Emma encarava Regina, esperando por uma resposta. A morena puxou ela pela mão, caminhando na direção do seu carro, sem proferir nenhuma palavra.

— Regina!

— Vai dar ouvidos para um lunático?

— Quando você foge do assunto, sim é claro.

— Ele queria plantar a semente da dúvida em você – Regina entrou no carro, Emma emburrada acabou entrando no lado do carona. – E claramente conseguiu!

— Deve ser porque você não ajuda!

— Eu odeio quando você dúvida dos meus sentimentos por você.

— E eu odeio quando você menospreza meus questionamentos.

— Quer brincar disso? Tudo bem, eu topo. Odeio sua insegurança.

— Tenho motivos para ser assim, qual a sua desculpa?

As duas já estavam se alterando, tanto no tom de voz, quanto nos gestos que faziam. Regina deu partida no carro, tentando ignorar a loira ao seu lado.

— Odeio não saber ao certo o que você sente por mim. – Emma falou, após alguns minutos de silêncio.

— Você falou que esperaria por mim, não falar, não significa não sentir.

— Eu falei. E estou esperando, é só o que eu faço, esperar por você.

— Você também foge dos assuntos que não te interessam falar, não pode me cobrar nada.

— Que assunto que eu fujo?

— A palavra filhos, te lembra algo?

— Eu falei no assunto.

— Emma eu te conheço muito bem, você não quer ter filhos. – Regina olhou para os olhos verdes da loira, que desviou do olhar. – Viu? Eu sei.

— Eu não posso ser mãe. Esqueceu que eu não tive pais? Que tipo de mãe eu seria? – Emma gritou, com lágrimas nos olhos. - Uma criança merece melhor do que eu. – Falou baixinho, como se tivesse vergonha de admitir isso.

Regina estacionou o carro na beira da estrada, olhou no fundo dos olhos de Emma e falou.

— Você seria uma mãe excelente. Pois é a pessoa mais generosa e amável que eu conheço. Você é carinhosa, atenciosa e tem um coração enorme. Tem todas as qualidades de uma boa mãe, e eu estaria ao seu lado em cada passo, seriamos uma família.

Regina falou com tanta convicção, que Emma não aguentou mais, e caiu em um choro compulsivo. Sendo amparada por Regina, que soltou o cinto de segurança e abraçou sua loira fortemente, fazendo círculos carinhosos nas costas dela, enquanto murmurava uma música.

https://www.youtube.com/watch?t=64&v=dg4ag2gxBX4

Listen Baby

Ain't no mountain high

Ain't no valley low

Ain't no river wide enough baby

If you need me, call me

No matter where you are

No matter how far

Don't worry baby

Just call my name

I'll be there in a hurry

You don't have to worry

Cause baby

There ain't no mountain high enough

Aint no valley low enough

Aint no river wide enough

To keep me from getting to you, babe

Remember the day

I set you free

I told you could always count on me darling

From that day on, I made a vow

I'll be there when you want me

Someway, somehow

Cause baby

Ain't no mountain high enough

Ain't no valley low enough

Ain't no river wide enough

To keep me from getting to you, babe

Oh no darling

No wind, no rain

All winter's cold

Can't stop me baby

No no baby

Cause you are my goal

If your ever in trouble

I'll be there on the double

Just send for me

Oh baby!

My love is alive

Way down in my heart

Although we are miles apart

If you ever need a helping hand

I'll be there on the double

Just as fast as I can

Don't you know that there

Ain't no mountain high enough

Ain't no valley low enough

Ain't no river wide enough

To keep me from getting to you babe

Emma aos poucos foi se acalmando, a morena secou as lágrimas que estavam no rosto dela, e com todo o cuidado e carinho lhe beijou a testa. Regina voltou a dirigir, enquanto prestava atenção na estrada, pensava que ainda teria muitos problemas com a loira, no quesito filhos. Já Emma olhava para fora pela janela, ainda pensando em tudo que estava lhe incomodando. Era evidente que Regina não abriria mão da maternidade, como poderiam continuar juntas assim? Não queria e não teria filhos, isso estava fora de questão.

O resto do caminho até Storybrooke foi feito em silêncio, quando a morena estacionou na frente da mansão, estranhou alguns carros por ali. Regina desceu e foi surpreendida por um abraço apertado de Ruby.

— Regina seja bem-vinda. – Ruby falou alegremente. – Vem, estão lhe esperando.

Regina levantou uma sobrancelha, e olhou em volta do jardim, parecia algum tipo de recepção. Era só o que faltava, ter uma festa em casa, ela só queria descansar da viagem exaustiva que teve. Emma se aproximou, encarando Ruby de cima a baixo.

— O que está acontecendo aqui? – A loira questionou, não gostando nenhum um pouco da presença de uma das ex-amantes de Regina.

— Uma festa. – Ruby continuou falando animada. – Killian que organizou, para receber vocês de volta, algo sobre compensar por não ter apoiado essa viagem de vocês.

— Ele não precisava fazer isso. – Emma murmurou envergonhada, odiava festas e ainda mais uma organizada pelo futuro ex-namorado. – Eu queria só me deitar.

— Somos duas. – Regina reclamou. – Mas vamos logo, assim terminamos o mais rápido possível com esse circo todo.

— As duas são muito sem graça, tem que saber aproveitar os momentos da vida, festas são divertidas. – Ruby falou em tom de reprovação, não conseguia entender quem não apreciava uma boa festa.

— Ruby, eu aproveito os momentos da vida, mas uma festa era a última coisa que eu gostaria no momento. Para variar, Killian foi um exagerado. Duvido muito que a Mamãe concordou com isso. – Regina falou descontente.

— Ela nem sabia, acho que ele queria surpreender a todos. Ouvi ela reclamando para a minha mãe. Bom vamos logo, eu quero aproveitar a festa que vocês não desejam estar. Parecem um casal de velhas!

Ruby entrou na mansão, deixando Regina e Emma paradas no mesmo lugar. A loira puxou Regina pela mão.

— E agora? O que faremos?

— Meu anjo, iremos socializar e depois resolvemos nossas pendências. – Regina apertou a mão de Emma, soltando em seguida, pois ouviu a porta da frente sendo aberta.

Killian correu até elas, pegando Emma em um abraço e a girando com ele. Emma surpresa pelo gesto, retribuiu o abraço meio sem jeito. Quando foi se afastar do namorado, ele a beijou com vontade, fazendo ela se entregar ao momento. A loira queria se esconder em um buraco, pois tudo que não precisava era ser beijada desta forma na frente de Regina. Regina forçou uma tosse, para interromper o momento saudades de seu irmão, lançando um olhar nada amigável para a loira.

— Killian, desnecessário essa palhaçada toda. – A morena falou irritada.

Emma não sabia se ela falava da festa ou do beijo, provavelmente era dos dois. Ainda envergonhada por ter correspondido ao beijo, olhou para Regina como um pedido de desculpas.

— Irmãzinha, deixa de ser chata. Tenho que comemorar a volta de duas, das três mulheres da minha vida. – Killian era a felicidade em pessoa, estava radiante com a volta da namorada, queria fazer tudo certo para eles progredirem no namoro.

— Killian, a viagem foi cansativa, eu e a sua irmã só queríamos descansar. – Emma falou tranquilamente, quando ouviu a voz de sua sogra.

— Eu também achei uma péssima ideia. – Cora olhou para Emma, e depois foi abraçar Regina. – Filha, antes de tudo, me acompanhe até o escritório, temos assuntos urgentes e sérios para serem tratados.

Regina olhou para sua mãe, concordando com a cabeça, depois olhou para a loira, que tinha uma expressão ansiosa.

— Claro, Mamãe. Eu quero lidar com isso o mais rápido possível.