Witch Hunt escrita por Nymphadora


Capítulo 2
Witch Hunt - Sad End


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou nitidamente menor que o primeiro, mas avisei isso. Não fiquei tão satisfeuta com o resultado, mas não consegui reescrever nada :')



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Seus olhos estavam inchados. Vermelhos de tanto chorar. Seu rosto estava banhado pelas lágrimas que caíam incondicionalmente. As palavras estavam travadas em sua garganta. Quando finalmente conseguiam sair, não imitiam som nenhum além de baixos soluços. Se sentia destruída por completo.

Tentava se soltar, não tão desesperadamente como antes, mas ainda tentava se soltar. O roçar de sua pele nas amarras a machucava. Seus braços estavam dormentes e cheios de marcas roxas por onde tinha cordas a amarrando na cruz.

O vestido branco que usava estava desgastado. Cheio de lama. Era notável vários rasgos nele. Aquilo a entristeceu. Era um dos vestidos que sua mãe havia deixado para ela.

Antes de ser colocada naquela cruz, foi jogada em frente a mesma. As pessoas lhe aturavam pedras. Outros a agrediam com galhos e alguns até mesmo a chicoteavam. Era uma humilhação completa.

Ergueu a cabeça para cima. O sol estava começando a se tornar poente, queimando o céu que agora já predominava uma tonalidade alaranjada. Voltou a olhar para baixo. Respirou fundo, logo voltando a chorar em silêncio até chegar ao ponto de nenhuma lágrima cair, logo começaram a secar em sua bochecha.

"Como você pode pensar nisso?" Se perguntava mentalmente enquanto observava discretamente Gakupo. O mesmo estava com o olhar abaixado, de modo que a sua franja cobrisse o seu olhar. Mas as lágrimas finas que caíam de seus olhos não escaparam dos olhos da bruxa.

— Silêncio, silêncio! — Escutou uma voz aguda no meio da multidão. — Hoje, seremos livres de mais uma dessas criaturas horrendas! — Era uma freira, ou talvez noviça, com longos cabelos azulados. Percebeu que ela tinha apontado para si. — Ela ousou tentar conquistar o nosso príncipe com a sua magia negra! — Com o braço direito, ela puxou Gakupo para ficar do seu lado. Este, ainda olhava para o chão.

Luka estava em dúvida se ficaria um pouco feliz ao perceber que seu amado estava entristecido ao ver a sua morte de camarote. Se perguntou se ele estaria sentindo seu coração começar a ser espremido.

— Como somos piedosos, permitiremos que ela tenha as suas últimas palavras! — Afirmou a freira, se aproximando ameaçadoramente de Luka com queixo erguido. Ela não a olhou com raiva, tampouco com ódio, mas a encarou pelo canto do olho com um arrependimento explícito. Mas a católica ignorou completamente a sua dor. — O que tens a dizer, monstro?!

Respirou fundo novamente. Ergueu a cabeça novamente para ver o céu queimando. Abriu um pequeno sorriso entristecido ao perceber que aquele realmente seria o seu fim. Mas pelo menos veria a sua tão querida mãe de novo. Talvez no inferno, talvez paraíso. Não importa onde fosse, ela estaria feliz de pelo menos vê-la.

— Vocês são realmente um bando de inúteis. Suas almas são tão sujas quanto às suas mentiras! — Gritou, se debatendo com todas as forças na cruz novamente, mas foi um esforço em vão. — Acham que eu realmente faço algo ruim para estar aqui? — Perguntou, vendo todos darem as suas justificativas religiosas. — Se vocês consideram esse amor que eu senti e que ele sentiu... — Deu uma pausa, recuperando o fôlego perdido. — ENTÃO ACENDAM AS CHAMAS DO ÓDIO! — Gritou em plenos pulmões.

As pessoas começaram a vaiar. Ela, mesmo sem olhar, percebia que Gakupi não estava vaiando. Não conseguiu criar forças para erguer o olhar novamente, e começou a se perguntar o que ele estaria sentindo. Pela sua cabeça passou vários finais diferentes no qual ele se alarmava e interrompia tudo aquilo. Um final feliz, no qual eles ficariam juntos como ela várias sonhou desde que se conheceram.

A noviça atirou uma tocha na palha que estava embaixo da Cruz. Ela não demonstrou nenhuma reação desesperada. Respirou fundo mais uma vez e prendeu o ar em seus pulmões. Mordeu com toda a sua força seu lábio inferior e fechou os olhos já esperando pelo pior.

Foi tudo rápido demais. As chamas não tardavam em alcançar a sua pele clara. A jovem bruxa conseguia segurar boa parte de seus gritos de dor enquanto de debatia na tentativa de fazer parar de doer. Com o tempo, seu corpo carbonizado caiu no chão, e as pessoas ali aos poucos foram.

Menos uma.

Essa pessoa era o príncipe arrependido. Mesmo com Luka Megurine morta, seu coração ainda estava pesado. Se aproximou do corpo morto de sua amada e seus joelhos simplesmente p traíram, fazendo com que ele caísse no chão. Assim, abraçou o cadáver com todas as suas forças enquanto as lágrimas apenas engrossavam e os soluços aumentavam.

— Me perdoe, eu imploro! — Ele murmurava enquanto mordia os lábios. — Eu devia ter acreditado em você... Em suas palavras sempre sagazes... — O arrependimento juntamente da culpa o consumiam completamente. — Você era perfeita... E sempre será perfeita... — Choramingou.

Ele tentava encontrar alguém para culpar. Poderia muito bem estar culpando Miku por tê-lo convencido.

Mas no fundo,

Bem lá no fundo,

Ele sempre saberia que a culpa seria eternamente dele.

E apenas dele.

"Só porque você está certa, significa que você está correta"


Sad End


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Já estou começando a escrever o Happy End. Talvez eu acabe hoje, mas postarei amanhã – Se não for convencida, claro.