Se me perguntassem em quais ocasiões eu me sentia desconfortável, eu responderia muitas! Quando balbuciava na frente do meu chefe, ou na frente de qualquer pessoa porque quando estava nervosa tudo o que escapava de minha boca tinha uma conotação sexual. O que era horrível porque eu simplesmente não conseguia parar.

Mas prestes a entrar na mansão Queen, eu me sentia desconfortável como nunca me senti na vida. Senti o aperto de Oliver em minha cintura me tirando dos devaneios sorri para ele brevemente me concentrando em seus olhos.

— Tudo bem? -Perguntou, assenti lhe beijando brevemente, ele estava prestes a perguntar novamente quando uma Thea muito sorridente abriu a porta, ela puxou Eve para seus braços nem dando moral para nós, ri do bufo que Oliver deu eu percebia sua hesitação ao entrar ali, era quase tão grande quanto a minha.

Eu sabia que nem Robert e nem Thea sabiam do que acontecia nos últimos dias, preferia assim. Tudo que eu queria era manter Eve afastada de Moira, mas eu não podia destruir uma família, mesmo que a patriarca dessa família seja uma sem coração.

— Qual é a ocasião Thea? -Oliver perguntou se sentando na cadeira em sua frente, Eve estava no colo do pai de cabeça baixa brincando com a barra de seu vestido.

E então Moira apareceu com Robert ao seu lado, instantaneamente senti meu corpo congelar, percebi a tensão no corpo de Oliver também.

— Princesa vem cá dar um abraço no vovô. -Robert pediu, vi minha menina medir passos até seu avô mantendo distância da avó. Percebi ela fazer certa careta quase imperceptível.

— Roy pede para marca um almoço em família e não chega. -Thea resmungou na mesma hora a campainha tocou. Roy estava acompanhado de nossos amigos, e ele parecia bastante nervoso, um filete de suor descendo por sua testa.

— Ele vai pedir Oliver. -Sussurrei, ele me encarou assustado e tentou se erguer parecendo bravo.

— Eles namoram por muito tempo, e independente Roy ama a Thea. -Segurei seu braço fazendo movimentos circulatórios na pele exposta.

— Odeio quando está certa.

— Por isso eu sou o cérebro do relacionamento. -Brinquei, ele concordou beijando minha testa.

— Eu amo tanto você. -Sussurrou, me aconcheguei em seu peito.

— Te amo também Oliver. -Sussurrei em resposta.

— Amor para que se trata esse almoço em família? -Thea perguntou abraçando Roy que sorriu nervoso, mas o olhar dele era tão apaixonado que dava vontade de sorrir abertamente.

— Vamos almoçar primeiro amor. -Ele disse puxando ela para mesa. Sara de aproximou de mim rindo.

— Ele vai pedir ela em casamento não é? -Perguntou, gargalhei baixo. Aparentemente apenas Thea estava alheia à isso.

Apesar do silêncio e olhar mortal de Moira em cima de mim, o almoço transcorreu muito bem. Roy estava tão nervoso que tinha acabado derrubado uma taça cheia de vinho.

Ele se ergueu pedindo atenção de todos.

— Senhora Queen, me perdoe por destruir sua taça, mas nem o álcool está me fazendo ficar calmo. Thea, meu amor o propósito desse almoço é para celebrar nosso amor. Eu nunca amei ninguém como amo você, seu jeito me mudou, eu queria ser alguém melhor para você e sempre vou me esforçar para te fazer feliz. E é por isso que eu estou aqui, me embarcando na frente de sua família e nossos amigos, eu queria te fazer uma pergunta. Thea Queen, você aceita se casar comigo? - no final do discurso Thea já se debulhava em lágrimas, limpei meu rosto igualmente molhado, Eve se aconchegou em meu colo quieta.

— Sim, Roy. Oh meu Deus, sim, sim, sim. - rimos quando ela se jogou nos braços dele os derrubando no chão. Comecei a aplaudir e todos me acompanharam.

— Parabéns meus queridos. - Robert falou ajudando eles a se levantarem rindo da expressão de felicidade de Thea, ela olhava o anel todo minuto.

— Você já sabia não era? - Roy perguntou quando eu o abracei o felicitando.

— Você não foi muito bom em esconder, nem sei como Thea não percebeu. - brinquei dando tapinhas leves em suas costas.

— Ela parece tão feliz. - Oliver comentou comigo abraçando minha cintura. Eu adorava essa mania dele de não ficar nenhum momento longe de mim.

— Sim, ela parece muito feliz. - respondi observando Robert brincar com Eve no chão, Moira já tinha sumido.

— Meu pai pediu o divórcio. - Oliver disse, arregalei meus olhos o encarando assustada.

— O quê? Mas seu pai me parecia feliz com sua mãe. - fiz careta ao falar dela.

— Ele soube o que ela fez com você. Eu não fui muito bem em fingir que tudo estava bem entre nós. Ele percebeu e eu disse tudo, na verdade ele só estava procurando um motivo Felicity, não se culpe. Aquele casamento já acabou a um bom tempo. - suspirei baixo agarrando sua mão a minha.

— Vamos voltar, já está tarde e Eve deve estar querendo voltar para casa. - falou fugindo do assunto. Aquilo o machucava. Antes de voltarmos para a sala, puxei seu rosto ao meu e beijei seus lábios passando todo apoio que ele precisava.

— Estava precisando disso. - murmurou me beijando novamente, ri baixo acariciando sua nuca com as pontas de meus dedos.

— Vamos nos despedir de todos e voltar para casa.

(...)

— Foi um lindo pedido, você tem que concordar comigo. - brinquei com o ciúmes de Oliver enquanto saia do carro, Eve saltou rodando enquanto andava, ela parecia mais leve por ter saído da mansão. Oliver veio o caminho inteiro calado. Eu não o culpava, na verdade o entendia seu motivo de insatisfação.

A mãe dele era a pior mãe do mundo. Mas eu não conseguia suportar toda aquele silêncio dele, não podia suportar ele sofrendo.

— Tenho que admitir que foi um belo discurso. Meu anjo, você está cansada? - Oliver desviou o assunto encarando Eve que corria atrás de uma borboleta, seus cabelos longos caindo e voltando como molas.

— Não papai, o que vamos fazer? - voltou sua atenção para ele.

— Comprar comida, a não ser que queira comer a comida de sua mãe. - implicou, abri minha boca indignada com aquilo.

— Eu cozinho bem. - falei dando um soco em seu ombro. Posso afirmar com toda certeza de que minha mão doeu mais que o ombro dele. Eve escondeu o riso por baixo de suas mãos.

— Tá bom Felicity se você cozinha bem, então eu sou um pop star. - continuou sua implicância puxando Eve para seu lado, bufei quando ela concordou com ele.

— Eu melhorei bastante desde a faculdade Oliver. - resmunguei revirando os olhos, ele gargalhou e me mandou um beijo imaginário. Ele agarrou Eve a colocando segura no banco de trás.

— Não Eve, essa música de novo não. - escutei ele reclamar quando ela começou a cantarolar uma música irritante.

— Papai vamos logo, comprar comida. - Eve ralhou com ele que fez cara de falso espanto e colocou o carro para funcionar.

— Encontro vocês em alguns minutos, vou só ajeitar essa bagunça não é dona Eve e arrumar a mesa. - gritei para que ele escutasse. Suspirei sozinha entrando em meu apartamento, um resmungo baixo saiu por meus lábios ao ver a bagunça que a sala estava. Criando coragem para ajeitar tudo aquilo, minhas mãos voaram para o bolso de trás de minha calça. Oliver não sabia, mas eu tinha tirado uma foto dele dormindo, Eve ao seu lado tranquila. Eu estava tão feliz que temia que algo acabasse com essa felicidade, balancei a cabeça esquecendo aquilo. Oliver e eu estávamos bem e apaixonados, Eve tinha a família que sempre quis. Eu estava vivendo meu conto de fadas. Sai de meus devaneios quando ouvi um barulho alto da porta, encarei por cima do ombro um homem mal encarado entrava em meu apartamento com brutalidade, prendi o fôlego tentando fugir mas paralisei quando ele apontou uma arma diretamente para mim.

— Moira Queen manda abraços. - ele disse antes de disparar.