Regina e Emma olhavam em choque para Cora, que tinha uma expressão nada feliz em seu rosto. As duas nem se moveram, continuavam no mesmo lugar. Emma sem a blusa, em cima da mesa, enquanto Regina estava no meio das suas pernas, sem saber o que fazer.

— Emma, eu preferia que você se vestisse. Minha filha pode não se importar com uma vestimenta adequada aqui no jornal, mas eu me importo.

Regina parecendo sair do seu transe, rapidamente pegou a blusa de Emma, que estava jogada no chão, entregando para a loira. Ficou na frente dela, tentando pateticamente não deixar sua mãe ver mais do que já tinha visto.

— Regina, acho que já é muito tarde para tentar preservar a garota. – Cora falou com desdém, indo sentar na cadeira de Regina.

Emma terminou de vestir sua blusa e desceu da mesa, ficando ao lado de Regina. Ambas olhavam para Cora com expectativa, não se atreviam a proferir nenhuma palavra, apenas aguardavam.

— Bom, já que as duas perderam a capacidade da fala. Eu tenho que dizer que não estou surpresa. Foi por isso que usei a minha chave na sala, eu já esperava pegar as duas juntas. Claro, que não imaginei tão juntas como estavam quando cheguei. Vocês perderam a noção do perigo e do juízo!

— Mamãe...

— Eu não terminei, fique quieta e me ouça com muita atenção. Eu conheço meus filhos com a palma da minha mão. Muitas vezes, nem você mesma sabe o que está sentindo, e eu já sei Regina. Eu acompanhei sua aversão a namorada do seu irmão, que passou para tolerância, depois tornou-se algo a mais. Eu vi a mudança em seus olhos, eles nunca mentem. E eu realmente sinto muito, em não poder concordar com a relação de vocês. Vocês erraram feio, nunca deveriam ter feito isso pelas costas de Killian. O seu irmão mais novo, Regina.- Cora desviou o olhar da morena para a loira. - E Emma, mesmo não sendo apaixonada por ele, não deveria ter traído ele desta forma tão feia. Ele não merecia isso, de nenhuma das duas, ele confia e ama tanto vocês que essa possibilidade nunca passou pela cabeça dele.

Emma e Regina estavam com os olhos marejados. Cora respirou fundo, e continuou.

— Eu sinceramente não queria estar nesta posição. Mas eu não posso escolher entre você e seu irmão. Eu sei que muitas vezes parece que eu prefiro ele a você, mas isso não é verdade. Você não precisa muito de mim, sempre foi independente e focada no trabalho. Enquanto Killian sempre foi mais agarrado em mim, e toda mãe gosta deste tipo de dependência.

Regina deixava algumas lágrimas caírem, sempre quis ouvir de sua mãe que ela não preferia seu irmão, e agora era o momento mais inoportuno para isso acontecer.

— Cora... – Emma tentou, mas foi interrompida.

— Eu não quero ouvir Emma. Com a minha filha, eu sou obrigada a tentar entender, mas com você não.

— Mamãe...

— Regina, não ouse tentar defender ela, ou eu juro que vou perder o resto de paciência que me restou.

— Me desculpe, mas eu não vou deixar ninguém ofender Emma, nem mesmo a senhora.

— Era só o que me faltava! Primeiro, que eu não vou ofender ninguém. E segundo, você está realmente disposta a brigar com a sua família, por causa de um rabo de saia?

— A senhora falou que não iria ofender ninguém, por favor Mamãe...

Cora encarou sua filha por longos segundos.

— Vocês têm duas alternativas!

— Que seriam? – Regina questionou com medo da resposta, entrelaçou sua mão na de Emma, que prontamente fez o mesmo.

— Vocês podem terminar tudo, ou contar a verdade para Killian! Mas já aviso, que nunca terão minha aprovação. E Emma, você morreu para mim!

Regina apertou forte a mão de Emma, sabia o quanto a loira gostava de sua mãe, isso era a pior coisa que ela poderia ouvir dela. Cora levantou, e quando chegou na porta, virou para elas e ordenou.

— Vocês têm o tempo dessa maldita viagem para decidir, na volta eu quero uma solução. Ah, e a propósito Emma, você está demitida, só ficara no jornal até o termino do seu contrato.

E com isso, Cora saiu da sala. Deixando Emma aos prantos, que rapidamente foi abraçada por Regina.

— Ei, meu anjo, nós vamos dar um jeito! – Falou afagando os cabelos loiros. – Logo tudo isso vai ficar no passado!

— Sua mãe me odeia, isso não vai ficar no passado. Seu irmão vai nos odiar, e eu não quero ser o motivo de seu afastamento da sua família. Eu sei o quanto eles são importantes para você. – Emma falou fungando. – Eu só queria ser feliz com você, apenas isso!

— Olha para mim. – Regina esperou até a loira olhar, e continuou. – Nós vamos ser muito felizes, eu vou me certificar disso! Quanto a minha família, você também faz parte dela. E assim como minha mãe não pode escolher entre eu e meu irmão, eu também não vou escolher eles ao invés de você. Eu não sei mais viver sem você, e nem quero aprender!

Emma olhou no fundo dos olhos de sua amada, ela falou com tanta convicção, que a loira só podia confiar.

— Eu acredito em você!

Regina sorriu e selou seus lábios em um beijo cheio de carinho. Quando precisaram de ar, uniram suas testas, como sempre faziam e adoravam.

— Eu acho melhor esquecermos todos os problemas por enquanto, e focarmos nesse fim de semana maravilhoso que temos pela frente. O que me diz?

— Para você eu sempre digo sim!

— Fico feliz em ouvir isso. Vou me lembrar disso, hein?

— Boba...

— Sua boba!

— Sim, minha. Minha boba adorável!

— Vamos encerrar o expediente...

— Eu não quero voltar para mansão!

— Meu anjo, nossa viagem é amanhã de manhã!

— Podemos ir logo?

Regina parou para pensar. Voltar para a mansão, seria uma tortura para Emma, e Regina não ficava muito feliz com isso também. Foi até sua mesa, checou alguns e-mails e fez uma ligação. Depois que encerrou, voltou a encarar sua amada, que esperava com expectativas.

— Consegui mudar nossas reservas para hoje de noite, podemos ir sim. Você já tinha preparado sua mala, não é?

— Sim, está no meu quarto.

— Ótimo, eu vou pedir para o motorista nos trazer a sua e a minha bagagem. Assim iremos direto daqui mesmo.

— Obrigada! – Emma foi até Regina, sentando em seu colo, e lhe dando um beijo de tirar o fôlego.

— Para ser beijada assim, vou realizar todos os seus pedidos.

— Você sabe quebrar um clima, não sabe?

— Sempre!