O Patinho Feio escrita por Garoto Anônimo


Capítulo 1
Belo ou Não?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^-^



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Em uma floresta cheia de vida e robusta, onde vários animais residem felizes e prósperos, existe uma pata muito apreensiva, que está com seus ovos prestes a chocarem.

- Será que todos vão nascer...?- Suspirou a Pata apreensiva

Como uma resposta ao lamento da mãe, os ovos começaram a eclodir e assim um por um foram saindo de seus ovos, seis patinhos amarelos saíram, fazendo quack quack.

A mãe Pata ficou feliz e logo foi abraçar seus filhotes. A felicidade era nítida, tanto dos filhotes quanto da mãe. Até que um som corta o ar... Era o som de mais um ovo eclodindo... Todos direcionaram sua atenção para o ovo que começara a fazer ruídos, e enquanto observavam abismados, o ovo eclodiu! Saindo um pato um tanto diferente, ele era branco, mais alto que seus irmãos e seu bico era mais robusto. Seus irmãos olhavam-o com má olhos, como se fosse uma aberração.

- Que feio! Volte para o ovo, você deve nascer de novo!- Caçoou o primeiro a nascer

E assim todos os outros começaram a rir e a caçoar do último a nascer... O pobre patinho ficou triste, pois mal nascera e já era excluído, suas lágrimas desciam quentes e desoladas. Mas também... Mal nasceu e já queria morrer, pobre patinho... A mãe não aguentara o sofrimento de seu filhote e foi a sua defesa.

- Todos parem!- Falou seca.- Não tem motivos para rirem de seu irmão! Ele é diferente, só. Olhem!- Disse apontando para um lago próximo.- Vão para beira do lago!- Furiosa bravejou

Todos os patos se dirigiram para beira do lago, assim como sua mãe havia ordenado, todos estavam com medo e vergonha. Chegando a beira do rio a mãe olhou-lhes pacifica e gélida, o que causava medo e tranquilidade.

- Olhem suas imagens no reflexo do rio. - E assim todos olharam.- Vejam, todos são diferentes. Ninguém é igual... É normal acharem algo diferente feio ou estranho, mas antes de falarem ou fazerem algo pensem... Se fossem taxados de estranhos ou feios por serem diferentes ou por não se encaixar em um padrão, iriam gostar?- Perguntou a mãe Pata, voando graciosamente ao redor de seus filhos, e enxugando a última lágrima de seu último filho, que agora tinha olhos que brilhavam como estrelas ao ouvir a sabedoria de sua mãe.

Todos os irmãos estavam com vergonha e arrependidos, olhavam seus reflexos e viriam suas imperfeições, coisas que não gostam em si mesmos, viram suas diferenças entre si, e só então olharam para seu irmão mais novo e abaixaram suas cabeças, mas não pediram perdão.

Os anos se passaram, e os patinhos foram separados, cada um foi para um local diferente formar sua própria família, exceto pelo caçula que resolveu ficar com a mãe, por anos não se viram, apenas conversavam. Mas infelizmente um dia sua mãe abriu as asas e voou... Voou para um local aonde ninguém mais poderia ouvir-la, sentir-la ou estar em sua presença...

A noticia chegou a todos os patinhos, que agora já eram adultos e resolvidos, a dura tarefa foi enviada ao caçula, que teve de avisar a todos... Com o passar de quatro dias, todos os irmãos estavam reunidos na porta da casa de sua mãe... Bateram na velha porta de madeira, que era ruidosa e enrugada, e então chamaram.

- Abra, por favor, nós chegamos.- Disse o mais velho

- Já vai...- Respondeu cabisbaixo o caçula

E assim o barulho do bater de asas foi nítido, finalmente ele iria abrir a porta. Todos estavam esperando ver aquele mesmo pato estranho e feio, que todos assim o chamavam, sem que sua mãe soubesse, é claro.

A porta finalmente abria, ruidosa como sempre, todos os patos olharam assustados, a seu irmão, que agora era o mais o belo entre os patos, robustos e alto, com um belo bico amarelado, com plumas brancas como a neve e sedosas como a seda, seu rosto com uma distinta mancha preta, e seus olhos brilhantes verde esmeralda. Assim era o patinho que todos chamaram de feio, agora era o mais entre todos...

- Entrem.- Disse cabisbaixo, mostrando o caminho

Todos os irmãos olhavam-o boquiabertos, nunca vislumbraram algo tão belo e tão triste... Por um momento a morte não pesava em suas cabeças... E assim andaram até a sala.

- Sentem-se.- Disse o caçula, apontando para o sofá e alguns poofs...- Bem, o último pedido de nossa mãe foi que eu lesse essa carta...- Todos se olharam e depois olharam a carta.- Sinceramente.- Suspirou.- Nem mesmo eu sei o que está escrito.- Disse em voz baixa

- Então leia.- Disse a quarta a nascer

- Certo.- Respondeu o caçula

- * Limpou a garganta * Minhas Últimas Palavras:

Queridos filhos,

Como amo a todos... Queria que ainda fossem meus filhotinhos para que eu pudesse alimentar-los e escovar suas plumas... Ver seus lindos sorrisos e suportar cada um de seus dramas e apoiar-los nos momentos difíceis...

Se estão lendo isso é porque já não estou mais entre os vivos... Peço que não chorem meus pequenos, vivam suas vidas e sejam felizes, é o que eu desejo a todos!

Todos os filhos choravam ao ouvir, todos sentiam o peso da perda com mais intensidade e fervor, todos estavam com um bolor em suas gargantas, algo que não saia e ardia, algo que estaria preso para sempre em seus corpos e almas. As lágrimas do caçula se misturam a tinta fresca e borrava toda a carta... Mas ninguém ligara, afinal as palavras de sua mãe já havia penetrado seus corações como adagas... As lágrimas caiam sem cessar, até que uma segunda folha se soltará da primeira, provavelmente graças a umidade das lágrimas...

Querido Caçula...

Sinto não ter falado antes... Mas nunca conseguira... Não és um pato, assim como seus irmãos... Tu és um Cisne... Assim como seu pai fora, o único que parecera com meu amado, que por obra do destino, foi o único que ficou comigo por todo esse tempo...

Querido... Sinto muito... Mas meu coração não aguentou tocar em feridas passadas, mas saiba que olhar em seus olhos todos os dias foi o que me matinha feliz e viva... Esses olhos esmeraldas, assim como de seu pai... Acho que não merecia um filho como tu...

Sei que seus irmãos achavam-o feio, e isso o magoava, mas agora... És o mais belo entre os belos, és belo, gentio e amável. Meu filho favorito. Desculpem a todos meus filhos, mas essa é a verdade, pois enquanto todos abandonaram-me, ele foi o único que permaneceu ao lado de sua velha mãe.

Com amor, Mamãe.

A vergonha consumia todos os irmãos... Vergonha e raiva... Parece que agora todos eram aberrações, todos eram feios comparados ao seu irmão " feio"... Que era também o preferido... Aquilo os feriu e machucou, mas o que poderiam fazer? Toda vida foram egoístas e raramente se lembravam da mãe, na verdade, apenas no natal. Que era a única época em que o caçula não poderia... Pois sempre nessa época viajara para lamentar sozinho. Mas não sem antes comprar um presente para todos da família, preparar a ceia e se despedir de sua amada mãe, com um beijo na altura da testa...

Agora que caíram em si, todos os irmãos lembraram do primeiro dia de vida, onde sua mãe os levara para beira do lago... Aquela lembrança... O peito de todos pesava... Pois nunca pediram desculpas... Mas agora, isso não importava... Porém, mesmo assim doía e pesava em seus corações e mentes...

- Desculpe pelo dia do lago...- Disse o terceiro a nascer

- Desculpe...- Todos os outros disseram

- Tudo bem.- Disse o caçula.- Afinal, são minha família.- Soluçou entre lágrimas e um sorriso

E assim todos se abraçaram, conectados por um único sentimento. Amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...

Ps: Comentar não faz suas mãos quebrarem! >-



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