Taylor P.O.V

Depois da metade do dia mais estranho de toda a minha vida, fomos dormir. Eu e eu/Melissa não estávamos conseguindo dormir, mas depois a gente teve uma conversinha – normal – e consegui dormi.

Sabe, esse lance é bem estranho. Eu não estou gostando nada de ficar no corpo da Melissa. Não mesmo. Nem de ficar na casa da Melissa. É estranho ser uma garota! Elas têm cabelos compridos e dão muito calor... Sem tirar esses pés delicados de mais... E todas essas frescurinhas! E sem esquecer que nem dá pra eu dormir mais de bruços, porque machuca meus seios... Nunca pensei que diria isso, fato.

E nem vai dar mais pra eu ficar sem camisa quando estiver muito calor! E sem esquecer que eu vou ter que aprender a usar sutiã... Vai ser o terror esse tempo em que vamos ficar de corpos trocados.

Acordei com alguém me chacoalhando. Abri os olhos e vi tudo embaçado. Cocei os olhos. Vi-me chacoalhando e me chamando:

- Hey Taylor, acorda aí, vamos comer alguma coisa, porque eu estou com fome e já anoiteceu! – Disse eu/Melissa.

- Já anoiteceu...? Que horas são? – Eu disse, e foi super estranho uma voz fina sair das minhas cordas vocais.

- Já são 20h47min, agente dormiu para caramba! Levanta aí e vamos fazer um rango lá embaixo. – Mely/eu respondeu.

- “Rango”? – Perguntei.

- Tenho que me acostumar a usar essas gírias... – Respondeu.

Levantei-me, a luz estava acesa e todos estavam saindo do quarto. Fui pentear esse cabelo de arara-azul. Fui ao banheiro, lavei o rosto, tirei a água do joelho, – e foi uma experiência digamos que... HORRIVEL. – penteei o cabelo, e tentei prende-lo em duas marias-chiquinhas. Ficou meio estranho... Mas ficou legal.

Saí do banheiro e do quarto, e desci as escadas, fui pra cozinha e estavam todos sentados envolta da mesa, nas cadeiras.

- Vocês estão... Esperando alguém? – Perguntei.

- Você! É o único que sabe cozinhar aqui! – Bruno/Camy respondeu.

- Ixi, mas vocês forçam em! – Eu disse. - Mas beleza... É só pegar a macarronada do almoço... – Eu disse indo em direção a geladeira, abri-a. – Colocá-la em uma vasilha... – Peguei no armário, um vasilhame enorme, e coloquei o macarrão lá. – E colocar no microondas... – Coloquei o vasilhame no microondas e coloquei para aquecer o macarrão por um minuto. – E esperar esquentar!

- Voz da experiência! – Gritou Camy/Bruno.

- É rapaziada, não vai dar pra comer macarrão todo dia, sabiam? Eu só sei fazer macarrão... E ovo frito... – Eu disse.

- VERDADE CARA! Vamos morrer de fome... Sem contar que a gente não tem dinheiro pra comer pizza todo dia. – Eu/Melissa disse.

- E pessoal... Eu tenho algumas coisas a dizer... Porque se a gente vai ficar dias ou talvez semanas juntos na mesma casa, temos que ter algumas regras... Primeira: sem “troca de elogios”, porque brigar todo dia é muito feio. E isso soou meio gay. Segunda: temos que ajudar uns aos outros nesse momento difícil... Terceira: Não sei vocês, mas eu não vou namorar ninguém nem a pau! Erc, beijar homens... – Eu disse.

- Fato! Eu concordo... Eu também não vou ficar com ninguém. Até porque todas as meninas das quais o Taylor fica, são biscates! – Eu/Melissa disse com um cotovelo apoiado na mesa, e me olhou.

- Tá, eu não me ofendi... Agora... Vocês dois, concordam em seca total? – Pedi.

- Vai ser uma tortura! Mas eu concordo... AHH, MAS E O ALEX? – Pediu aos berros, Bruno/Camy.

- Eu também concordo. E o Alex que se foda, ele é um desgraçado! – Camy/Bruno falou.

Ficamos eu e eu/Mely trocando olhares arregalados por alguns instantes, enquanto Bruno/Camy olhava furiosamente Camy/Bruno.

- Tá, mas... CamybarraBruno... O que você sugere para fazer de almoço amanhã? – Perguntei. – Ah... Eu cansei de falar FulanobarraFulana, isso cansa de mais... Sem contar que se eu chegar à escola falando “OI EUBARRAMELY!” vai ser meio estranho...

- Meio? Rá! Totalmente. E é só você que fala FulanobarraFulana...Tá... Eu também falo... – Disse Mely. Tá vendo? Estou me acostumando.

- Então tá combinado. As regras, todo mundo vai seguir! E boa. E Bruno, você não me respondeu. – Eu disse.

- Eu não sei tá legal? E eu estou começando a surtar! Porque estamos de corpos trocados? E nem sabemos como e o porquê estamos assim! E nem temos o que comer mano! Sem contar que eu não vou poder pegar ninguém, isso é o Ó! – Bruno respondeu.

- É... Também tem o problema dos pitís consecutivos do Bruno. Mas é verdade cara... Como que eu vim parar no corpo da arara-azul? – Pedi. Olhei para Mely e ela estava me fuzilando com o olhar. – Desculpa... Força do habito.

- Eu acho que foi a pequena... Digamos... MACUMBA que o namorado estranho da Mely fez quando viu o Tay beijando ela... O que acham? – Bruno tentando entender a situação.

- Primeiro: o Luck não fez nenhuma macumba! Segundo: o meu namorado fez isso porque o seu amiguinho com cara de esquilo me beijou! Então o Luck teve toda a razão de quebrar o braço dele. – Melissa disse.

- É Mely... Mas ele não tinha nenhuma razão em jogar praga na gente... – Camy disse de cabeça baixa.

- Tá ok, tá ok! Mas então vocês acham que foram as palavras em Latim que ele disse que deixou a gente assim? – Perguntou Melissa.

- Não é melhor a gente ir a um centro de macumba pra arrumar isso? São os centros de macumba que tem aqueles pentagramas enormes desenhados no chão né... Ou isso é o inferno? Ah eu estou confuso... – Disse Bruno.

- BRUNOO, CALA A BOCAAA! – Melissa gritou. - Vocês realmente acham que foi o Luck que deixou a gente assim?

- É... – Eu, Camy e Bruno dissemos em coro.

- Então... Então tá bom... Segunda-feira a gente vai a algum lugar arrumar nossas vidas... Vamos comer então? – Pediu Melissa.

- Vamos. – Eu disse.

Eu e Mely colocamos a mesa e depois todos comemos em silencio. E isso foi bizarro. Eu não consigo almoçar ou jantar... Ou ao menos tomar café-da-manhã em silencio! Foi super bizarro.

Depois do jantar, Camy e Bruno subiram as escadas, pois não agüentaram o clima pesado... Sim, porque estava o maior silencio e a Mely meio triste.

Eu e Melissa ficamos na cozinha tomando refrigerante, e depois colocamos todos os pratos e talheres sujos dentro da pia.

- Olha Melissa... Não fica triste tá bom? A gente não queria te magoar... E nós só fomos sinceros... Você perguntou e a gente respondeu ok. Só o Bruno que é meio forinha... Mas não fica triste tá bom? – Perguntei.

- Tá bom. – Melissa disse e me abraçou. – Mas o que é “forinha”?

- Forinha do ar. – Respondi, e rimos. Soltei-a e subimos as escadas.

Entramos no quarto e Camy estava deitada (lê-se: jogada) no colchão de casal, brincando com um chaveiro de caveira. E Bruno estava enrolado – ou enrolada (?) HÁHÁ... - em uma coberta e bagunçando o cabelo.

- Tá tudo bem com a senhorita aqui viu... – Avisei. - Ou senhorito...? – Perguntei.

- Não sei. – Mely disse e riu. – Vou mexer um pouco no note... – Ela disse e sentou-se na cadeira a frente do computador.

Depois de um belo tempo sem fazer merda nenhuma, fomos tomar banho. Foi aquela bagunça.

Já sabe né? Era “eu quero tomar banho primeiro” pra cá e “eu quero tomar banho antes de você” pra lá. Enfim, a ordem foi à seguinte: Melissa, eu, Camy e Bruno.

Nem foi estranho tomar banho no corpo de uma garota... FOI SUPER ESTRANHO! Eu estava realmente perdido... E foi difícil lavar aquele cabelo cumprido... Só o cabelo? Foi estranho lavar tudo... O mais estranho foi que eu tive que sair só de calça e com uma toalha cobrindo meus seios – isso é estranho... – do banheiro, para pedir ajuda a Mely a colocar o sutiã... Aquele negócio incomoda pra caralho... Sem esquecer que colocar a blusa se alcinha foi uma experiência... Digamos que... Estranha... É, foi bizarra.

Mas depois disso, logo foi à vez de Camy, e depois a de Bruno.

Depois ficamos debaixo de cobertores, conversando até o sono bater.

E aí todos dormiram. Tive dificuldades para dormir sim, pois eu dormi demais a tarde e eu ESTAVA NO CORPO DE UMA GAROTA. E acho que os mesmos fatos estavam incomodando a Mely.

- Hey, Mely, psiu... – Eu sussurrei cutucando Mely. – Hey gatinho... Acorda aí! – Eu disse e não contive o riso, ri baixinho.

Ela se virou, mas eu não conseguia vê-la – ou vê-lo... - direito, por causa da escuridão total.

- Oi? – Ela perguntou.

- Você está conseguindo dormir? – Perguntei também.

- Não... E você também não, por isso me acordou hm... – Ela disse e rimos baixinho.

- Eu preciso te falar uma coisa...

- Então fala.

- Ah, eu não... Ah, eu não consigo falar... Eu não estou em condições, estou no corpo de uma garota... Olha... Err, amanhã eu te falo... Tá bom? Tenta dormir aí... – Eu disse.

- Tá bom... E isso foi meio estranho... Mas beleza. Boa noite e durma bem. – Ela disse e se encolheu embaixo do cobertor.

Eu ia fazer a pior coisa da minha vida cara... Foi totalmente impulsivo... Eu não pensei nas conseqüências... Mas amanhã... Amanhã eu vou tomar coragem e vou falar o que eu sinto... Não importa se seja estranho ou não... Eu só sei que eu vou dizer.

Virei-me e cai no sono.

***

Despertei com uma musica do McFly tocando. Aliás, minha musica preferida – Do ya. Lembrei-me que eu coloquei meu celular para despertar todo domingo às 10h30min, que é pra eu acordar meio cedo para fazer lição de casa e depois dormir à tarde. É uma mania velha e boba, confesso.

Travei meu celular que estava do lado do colchão, e voltei a me deitar. Minha vida está corrida demais para eu me preocupar em fazer tarefas de casa!

- Que porra é essa que estava tocando...? – Perguntou Mely sonolenta, depois de se virar para mim e abrir um pouco os olhos.

- Era meu despertador... Estava tocando McFly.

- Ah tá... Mas que horas são? – Pediu Mely, coçando a cabeça.

- 10h30min. – Respondi.

- Ah... Vamos levantar então. – Ela disse.

Depois levantamos, acordamos Camy e Bruno, e foi uma bagunça da porra até todos estarem com as bexigas vazias, de roupas trocadas e os rostos lavados.

Descemos para tomar o café-da-manhã – que foram torradas com requeijão, e suco de laranja. – e depois ficamos decidindo o que comeríamos no almoço e no jantar.

Bom, o resultado foi que todos comeríamos macarrão instantâneo, ovo-frito ou salsicha. Adolescentes inconseqüentes são essas coisas né...

 O almoço foi legal... A Mely fez uma gororoba estranha misturando uns par de macarrões aí... Mas ficou bom! E com o almoço “refinado” tomamos um refrigerante meio paraguation e barato... Mas enfim, estava bom também.

 No resto da tarde, ficamos fazendo todas as tarefas de casa que tínhamos, e alguns trabalhos que são somente pra mês que vem. Decidimos também em qual ordem iríamos nos arrumar amanhã, para ir à escola. Seria simples: enquanto Mely toma banho no banheiro de visitas, eu tomo banho no quarto dela. E depois do meu banho, Bruno entra no banheiro de Mely e se arruma, e Camy entra no banheiro de visitas. É simples sim... E depois teríamos que ser rápidos ao nos arrumar e tal... Mas tudo bem.

No jantar, comemos a mesma coisa que comemos no almoço, mas como eu disse... Estava gostoso!

E agora, todos estão dormindo, menos eu, É CLARO. Cara, vai demorar pro meu sono voltar ao normal...

Mas então, me lembrei que eu ainda teria uma coisa a falar... Uma coisa a falar a Mely.

O bom de não conseguir dormir, é que a Mely também não anda conseguindo dormir esses dias... Então a acordei.

- Hey Mely... Acorda aí... – Eu sussurrei.

- Eu já estou acordada. – Ela disse e abriu os olhos.

- Nossa... Não consigo te ver direito... Mas tá bom. Levanta aí. – Eu disse me sentando.

- Tá... – Ela disse em um tom “que estranho...” e se sentou de frente para mim.

- Lembra a coisa que eu queria te dizer madrugada passada? – Pedi.

- Lembro, - Ela respondeu - que é que tem? – Perguntou.

- Então... Lá vai...: eu te amo. – Eu disse, e gelei. Cara, eu disse isso mesmo...

Ela parecia congelada, como eu estava. Mas logo ela voltou ao normal, e começou a se aproximar de mim, lentamente.

Nossos rostos estavam próximos, quase dava para sentir o hálito de pasta de dente dela adentrando minhas narinas. Ela me beijou de leve. Ela... Ela... Ela me beijou! Ela realmente me beijou!

- Err, desculpe-me! – Ela se desculpou e voltou a se deitar rapidamente.

Fiquei parado ali por alguns segundos, lembrando o quanto foi especial aquele beijo. Tá, foi estranho beijar eu mesmo... Mas cara, só de sentir nossos lábios se tocando... Foi incrível.

Voltei a me deitar e fiquei pensando em como eu consegui amar Mely... Como ela conseguiu me beijar. Nós sempre nos odiamos! Sempre... Com exceção do finalzinho de semana que no qual foi legal até demais... Que eu a salvei... E eu acho que foi aí que eu percebi que eu estava apaixonado por Mely... Raiva? Não, nunca senti, só fingia. Nem Bruno sabe dos meus sentimentos por ela, e olha que ele é meu melhor amigo.

E na sexta-feira? O beijo foi forçado porque dizer “eu te amo” para uma garota que estava namorando é meio difícil, não acham?

Foi realmente estranho beijá-la com ela se rebatendo... Mas foi até que legalzinho...

Mas esse beijo que ela me deu? Foi mágico! Ela me beijou porque ela quis... Ela... Ela me beijou e eu... Eu quero mais... Eu... É melhor eu dormir.

***

Acordamos com o despertador do celular da Mely, que digamos... É MUITO IRRITANTE. Com muito esforço, eu me levantei, e fui pro chuveiro.

Tomei banho – ainda não me acostumei a tomar banho no corpo de uma garota... – e me troquei, colocando uma roupa que Mely escolhera – claro, é o corpo dela... – e pedi para Camy secar meu cabelo. Digo da Mely...

Ela deixou bem legal; meio arrepiado atrás e lisinho e arrumado na frente. Curti!

Depois eu tive que arrumar o meu cabelo, e Mely não gostou nada disso... Eu só o arrumei como eu sempre faço! Penteado porem bagunçado.

O cabelo da Camy que ficou legal cara! E ela passando pomada no cabelo foi de mais! A cara do Bruno foi hilária. Ele não gosta que arrumem o cabelo dele... Fato. Mas ele arrumou o dele sim. Direitos iguais! Mas ele não fez nada de diferente não... Só o cabelo normal dele.

Depois de estarmos todos prontos, fomos tomar café-da-manhã na cozinha. Eu ainda estava arrumando minhas coisas, e Mely também. Enquanto isso Camy e Bruno desceram as escadas para já irem aprontando as torradas.

E aí, eu e Mely ficamos a sós no quarto.

- Melissa, por ontem... – Eu disse.

- Me desculpa! Eu... Eu não deveria ter feito aquilo e... Sei lá... Eu só quero que você não fale mais nisso e não conte para ninguém. – Ela me interrompeu.

- Tá bom, mas eu posso te pedir uma coisa? – Perguntei.

- Pode. – Ela respondeu.

- Me dá mais um beijo? – Pedi. Eu me aproximei mais dela, mesmo sem a minha pergunta respondida. Bom, eu não iria pegar na cintura DE UM GAROTO NÉ! Pior: de mim mesmo... Não, eu fui mais pela “regra” da garota e segurei o rosto de Mely com minhas duas mãos.

Acho que ela pensou a mesma coisa que eu, e passou os braços em minha cintura.

Ela se aproximou mais ainda de mim e eu fechei os olhos, e abri um pouco a boca.

E ela começou a me beijar, e dessa vez um beijo normal. Um beijo perfeito, digamos. Não tão perfeito, pois perfeição não existe... Mas se existisse... Sei lá, eu amei muito o jeito do qual nossas bocas se encaixavam perfeitamente e nossas línguas dançavam ao ritmo das batidas de nossos corações, que batiam aceleradamente, e pelo silencio que reinava no recinto, quase dava para ouvi-los pularem.

Ouvimos um grito de Camy, que nos apressava. E pela voz grossa, ficou meio assustadora a ameaça...

Ela parou de me beijar, se afastou e disse de meio cabisbaixa:

- Então... Vamos logo... Antes que a Camy produza um chilique lá em baixo... – Pegou a minha mochila, pendurou em um ombro só e saiu do quarto.

Peguei a bolsa dela – que agora seria minha... – pendurei em um ombro só como ela, saí do quarto e desci as escadas atrás dela.

Tomamos o café-da-manhã, felizes e alegres, e Mely nem parecia tão arrependida do que havia feito. Claro que Camy perguntou o porquê da demora. Aí Mely olhou pra mim com um olhar de “me ajuda!” depois disse “err... a gente ainda não tinha arrumado o nosso material” e a Camy acreditou... E o Bruno também. Como sei disso? Porque eles até disseram “pessoas mais lerdas que vocês não existem...”.

Depois subimos para escovar os dentes – e foi uma ótima bagunça! – depois descemos as escadas novamente, saímos de casa, Mely trancou a porta e guardou a chave na bolsa, e logo depois fomos andando até a escola. Não estávamos perdendo hora, e eu nem sei como disso... Mas tudo bem.

Chegamos à escola, e logo pegamos um lugar na grama verde e gelada da escola. Ficamos conversando e rindo, na boa, e isso causou muitos olhares e comentários direcionados a nós. Claro que todos dessa escola sabem que nós nos odiamos, então foi meio que um choque para as pessoas nos verem rindo e conversando sem brigas.

Logo o sinal bateu. Esperamos a maioria entrar na escola para entrarmos. Entramos, e no meio do corredor, as pernas da Mely não estavam mais agüentando andar naquele corredor que não tem fim... Então aproveitei que agora eu estou no corpo de uma garota, e pulei de cavalinho em Mely. E por incrível que pareça ela me levou até a classe assim. Claro que com muitos palavrões, pragas, xingamentos e palavras feias... Mas ela me levou.

Chegamos à classe e todos já estavam lá, inclusive a professora de Português.

Todos comentaram que foi uma mudança radical eu, mely, camy e bruno estarmos nos falando tão normalmente e sem brigas, até a professora.

E foi assim que agente teve a aula: normal. Ou não... Mely me olhava um pouco de canto de olho às vezes...

E se querem saber? Não, o Luck macumbeiro psicopata não veio! Também não era nem louco de vir pra escola! Moleque da desgraça... E sem contar que se ele viesse, eu ia arregaçar com a cara desse insano, e sem contar que eu ia jogar na cara dele que eu beijei a Mely, e ela curtiu.