Buffy desvencilhou-se de seu abraço quente sem deixar os seus olhos. Por um momento Angel sentiu-se frio e desolado. Ele não fazia a menor idéia de como responder isso a ela. Ela mesma havia dito que era e não era a sua Buffy. Mas exatamente o quê o mantinha afastado? Medo? Ou o pensamento de trair ela novamente o assustava mais que a própria morte?

– Eu entendo.

– Você não poderia entender. – Olhou-a ela abraçava seu próprio corpo. Depois baixinho disse:

– Você sente como se estivesse traindo a memória dela.

Ele ficou perplexo. Somente sua Buffy podia lê-lo tão bem. Principalmente considerando as circunstâncias. Ele começou a caminhar de um lado para o outro, sentiu um pouco de frio e passou a mão sobre a cama pegando sua camisa e vestindo-a. Respirou e olhou-a, dizendo:

– Ok. Talvez você saiba do que eu estou falando.

– Talvez. Olha eu sei que isso é estranho. – Disse ela fazendo um sinal que interligava os dois. – Só Deus sabe o quão estranho isso é para mim. Eu quero dizer, eu sou o amor da sua morte-vida e da sua vida–vida. È estranho, sem querer mencionar a crueldade nisso tudo também. E eu nem estou contando o fato dos meus amigos serem os seus amigos e de serem amigos “dela”. E pra piorar de vez, eu ainda tenho que ficar tendo esses sonhos eróticos e maravilhosos onde você simplesmente... – sua voz tornou-se baixinha e depois disse – e ainda os outros em que são assustadores e me mantêm acordada a madrugada inteira.

Antes que ele pudesse pronunciar alguma coisa ela continuou tagarelando:

– E eu me sinto tão segura em seus braços ou ao seu lado, e o quão estranho é isso? Eu quero dizer, quão estranho é lembrar uma conversa e ficar repetindo-a em sua mente só porque você não quer esquecê-la? Ou coisas pequenas como... como o porque a chuva lhe deixa triste? – Dizia gesticulando e caminhando pelo quarto, afastada dele.

– Buffy.

– Hmm? – Diz ela virando para ele com um sorriso tímido.

– Eu não sei.. Sinto muito mais realmente eu não sei.

– Tudo bem. Eu entendo. Eu vou dormir. – Disse andando até ele, dando-lhe um beijo em sua bochecha. – Bons sonhos. – Sussurrou em seu ouvido.

– Boa noite. – Foi à resposta de Angel.

Buffy deitou-se na cama e puxou as cobertas sobre seu corpo para aquecê-la. Neste meio tempo Angel continuou caminhando pelo quarto. Incapaz de dormir, ele se inclina sobre a cama tentando não acordá-la. Ela se move um pouco em seu sono enquanto Angel a vigia, ele toca seu ombro fazendo com que ela se sobressalte, e o olhe preocupada, ela passa a mão em seus cabelos enquanto tentando focar sua atenção a ele. Era bem difícil depois do sonho que estava tendo. Praticamente impossível manter-se quieta, mas ela o fez. A última coisa que precisava era que ele achasse que ela era promíscua. Olhava-o, estudava-o.

– Há algo errado Liam?

Ótimo, ela voltou a te tratar como um estranho! Muito bem Angel!

– Não. Eu não estou conseguindo dormir. Você se importa se eu deitar ao seu lado e te abraçar?

– Não, tudo bem. Você tem certeza que está legal?

– Hum hum. Apenas cansaço. – Disse deitando-se ao seu lado e abraçando-a.

– Boa noite.

Buffy se sentiu mais segura agora que ele tinha seu braço ao redor de sua cintura, mantendo-a aquecida em seu abraço. Angel estava literalmente se afundando nela, tê-la tão perto, sentir seu cheiro, seu corpo, ouvir a sua respiração e o ritmo de seu coração, um ritmo tão particular para ele. Agora ele se sentia estúpido por nunca ter dito algo sobre sua alma á sua garota, quando ela estava tão perto e podia ser alcançada em uma ligação. Quando ele podia se perder facilmente em seus olhos verdes-amendoados para nunca mais partir. E novamente ele estava perdido, afundando, imergindo, perdido – NELA.

Enquanto isso na Biblioteca do Hyperion

Giles e Wesley dando uma de bibliotecários e sentinelas estavam imersos em livros e outros artefatos, precisavam de mais informações sobre Liam aka Angel, e as descobertas eram impressionantes.

Conversavam entre si.

– Sim, de fato você está correto Wesley. Assim que ele descobrir como atingir a sua amada, todos terão as memórias de volta.

– Sem dúvida alguma Rupert – disse Wesley demonstrando um livro e apontando a frase – Veja é exatamente o que está escrito neste livro.

– Você acha que ele irá obter sucesso? – perguntou Wesley arqueando uma de suas sobrancelhas.

– Bem, ele já está literalmente enrolado ao redor de seu dedo ou talvez na palma da mão dela sem sequer notar. Provavelmente ela também. – Disse Giles limpando seus óculos.

– Você realmente acha que eles vão encontrar um ao outro?

– Tenho certeza que irão. – Falou convicto repondo seus óculos em sua face.

No Hotel Hyperion

A maioria dos meninos já haviam ido dormir, assim como as garotas, outras estavam cochichando por aí e alguns meninos devido ao cansaço haviam simplesmente caído na cama e dormido da mesma forma que haviam chegado.

Spike estava assistindo Dwan dormir segura em seus braços. Deus, como ele queria ser capaz de dizer como ele se sentia ao seu respeito. Ele há havia imaginado inúmeras vezes ela com os seus 18 anos caminhando na praia, o crepúsculo atrás dela, um lindo sorriso estampado em seu rosto, usando suas calças jeans surradas, com um top colorido acenando para ele. E ele caminharia até ela, clamaria seu amor e adoração por ela e então se beijariam, conversariam e se amariam.

Mas ele sabia que isso nunca poderia passar de um sonho, afinal ela era cinco anos mais nova do que ele, praticamente uma criança. A sua criança, a sua menina, a garotinha que havia roubado seu coração há tanto tempo.

De repente Dawn moveu-se em seu sono, e abraçou Spike fortemente. Ela sussurrava algo em seu sono, e parecia perturbada isso fez com que Spike há sacudisse um pouco para acordá-la. Seus olhos azuis penetrantes olharam para ela e com um bocejo pesado perguntou:

– O que foi?

– Não é nada.. é que você parecia perturbada em seu sono, achei melhor te acordar.

– Spike? - Disse ela sentando um pouco, apoiando parte do seu peso no peito dele e a outra parte na cama.

– Humm? – Respondeu ele olhando em seus olhando e sorrindo um pouco para ela.

– Você sabe que eu te amo, não é mesmo?

– É claro que sim, gatinha. Agora vamos pequena, porque não volta a dormir? Foi um longo dia.

– Eu amo você também Dawn, você sabe disso.

– Obrigada por estar aqui Spy. – Disse abraçando-o e fechando seus olhos. Suspirou e pensou o quão tola e patética era contar a ele uma, duas, três vezes o quanto o amava, se ele sempre há veria como a sua irmãzinha. Talvez ela simplesmente devesse desistir e seguir em frente, mas era praticamente impossível quando ele estava tão perto mantendo-a segura em seus braços e seu perfume a intoxicando.

De volta ao Hotel

Angel acordou, olhou a forma adormecida de Buffy e levantou-se para tomar um banho. Deixou a água escorrer sobre seu corpo, levando todos os pensamentos e dor que sentia, ensaboou-se e lavou os cabelos, enxáguo-se e desligou o chuveiro. Enquanto isso Buffy sonhava com um Angel deitado em uma cama queimando em febre e soando frio, depois se vê em pé socando o rosto dele e mostrando-lhe seu pescoço, era assustar o que? Ao mesmo tempo aquilo era tão íntimo, tão sensual, era como se fizesse amor com ele. Angel secou os cabelos e estava terminado de abotoar a camisa quando ouve um grito ecoar do quarto, saiu correndo do banheiro em direção a cama, ele estava prestes a ajudá-la quando ela disse:

– AFASTE-SE! AFASTE-SE DE MIM! SEU MONSTRO! Você a mordeu! – E por mais que ela estivesse confusa ao mesmo tempo sentia seu corpo ferver, desejando –o. Por que havia o deixado mordê-la? Não conseguia entender. Sentiu uma leve tontura, apesar de estar segurando seu rosto e escondendo-o dele. Angel estava assustado, e receoso começou a dizer:

–Buffy, eu posso explicar. Quero dizer, o porquê você fez isso.

– Porque Angel?

– Como acabou de me chamar?

– Angel. Como você esperava que eu o chamasse?

– De Liam, é claro. Considerando que você resolveu me dar o trato de silêncio..

Buffy simplesmente riu e balançou a cabeça. Olhou para ele e disse:

– Angel, porque diabos eu usaria o seu nome de nascimento considerando que você o odeia? Ficou completamente maluco? - Ele olhou-a e notou que a garota que a segundos atrás estava gritando assustada para ele, parecia saber exatamente quem e o que ele era.

– Quem é você?