Doce Rendição escrita por NutellaCruz, Mrs Fox


Capítulo 29
Colateráis


Notas iniciais do capítulo

[Lee] oooooooooooi amooores, chegay hahaha
mais um cap para vocês.. uma mistura de ação e melação hahahah
aiiiiiin, ta chegando o fiiiiiiiim, Ohhh My God Oo
a ficha ainda não caiu hahaha

enfim, aproveitem o cap amores, ja sabem... vejo vocês nos comentários õ/

bejooooooow ;*



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Minhas mãos estavam juntas, nas costas, meus passos preguiçosos pareciam calmos e quem me visse até poderia dizer que eu estava em um passeio quando na verdade, eu estava nervosa, muito nervosa, e a caminho de um interrogatório. Em silêncio Sasuke-kun ia ao meu lado parecendo despreocupado com as mãos nos bolsos da calça preta, uma postura quase relaxada, olhava para os lados quando notava algum olhar em nossa direção para logo depois tornar-se indiferente. Porém eu o conhecia, e quando aqueles olhos negros pousavam sobre mim era atento, quase como se procurasse algo que denunciasse o meu verdadeiro estado de espírito. Antes aquilo poderia ter passado despercebido por mim, mas com a convivência dos últimos meses ficou fácil ler os sinais que ele transmitia com os olhos.

Virávamos uma rua quando senti finos dedos deslizando sob meu antebraço até parar no meu pulso, um pedido mudo para que lhe desse minha mão, apesar de surpresa por sua atitude juntei meus dedos entre os seus. Mesmo que as vezes me sentisse mais segura em estar com o Sasuke-kun, como ontem em que o chamei para dormir em minha cama, em outras sentia-me incerta, como agora. Ele era contido, e não se aproximava tanto quando estávamos em público, por mais que sozinhos as coisas ganhassem um tom diferente, procurar o contato não era seu hábito, principalmente quando isso vinha com um leve carinho de seu polegar deslizando por minha mão. Olhei de esguelha e notei que seu rosto continuava o mesmo, os olhos concentrados no prédio do Departamento de Interrogação logo a frente, e naquele momento entendi que não fora só eu que aprendera a ler o outro.

Quando entramos fomos recepcionados por Ibiki, ele disse já estar informado da situação e nos foi guiando por entre os corredores até a sala em que Yudi seria interrogado por mim.

– Devo dizer que estou surpreso Sakura, sempre achei que você tinha excelente habilidades para o departamento, mas depois daquela tentativa achei que nunca mais voltaria aqui.

Preferi não responder, dando um leve levantar de ombros, Sasuke-kun assistia quieto os grandes cadeados da sala serem destrancados por um dos ninjas que montara guarda, como chefe da Anbu já tinha um contato grande com aquela área da força de Konoha, não havendo problema em ficar me esperando no corredor.

– Boa sorte. - sua voz séria junto dos braço cruzados me lembrava um comandante, ainda assim fiquei grata por sua demonstração de apoio.

Passei pela pesada porta de ferro ouvindo o barulho dela sendo fechada atrás de mim, Yudi estava acorrentado a uma cadeira no centro da sala, usava roupas cinzas dadas para presos e seu cabelo estava bagunçado, a cabeça caia precariamente sobre o peito que descia e subia ritmado, mostrando que dormia, dessa forma quase parecia alguém inocente. Puxei seu cabelo com força, obrigando a levantar o rosto.

– Acorda. - dei dois tapas em sua face, fazendo-o acordar assustado.
– O-o que? - seu olhar estava perdido, como se tentasse se encontrar, dei outro tapa no seu rosto, dessa vez com um pouco de chakra.
– O que você iria fazer com os armamentos de Konoha?

Ele parecia ainda tentando despertar, mas eu estava sem paciência e dei-lhe um soco em seu estômago, sangue saiu de sua boca respingando o tecido cinza de vermelho.

– Fale logo, eu não tenho todo tempo do mundo pra você.
– Qual é docinho, quando foi eu que estava em seu lugar fui tão atencioso, você deveria retribuir.

A risada fria soou pela sala apavorando-me, a mesma que atormentou durante todo tempo que estive presa e que atualmente estava invadindo meus sonhos, tentei me concentrar no que devia ser feito, porém minha pele formigava trazendo cada sensação novamente. Meu corpo tremeu e um bolo se formou na minha garganta, ao mesmo tempo em que a raiva voltava, apertei meus punhos, sentindo meu chakra se descontrolar. Sem pensar chutei seu tronco, fazendo-o voa junto da cadeira até chegar na parede.

– Me responda, o que você queria com isso?
– Seja um pouco mais delicada Sakura, você não me parece do tipo que faz isso.

Não pensei duas vezes antes de atacá-lo novamente, a cadeira que caíra de mal jeito deixando-o de lado foi virada com brutalidade por minhas mãos, o primeiro soco veio fácil e sem pensar uma sequencia surgiu logo em seguida, ele gemia de dor cara vez que minha mão afundava em sua carne. Incrivelmente eu não me importava, não pensava nos danos ou se eu deveria ou não parar, eu só queria descontar aquela raiva que inflamava na minha garganta, nem os gritos que vieram daquela voz grossa tão conhecida mandando que eu parasse surgiu efeito. Eu estava tão concentrada em batê-lo que nem sequer notei quando a porta foi aberta, só percebi o que se passava quando notei dois braços fortes passados pela minha cintura levando-me para longe de Yudi enquanto eu tentava a todo custo me soltar. Ninjas já estavam na sala e foram rapidamente em socorro a Yudi.

– Para Sakura, - Sasuke-kun falava enquanto me soltava já fora da sala e apenas me segurava pelos ombros, só naquele momento percebi minhas lágrimas. - isso não é você.

Sem saber o que fazer agarrei-me ao seu pescoço chorando entre gritos e soluços, senti seu braço circular minha cintura dando-me um abraço tão apertado como se quisesse me levar para dentro de si.

[...]

Ao chegar em meu apartamento Sasuke-kun sentou-se em meu sofá. Eu estava bem mais calma, porém andava de um lado para o outro tentando liberar o que sobrou da minha agitação e afobação. Até que ele veio até mim, provavelmente já impaciente com minha inquietude.

– Já chega Sakura. O que foi aquilo? - perguntou me olhando intensamente enquanto me paralisou no lugar com as mãos segurando meus ombros. Vi uma certa aflição em seus olhos mas ele mantinha sua postura de sempre.

– Eu não sei, apenas senti vontade de batê-lo e socá-lo. Na verdade, ainda sinto essa vontade e isso não passa. - desabafei já com lágrimas pelo meu rosto sentindo-me totalmente vulnerável.

– Sakura, você quase destruiu aquela sala batendo no cara. Essa não é você. - falou calmo e eu o abracei, escondendo meu rosto em seu peito enquanto ele passava seus braços ao meu redor.

– Eu sei, Eu sei. - falava com a voz abafada em seu peito. - Me desculpe Sasuke-kun, eu não sou assim. Eu quero que tudo passe e eu possa voltar a ser como antes. Mas é dificil, eu tenho pesadelos e não tenho paz, memórias daquele dia inundam minha mente e me atormentam. Por favor, me ajude. Faça isso parar. - supliquei e o abracei mais forte. Instantes depois me sentei no sofá... minha estrutura desabou.

– Acalme-se Sakura, ele não irá te machucar mais. - comentou ao se sentar ao meu lado pegando em minha mão.

– Eu sei, mas isso não muda o que ele me fez. As memórias de tudo o que aconteceu permanecem em minha cabeça. - argumentei fungando, já me acalmando. - Em meus sonhos, eu o vejo ainda me torturando de formas até piores e ninguém chega para me ajudar. Eu fico lá por horas ou até dias e ninguém chega, não vejo ou sinto nada além de dores e aquele maldito sorriso dele. É como um inferno eterno. - desabafei e ele ouvia atentamente.

Um tempo depois ele se afastou um pouco analisando milimetricamente meu rosto, como se pensasse em algo. Até que finalmente falou:

– Talvez eu possa resolver isso para você Sakura. - sugeriu e limpando minhas lágrimas eu levantei meu olhar para encará-lo.

– Como?

– Com meu Sharingan. Posso entrar em sua mente e manipular essas lembranças, não as apagarei, apenas as deixarei menos traumáticas para você. - explicou.

– Jura que faria isso? - perguntei esperançosa.

– Hn. - foi tudo que respondeu com seu pequeno sorriso arrogante que eu tanto amava, sorri junto desviando o olhar provavelmente ficando vermelha. Após isso ele ergueu sua mão direita e com seu indicador em baixo do meu queixo, levantou minha cabeça direcionando meu olhar diretamente aos seus olhos já avermelhados pelo sharingan. Não me lembro muito depois disso, apenas um alivio e uma tranquilidade tomando espaço em meu peito e eu me sentindo incrivelmente melhor. Sobre aquele tal dia restauram-me apenas lembranças de leves torturas, mas nada realmente gravíssimo. Eu estava finalmente em paz.

– Como se sente? - ouvi uma voz grossa me perguntando e tirando-me dos meus pensamentos.

– Ótima, e graças a você Sasuke-kun. Obrigada. - pronunciei me jogando em cima dele o abraçando forte e fazendo nós dois cairmos sob o sofá.

– Obrigada Sasuke-kun. Eu te amo tanto. - confessei escondendo meu rosto na curva de seu pescoço, sentia-me boba… ainda mais quando senti contra minha pele um sorriso leve que provavelmente se formou em seu rosto.

Levantei meu rosto em sua direção e o beijei com toda minha vontade e desejo pelo Uchiha abaixo de mim. Ficamos assim pelo resto do dia até o chegar do anoitecer.

Eu havia finalmente me recuperado e com isso, conseguido minha vida de volta… poderia começar a viver agora.


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Notas finais do capítulo

[Mariana] Olá pessoas, mais um capítulo e o fim está se aproximando. Oo Chocadaney, logo logo acabou gente... enfim! Animação! Espero que vocês tenham gostado.

Até domingo!