Doce Atração escrita por Arthur Araujo
Aproveito para ler porque se antes eu já não conseguia dormir, agora meu estado não melhorou. Gosto da historia que Harper Lee escreveu, pois mesmo que exista casos como o que ele exemplificou no mundo, não é desta maneira, não tão fácil nem tão dura. Eu gosto de outras realidades. Assumo que nos últimos tempos eu tenho fugido demais.
O avião pousa, observo o sol recém-nascido em uma cidade diferente, ainda não são cinco horas, fico sentada esperando a Meri chegar.
Paro de fazer nada e começo a procurar o rosto da minha irmã entre as pessoas que vão chegando, reconheço seu cabelo mal penteado e sua cara de sono, aceno e ela faz de volta. Corro até ela puxando mala ao meu lado.
⁃ Irmãzinha!
⁃ Desculpa, eu não queria acordar você a essa hora.
⁃ Sem problemas.
Solto-a do abraço, observo seu rosto, ela parece estranha.
⁃ Tudo bem? - Pergunto.
⁃ Sim.
⁃ Você está mentindo.
⁃ Só não me entregue para a mamãe. - America diz relembrando nossas brincadeiras de infância.
⁃ O que teve? Problemas com o Theo?
⁃ Sim. E você com o Peter, né?
⁃ Mais ou menos.
Rio.
⁃ Tenho um remédio ótimo para isso.
Ela se vira e abre a bolsa, parece procurar alguma coisa.
⁃ Achei.
Ela ergue o cartão de crédito para mim.
⁃ De quem é isso?
⁃ Do Theo.
⁃ Ele vai matar você.
⁃ Não é a primeira vez que ele vai me perdoar por isso.
⁃ Eu tenho que encontrar o Nolan.
⁃ Isso pode esperar.
Tento relutar mais ela insiste.
É estranho entrar no caso da América, diferente do Peter o Theodore não tem motorista, se tiver parece que minha irmã levou esse cargo também.
⁃ para onde quer ir?
⁃ Você que conhece Nova Iorque, eu sou de Seattle, Garota.
America ri e arruma o cabelo.
⁃ você terminou de assistir Gossip Girl?
⁃ Com certeza e infelizmente sim.
Estamos longe de janeiro mas podemos para alguns pontos.
⁃ Sim, mas isso tudo as cinco da manhã?
⁃ Não, a gente vai ir para casa primeiro.
A casa é incrível, nunca achei que chegaria em uma rua quase vazia em Manhattan. São casas incríveis com quase um quilômetro de distância da outra.
⁃ que avanço... Sair da...
⁃ Cala boca, não ousa falar onde eu morei em voz alta.
⁃ Para vir parar aqui. Eu admirei você ter aberto mão do dinheiro da mãe para ter um novo começo sozinha em uma cidade grande.
⁃ Eu sei que você iria preferir Upper West Side, mas para mim ficar aqui é maravilhoso.
⁃ Você vai mesmo ficar lembrando o meu vicio de Gossip Girl esses dias todos?
⁃ Tá, prometo parar... Oh Nate, o Nate é tão lindooo.
Fecho a cara para ela.
⁃ Oh o Chuck é tão incrível.
⁃ Julie, você sabe que eu não gosto mais do tipo do Chuck, ainda mais depois do que aconteceu.
⁃ Não é porque seu ex traiu você que os outros caras iram fazer. o Josh era um lixo, você fez bem em ter se livrado dele, se alguém faz algo errado, talvez só ela possa fazer de novo.
⁃ Então você não tem medo que o Peter...
⁃ Isso é algo comum, sentir medo é natural, não quer dizer que ele nunca tenha feito nada de errado, pelo menos que eu me lembre não, mas o que me assusta não é o Peter e sim que eu não imaginava que o Gustin tivesse feito isso por tanto tempo.
Ela para o carro, observo a grande mansão de maneira e vidro, o design cúbico e as formas geométricas. Respiro fundo.
⁃ então onde está essa outra mulher?
⁃ Eu espero que no Céu.
America fica corada.
⁃ como assim?
⁃ Ela morreu a alguns anos atrás.
Seus olhos se arregalam, ela consegue concluir sozinha mas ainda sim ela revolve perguntar:
⁃ então essa criança não tem país?
⁃ Exatamente. Eu tenho que encontrá-lo e ajudá-lo.
Abro a porta, e puxo a mala comigo, tem uma garagem que parece mais o estacionamento de um shopping. Entramos para trás da casa, America desce do carro, e corre para me acompanhar, subimos uma pequena rampa e ela abre a porta de vidro. Estamos na cozinha. É simples, alguns armários de madeira clara, uma mesmo centro, cadeiras altas, fogões cooktop e um sugar cilíndrico de níveis de altura diferente.
⁃ O quarto fica lá em cima tem uma escada por aqui.
Tem dois caminhos, um que parece dar para sala de jantar e uma porta que leva para uma escada espiral.
Em cima tem um corredor, farias portas, America segue na frente e abre uma delas, é um quarto braço e bem iluminado pela parte de vidro da parede, uma cama e um guarda-roupa, uma Televisão na parede, e uma suíte.
⁃ Se precisar de alguma coisa eu estou lá embaixo.
– Me responde uma coisa?
– Diga.
– Se você terminasse com o Theo o que você seria dele?
– Acho que secretaria.
Abaixou os olhos e começo a desarrumar a mala, ela continua me olhar.
– Porque?
– Se eu e o Peter terminamos, bem, acho que não vamos ser nada.
Deixo a roupas num cabide dentro do guarda-roupa, mesmo só planejando ficar três dias aqui gosto de que tudo fique em seu lugar.
Caminho para o banheiro, e acendo a luz, é um cômodo claro, uma pia de mármore circular me lembra levemente os chafarizes de Paris, a torneira alta e automática, assim que passo a mão debaixo elas saem molhadas.
Lavo o rosto, e arrumo o cabelo, tento me preparar psicologicamente para assistir o resto dos vídeos que o Gustin gravou para mim assim que eu sair do banheiro, tiro a roupa e entro no Box, meu pensamente encontra o Peter, lembro de quando dividimos a banheiras a poucos dias atrás, sinto falta dele mesmo que não estejamos tão longe.
A água não demora a esquentar, minha pele arde com o calor, mas com tempo me acostumo com a temperatura. Desligo o chuveiro, seco-me e visto uma roupa preta comum e um casaco branco, me sinto ridícula.
Pego o notebook e ligo-o, digito a senha e sinto novamente uma dor ver minha foto com o Gustin no bloqueio. Vou para pasta e algo outro vídeo, os primeiros minutos ele esta no banheiro e só faz chorar, a dor que sinto não passa.
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