Undisclosed Desires escrita por Larissa Redfield


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

"Tardo mas não falho". Eu queria começar o capítulo pedindo inúmeras desculpas, eu sei que foi um descaso tremendo essa demora, mas eu realmente to muito ocupada ultimamente. Maaaaaas, Im back e pra ficar! NÃO ABANDONEI A FIC E ESPERO QUE VOCÊS NÃO TENHAM ME ABANDONADO ♥
Jordana Guimarães meu amorrrrrrrr, obrigado pela linda recomendação, obrigado de verdade!
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Soldados

Nossas meninas estão longe daqui

Não temos com quem chorar e nem pra onde ir

Se lembra quando era só brincadeira?

Fingir ser soldado a tarde inteira?

Felicity

Eu já havia ouvido dizer que esperar era suicidio lento, aquilo não fazia sentido para mim, até agora.

 Fiz mais um risco na diagonal numa fileira de 4 riscos na vertical. O que significava um mês, quatro semanas, 30 dias, 720 horas, 43200 minutos e  2592000 segundos que estavamos presos em um lugar desconhecido, vivendo a base de água e alguns animais.

 Saí de meus pensamentos quando ouvi um som ecoar pela caverna, puxei minha faca de caça do bolso já me preparando para o que viria a seguir, mas suspirei cansada ao ver Oliver entrando com algo nos ombros.

— Teve sorte? – Murmurei encarando-o.

— Não. Mas consegui isso. – Ele jogou a caça no chão e eu suspirei cansada. Durante todo esse tempo Oliver havia tentadp contatar os EUA sem sucesso, e todo dia ele saia e andava KM em busca de ajuda, mas voltava do mesmo jeito.

— Um mês. – Sussurei e ele me encarou.

— O quê?

— Estámos presos aqui há um mês Oliver. – Afirmei e ele susírou pesadamente.

 Já não havia mais aquela beleza nele, os cabelos estavam compridos e desengrenhados, a barba por fazer e olheiras cobriam seus olhos. E eu não estava em melhor situação.

— Alguém virá nos procurar, Felicity.

— Não, Oliver, ninguém irá nos procurar! E sabe por quê? Estamos mortos! – Gritei com toda a minha raiva reprimida e pude sentir uma pontada na minha perna. Reprimi um grunhido de dor, antes que Oliver viesse com mais sermões. 

 Desde aquele dia eu mal conseguia andar, provavelmente eu havia fraturado a perna e não havia o que ser feito.  Eu nem sentia minha perna e isso acabava com Oliver, ele vivia dizendo que a culpa era dele, e o que mais me machucava era saber que a culpa era minha.

Semanas antes...

 Após trazermos um Oliver machucado para dentro da Base, eu havia decidido ir descansar na tenda que eu dividia com Sara, aproveitando que ela estaria tratando de Oliver e aproveitando o momento em que ele havia voltado a me tratar mal. Ouvi uma voz conhecida e levantei rapidamente da cama o encarando com escárnio.

— Hey Smoak, carta para você! – Tagarelou Ted com um sorriso maldoso. — Pensei que não tivesse família.

 Congelei por dentro. Provavelmente era alguma carta do meu irmão e como diabos ele sabia ler russo?

— Do que está falando? – Murmurei com os olhos arregalados.

— Eu morei na rússia por alguns meses, lyubov. – Riu descaradamente, lyuboy significava “amor” em russo.

— Isso não é da sua conta, Grant. – Rugi puxando a carta de sua mão e ele sorriu.

— Seu segredo está seguro comigo, querida. Talvez possa me fazer alguns favores em troca disso. – Sussurou no meu ouvido me fazendo tremer por dentro.

 Empurrei seu ombro o fazendo perder o equilíbrio.

— Nunca mais me ameace, Ted. Ou eu mato você. – Cuspi as palavras, enquanto Ted sorria maldosamente saindo da minha tenda.

 Sentei novamente na minha cama e abri a carta, enquanto meu estômago se embrulhava com as palavras seguintes.

“ Olá Irmãzinha traidora,

 Quando Laurel me disse o quão Oliver Queen poderia ser persuasivo e galanteador imaginei que isso valeria para o vadias como ela, não minha irmã, qual eu fiz ver o quanto o amor era destrutivo.

 Lembra o quanto doeu ver papai morto? As noites em que você chorou sem parar, os dias que esperamos que a dor fosse melhorar e como ela não melhorou, apenas se tornou uma parte essencial de nós, se tornou o que somos hoje.

 Dias melhores nunca existirão, Felicity. E é por isso que eu te dei a chance da matar esse mal que nos corrompe por dentro pela raiz, e a raiz é ele.

 Não achou mesmo que eu te colocaria sozinha nessa não é? Eu tenho um espião e pelo que eu soube, você está de quatro  pelo Queen. Sabe que assim que ele ... você será só mais uma vadia que ele transou não é?

O único amor que você recebera um dia é o meu, e é por esse amor que eu não enfio uma faca na sua jugular por ser tão estúpida e traidora.

 Sua última chance é me ajudar na minha cartada final. Eu fiz um acordo com Ra’s Al Ghul, ele mandará um míssil para a sua Base ao final da tarde e tudo estará acabado.  Você tem três escolhas, avisa-los e eu mesmo enfiarei uma bala na sua cabeça, não avisa-los e morrer junto com eles com sua consciência limpa ou fugir daí agora mesmo e sobreviver.

 Mas lembre-se, se puder viver com suas escolhas, viverá como uma guerreira. Mas se sobreviver com suas escolhas, você jamais voltará a viver novamente.

 Você sabe quem.

Eu não era uma heroina,  por isso eu deixaria-os morrer, mas não era uma covarde, por isso morreria junto. ”

— Sinto muito. – Disse num sorriso fraco. — Não é sua culpa.

 Ele sentou-se ao meu lado.

— Isso tudo é minha culpa.  Eu arrastei você para esse inferno que é minha vida, matei John, Ted, Sara e todo o resto. Você não consegue nem andar! Eu deveria ter morrido! – Exclamou. — Se Deus é tão justo, como permite que um pecador como eu continue vivo enquanto um homem justo com John Diggle esteja morto e nunca mais possa ver a filha?!

— Não pode carregar o peso do mundo nas suas costas, Oliver. Nada disso é sua culpa, e além do mais minha perna está ótima... Eu estou viva, Oliver e isso sim é sua culpa! – Falei enquanto apertava sua mão  e ele sorriu triste.

— Sua perna está horrível.

 Eu ri baixo.

— Sim, ela está.

...

 John Diggle

Mas agora a coragem que temos no coração

Parece medo da morte, mas não era então

Tenho medo de lhe dizer o que eu quero tanto

Tenho medo e eu sei por que: Estamos esperando.

 

 Um mês, quatro semanas, 30 dias, 720 horas, 43200 minutos e  2592000 segundos. Esse era o tempo exato em que eu tinha perdido meu melhor amigo, e pessoas extraordinárias num dia só. Era absurda a ideia de estar agradecendo agora por eu estar vivo, era egoísta e bem egocêntrico, pensando que hoje diversas mães choravam inconsoláveis, diversas esposas mal conseguiriam dormir com a ideia de nunca mais verem seus maridos, e o pior de tudo, diversas crianças cresceriam sem um pai.

 Tudo isso por quê? Apenas para mim voltar? Toda vez que eu olhava para Sara e Lyla tinha vontade de morder minha própria língua, já que poderia ser Sara a crescer sem um pai.

 Meus olhos doiam, mas eu me recusava a dormir. Senti uma mão em minhas costas e me virei ponto a ver Lyla com Sara no colo com um sorriso cansado.

— Você tem que  descansar, Johnny. Está nisso há semanas. – Murmurou e eu sorri triste.

— Ele é meu melhor amigo, Lyla. Não posso desistir dele.

 Ela suspirou cansada enquanto eu apertava meus olhos com os dedos. Desde que havíamos sido resgatados eu me empenhava em descobrir tudo sobre Ra’s Al Ghul, cada fibra do meu corpo queria vingança, e eu a receberia com o tempo.

— Eu sei o quanto Oliver foi importante para você, John, mas chega uma hora que devemos aceitar a verdade. A A.R.G.U.S já fez tudo o que podia, eles têm certeza absoluta da morte de Oliver e o resto da tropa. Você pode ficar aí se martirizando por uma coisa que não foi culpa sua, ou simplesmente aceitar o cargo de guarda costas da Moira Queen.

 A encarei atônito.

— Sim, ela veio falar comigo. E eu acho que é uma ótima ideia, John. É só por meio período, e além do mais, vai fazer você... – Dizia ela até que eu explodi.

— Me fazer o quê?! – Rugi. — Esquecer? Isso está marcado com sangue e lágrimas dentro de mim, Lyla. Não tente melhorar a situação.

— Não estou tentando. – Suspirou compreensiva enquanto Sara mordia um brinquedo alheia a toda a discussão. — Apenas quero que volte a ser quem você era, Johnny. O homem corajoso que eu conheci.

 Suspirei cansado encarando os documentos a minha frente.

— A coragem que eu tenho agora no coração, parece medo da morte, mas não era então. – Exasperei.  —Toda noite eu tenho pesadelos com aquela maldita noite.

  Levantei da cadeira e dei um beijo na cabeça de Sara, talvez fosse hora de aceitar a realidade. Por Sara.

Quem é o inimigo?

Quem é você?

Nos defendemos tanto sem saber

Por que lutar.

...

Sara Lance

Nossas meninas estão longe daqui

E de repente eu vi você cair

Não sei armar o que eu senti

Não sei dizer que vi você ali

 

 Um mês, quatro semanas, 30 dias, 720 horas, 43200 minutos e  2592000 segundos. Esse era o tempo em que eu estava presa num maldito tipo bizarro de castelo, num lugar que eu nem sabia onde ficava.

 Tudo ainda era confuso na minha cabeça, pelo que Caitlin havia me dito, isso tudo aqui fazia parte de alguma organização bizarra de crimes. O máximo que eu ouvia era de alguns soldados chamando Nyssa, a minha Nyssa, a Nyssa que eu confiei de Nyssa Al Ghul, logo não havia demorado para mim juntar as peças, ela era filha de Ra’s Al Ghul, o homem que nosso pelotão havia vindo atrás.

 E pior de tudo foi quando eu descobri sobre o ataque, eu simplesmente entrei em choque, não poderia acreditar que todo o nosso pelotão estava morto. Tudo por conta de Ra’s Al Ghul, e Nyssa.

 Eu a ataquei furiosamente assim que soube, ela não revidou, parecia chocada demais para isso, mas desde então eu não dirigia nenhuma palavra que não fosse de ódio para ela, e ela sempre insistia em vir me ver nessa masmorra.

— Você acha que ele vai acordar?— Ouvi uma voz murmurar e me virei para ver Caitlin com um sorriso triste no rosto, nesse um mês, havíamos virado aliadas, já que dividíamos a cela.

— Ele só precisa se recuperar, Cait. – Afirmei num sorriso igualmente triste. 

 Por algum motivo, Nyssa havia trazido Barry Allen junto a mim. E como o estado dele já era grave, com a explosão só piorou, e Caitlin era médica, e achou que deveria colocá-lo em coma induzido, mas ele se recuperava cada vez mais devagar. Nyssa havia concordado em deixar-nos cuidar dele dentro da cela, mas havia tirado todos os objetos cortantes depois de eu tentar enfiar um bisturi em sua jugular.

 E nesse meio tempo, Caitlin havia desenvolvido uma relação de afeto estranha por Barry, já que ela nem o conhecia.

 Caitlin estava sempre triste e chorava pelos cantos, eu não sabia sua história e nunca perguntei, só sabia que o ódio por Nyssa e toda essa Liga ridícula era recíproco.

Al-Owal. – Ouço um dos guardar murmurarem e reviro os olhos, já sabendo o que vem pela frente.

 Me levantei depressa assim que ela passou pela porta. Nyssa carregava uma bandeja com comida e sua expressão parecia dura.

— O que quer aqui? – Rugi.

— Vim trazer sua comida, Sara. – Murmurou me entregando uma bandeja.

 Estreitei os olhos e sorri em escárnio.

 — Eu não quero nada que venha de você! – Gritei batendo na bandeja fazendo toda a comida se estraçalhar no chão, Caitlin assistia a cena em silêncio e pelo barulho diversos soldados se prontificaram para me atacar, mas Nyssa deu a eles um olhar e eles ficaram parados.

— Não pode me odiar para sempre.

— Eu posso e vou. Você é um monstro, Nyssa. E eu me arrependo do maldito dia em que te conheci! – Exaltei-me colocando o dedo em seu rosto e ela deu um passo para trás.

— Foi o melhor dia da minha vida. – Se pronunciou num sorriso triste.

— Você é sádica! – Ri. — E o pior de tudo, ainda é masoquista, como pode continuar com isso sendo que eu te odeio com todas as minhas forças? – Indaguei.

— Porque eu te amo. – Murmurou se aproximando de mim.

 Ela me olhava no fundo dos meus olhos, e encarava minha boca ao mesmo tempo, pensei que ela fosse me beijar, mas antes disso resolvi me pronunciar.

— Me ama de verdade? – Questionei.

— Com todas as minhas forças.

— Então me mate.

 Nyssa se afastou bruscamente e pude ver dor em seus olhos.

— Sabe que eu jamais faria isso. – Respondeu.

— Ótimo, então se mate. Estará fazendo um favor a sociedade de um monstro como você continuar vivo.

 Pude ver dor em seus olhos antes dela se retirar, mas antes disso ela ainda murmurou algo para mim.

— Eu sinto muito.

...

 Laurel Lance

Quem vai saber o que você sentiu?

Quem vai saber o que você pensou?

Quem vai dizer agora o que eu não fiz?

Como explicar pra você o que eu quis

 Minhas unhas recém pintadas de vermelho tamborilavam sobre a mesa. A reunião começaria em alguns minutos, e eu estava entretida em meus próprios pensamentos quando ouvi a voz de Ray cortar o silêncio.

— Você não sente remorso? – Indagou e eu o encarei.

— Desculpe?

— Você não sente remorso em matar sua própria irmã?

 Mordi o meu lábio inferior revirando os olhos.

— Não deveria te fazer a mesma pergunta? – Dei um riso sem humor. — Sara sempre foi uma romântica patética, ela estava lá por lealdade a Oliver Queen, quando podia estar aqui nesta mesa – Bati o punho contra a mesa – conosco.

Ray pareceu ponderar quando soltou a coisa mais ridícula que poderia ter dito.

— Felicity não está morta.

 Dei uma gargalhada alta.

— Oh claro, muito engraçado Ray. Ela é uma super-heroína agora? Tem superpoderes? Porque se não for nada disso, não vejo como um ser humano pequeno e frágil como a doce Felicity pode ter sobrevivido a um bombardeio. – Murmurei.

— Ela é esperta, Laurel. Tenho certeza que ela conseguiu. – Me devolveu sorrindo de lado.

— Me polpe. – Falei com escárnio. — E porque diabos ela não está ente nós? Ela escolheu morrer com honra, Ray. Foi a escolha dela.

— A vida é feita de escolhas nem sempre tão descentes, mas eu tenho certeza que ela fez a certa. Em breve ela se juntará a nós, e trará a cabeça de Oliver Queen para nós.

— Falando do meu filho? – Disse Robert Queen sorrindo para nós da soleira da porta.

 Agora definitivamente o jogo havia começado.

Somos soldados

A gente não queria lutar

A gente não queria lutar

A gente não queria lutar.

A gente não queria lutar.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem babysssssssss, volto em breve com mais surpresas! Beijos.



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