Camilli P.O.V

Dormi bem noite passada. Dormi bem mesmo. Tanto que quando o despertador do meu celular tocou The End – Simple Plan, eu só despertei quando estava no meio da música.

Fiquei com a parte “It's not so bad, it's not the end” na cabeça e assim fui tomar banho.

Fiquei, acho, que meia hora lá.

“- Porcaria, será mais um dia normal! Não... Hoje vai ser diferente... Vou pelo menos... Ficar com alguém... Convidar para ir ao cinema...” – Pensei enquanto secava meu cabelo com o meu secador louco, que fazia um barulho horroroso e toda hora mudava do quente para o frio.

Coloquei uma roupa super simples: uma blusa regata preta, escrito “I Love Simple Plan, and you?” na cor branca, uma calça jeans velha que estava no fundo do meu guarda roupa, e meu all star roxo, que ganhei ontem.

Arrumei meu cabelo do jeito que só eu sei fazer e só eu faço.

Fui pra cozinha e encontrei Pablo lá.

- Oi, bom dia! – Ele disse fazendo nosso café da manhã.

- Pão de forma com manteiga e café? – Perguntei com um sorriso no rosto.

- Pão sem a casca! – Ele me sorriu de volta.

- Só você mesmo Pablo. – Eu disse, sorri, e me sentei-me à mesa para tomar o café.

- Tá feliz hoje? Ou tá triste? – Perguntou ele.

- Não sabe definir minha face, rá! Palhaço. – Eu disse e ri. – Ah, hoje estou com um pressentimento ruim! – Respondi-o.

- Que pressentimento ruim? Você sabe de alguma coisa? – Perguntou ele mais uma vez. Uma não, duas.

- É que semana passada eu ouvi o Taylor falar que de qual quer jeito ele iria beijar Mely... E o porquê eu não sei... Eles se odeiam... Mas aí eu contei pra Mely esses dias atrás e ela não acreditou! E talvez o moleque faça essa merda hoje... Porque se não me engano, hoje é sexta, certo?

- Certo. E... Nossa! Ela não acreditou por quê?

- Ela disse bem assim: “ele não vai fazer isso, porque eu tenho namorado e ele me odeia!”. Mas... É isso. Sem comentar nada com ninguém. O assunto morre aqui. Vamos logo escovar os dentes que daqui a pouco a Mely está aqui me chamando.

- Tá. – Ele disse simplesmente, levantou da mesa e fomos ao banheiro escovar os dentes. Na verdade, ele foi ao banheiro do quarto dele, e eu fui ao banheiro normal. Porque meu quarto não é suíte igual o dele. Minha mãe é malvada, beijos.

Escovamos os dentes e ouvi a campainha tocar. É Mely.

Desci as escadas correndo e abri a porta:

- Estamos atrasados? – Perguntei.

- Não, agora temos vinte minutos para chegarmos à escola. – Mely respondeu olhando no relógio do pulso.

- UHUL! – Gritei e dei um soco no ar. – Somos raios. – Olhei para Mely sorrindo e com empolgação.

Depois dessa pequena cena idiota... Pegamos o caminho da escola, falando sobre o show da bandinha de pagode que teve ontem perto da casa da Mely e não a deixou dormir.

Eu não estava ouvindo porra nenhuma, até porque eu fiquei enfurnada no meu quarto. O dia todo.

Atravessando uma rua, eu vi Taylor cara-de-esquilo e Bruno retardado-cara-de-drogado. Ou mais fácil: Bruno-emo-colorido.

Ah que raiva do Taylor, vai agarrar minha amiga. Esse boi horroroso, ele vai... Vai agarrar minha amiguinha! E ela, tonta, não acredita.

Depois de um tempo discutindo qual é o mais gay, Bruno ou Taylor, chegamos à escola.

E foi empate. Claro, os dois devem ter um caso... Sei lá.

Melissa logo encontrou Luck e fomos esperar o sinal tocar, sentados na grama verdinha da escola: Pablo, amigo lindo do Pablo, Luck e Mely.

- Hey amigo do Pablo, qual o seu nome?

- Alex. - O garoto branquinho de cabelos castanhos escuros caídos nos olhos, respondeu. - E o seu? – Pediu.

- É Camilly. – Eu respondi. – Quer ir ao shopping ou cinema hoje comigo, se pá?

- Ah... Tá bom. Me passa seu e-mail e celular pra gente acertar tudo certinho ok? – Ele pediu.

- Tá bom. – Eu respondi com um sorriso no rosto.

Trocamos nossos e-mails e telefones, e ficamos conversando sobre diversos assuntos.

Descobri que ele é do signo Aquário, que a banda preferida dele é My Chemical Romance, que ele já teve um hamster chamado Jeff, e que o quarto dele tem um pôster enorme do Simple Plan. É... Eu fiquei com inveja.

Mas pensando bem, vários pôsteres valem por um gigante, certo? Hehe.

E aí bateu o sinal.

Levantamos-nos da grama e fomos em direção a sala.

Andamos e andamos até a porra da minha sala – que fazia a questão de ser a ultima do corredor enorme da escola – com Mely, Luck e Alex.

Mely e Luck entraram na sala, e cada um sentou em seu lugar. A classe estava quase cheia, mas a professora ainda não havia chegado.

Então eu e Alex ficamos conversando na porta da classe.

- Mas hey, sua classe não é a mesma do Pablo, lá em cima, no segundo andar? – Eu perguntei. Sim, porque ele nos acompanhou até aqui, mas a classe do segundo ano é no segundo andar!

- É sim. – Ele respondeu. – Mas é que eu quis te acompanhar até aqui. Até porque a primeira aula é a aula de Português, e aquela professora sempre se atrasa.

- Ah, então tá bom. – Eu disse e sorri. – Tu é bem legal, sabia?

- Não sabia, mas obrigado. – Ele respondeu com um sorriso lindo no rosto, e depois riu. Eu também ri.

Eu estava encostada na parede, e ele na minha frente, com um braço também encostado na parede.

Ele se aproximou para me beijar, e quando eu já havia fechado os olhos...

- Sem putaria na escola, meu! – Eu ouvi a voz de Bruno gritar.

Olhei para o lado e ele estava lá, parado na frente da classe. Rindo como um idiota, com a mochila pendurada em um braço só.

Depois ele entrou na classe e não o vi mais.

Virei-me novamente para Alex.

- Quem é? – Ele perguntou sorrindo.

- Um idiota. Bruno Bittencourt, o cara mais retardado do mundo. Erc, odeio ele. – Eu respondi e fiz uma careta. Ele riu.

- Acho que já ouvi falar dele. Dizem que ele é legal.

- Legal? Não sei aonde! Muito chato ele.

- Se você diz. Mas então... A sua professora já deve estar vindo, e a minha também já deve ter chegado à classe. Vou indo ok? Até a Ed. Física na terceira aula! Tchau. – Ele disse, me deu um selinho, depois foi até as escadas e subiu.

Depois do selinho corei um pouco, olhei para o lado e a chata da professora de História estava vindo do fundo do corredor. Fundo não, porque fundo é onde fica essa maldita classe. Do começo, a professora de História estava vindo do começo do corredor.

Entrei na classe andando meio rápido, me sentei no meu lugar que era ao lado do moleque mais tonto do mundo, peguei meu estojo e meu caderno, e esperei a professora chegar.

- Quem era aquele cara que estava quase te beijando? – Ouvi a voz irritante de o Bruno perguntar.

Virei-me para ele e respondi:

- Não te interessa! E porque te interessaria?

- Porque sim! Eu quero saber ué! – Ele respondeu como se fosse algum parente meu que quer satisfações pra tudo que eu faço.

- Você é muito curioso, Bittencourt. Você é um tonto. – Eu comentei e me virei para o outro lado, para conversar com a Mely. – Oi!

- Oi Camy! – Mely me cumprimentou - Err, mas então, o que rolou com você e o Alex? – Ela pediu.

- A gente só ficou conversando lá na frente e depois ele veio me beijar... Mas aí o filho da mãe do Bruno chegou e atrapalhou. – Respondi.

- Pra ela você conta né, incrível! – Eu ouvi Bruno reclamar no meu ouvido. Virei-me e ele estava em pé na cadeira, inclinado a mim. Depois ele me deu um tapa na cabeça.

Que horror agredir uma dama! Achei muito errado. Levantei-me, fiquei em pé a cadeira como ele, e vi que ele é um tiquinho mais alto que eu. Também dei um tapa na cabeça dele e disse:

- Me dá mais um tapa e meto-lhe a mão na fuça!

Dito e feito! Ele me deu mais um tapa na cabeça, e fiquei muito irritada. Dei um tapa no rosto dele, que até fez barulho e deixou a marca da minha mão no rosto dele.

- Outch! Doeu minha mão. – Comentei olhando minha mão que ficara vermelha depois do tapa.

Desci da cadeira quando vi que a professora estava se aproximando, e me sentei, como se nada tivesse acontecido.

Bruno ainda estava de pé, sem se conformar que tinha apanhado de uma garota. Depois de um tempo com a mão no rosto, ele desceu e também se sentou na cadeira.

- Peguem suas apostilas que a aula vai começar. – A professora chata de História disse e a aula começou.

É, foi muito chato ouvir a dona falando e falando. E o Bruno também falava e falava no meu ouvido sem parar! Ele falava que eu não podia sair com o Alex, que ele é mais velho e não sei o que! VÉI, ESSE MOLEQUE NASCEU SÓ PRA ME INFERNIZAR, ELE É A PRAGA QUE FODE COM A MINHA VIDA!

- Porque hoje você acordou se importando comigo? – Perguntei olhando pra ele, quando a aula de História já havia acabado, e a professora de Português não havia chegado.

- O que? Eu me importando com você? Ah vá Wonder... Eu só... Eu... Err... Eu... Ah, tchau. – Ele disse e se levantou do lugar dele, indo em direção a porta para sair pro corredor.

Virei-me pra Mely, pra conversar... Err, de novo:

- O Bruno tá estranho hoje. ERRR, HOJE? Esse moleque tá estranho todo dia... – Eu disse.

- Jura? E o Taylor? Putz, ele tá pior que cego em tiroteio na matéria, e ainda por cima fica falando coisas estranhas... Se eu não o conhecesse eu ia achar que ele tá com ciúmes de mim e do Luck. – Comentou Mely.

- Mas ele TÁ com ciúmes de você e do Luck! Ele não gosta do namoro de vocês dois, nunca percebeu? – Perguntei.

- Ele não está com ciúmes. E você tá ficando louca. – Melissa disse.

- Hey, Camy! Tem um retardado querendo falar com você. – Eu ouvi a voz do Bruno falar. Olhei pro lado, e ele estava apontando para a porta com o dedão.

- Já volto. – Eu disse à Mely, me levantei e fui em direção a porta, pensando que se é um retardado querendo falar comigo, é meu irmão.

Saí da classe e não vi ninguém. Depois senti uma mão me puxando para o lado, dei um breve grito e quase caí em cima do endivido que me puxou.

- Ai! Seu all star é lindo, mas o de baixo é meu! – Eu olhei pra cima e vi Alex dizendo.

- Ah, eu não posso fazer nada, você me puxou e eu quase caí em cima de você. – Eu disse, ri, e saí de cima dos pés dele. – Mas então, o que te trás aqui? Sua classe é lá em cima. – Apontei o dedo indicador para o teto.

- Eu sei, eu sei. – Ele riu. – Mas é que eu estou sem professor e eu estava afim de te ver.

- Sem professor?

- É! O professor de Ciências faltou e não avisou a diretoria, e agora a gente tá sem professor substituto. E se pá seu irmão tá descendo aqui pra ver o que a gente tá fazendo. – Ele respondeu.

- Verdade... E eu nem sei como o meu irmão meio tonto fez um amigo aqui. E nem sei como você agüenta ser amigo dele! Mas... Ele é meio legal, né?

- É sim. E falando do próprio... – Ele disse olhando por cima do meu ombro.

Senti duas mãos em cima dos meus ombros e um grito:

- E AÍ IRMÃSINHA! – Pablo fez questão em gritar no meu ouvido e me chacoalhar.

Fiz uma careta.

- Ai moleque! Vai gritar na puta que pariu! – Eu reclamei.

- HAHA, desculpa. – Pablo disse, e me abraçou.

Retribui o abraço com muito mau gosto e mostrando a língua, e Alex riu.

Soltei-me do Pablo.

- Mas então senhor Alex, o que você estava fazendo aqui com a minha irmã, antes de mim? – Pablo perguntou.

- Tava pegando ela! – Alex reclamou e riu, e eu também ri.

- Que foi? – Perguntei ao meu irmão, que não tinha achado graça.

- Nada! – Ele disse e fez um bico.

- Ohh que fofo, ele tá com ciúmes! – Eu exclamei e o abracei. – Gente, minha professora tá chegando... Então tchau. – Eu disse, me soltei de Pablo, dei um beijo na bochecha de cada um e entrei na sala.

Encontrei Bruno parado ao lado da carteira dele, com os braços cruzados e me olhando feio.

O ignorei, e sentei em meu lugar. Percebi que ele ainda estava em pé. Levante-me do meu lugar e resolvi confrontá-lo:

- O que foi agora moleque problemático?

- Quem é Pablo? – Ele perguntou ainda bravo.

- VOCÊ TÁ QUERENDO SABER DE MAIS DA MINHA VIDA GAROTO! – Eu gritei. – Pablo é meu irmão, por quê? Vai implicar com ele também? Tonto. – Me sentei no meu lugar novamente. Ele sentou logo em seguida.

A professora Letícia logo chegou e tivemos uma aula normal, sem Bruno me enchendo o saco, sem professora falando coisas sem noção, e sem Taylor gritando.

Logo a aula acabou. Só porque estava legal. E agora vem a aula de Ed. Física, que é junto com a sala do meu irmão. Ah que bom né? Agüentar meu irmão e o Alex rindo como loucos ao meu lado. Ah, vai ser uma vergonha...

O professor de Ed. Física chegou e então fomos para a quadra.

Eu sentei em um cantinho isolado lá no fim da arquibancada, com meu mp3, esperando que aqueles dois loucos não me notem e me deixei ouvir Simple Plan em paz.

Eu abracei meus joelhos e coloquei meu queixo em cima deles, com a costa encostada na parede, ouvindo Save You.

Até deu pra ouvir a música toda, mas aí quando começou uma das minhas musicas preferidas – Happy Together – eu senti alguém me chacoalhar pelos joelhos.

Tirei um fone do ouvido, e levantei a cabeça para ver quem era.

- Oi! – Alex disse empolgado e se sentou ao meu lado. – Daqui a pouco o Pablo vem. Ou não. Hoje tem vôlei né? Ele nem curte... Então daqui alguns minutos ele tá aqui.

- Tanto faz, ele não gosta de ouvir Simple Plan mesmo. – Eu disse.

- Ah, você está ouvindo Simple Plan? – Ele perguntou.

- Estou.

- Me dá um fone? – Ele pediu. Peguei o fone do qual eu tirei para ouvi-lo falar, e dei pra ele. – Obrigado. – Ele agradeceu e colocou o fone no ouvido. – Tem My Chemical Romance? Happy Together é meio animada de mais.

- Tem... Espera só um pouquinho. – Eu respondi, mudei de música e vi que a próxima era do My Chemical Romance mesmo. A música era The Sharpest Lives.

- Minha musica preferida! – Ele exclamou.

E a aula de Ed. Física se resumiu nisso: eu e Alex ouvindo mp3.

Depois de um tempo Pablo apareceu e começamos a conversar normalmente.

Depois veio o intervalo, que ocorreu tudo normal. Tirando o fato de que Taylor e Bruno olhavam feio para o nosso grupinho. Sim, porque estávamos eu, Alex, Mely, Luck e Pablo sentados em uma mesa que desde ano passado era minha e da Melissa.

Depois que o intervalo acabou, fomos para a classe, e as duas ultimas aulas foram completamente estranhas. A professora deixou eu me sentar ao lado de Mely, mas ela queria se sentar com Luck... E aí eu tive que me sentar com o Guilherme. E Taylor e Bruno sentaram-se juntos, é claro. Eles dois se sentaram atrás de mim e de Guilherme, e ficavam dizendo que “ia ser na saída” e só. E foram duas aulas assim, porque as últimas duas aulas eram de Arte.

E então o sinal bateu, estourando os tímpanos de todos. Eu não havia terminado de copiar tudo da lousa, e Luck também não. Mely estava sem paciência, e não nos esperou. Então ela guardou o material e foi logo andando. Taylor e Bruno também.

Depois vi Luck saindo da classe, terminei de copiar tudo correndo e com uma letra horrível, guardei meu material rápido, e saí correndo em direção a Mely, Luck e os idiotas.

Não achei nenhum dos quatro, então resolvi virar a esquina esquerda da escola, já que a direita ia pra minha casa. Pra minha, pra casa do Taylor, pra da Mely... Enfim, já deu pra entender.

Virei à esquina e vi uma coisa que eu já esperava, mas não esperava VER.

Mely beijando Taylor. Ou melhor, Taylor beijando Mely. Não! Taylor AGARRANDO a Mely. Sim, porque a Melissa se rebatia sem parar, e ainda fazia um careta, enquanto Taylor cara-de-esquilo passava suas mãos pela cintura da minha amiga.

Vi Bruno ali perto, fazendo uma dancinha. É, ele fez parte do plano maligno.

E o pior de tudo é que eu vi Luck se aproximando.

- MEELY, NÃAAAAAAAAO! – Eu gritei. Tá bom, isso foi idiota, mas eu não sabia o que fazer nem o que falar!

Larguei minha mochila no chão e saí correndo quando vi que Luck se aproximava mais rápido, e com uma expressão facial não muito agradável. Bruno também se aproximava dos dois.

- Ai meu Deus, o que tá acontecendo aqui? – Eu perguntei e não obtive resposta.

Taylor largou Mely, que olhou para Luck se desculpando.

Acho que o Luck gostou daquilo muito não... Ele começou a balbuciar coisas em uma língua SUPER estranha, e acho que era Latim.

Ele saiu andando muito bravo e Mely começara a chorar.

- Tá vendo o que você fez Taylor? Seu filho da puta! – Eu disse e levantei a mão para meter-lhe um tapa, mas senti alguém segurar meu pulso. Olhei para trás e era Alex.

- Sem baixaria. Vamos Camy, vamos embora daqui. – Ele me disse.

Voltei para o lugar da onde eu havia deixado minha mochila. A peguei, coloquei nas costas e abracei Mely pelos ombros:

- Vamos Mely... Depois você liga pro Luck pra se desculpar, ok? Ele vai entender perfeitamente, porque o Taylor é um idiota. – Eu disse a consolando.

Depois fomos pra minha casa: eu, Pablo, Alex e Mely.

Eu e Mely ficamos no meu quarto, comendo chocolate em cima da minha cama, enquanto Mely ainda chorava um pouco e tentava ligar para o Luck, coisa que da qual não obteve muito sucesso.

Eu não agüento mais comer tanto chocolate, pelo amor de Deus. Olhei para o lado e vi a maçaneta girar.

A porta abriu. Era Alex, e com um sorriso, perguntou:

- Oi... Como vão as garotas mais lindinhas do mundo?

- Não muito bem... Eu não agüento mais comer chocolate e o Luck não atende o celular. – Eu respondi.

- Ah... – Ele disse entrando no quarto. Mas olha, eu e a Camy estávamos combinando de ir ao cinema... – Ele chegou ao lado da Mely. – Mas se você quiser ir, pode ir! O Pablo também irá. Com certeza o Luck desligou o celular, por isso não atende.

- É! E você precisa esfriar a cabeça, Mely! E eu sair da rotina... – Eu disse me levantando da cama. – Vamos Melissa! Hoje é sexta! A gente toma banho, e eu te empresto uma roupa legal! Vamos Mely... Vai ser legal!

- Tá bom... Mas eu escolho o filme... – Ela disse sem animação.

- Uhul! Então vai tomar banho que eu vou ver uma roupa pra você usar. – Eu disse empurrando-a para fora do meu quarto, em direção ao banheiro. – A toalha está em cima de uma mesinha ok? Não demora, beijos! – Eu disse e voltei ao quarto.

- Era pra sermos só nós dois. – Alex disse triste.

- No cinema? Era sim. Mas não dá Alex... Minha melhor amiga está muito triste, e eu não iria ao cinema sem peso na consciência. – Eu falei.

- Eu entendo. Mas um dia nós vamos sozinhos? Só nós dois? – Ele perguntou.

- Sim, mas não hoje.

- Então tá. – Ele disse, colocou as mãos em minha cintura e me beijou.

Eu realmente não esperava isso. Mas logo depois eu correspondi o beijo e foi muito bom.

Nossas línguas entravam em uma sintonia perfeita e nossas bocas se encaixavam maravilhosamente.

Comecei com a ponta dos dedos no pescoço dele, e logo depois a mão toda. E depois comecei a brincar com seu cabelo.

- Tá, chega. Eu tenho que pegar a roupa da Mely. – Eu disse logo depois que me separei dele.

- Ahh! – Alex disse decepcionado.

Depois eu escolhi uma roupa linda pra minha amiga: uma blusa preta, um casaco verde com listras pretas, uma saia preta, e um cinto verde claro.

Logo depois eu fui tomar banho, e coloquei uma roupa simples: uma blusa preta também, só que com uma caveira branca estampada na frente, uma calça jeans super escura, e meu all star que cano longo laranja.

Depois os meninos se arrumaram e nós fomos para o cinema.

O filme que Mely escolheu era de comédia. Foi super legal e todos gostaram.

No meio do filme Alex começou a me beijar, e eu perdi uma parte do filme. Tá, mas eu gostei.

Depois que o filme acabou Alex foi pra casa dele, e Mely dormiu em casa.

Coloquei o colchão da minha cama no chão, e peguei um colchão que eu guardava em meu quarto só pra Mely dormir quando ela ia em casa.

Ficamos comendo pizza e bebendo refrigerante. Depois escovamos os dentes e dormimos.

Eu não consegui dormir muito, eu estava com um pressentimento ruim, de novo, como de manhã.

Algo de ruim vai acontecer... Pode crer. Eu estou com um pouco de medo sim. Não sei se vai acontecer comigo, ou com Mely... Sei lá! Mas algo vai acontecer.