Melissa P.O.V

Eu ainda não estava acreditando que EU teria que me sentar do lado do TAYLOR WALFER!

A aula passou super rápido, pois a professora de História teve que resolver várias coisas na diretoria, não se sabe sobre o que. Essa professora é louca. Então como estava fora, a classe fez a maior bagunça.

Quando deu o sinal da troca de professores, todos os alunos se levantaram e foram para o corredor. Para passear. Normal isso. Deve acontecer em todas as escolas do mundo.

Também saí. Quanto mais longe do Walfer melhor. Camy veio correndo atrás de mim.

- HEY MELISSA! ME ESPERA PORRA! – Ela gritou.

- Se você parar de gritar, e por um minuto não querer estourar os tímpanos dos outros, eu espero. – Parei do lado da porta da classe.

- Engraçadinha. Adoro suas piadas sabia? ÓTIMAS.

- Estressada.

- Porque será que eu estou assim, não!?

- Não sei. Hey... Saca só... Aquele menino... Metaleiro estranho. – Disse olhando fixamente para o rosto do garoto, que estava no final do corredor. Sentado no chão. Sozinho. – Super estranho isso em.

- Como sabe que ele é metaleiro?

- HELLO! Olha a blusa dele sua monga. É do Metallica.

- E isso é heavy metal?

- Sei lá, panaca. Deve ser. Emo que não é... Nem funk que eu to sabendo.

Ele olhava pra mim intensamente. Não parava de olhar. Nem em um instante. Mas o que é que eu tinha? Vesti minha roupa ao contrario? Meu cabelo está com muito frizz?

Olhei para ele. Era bonitinho até. Branco, mas não fora do normal. Cabelos negros e curtinho, liso. Olhos castanhos muitos claros, quase amarelos, se fosse possível. E pelo que parece, era alto. Usava alargadores e tinha a boca carnuda.

Rapidamente desviei o olhar. Era muito estranho como ele me olhava, parecia estar me devorando. Medo total.

Fiquei olhando para meu all star, que estava desamarrado. Me abaixei para amarrar.

Fiquei em pé de novo e vi o Bruno se aproximando.

- Amiga, vamos em bora daqui!

- Por quê? – Camy se virou e viu Bruno se aproximando. – É agora que eu não saio daqui mesmo!

- Vamos sim Camilly Wonder! – Disse sentindo meu rosto queimar.

- Tá todo mundo com mania de ficar colorido em!

- Foda-se sua opinião. Vamos entrar logo.

Puxei Camy pelo braço e sai correndo para a classe (sim, a porta estava do nosso lado, mas como esta daí é lerda, poderia empacar a qual quer hora). Esbarrei em alguém e pisei no pé do próprio. Levantei minha cabeça e disse:

- Me desculpa! - Voltei a correr para meu lugar e joguei Camy no lugar dela. – Nunca mais... – Tinha dificuldades ao respirar – Me faça... Passar... – Ainda não respirava direito, sair voando de uma hora para outra, para evitar brigas, é difícil. – Por isso! Você tem água? Pelo amor de Deus, diga que sim!

- Não...

Fiquei totalmente desesperada e comecei a procurar água por todo canto da classe. Aquele metaleiro ainda me olhava. Ele sentava na ultima carteira, lá no fundão. Resolvi olhar pro meu lado e vi na lateral da mochila do Walfer, uma garrafa de água. Geladinha. E cheia. Não pensei duas vezes, peguei a garrafa e despejei-a na minha boca. AH COMO FOI BOM AQUILO! Caía um pouco de água na camiseta da escola, mas nem ligava. Estava quase terminando a água da garrafa do moleque quando ouvi uma voz:

- MAS O QUE É QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM A MINHA GARRAFA? TRASNSMITINDO GERMES? PODE ME DEVOLVER ESSA GARRAFA! AGORA! – Gritou Taylor.

Ele pegou a garrafa a força da minha mão. A garrafa escorregou da mão dele e sem querer ele derrubou o resto que tinha na garrafa nele.

- Então... O banho de germes foi gostoso? – Perguntei.

- Uma... Delicia. – Ele disse com calma e voou em cima de mim. Com o cabelo todo molhado e o óculos horrível dele quase caindo na minha cara, ele começou a tentar me dar tapas. Ele estava em cima de mim, mas ainda sim eu conseguia segurar as mãos deles.

- SAI DE CIMA DE MIM SEU LEITE AZEDO! – Gritei. Irritei-o mais ainda.

- AI MEU DEUS SOCORRO! – Ouvia gritos da Camy. Não tinha absolutamente ninguém na classe. Todo mundo estava no segundo andar. Provavelmente só havia eu, metaleiro estranho, Camy e Taylor. – VOCÊ! METALEIRO ESQUISITO! VEM AQUI ME AJUDAR, AGORA!

E nisso eu vi Taylor sendo retirado de cima de mim.

Camy estendeu a mão para me ajudar a levantar e eu apertei-a. Levantei-me.

- QUE ISSO NUNCA MAIS SE REPITA SENHORITA PICCOLI! DA PROXIMA VEZ VOCÊ VAI ESTAR LASCADA NA MINHA MÃO! – Ele gritava tentando se soltar do metaleiro.

- Que coisa feia Walfer. Bater em uma mulher? Tsc tsc tsc. Não será aceito e...

- Vai contar pro diretor, franguinha?

- Franguinha por quê?

- Porque sim. – Disse ele se soltando do metaleiro e saindo da sala.

- Nossa. Pessoas educadas assim não se vêem todo dia. – Eu disse – Muito obrigada. – Peguei uma toalha em minha mochila, enxuguei meu rosto e me sentei encolhida na cadeira.

O cara estranho foi pro lugar dele sem dizer uma única palavra.

- Ai amiga vamos sair! – Disse Camy.

- Por quê?

- Porque eu não quero ficar no mesmo ambiente que o metaleiro ali! – Cochichou Camy.

- Tá bom, vamos sair então. Mas só falo uma coisa. Se eu encontrar o Taylor de novo, acabo com a cara daquele menino! – Disse indo para a porta. Encontrei a professora de química. – Errr... Oi professora... Tudo bem com a senhora? – Disse tremendo.

- Calma Melissa. Eu te conheço. Não esta encrencada. Relaxa. Vim buscar vocês para irem ao laboratório. – Disse a professora simpática de química, Letícia.

- Já estão todos lá? – Camy pediu.

- Sim. Então vamos. Não precisa levar o material ok. Hoje nos vamos botar em pratica o que aprendemos aula passada.

- Nossa que legal! Vamos então. – Me empolguei.

O metaleiro, eu, Camy e a Letícia foram em direção ao laboratório. Era no segundo andar.