Raio De Sol escrita por Marimachan


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

AHA.
Pensou que eu tivesse esquecido de você, né? NEVER. Cheguei atrasada, mas cheguei. u-u
Sorry por não ter postado mais cedo, Mel-chan. Passei o fds em um retiro e tive uma tarde bastante ocupada (vulgo assistindo Supernatural pela 12874537653 vez #SORRYMESMO, sabe como é vício...) e só pude começar a escrever há umas duas horas. Enfim, aí está seu presente. Simples, mas feito com muito amor!
Feliz aniversário, sálindhja.



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A neve caía devagar e a grama verde plantada no deque do navio já não podia ser mais vista. Nevara a noite toda naquela parte do Novo Mundo, o que havia deixado a navegadora do Sunny estressada o bastante para não querer a companhia de ninguém naquela manhã. Como um mar poderia ser tão caótico quanto àquele? Ao entardecer do dia anterior o Sol quase queimava a pele daquele que se atrevesse a sair dos cômodos do navio e então de repente a pressão cai abruptamente, fica tudo escuro e uma tempestade elétrica surge, para vinte minutos depois começar a nevar.

Seus companheiros pareciam já ter se acostumado com aquilo e apenas seguiram as ordens da navegadora sem muito caos, ao contrário dela que permanecia irritada desde o dia anterior. Não é que a garota não havia se acostumado ainda, aquele era o clima do Novo Mundo e ela já havia entendido depois de anos, o grande x da questão é que Nami não gostava de ser pega de surpresa. O x maior ainda é o fato de ser simplesmente impossível o Novo Mundo não surpreender qualquer um que seja, inclusive uma navegadora tão habilidosa quanto a ruiva.

Os outros tripulantes já tinham entendido que era melhor manter distância da companheira por enquanto, nem mesmo Sanji chegava perto da garota. Estavam todos pelos cômodos do Sunny, já que a temperatura era abaixo de zero e a preguiça de sair dos ambientes quentinhos era gigantesca. Somente a ruiva havia saído e agora se encontrava observando os flocos de neve caindo e se misturando a água do mar.

No dia seguinte chegariam a uma ilha desconhecida pelos Chapéus de Palha, mas muito falada como uma ilha perigosa para piratas, já que a base da Marinha que lá existia era fortemente respeitada e protegida. O problema é que estavam ficando sem mantimentos e a ilha mais próxima era exatamente aquela. O problema maior ainda é que ela pertencia a uma tripulação excessivamente conhecida pela Grand Line e, com certeza, a mais problemática e maluca. Eles nunca conseguiriam sair de lá sem ter problemas e caso chegassem perto dessa proeza, seu capitão trataria de mudar isso imediatamente. Afinal de contas... era Luffy. E o pior de tudo é que no dia seguinte seria seu aniversário. Lindo presente, não?

Pensar naquilo só prestava para trazer mais irritação à Nami e deixá-la mais preocupada com o rumo do dia seguinte. A ruiva decidiu então voltar para o aconchego de seu quarto e terminar de desenhar o mapa da última ilha em que estiveram. Deixaria para seus fios de cabelos brancos nascerem quando chegassem ao destino.

―X―X―X―X―X―X―

Dia seguinte, duas horas depois de terem atracado na ilha.

Ela nem sabia porque ainda tentava. Àquela altura já devia ter aceitado que era impossível para os Chapéus de Palha descer em uma ilha e não serem perseguidos.

Estava tudo indo muito bem. Eles ― por conta do plano bem bolado das duas mulheres do bando ― haviam conseguido não chamar atenção. Fizeram as compras necessárias e deu até mesmo para ambas passearem um pouco pelas lojas do centro da cidade, Nami ganhara presentes e se sentia maravilhosamente bem. Isso até enxergar Luffy e Usopp correndo na direção das duas com mais dezenas de marinheiros juntos. Não demorou muito para aquelas ruas entrarem no caos total e o dia da garota estar completamente destruído.

Agora estavam ali. Nami mais todos os outros correndo ofegantes para fugirem da marinha, enquanto a mesma os perseguia assiduamente. Tinham que confessar, a base local não tinha fama à toa. Eram muito bons, considerando que quase haviam conseguido capturá-los algumas quadras antes e vez ou outra, um dos Mugiwaras era surpreendido por algum grupo de marinheiros que os encurralava pelos becos ― além, é claro, do fato de que tinham que ficar de olho em certo espadachim que ouvia os gritos de um de seus companheiros cada vez que chegava perto de virar uma rua errada.

Depois de muito correrem e de muito lutarem contra seus inimigos, finalmente haviam chegado ao Sunny e já preparavam a fuga com o Coup De Burst, já que navios de guerra se aproximavam da costa em que haviam atracado. A correria era grande pelos deques do Thousand Sunny e Nami dava as ordens para a preparação da navegação, como de costume. Assim que os primeiros tiros foram ouvidos, o impulso foi dado e o navio dos Mugiwaras voara para longe do alcance dos canhões inimigos. Poucos minutos depois de pousarem novamente no mar, o grito escandaloso fora ouvido:

― Quem foi o idiota que chamou a atenção deles?! ― No mesmo instante todos os homens do bando apontaram na direção do moreninho ao centro do deque. Um riso muito leve fora ouvido da morena que se encontrava ao lado do capitão. ― Eu nem sei porque pergunto! Seu grande paspalho! Eu te pedi para não fazer nada de idiota! Será que isso é tão impossível para você?!

― Mas, Nami, eu não fiz nada! ― O garoto com o chapéu de palha se defendia aborrecido. ― Eu só...

Mas ele não pôde terminar a frase, a mão fechada em sua cabeça havia interrompido, fazendo com que caísse no chão choramingando pelos cascudos que levara.

― E vocês?! Por que não ficaram de olho nele?! ― Voltou-se para os outros, os quais deveriam ter cuidado do capitão atrapalhado.

― Fujam! ― Usopp dera a ordem e que fora muito bem obedecida.

― Voltem aqui, seus idiotas! ― Gritara, mas já era tarde demais. Em instantes não havia ficado mais ninguém no deque, além das duas companheiras.

Uma veia saltava para fora na testa da navegadora, enquanto Robin mantinha seu ar tranquilo.

― Acho que você não deveria ter sido tão rude com o Luffy, Nami. ― A arqueóloga comentara alguns segundos depois.

― E por que não? Aquele idiota acabou com meu dia. ― Retrucara ainda irritada e então deixara a amiga sozinha.

Esta observava a companheira pisando fundo em direção ao quarto, com um pequeno sorriso de lado. Talvez se ela soubesse o porquê seu capitão fora encontrado pela marinha, tivesse uma opinião diferente.

Quando já era noite, após o jantar, Nami havia acabado de se vestir depois do banho, quando alguém entrara no quarto, um tanto quanto cabisbaixo.

― Nami. ― Oh! Aquela voz! Durante todo o dia evitara ouvi-la. Ainda não tinha o perdoado por ter estragado seu aniversário.

― O que você quer? ― Perguntou permanecendo de costas para o moreninho enquanto estendia sua toalha na janela, de forma impaciente.

― Você ainda tá brava comigo? ― Ela sentira um tom de desânimo vindo daquela pergunta? Impossível.

― O que você acha, Luffy? ― Respondera com outra pergunta.

― Desculpa, Nami. Mas eu juro que eu não fiz nada! Eu só estava na loja e aí os marinheiros apareceram. ― Explicou afobado, tentando conseguir o perdão da amiga. ― Namiii. Olha pra mim. ― A voz infantil e manhosa do capitão se aproximara dela, o que a mesma só percebeu quando sentiu a mão segurando seu braço e puxando-a, fazendo-a se virar. Ele tinha um olhar de cachorro sem dono, realmente torcendo para que fosse desculpado.

― Foi isso mesmo que aconteceu ou você fez algo de idiota na loja? ― Cruzou os braços, encarando-o desconfiada, contudo, não havia mais irritação em sua voz.

― Foi! Eu juro! Acredita em mim, Nami! ― Fez bico. ― Eu acho que o homem que tava me atendendo me reconheceu e avisou à marinha. O Usopp viu ele no Den Den Mushi. ― Levou a mão direita à nuca, coçando a mesma.

― E por que vocês não saíram de lá antes deles chegarem, Luffy? ― Perguntou sentindo a irritação voltar, porém se esforçando para manter a calma.

― É que eu ainda não tinha comprado! Não podia sair de lá sem levar o que eu queria levar. ― Agora ele é que cruzara os braços, emburrado.

― E o que era tão importante assim para que você deixasse ser perseguido pela marinha?! Idiota! ― Voltara a se exaltar, mas a resposta do capitão não poderia ter deixado-a mais sem fala do que deixara.

― Seu presente. É seu aniversário, não é? A Robin me contou. ― Respondeu ainda de braços cruzados. Tinha uma expressão de certa seriedade.

Somente após alguns minutos é que a garota conseguira esboçar alguma reação.

― Luffy... Você... Você estava comprando um presente para mim? ― O arrependimento em sua voz era visível e sua expressão se tornara muito mais calma. O moreninho, por sua vez, agora descruzara os braços e abrira um sorriso.

― Sim. Aqui. ― Enfiara a mão no bolso esquerdo e então levantara a mão que segurava a corrente dourada. Um pingente em forma de gota, igualmente dourado, se encontrava em seu centro. Era incrível como uma joia tão simples podia também ser algo tão lindo e delicado. - Não te entreguei antes porque toda vez que eu ia falar com você, você virava as costas e não me deixava explicar. E não deu tempo de embrulhar. Assim que eu paguei, os marinheiros chegaram. ― Explicou fazendo careta.

No entanto, aquilo parecia não importar para a navegadora. Um sorriso afetuoso e gentil surgiu nos lábios da mesma e logo em seguida, sem nem mesmo perceber, ela abraçou o Chapéu de Palha, como se estivesse se desculpando por ter sido tão precipitada ao acusá-lo sem saber o que realmente havia acontecido.

Luffy demorara algum tempo para entender o que aquilo queria dizer e devolver o abraço, mas o fez assim que compreendeu a gratidão e o pedido de desculpas.

― Obrigada. ― Nami agradeceu após desvencilhar-se do abraço. Luffy entregou a corrente.

― Por nada. Shishishishishi. ― Soltou sua risada costumeira, abrindo mais uma vez aquele sorriso que só ele sabia dar.

Assim que terminou de encaixar o feixe da pequena corrente, a navegadora voltou a encarar o capitão.

― O que você acha de me acompanhar no bolo de laranja que o Sanji-kun fez para mim, hoje a tarde? ― Ofereceu gentilmente e imediatamente pôde perceber um olhar estático do companheiro, preocupado. ― O que foi? ― E a resposta veio logo em seguida, quando sentiu a mão gelada do mesmo em sua testa.

― Você tá bem, Nami? Tá doente? Quer que eu chame o Chopper? ― Questionava esbaforido, fazendo-a rolar os olhos.

― Não, Luffy. Não estou doente, estou apenas te oferecendo um pedaço do meu bolo.

― Tem certeza? ― Olhou desconfiado.

A garota respirou fundo, para não voltar a perder a paciência, o que não deu muito certo.

― Tenho, Luffy! Vai querer o bolo ou não? ― Perguntou cruzando os braços novamente, impaciente.

― Claro que vou! ― E riu mais uma vez, saindo do quarto à saltos, como uma criança ao saber que irá ganhar seu doce preferido.

A ruiva, por sua vez, não tinha como permanecer irritada por mais tempo. Aquele era seu capitão idiota. Adorava irritá-la, mesmo que sem querer na maioria das vezes, e pouco depois derretia seu coração com seu jeito único de ser. Fazia-a sorrir como se o mundo se tornasse um lugar melhor somente por saber que ele existia.

Afinal de contas, ao contrário do que ela vivia dizendo em seus momentos de raiva, ele era seu raio de Sol e sempre iluminava seus dias.


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Notas finais do capítulo

Estou voltando aos poucos, então me perdoem por estar atrasada com as outras fics. -_-
Até mais! :)