—Antes de mais nada eu quero que você saiba que pode confiar em mim. – Charles encarou a morena intensamente, um olhar tão profundo e sincero que ela vira apenas em uma pessoa.

—Você não estaria aqui no meu território e mais não pediria um encontro comigo se você fosse A Charlie, você estaria escondido e teria matado os agentes. – Rachel rolou os olhos e o outro gargalhou. – Você tem o olhar da sua irmã, então eu sei que posso confiar em você

—Parece com A. – Brincou. – Bom eu ainda não sei ao certo quem é, desconfio de uma pessoa que pode ser a mesma que você desconfia.

—Sim, acredito que seja. Essa pessoa tem uma ligação com a B?

—Acredito que sim...

—O que eu não entendo, porque ele estaria atrás das meninas?

—Porque elas são amigas das minhas irmãs, então ele vai tentar destruí-las por vingança.

—Vocês tiraram a pessoa que eu mais amava então eu tiro as pessoas que você mais ama e todos que estão em volta delas.

—Mais ou menos isso. O problema é que ele não sabe bem o que aconteceu naquela noite. Não sabe quem fez o que.

—Eu sei disso.

—Rachel, eu também quero te agradecer por tudo o que você tem feito pelo Jason e as minhas irmãs. Não sabe o quanto significa para mim.

—Eu sei, acredite, eu sei.Você vai encontrá-los, não vai?

—É cedo ainda, eu morro de saudades da Char, tenho uma vontade imensa de reencontrar o Jason e mais ainda de conhecer e me desculpar com a Ali, mas preciso me manter nas sombras por enquanto pelo menos ate pegar aquele desgraçado. Obrigado por não ter contado nada  a Charlotte, ela precisa manter o foco, acho que nos encontrarmos agora poderia trazer problemas para ela. Eu só não falei com a polícia de Rosewood porque não confio neles, mas pretendo falar com a sua superior ela precisa saber o que está acontecendo e acho que eu sou a pessoa mais indicada a falar com ela.

— Ninguém confia na policia de Rosewood. – Os dois gargalharam – Assim ela vai saber que você está do nosso lado.

—Sim, eu quis ficar no Radley porque eu sabia que seja quem for que está fazendo isso provavelmente é de lá.

—Essa é a teoria da Ali , das meninas e minha. Imaginei que depois de anos de internação você estaria melhor.

—Sim, eu estou, eu fingi não estar para ficar de olho.

—Eu acredito em você. – Charles sorriu e abraçou forte a baixinha. – As meninas estão correndo perigo aqui? – Perguntou preocupada.

—Não com toda a proteção que você tem garantido para elas, mas não sei Rach, cada lugar que elas vão meu coração quase sai da boca, eu tenho medo só em pensar que ele pode ter vindo atrás delas de alguma forma.

—Acredite, eu sei, eu tenho uma irmã que precisa de escolta policial.

—Pois é, você é bem como a Lotte descreveu, adorei te conhecer, sabia?

—Eu também gostei muito de te conhecer.

—Bem, você me acompanharia ate a sede?

—Claro, a Holly vai querer mesmo conversar contigo Charles.

Depois de algumas horas na piscina o grupo dispersou, a maioria voltou para o hotel Rachel, Santana,  Charlotte, Aria, Mike e Alison foram para casa, Charles foi para o hotel onde se hospedara e Noah assim como Brittany foram para suas casas tomar banho trocar de roupa e se preparar para a noite, Charles pegaria o voo de volta a Rosewood naquela noite, ele não tinha com que se preocupar e Holly lhe garantira que ele também teria proteção policial.

Rachel entrou em casa e encontrou suas irmãs assim como Ali, Aria e Mike conversando animadamente na sala.

—Finalmente Hobbit, que demora. – Santana bufou. – Será que a gente pode ter uma conversa?

—Claro, eu tive que resolver uns problemas Santy, visto que minha folga começa hoje eu precisava resolver umas coisas, agora estou definitivamente livre.

As gêmeas subiram as escadas em direção ao quarto de Santana, sentaram na cama e Santana suspirou longamente antes de começar a falar.

— Antes de mais nada eu quero dizer que jamais gostaria de te decepcionar .

—Santy, você não me decepciona, é sobre a conversa com a Britt?

—Por incrível que pareça, não, a gente meio que se entendeu, reatamos a amizade. – Sorriu fraco. – Na verdade é sobre outra coisa.

—San, vai direto ao ponto. – Rachel riu e a latina se aproximou um pouco mais.

—Bom, você conhece as festas do Puck, certo?

—Sim, cheias de bebidas. – Santana assentiu.

—Rae, você... – Puxou o ar o mais fundo que conseguia. – Você me autoriza a beber esta noite? Eu estou precisando, as últimas semanas principalmente depois de toda a revelação sobre a minha mãe e o nosso pai, eu fiquei devastada e eu não sei se eu sou forte para aguentar isso sóbria, foi tanta coisa acontecendo nos últimos meses que eu não sei como eu consegui suportar tudo isso. Mas eu queria essa noite esquecer, pelo menos uma noite, entende?

—Sim, eu entendo e autorizo, com uma condição – Santana  assentiu, ela faria qualquer coisa para não decepcionar completamente sua irmã. – Se você passar completamente do limite eu vou te parar.

—Tudo bem, eu concordo.

—Santy, você jamais me decepcionaria, e eu estou muito orgulhosa por você ter pedido minha autorização.

—Eu quero te dar orgulho Rach, eu não quero que você pense que eu sou uma mimada e egoísta.

—Não penso isso, faz um bom tempo que eu não penso isso!

—O Finn disse que eu só moro aqui por caridade sua! – Rachel não aguentou e caiu na gargalhada. – O que?

—Santana, eu não acredito que depois de todo este tempo você vai dar ouvidos ao Finn, logo ao Finn! Santy, ele faz isso pra te atingir, ele acredita naquele cérebro de ervilha dele que é por sua causa que eu não estou mais com ele, que você me transformou! – Rachel revirou os olhos. – Fala sério, eu sempre quis você morando comigo, tanto que um dos motivos para pedir a minha emancipação foi você, já te expliquei isso, eu queria que você morasse comigo, sempre quis então eu me preparei para te receber quando viesse, se eu estivesse te acolhendo por obrigação acha que teria um quarto todo montado te esperando? – Santana negou com a cabeça. – Pois é, eu queria que você se sentisse em casa tanto que me dediquei ao seu quarto deixei ele do jeito que você gostava, eu não iria te receber com um quarto vazio, você não se sentiria bem vinda e acolhida se fosse assim.

—Eu to muito mole, nem me reconheço mais. – Limpou as lágrimas que ela nem percebera ate começarem a cair.

—Você continua a mesma Santy, só está precisando lidar com muita coisa.

— É, é engraçado que mesmo com um monte de coisa acontecendo mesmo que eu tenha entrado como um furacão na sua vida nunca te vi desmoronar.

—Eu evito, não gosto de desmoronar na frente das pessoas mesmo que seja a minha irmã gêmea, eu tenho essa necessidade de me manter forte por todo mundo. É algo meu, ate a minha psicóloga já tentou me ajudar com isso, a Holly vive reclamando, mas não adianta, eu simplesmente não consigo.

—Você vai em psicóloga? – Perguntou surpresa.

—Sim, no meu trabalho é uma lei ir em psicólogo por tudo o que a gente tem que lidar pra não sair surtando e matando um monte de gente depois só por raiva. Acredite, já aconteceu isso! Mark foi um problema foi um dos motivos de terem tirado ele. – Santana bocejou – Desculpa, esse assunto é chato,

—Não é não, eu gosto de saber da sua vida. – Sorriu mas não conseguiu segurar o segundo bocejo.

—Depois vem me dizer que o assunto não é chato, bom eu preciso tomar meu banho.

—Rach, você acha que eu deveria ir a uma psicóloga?

—Você acha que precisa de uma? – Santana assentiu. – Então eu vou falar com a minha e ver se ela te indica alguém, certo?

—Certo! – Rachel beijou a testa da irmã e saiu do quarto seguindo para o seu e foi tomar um banho e se preparar para a noite mais aterrorizante da sua vida. Ela preferia enfrentar um psicopata louco por sangue a uma festa de escola.

Rachel saiu do chuveiro, vestiu uma calça jeans, uma camisa polo azul claro com o brasão do FBI no seio esquerdo e uma jaqueta jeans. Foi ate a mesinha de cabeceira, pegou o distintivo e uma pistola por garantia ela sabia que Quinn faria o mesmo e desceu ate a sala onde todos os amigos já a aguardavam.

—Kurt? Cedes? Não estou reclamando nem nada, mas o que vocês estão fazendo aqui?

—Bom como você mora mais perto do Puck achamos que poderíamos sair daqui juntos.

— Eles têm razão Rach! – Brittany saltou nos braços da amiga e deu um leve beijo em seu rosto – Eu senti tanto a sua falta. Você me perdoa? – Rachel encarou Santana antes de responder, a latina assentiu para ela que estampou um sorriso largo nos lábios.

—Claro que perdôo! – Os olhos percorreram todos na sala ate que encontrou quem ela procurava. – Britt eu já venho.

Caminhou ate o loiro ao lado de Ali e Charlotte meio perdido em meio a tantos adolescentes.

—Jason! – Chamou e deu um abraço apertado no rapaz! – Você tinha razão – Sussurrou em seu ouvido Jason levou alguns segundos para entender do que a baixinha falava ate que um sorriso enorme despontou em seus lábios.

—Isso merece uma comemoração! – Girou a pequena no ar – Com refrigerante! – Rachel gargalhou com o rapaz

— Ok Jason você sabe que eu te amo mas pode tirando as patas da minha garota! – Jason apenas revirou os olhos enquanto os outros riam do ciúmes de Quinn que enlaçou a morena na cintura e colou seus lábios de forma possessiva.

—Amor, não precisa disso, todos aqui sabem que nós somos um casal ou algo perto disso.

—Desculpa! – Quinn ficou vermelha e Rachel a abraçou de lado.

—Bom, como nós faremos? – Perguntou aos amigos confusos.

—Pensei que iríamos a pé. – Dani se posicionou.

—Ate porque é perto daqui Rach, não tem necessidade de gastar gasolina. – Santana avisou.

—A menos... – Ali encarou as amigos.

—A menos nada, nós não vamos pensar nisso! Eu me recuso a ficar com medo da minha sombra hoje, não Ali, não vai ter ninguém nos perseguindo ou algo parecido! – Spencer falou surpreendendo a todos e deixando Kurt, Mercedes e Dani completamente confusos com a explosão da garota.

—Eu concordo com ela! – Hanna falou. – Eu sei que aqui estamos seguros, pode ate ser que ele esteja aqui mas eu não sinto medo perto dos meninos , da Rachel e da Quinn, eu sei que podemos esquecer essa situação por uma noite pelo menos.

—Tudo bem, o que está acontecendo aqui? – Mercedes perguntou perplexa.

—Ah é que tem alguém atrás de nós na nossa cidade e por algum motivo ficam nos perseguindo e ameaçando. – Mona explicou resumidamente.

—Ah certo, bom, vamos a pé então? – Mercedes perguntou querendo encerrar logo aquele assunto.

—Acho que não tem problema. O que acha Quinnie?

—São duas quadras Rach, e nós estamos em um grupo enorme, alem de nós tem os meninos que podem ajudar caso alguma coisa aconteça, então acho que não há problema algum nós irmos caminhando e o Puck nos autorizou a colocar dois agentes na porta de entrada e dois nos fundos, então sei que ficará tudo bem.

—Certo!

O grupo saiu animado da casa das gêmeas e foram caminhando e conversando ate a casa de Puck, na esquina já conseguiam escutar o som alto da festa.

—Deve estar animado! – Aria comentou animada com os amigos.

—Sempre são animadas as festas do Puck – Santana esclareceu.