Estava tão animada para minha primeira vez fora do Brasil, era um sonho se realizando. Era apenas eu, sozinha, seguindo minha vida sem depender dos meus pais. Acabei de completar 18 anos, passei na universidade de Atlanta, meu objetivo era falar fluentemente o inglês, a língua pela qual eu era oficialmente apaixonada. Eu era boa em todas as matérias na escola. Tipo, todas mesmo. Me esforçava muito para ver minhas notas acima de 100, e eu conseguia. Com a ajuda dos meus pais, eu pude vir para Atlanta realizar meu maior sonho.

Durante esse tempo todo no avião eu estava pensando como seria quando eu chegasse, confesso que me sentia nervosa pois não sabia com quem eu iria ficar na república e tudo mais. Cheguei a cidade tão esperada. Me encontrei um pouco perdida naquele aeroporto enorme, peguei o papel que estava com o endereço da república e logo avistei um táxi livre. Fiz sinal para o mesmo e ele parou em minha frente.

–Obrigada senhor. -Agradeci ao motorista

Peguei minhas malas e fui em direção a porta da casa onde eu iria ficar. Deixei minhas malas no chão e toquei a campanhia que havia ali. Pude ouvir passos rápidos e uns gritos que pareciam ser de felicidade. A porta abriu.

–Oi, você deve ser Elizabeth certo? -Disse uma loira de cabelos curtos e olhos verdes. -Seja bem-vinda! -Acrescentou sem me dar espaço para falar.

–Sim sou...-Antes de terminar veio uma morena do cabelo cacheado

–Oiiiiiiii sou Margô! Prazer -Disse estendendo a mão e em seguida me puxando para um abraço.

–Já estava me esquecendo de me apresentar, sou Chloe ! -Falou a loira.

–Prazer meninas. -Senti minhas bochechas corarem.

Entrei na casa e logo elas começaram a fazer várias perguntas do tipo: "Você é de onde?" "Vai cursar o que?" "Quantos anos?" "Tem namorado?" e assim por diante. Elas eram legais, confesso.

Fui para o quarto depois de bater um bom papo com as meninas e desfiz minhas malas. Rapidamente peguei meu notebook e fiz uma ligação via skype para meus pais dizendo que eu cheguei, que eu estava bem e que lá fazia muito frio. Logo em seguida, desci para comer algo, estava faminta. Cheguei na cozinha Margô estava fazendo panquecas, amo panquecas. Sentei-me na mesa e ficamos conversando sobre alguns assuntos.

–Vamos ir a um bar hoje Lize? –Perguntou Margô me dando um novo (nem tão novo) apelido.

–Lize.. –Falei baixinho e sorri fitando o chão.

–O que foi? Não gostou? –Sorriu

–Não, é que meu irmão me chama assim, mas não se preocupe. –Sorri de volta.

–Põe sua roupa mais sexy que vamos ir daqui a pouco.

Fiquei uns 20 minutos procurando alguma roupa sexy. Meu Deus, eu não tinha nenhuma roupa sexy em pleno 18 anos de idade. Coloquei apenas um jeans rasgado, uma regatinha e meu all star. Amanhã teria que ir ao shopping fazer umas comprinhas, porque né, meu guarda-roupa estava cheio de roupas de uma adolescente, mas agora sou uma adulta.

–E ai enrolada, está pronta? –Gritou Chloe surgindo na porta do meu quarto.

–Estou sim. –Bom, na verdade estava quase pronta. Só faltava acabar de passar a maquiagem.

–Estamos te esperando lá embaixo, não demore.

–OK ! –Gritei

Desci as escadas e pude ver que elas estavam bem vestidas. Estavam de salto, vestidinho curto e cabelos impecáveis. Fiquei até com vergonha. Afinal, que bar é esse que elas vão tão arrumadas assim? Entramos no carro e fomos a caminho do tal bar ouvindo a Queen B . Cantamos horrores e finalmente chegamos ao nosso destino.

–Chegamosssssssss! –Margô disse entusiasmada.

Realmente o lugar não era simples, era bem chique e eu só de jeans, tênis e regata.

–Acho que vou voltar meninas, aqui é tão chique e olha só pra mim. –Gesticulei com as mãos
para que elas vissem minha roupa.

–Ah para, você não vai largar esses gatinhos todos pra gente né? –Chloe disse apontando para um grupinho de meninos que realmente eram bem gatos.

Elas me fizeram entrar. Meu Deus, eu estava tão perdida naquele lugar. Lá parecia mais uma boate que um bar. Já era, eu já estava dentro, não podia sair. Ainda bem que lá era bem apertado e escuro, o que impedia as pessoas ficarem reparando na minha roupa. Havia várias meninas e meninos bem vestidos, estilo patricinha e playboy. Quando parei pra pensar, as meninas haviam sumido da minha vista. Legal.
Fiquei completamente sozinha naquele bar. Sentei-me em um dos banquinhos do balcão e pedi ao barman uma tequila com limão. De repente apareceu um menino com o sorriso mais lindo da face da terra, e se sentou ao meu lado pedindo a bebida mais forte que tinha ali.