Madness Of Teens escrita por Thamiris Malfoy, Marina G


Capítulo 7
Sonho e realidade.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amores, agora a história começa a pegar fogo...
beijokas =*



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Ele acordou inquieto. Abriu os olhos e se viu em um quarto totalmente diferente. Ali havia paredes brancas com pequenos detalhes dourados, os móveis eram feitos de madeira e as cortinas tinham um tom de marrom. No criado mudo ao seu lado havia um porta-retratos vermelho com uma foto dele abraçado com uma garota. Mas o rosto dela estava embaçado e a única coisa visível eram seus olhos. Ela tinha um olhar profundo, e aqueles enormes olhos carregavam sentimentos de amor e felicidade que os faziam brilhar, realçando mais seu tom. Um tom que Caleb jamais vira, percebendo que os olhos dela eram cinza.

Então ele ouviu alguém chamá-lo, uma voz familiar.

– CALEB! - gritou Lílian, fazendo o irmão se levantar, subitamente assustado.

– Meu Deus, Lily. O que foi?

– Se você não acordar agora vai se atrasar para o seu primeiro dia de aula. - disse Lílian enquanto trançava o cabelo.

– Verdade. Tive um sonho estranho, mas não me lembro de nada. - mentiu Caleb, ele lembrava-se de uma única coisa. De olhos cinza. - vou tomar um banho, me espere lá em baixo.

– Ok!

***

Soffia estava na cozinha, com cabelos presos em um coque e olhos inchados. Aquela manhã estava fria e ela passou da hora de levantar. Estava preparando ovos mexidos no momento em que Lílian chegou.

– Bom dia Soffi - disse a ruiva, dando um beijo estalado na bochecha da amiga.

– Nossa que animação, o que houve? Algum gatinho da faculdade é dono dessa alegria?

– Não- disse Lílian em meio a risadas- tem haver com meu irmão ter retornado de Londres. Ele e o amigo Nicholas estão morando conosco.

–Ui, gatinhos novos! - disse Soffia, em um tom de voz estranho, como se ela falasse de animais de estimação. Lílian riu da paranóia da amiga.

– Vou fazer o café. - disse a ruiva. - Será que só nós duas estamos acordadas?

–Não, Lúcia saiu faz cinco minutos. Disse que teria o dia livre para fazer uma pesquisa na biblioteca.

– Estranho a Lou não ter ido com ela. - disse Lílian preocupada.

– Ela disse que a Lou ficou com a segunda parte da pesquisa. Ela terá que ir ao fórum da cidade.

– Entendi.

Depois de alguns minutos o café da manha estava pronto. Na mesa havia pães, torradas, geléia, nutella, ovos mexidos, um pequeno bolo, uma cesta com frutas, café, leite e suco de laranja.

– Soffia você é uma rainha na cozinha. - disse Lílian impressionada.

– Ah! Cozinhar faz meu dia melhor. Por isso faço Gastronomia. - disse Soffia com os olhos brilhando de excitação - Lily irei subir e tomar um banho, e avise para a Louise não me perturbar mais. Já fiz o bolo que ela queria. - disse Soffia com um sorriso brincalhão nos lábios e subiu logo em seguida.

Depois do café da manhã, onde Caleb conheceu Amber, João Pedro e Soffia, finalmente foram para a universidade. Assim que chegaram, cada um seguiu seu caminho.

***

Amber estava exausta da festa que aconteceu no dia anterior. Parecia que sua cabeça pesava uns cinco quilos a mais e seus olhos estavam ardendo de sono. Mas, ela não poderia faltar justo naquele dia. Ela apresentaria seu projeto de pesquisa e havia trabalhado muito para que ele ficasse perfeito. Entrou no banheiro feminino e olhou seu reflexo no espelho. Ela estava divina, apesar de se sentir um lixo por dentro.

Seus cabelos estavam soltos e iam até a cintura. Atualmente eles estavam vermelhos. Amber vestia um vestido com alças, de cor azul celeste que descia colado ate embaixo do busto onde tinha um pequeno cinto dourado, e seguia com o comprimento até o joelho. Na saia do vestido tinham duas pregas que davam volume. Os sapatos eram Scarpam preto destacando a tatuagem de uma rosa vermelha na perna. Por cima do vestido ela usava um casaco branco. A maquiagem era leve, assim como os brincos que eram duas perolas. E no braço a pulseira de ouro com pequenos pingentes que fora presente de seu irmãozinho Lucas. Pensou no pai e em como ele era carinhoso e duro ao mesmo tempo. Amber lutou com todas as forças para que ele permitisse que ela fosse estudar em outra cidade. E no dia em que ele a deixou no aeroporto, viu como seu olhar estava triste. Ela o abraçou forte e lhe sussurrou uma promessa:

– Você sentirá orgulho de mim papai! Eu prometo que não irei decepcioná-lo. - Amber sentiu algo molhado perto de seu rosto ao mesmo tempo em que seu pai dizia:

– Já estou orgulhoso. Acredito em você. - Desde esse dia, Amber deu o melhor se sipara conquistar tudo o que desejava.

– Eu vim aqui pra ser a melhor!- disse ela com um tom de orgulho na voz. Então andou rumo a sua sala de aula, onde ela brilharia.

***

Já era quase hora do almoço e Lúcia ainda estava mergulhada nos livros. Precisava terminar a pesquisa sobre as Leis do Trabalho Público, mas não estava tendo muito sucesso. Não conseguia mais pensar em nada, além de estar com fome. Ela decidiu colocar alguns livros na prateleira e levar outros para terminar em casa. Levantou-se e seguiu para uma das ultimas prateleiras, onde ficava a sessão de direito.

Seguiu distraída ate esbarrar em um menino loiro, que ela conhecia bem.

– Oi Lú. - disse João Pedro com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

– Não quero falar com você! - disse Lúcia com rispidez.

– Vem aqui! - falou João Pedro enquanto puxava Lúcia, fazendo-a derrubar todos os livros.

– Me solta, seu moleque maluco! - disse Lúcia enquanto tentava se desvencilhar do aperto dele- Esta me machucando João.

– Tudo bem, mas um dia você ainda vai querer ficar comigo.

– Vai sonhando. - disse Lúcia com o olhar duro enquanto via João sumir em meio às prateleiras.

Quando viu que ele não estava mais lá, sentiu as lágrimas arderem em seus olhos e se permitiu chorar. Chorou pelo seu pai, chorou por não ter coragem de enfrentar a mãe, chorou de saudades, mas então as lágrimas foram se perdendo e secando e o único sentimento que ficou foi à raiva.

Juntou os livros, deixando alguns nas prateleiras. Limpou o rosto e se dirigiu para a fora da biblioteca. Quando chegou às escadas esbarrou em alguém que acabou caindo escada abaixo.

– MEU DEUS - gritou Lúcia.

***

Naquela manhã quando chegou à secretaria do curso de arquitetura, Caleb optou por fazer especialização em Planejamento Urbano e Regional, porém as aulas já haviam começado há algumas semanas. Foi levado até a sala por uma das secretárias que o olhava de maneira maliciosa, o que acabou rendendo umas boas risadas de Nicholas. O amigo de Caleb era formado em Direito e já estava inscrito na Pós-Graduação em Perícias: Criminal - Cível –e Trabalhista, mas suas aulas só começariam no dia seguinte.

Depois de um dia de aula, ele percebeu o quanto estava atrasado e que seu final de semana seria sacrificado em prol de adiantar todas as tarefas. Algumas das quais exigiam uma pequena visita na biblioteca, coisa que Caleb odiava. Achava a biblioteca um lugar tedioso, ele nunca entendeu como as pessoas conseguiam ficar tanto tempo em silêncio. Quando chegou à porta do prédio que abrigava a biblioteca, seu celular tocou, ele tirou do bolso ao mesmo tempo em que subia as escadas, mas não conseguiu ver a mensagem que havia chegado, pois alguém esbarrou nele fazendo com que se desequilibrasse e rolasse escada abaixo ao mesmo tempo em que ouvia alguém gritar.

¾ Aí, você não olha por onde anda? ¾ Disse Caleb, com os olhos fechados, sentindo a raiva aumentar. Escutou a pessoa descer as escadas e se posicionar ao seu lado.

¾Perdoe-me, eu estava distraída e com muitos livros ¾ disse Lúcia aturdida enquanto checava se ele estava bem - Se bem que você também deveria ter prestado atenção, ora!

¾ Saí daqui menina ¾ disse Caleb abrindo os olhos e empurrando a menina que caiu sentada no chão.

¾ Não precisa se grosso, seu idiota!¾ Falou Lúcia com fúria na voz, foi então que ele a olhou. Era uma menina baixa, com um rosto fino e cabelos castanhos presos em um coque onde a franja caía por cima dos olhos cinza.

Cinza? Caleb observou direito e sabia que aqueles eram os olhos do seu sonho, porém o olhar estava diferente. No sonho o olhar era de felicidade e amor, mas agora os olhos estavam vermelhos de tanto ter chorado – mas por quê? – e o olhar era de raiva, mas Caleb pode ver uma pontada de tristeza e nesse momento uma imensa vontade de proteger aquela garota cresceu dentro dele. Ela juntou seus livros e saiu pisando com força, como se a cada passo quisesse abrir uma cratera no chão. Caleb tentou chamá-la novamente, mas acabou sendo em vão, a garota de olhos cinza já estava fora de seu alcance.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer a Mrs Prongs e a Bela por favoritarem minha história.. Obrigada!

Comentem!



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