Dejà Vu escrita por nathyfaith


Capítulo 6
Tricking Myself


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e deixem reviews!

xoxo, Nathy



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– Olá Faith! Como você está? – Perguntei tentativamente.


Ela me lançou um olhar rapidamente onde vi um lampejo de desespero antes que seus olhos corressem pela sala e  buscasse suas mãos, mantendo-os ali como se de repente ela houvesse achado algo muito interessante em suas unhas.



As garotas que antes estavam sentadas ao lado de Faith me olharam ligeiramente enquanto se levantavam, pedindo licença para sair, enquanto duas delas que notei sendo Willow e Tara, me disseram a primeira coisa que passou por suas cabeças, e provavelmente há mais óbvia.



–  O Sr. Giles e o Sr. Wyndam Pryce, estarão aqui em alguns momentos, Senhor.



Ainda surpreso com as atitudes de Faith, e das pessoas que eu tão bem conhecia, consegui dizer somente:



– O-kay, Eu espero.



Então ouvi outras vozes. Uma delas era extremamente similar á de Dawn. Prestei atenção nas palavras e pude ouvir:



– Eu só pensei... – sua voz era trêmula, desesperada e agoniada – Só pensei.. – agora ela gritava o mais alto que seu pulmão a permitia. – Eles não podiam fazer isso, Buff! Eles não tinham o direito! Por quê?! – Pude ouvir seu choro, enquanto sua voz se tornara um suave sussurro.



– Ela é a nossa mãe, nós deveríamos ter pelo menos o direito.. – Ela respirou, tentava inutilmente pelo que me parecia segurar as lágrimas. Aquilo fez com que eu caminhasse até a porta, abrisse-a e encontrasse mais as frente às duas garotas conversando. Então depois de tanto tempo ouço a voz que tanto amei e que tanto me assombrou durante esses anos.



– Dawnie, eu sinto muito.



– Sente nada! – Disse Dawn jogando as mãos para o alto – Você não está nem chorando! É como se tudo estivesse bem para você, não é mesmo?



Vi Dawn virar as costas para Buffy e sair correndo, ao longe o bater violento de uma porta é escutado, enquanto isso Buffy gritava o nome da irmã em vão.



Neste momento eu via a forma estática de Buffy parada no meio do corredor.



Ela respirou profundamente, uma, duas vezes, um hábito que eu conhecia, ela estava fazendo o máximo que podia para ser forte, para manter-se em pé e não cair sobre seus joelhos e chorar ali mesmo. Era doloroso vê-la daquela forma.



Andei devagar até que estivesse perto o suficiente para tocar levemente seu ombro. Ela sequer se mexeu, ainda assim podia sentir seu corpo estremecer sobre meu toque, quase tremer.



Ela virou-se para encarar a pessoa que havia colocado a mão sobre seu ombro, com o intuito de confortá-la. Seu olhar era triste, e eu podia ver isso, principalmente quanto ela tomou um pouco de ar e olhou-me diretamente nos olhos, finalmente capaz de pronunciar alguma coisa, disse:




– Me desculpe, você não deveria ter que presenciar brigas familiares, é .. realmente não sei o que lhe dizer, a não ser – hum, claro.




Saindo de meu toque ela se virou, estendendo sua mão para mim, eu a segurei sem pensar duas vezes e a cumprimentei.



– Muito prazer, você deve ser Liam, o novo sentinela.  Realmente espero que você tenha muita paciência, porque os dias são quase todos assim por aqui.



Ela fingiu um sorriso, enquanto ela falava. Deus, até agora eu a conheço tão bem, eu podia ver que ela estava sofrendo mais do que ela podia suportar, mesmo quando colocou uma máscara sobre seu rosto, fingindo que estava tudo bem, e obrigando-se a sorrir. Eu acho que não pensei quando disse simplesmente:



– Você não precisa ser forte o tempo todo, um dia você irá cair. Só espero que você tenha alguém em quem confie para ampará-la e deixá-la chorar.



Irritada, provavelmente pelo fato de eu ter invadido seu “espaço”, ela me respondeu. Sua voz roca e trêmula, mas forte e convicta ao mesmo tempo.



– Eu sei disso. Acredite, eu sei. Eu não preciso de um estranho para me dizer o quê eu estou sentindo, porque agora, nesse exato momento, eu não sinto nada.



Deus sabe o quanto eu preferiria não ter que ver a dor queimando em seus olhos, enquanto sua alma estava sendo dilacerada bem á minha frente.



– Me desculpe, eu não queria ser rude. É justo que agora tudo parece ter ido para o inferno ou algo desse tipo. É tudo. O sistema, minha mãe, ser eu...



– Sério! É melhor você ter alguma espécie de proteção, senão, você pode querer arrumar alguma rapidamente, ou vai ser difícil sobreviver por aqui.



Aconselhou-me. Tentando amenizar o ar que havia se tornado pesado, disse:



– Você não estava sendo completamente rude. Sei como se sente eu já passei por isso.



Ela finalmente cedeu, fechando os olhos, deixando algumas lágrimas caírem sobre sua face, para rapidamente secá-las com a palma da sua mão.



– Me desculpe, eu só preciso de algum tempo, eu devo ir atrás da minha irmã... você sabe .. hum .. ela precisa de mim agora ... Ela não consegue entender porque o sistema é tão cruel e por que eles fariam algo assim.



Ela não me olhava. Ficava encarando o chão e me lançando rápidos olhares, reunindo todas as forças que tinha para continuar a falar e não desabar em lágrimas.


- Sr. O'Connor?

Salvo pelo gongo! Giles, finalmente me chamou. Somente Deus sabe o quanto não podia olhá-la daquele jeito, não aguentava mais nenhum segundo. Dei-lhe um olhar apologético e estava prestes a partir quando pensei melhor sobre isso. Voltei e a abracei segurando-a por alguns minutos. Ela se agarrou a mim também, e por um momento era como estar em casa novamente. A energia que emanava dela ainda era a mesma.



Se era seu perfume, ou o cheiro do seu xampu ou seu condicionador, eu não tinha certeza. Eu a deixei ir, sentido falta do toque do seu corpo perto do meu. Dei-lhe um sorriso e falei:



– Sinto muito sobre sua mãe. Tenho certeza de que vocês eram muito ligadas. Eu não tentarei invadir a sua privacidade novamente abraçando-a sem ser permitido.



E ela sorriu genuinamente, dizendo:           



– Está tudo bem, obrigada. Bem, agora você definitivamente faz parte da gangue, apenas tenha certeza de que você não demonstre tamanha afeição... sabe os abraços.. com o Giles e o Wes.. – Ela sussurrou a última parte, arqueando uma de suas sobrancelhas. Mesmo sentindo-se péssima, ela estava ali tentando fazer com que eu me sentisse confortável.



– Eles são britânicos, então eles tendem a ser um pouco contra – como foi que o Wes disse? – Ah – e fazendo aspas no ar continuou – “exibições públicas de afeto”.



Ela sorriu e saiu. Estava á observando quando rapidamente ela virou e me jogou uma piscadela.



Então essa era a nova Buffy? Ou não? Ela agia e se parecia exatamente com a Buffy que eu um dia conheci. Tão surreal quanto Faith. Talvez por terem sido as duas com quem mais tive contato. Acho que o fato de sentir a falta dela e deles, que tê-los por perto mesmo que eles não tenham a menor idéia de quem sou, pode me ajudar a curar a dor que sinto no meu coração que agora palpita, ou eu poderia estar me enganando.



Talvez eu devesse levar isso devagar, dia após dia. As primeiras coisas primeiro. Giles e Wes são os dois com quem devo falar; descobrir o que anda acontecendo por este lugar. Começar a treinar as meninas e aparentemente também os meninos. Ver se consigo descobrir uma forma de modificar o sistema antes que o estrago se torne ainda maior.

 

 

 

 

 



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