando no andar de baixo para leva-la à escola nem afetava tanto a sua rotina.

“Só vou ter que levantar mais cedo.” – Pensou. Essa parte era chata, mas não chegava a ser um incomodo.

Terminou logo de se vestir e desceu as escadas. No andar de baixo, Luna já o esperava, com os cabelos amarrados em marias-chiquinhas e vestindo o uniforme da escolinha, que consistia em um uma blusa verde-clara (de mangas compridas porque estavam no inverno) com o emblema do lugar e uma calça vermelha. Detalhes: o chapeuzinho de palha continuava em sua cabeça (aquilo estava grudado com cola por acaso?!) e a cabeça do macaquinho estava pra fora da malinha dela.

– Tio Ace, anda logo! – Luna batia o pé impaciente.

– Já vou, já vou. – Ele ignorou o fato de nenhum dos dois terem tomado café da manhã e simplesmente pegou suas chaves. Abriu a porta, saiu e estava para trancá-la de novo quando reparou em algo: Luna não moveu um músculo de onde estava antes. – O que foi? Qual o problema?

– Eu não tenho lanche na minha lancheira. – Apontou para a mochila, falando como se fosse óbvio.

– Lanche? – Ace ergueu a sobrancelha. – E o que você leva geralmente?

A menininha abriu um sorriso antes de responder: - Onigiri!

O Portgas coçou a nuca, sem ideia do que fazer. Como ele iria preparar onigiri em menos de dez minutos? Aliás, ele nem sabia como se prepara esse treco! O jeito foi abrir a geladeira e fuçar até achar alguma coisa.

– É o que dá. – Ele olhou para os dois onigiris que comprara no mercado, checando a data de validade para ver se ainda estavam bons. Só Deus saberia dizer há quanto tempo aquelas coisas estavam em sua geladeira.

– Já tá bom, tá ótimo! Agora corre ou vamos nos atrasar! – Luna voltou à sua agitação anterior, pegando os onigiris e os guardando de qualquer jeito.

Eles saíram da casa apressados. Sorte que a casa de Ace ficava a duas quadras da estação de metrô, e a escolinha também era próxima da linha. Pelo menos foi isso que Luna disse quando perguntou para ela onde ficava a escola.

Assim que Luna pôs os pés dentro do limite escolar, um sorriso de alívio surgiu em sua face. Ainda haviam alunos entrando! Poucos, mas haviam, o que significava que ela não tinha se atrasado.

– Vivi-sensei! – Ela exclamou quando viu sua professora.

Uma mulher jovem, de uns vinte e poucos anos, atendeu ao chamado da garotinha. Ela possuía um cabelo azulado, longo e liso, preso em rabo-de-cavalo; seus olhos eram de um tom cinza belíssimo, levemente arroxeado; e tinha a pele alva. Estava vestida com roupas confortáveis e para o frio, usando por cima dos agasalhos um avental com o símbolo da escola. Vendo Luna se aproximar, a mulher chamada Vivi abriu um doce sorriso para ela.

– Bom dia, Luna-chan.

– Bom dia, sensei. – A menina devolveu o gesto.

– E quem é esse senhor com você? – Vivi perguntou, notando e estranhando a presença de Ace ali. O Portgas tentou não levar a mal o “senhor”.

– Esse é o meu tio Ace. – Luna mirou o moreno por um segundo, logo voltando para a professora e falou baixinho: - Não precisa ter medo, sensei. Ele parece bravo, mas é legal.

– Oe! –Ace repreendeu-a.

– Fufu. – A azulada acabou rindo de leve pela cena. – Certo, Luna-chan, por que não vai para a sala? Eu irei logo em seguida.

– Hai. – A ruivinha concordou. Começou a correr para a sala, mas antes de alcançar a porta, virou-se mais uma vez para os dois adultos. - Tchau, tio Ace! Até mais tarde. – E continuou seu caminho.

Agora a sós (porque todos os outros alunos e professores já tinham entrado em suas devidas salas), Vivi e Ace se encararam.

– Então você é tio da Luna-chan. – A mulher começou a conversa, pouco crente naquilo. Aos seus olhos, aquele homem não tinha cara de tio, apesar de notar um carinho entre ele e a menina. - Luffy-san e Nami-san precisaram viajar?

– É, agora aquela ruivinha é minha responsabilidade por dez dias. – Aquela frase tinha soado com mais desânimo do que ele pretendia.

A face de Vivi perdeu seu sorriso gentil: - Sei que pode ser difícil, principalmente se você não está acostumado a lidar com crianças, mas eu peço que tente. Luna-chan é uma menina maravilhosa, mas como todas as crianças, nem sempre diz o que está sentindo. – Seus olhos eram sérios, como se soubesse de algo sobre Luna que ele não sabia. - Então por favor, tente entende-la e seja bom para ela.

Ace piscou os olhos, atônito, sem saber o que dizer perante tanta seriedade. Mas no fim, apenas sorriu despreocupado.

– Não tem porquê de estresse, aquela menina me adora. – Disse convencido.

– Hm, sei. – Vivi crispou os lábios, antes de virar as costas para o homem. – O horário da saída é às cinco e meia da tarde, não se atrase. – Começou a se afastar, mas antes que entrasse em sua sala, acrescentou num tom seco: - Faça por merecer a adoração da Luna-chan.

O Portgas não disse nada, apenas ficou olhando ela fechar a porta com um baque um pouco mais forte que o necessário. O que aquela mulher queria dizer afinal de contas? E o que ele tinha dito de errado? Credo, não se podia mais brincar!

– Bah! Vou trabalhar que ganho mais. - Decretou, deixando aquele assunto de lado e voltando para a estação do metrô.

Agora toca fazer o caminho todo de novo até o quartel dos bombeiros.

–8-8-8-8-8-8-8-8-

O dia no quartel foi bem tranquilo, não houve nenhum incêndio, apenas alguns casos em que donas de casa deixavam a panela no fogo muito tempo e a fumaça chegava no alarme. Tirando essas poucas vezes, Marco e Ace passaram o dia jogando baralho ou basquete na quadra dos fundos, juntamente com os outros bombeiros daquele turno.

Depois de muita conversa, Ace acabou comentando sobre sua mais nova responsabilidade.

– Putz, e eles nem te avisaram que iam deixar a garota? – Marco perguntou, ouvindo a história do amigo sobre os acontecimentos do dia anterior, depois que o deixou em casa.

– Pior que avisaram. – Ace suspirou, enquanto analisava suas cartas de baralho para a próxima jogada. – Mas foi no mês passado.

– E você não anotou em lugar nenhum, não é? – Marco não parecia surpreso com isso, mais concentrado no jogo.

– Pior, anotei no celular.

– Eu já te disse para jogar fora essa velharia. – Jewelry Bonney, uma das únicas mulheres do quartel, comentou. – Vai precisar de algo melhor que um celular com antena quando for ligar para o juizado de menores.

– E por que eu iria ligar para o juizado de menores?

– Ora, Ace, - Ela arqueou uma sobrancelha para o amigo. - não me diga que você pensa mesmo ser capaz de cuidar de uma criança.

Ace bufou irritado, enquanto Marco se controlava para não rir. Realmente, ou seu amigo tomava juízo daqui pra frente, ou Luna precisaria mesmo recorrer ao juizado de menores.

– Vão ser só dez dias, Bonney. Acho que eu consigo lidar com a minha sobrinha até lá.

– De qualquer modo, – Bonney fingiu não ouvi-lo. – Eu passo lá na sua casa alguma hora pra ver se essa pobre menina ainda está viva.

O Portgas nada respondeu, aquele era o jeito de sua amiga afinal. Eles se conheciam desde a faculdade, por isso eram mais íntimos que muitos ali, e era por isso também que ele sabia que era perigoso contrariá-la.

– Mas e seus horários? – Questionou Marco. – Já falou com o chefe sobre isso? Porque duvido que seus turnos sejam os mesmos com essa responsabilidade.

– Relaxa, já falei com o velho. – Ele respondeu despreocupado. – Vou entrar uma hora mais cedo, assim posso chegar logo depois de deixar a Luna na escola. E vou sair às cinco, para conseguir buscar ela. - Tanto Marco quanto Bonney encararam o amigo depois disso, como se ele fosse louco. – O que foi?

– O que você ainda está fazendo aqui então? – Questionaram os dois.

– Ué, ainda não são nem quatro e meia. – Ele pegou seu celular da idade da pedra e olhou a hora. Como dissera, ainda eram exatamente quatro e vinte.

– Não, já são cinco e meia. – Marco mostrou o relógio de seu celular, indicando a ora dita por ele. Bonney também mostrou o seu, que exibia o mesmo horário.

Ace virou a cabeça na direção do grande relógio de ponteiros que havia no quartel, o horário dele era preciso sempre. E indicava exatamente cinco e trinta e um!

– Argh... Droga! – Ele praguejou, puxando os próprios cabelos. Levantou bruscamente da cadeira onde estava, atirando suas cartas de qualquer jeito na mesa e rumando para a porta.

Mas antes de qualquer outra coisa, tacou aquela droga de celular no lixo.


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