A Viagem Para o Fim escrita por Mizuko


Capítulo 2
Fuga a Dois


Notas iniciais do capítulo

Bom, como muitos de vocês devem saber, eu sou também um usuário do socialspirit... Só estou passando aqui para passar minhas historinhas daquele site para esse ;3 Apenas aprecie a leitura caso esteja lendo pela primeira vez ^^



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–--------------------------------------- Yona's POV: ON ---------------------------------------------

"O tempo parou para mim..."

Eu passei por todos esses anos, sob aquele céu nublado esbranquiçado, sem precisar falar com ninguém... No início eu costumava olhar para fora da janela, observando as crianças correrem para a escola, assistindo o mundo girar com pressa. Quando eu me cansava disso, eu assistia mais TV. Eu não tinha nada melhor pra fazer. Eu realmente não tinha nenhuma outra opção. Isso ajudou, de certa forma. Não importava como estava lá fora, se estava nevando ou se já era primavera.

Lá havia um mundo para mim. Nada de frio, nem calor e nem dor. Apenas sonhos.

... eu buscava a tranquilidade com a minha imaginação...

Acabei juntando um amontoado razoável de conhecimentos... Mas o que peguei eram apenas fatos e números para mim. Eu perdi qualquer capacidade de averiguar se as coisas que via na tela da TV eram realmente ligadas à realidade. Foi a mesma coisa com os livros que eu lia: eles não pareciam ser sobre coisas reais, apenas conceitos abstratos. A mesma coisa com os jogos.

Por fim, eu não parecia real. Minha consciência era apenas a de um observador; o meu corpo e a minha família, meros objetos de observações. Por isso minha transferência para o sétimo andar não mudou muito para mim.

Tudo desaparecia do mesmo jeito quando eu fechava os olhos. Eu achava que isso era tudo que eu precisava. Decidi pensar. Não demorou muito tempo para a chegada da minha segunda saída temporária. Da próxima vez que eu voltar aqui, eu não poderei nem mesmo saber se serei capaz de andar sem ajuda.

Era patético o fato que eu não conseguia nem mesmo lutar diante disso.

Era ridículo como eu não tinha sequer um lugar para ir.

"O tempo parou. Meu coração parou. Uma longa cicatriz foi esculpida em meu peito..."

"Mesmo eu tendo vivido apenas 22 anos...

Isso ainda me parecia uma vergonha..."

–---------------------------------------Yona's POV: OFF -------------------------------------------

Os dias continuaram a passar.

Alguns dias atrás, as nuvens se dividiram e se extenderam, e o céu do inverno se expandiu ao alto. Meu pai fez uma de suas raras visitas. Seu rosto estava ardente e esgotado.

A única vez que ele pareceu se animar foi quando estava falando sobre o seguro de vida que fez para mim.

"Agora, eu preciso ter uma conversa com o médico, com licença..."

Ele finalmente saiu. Ele provavelmente voltou para o andar de baixo, de volta ao sombrio consultório. E então, estou sozinho novamente.

Ele me trouxe algumas revistas. Eu não tinha nada melhor para fazer, então eu peguei uma perto de mim. Elas estavam na mesa com as outras coisas que ele trouxe. Frutas, sucos e outras coisas. Mas não havia mais nada além do cesto de frutas. Com um melão bem na frente, a fruta que eu mais detesto.

Meus olhos viram... algumas chaves.

"............"

Eram chaves de um carro, cintilantes em tom prata.

O orgulho e alegria do meu pai era o seu carro, com seu interior e acabamento personalizados. Ele nem sonha em deixar eu me aproximar daquele coupé. Isso simbolizava o que essas chaves eram para mim. Eu ainda mantinha a minha carteira de motorista no bolso do meu peito. Mesmo que eu tenha perdido a chance de usá-la, deixei ali como um lembrete de que eu já tive uma vida normal.

Eu coloquei a mão nas chaves. Meus dedos se fecharam em torno delas. Eu as peguei. Eu realmente não sei o porquê.

Foi exatamente o que eu acabei fazendo. Era como se eu estivesse vendo alguém fazer isso numa novela ou algo assim. Eu tinha remédios para durar alguns dias no meu quarto também. De alguma forma, eles acabaram em uma sacola.

Eu fui em direção ao corredor.

Não havia ninguém de plantão no posto de enfermagem. Ninguém para me ver passar. Eu continuei andando, apressado, em direção aos elevadores. Na minha mão direita, uma sacola, na minha esquerda, as chaves do carro. Escondida no bolso do peito, a carteira de motorista que eu nunca pensei que seria capaz de usar. Cheguei à sala e olhei quem estava lá.

Meus olhos a encontraram, olhando para a TV como sempre. Sentada em um banquinho barato, vendo os mesmos programas entediantes de sempre.

"Você está se divertindo aí?"

"Eu pareço estar me divertindo?"

"Não, nem um pouco."

A mesma resposta de sempre.

Sua expressão usual, inexpressiva e com seu olhar distante.

"Então...

quer ir junto comigo?"

"Hã...?"

Eu mostrei as chaves para ela, e continuei.

"Eu decidi... eu não quero morrer em casa. Eu... não quero que seja aqui também... Então... por que não vem comigo?"

"... está bem."

Juntamente com suas palavras, ela se levantou. Ela sacudiu seus longos cabelos, e um cacho deles roçou a ponta do meu nariz. Ela colocou seus remédios em uma bolsa...

E então saímos do sétimo andar juntos. Eu desliguei a horrível televisão enquanto saíamos. O sorriso estridente do apresentador foi cortado e o silêncio reinou.

Vestindo nossos pijamas, com anseio de mudar nossos destinos, nós fomos ao elevador e descemos até o térreo. Saímos pela saída do ambulatório, não pela porta principal da recepção. Era menos visível, e ficava mais perto do estacionamento.

O vento frio nos atingiu em cheio no rosto quando nós saímos do prédio. O estacionamento era aberto e livre de obstáculos, o que fazia o vento soprar ainda mais forte. Corremos juntos pela pista. Eu estava olhando para o carro. Ela estava olhando para ver se não haveria algum problema. Não demorou muito tempo até eu encontrar o carro do meu pai.

O coupé prateado. O orgulho e alegria do meu pai.

Imediatamente, eu abri a porta do carro com a chave.

"Pode entrar."

"Tá bom..."

Eu me acomodei no assento do motorista. Ela já estava ajustando o seu lado. Com seu tamanho, ela precisaria do assento na posição vertical caso fosse olhar para fora. Agora era só uma questão de colocar a chave na ignição e girá-la, pisando levemente no acelerador ao mesmo tempo.

Exatamente como eles me ensinaram na auto-escola. O motor ronronou como se estivesse vivo. Depois... basta soltar o freio de mão e pisar na embreagem suavemente. E nós estávamos livres. Nós poderíamos ir a qualquer lugar... pelo menos na teoria.

"Bom, vamos lá..."

"... tá."

Ela acenou com a cabeça. Passei para a segunda marcha ao ouvir sua resposta.

E então, o carro partiu.

Não foi a mais suave das partidas; a embreagem não me era familiar, e a mudança de velocidade foi bem brusca.

"Balançou bastante..."

"É, eu nunca dirigi este carro antes... Por falar nisso, eu não dirigi nada desde que passei na prova prática."

"Entendo..."

Não era longe até a saída do estacionamento, que dava de frente para a estrada principal. Não tinha sinais de trânsito. Eu dirigi direto, sem parar. Nossa ida para a estrada foi saudada por um soneto de buzinas atrás de nós. Eu acelerei até a velocidade do fluxo, tentando não me atrapalhar pelos solavancos e empurrões que acompanhavam cada mudança de marcha inexperiente.

A variação da aceleração serviu apenas para enfurecer o motorista atrás de nós. Ele buzinou furiosamente à distância. Acho que ele travou a buzina dele por minha causa. Eu consegui tirá-lo da minha mente e me concentrar na direção. A minha ficha ainda não tinha caído. Tudo ainda parecia uma ilusão.

"Ei, você..."

"... o que foi?"

"Está com medo?"

"............... ajudaria se eu estivesse?"

"Não é bem isso o que eu quis dizer..."

Ainda era de manhã. O Sol estava forte.

O céu de Janeiro se estendia para além do pára-brisas. Nós não tínhamos nenhum lugar em específico para ir. Era um dia de clima frio, a embreagem era estranha e o carro andava tremendo, como se estivesse com convulsões. Era um dia de pegar a estrada juntos... de pijamas.

Era um desses dias de inverno...

Então chegou a hora do dia em que o Sol começou a se pôr e a se avermelhar. Eu simplesmente dirigi o dia todo, sem parar, sem nem pensar para onde estávamos indo. Finalmente me toquei de que eu não tinha a menor idéia de onde estávamos.

"Se importa se pararmos por um instante?"

"Tá..."

Era hora de parar e pensar. Nós estávamos bem longe da cidade agora, no meio do nada. Nós mal chegamos a ver outro carro nos últimos quilômetros. Eu parei em um acostamento sem nome e comecei a tomar ciência da situação.

Se pelo menos tivéssemos algum dinheiro...

Tendo partido às pressas e sem planos propriamente ditos, era óbvio que nós encontraríamos algumas dificuldades. Comecei a verificar os vários bolsos e compartimentos ao redor do carro.

............

"Não dá para viver muito com isso..."

Havia uns 2 reais e 30 centavos no cinzeiro, possivelmente troco para os pedágios. Fora disso, só alguns volumes de mangás e uma câmera descartável. Foi uma coisa boa não ter nenhum destino em mente, pois o sistema de navegação GPS parecia estar quebrado. Tudo que eu tinha a acrescentar a isso foi os 177 reais que eu trouxe comigo quando saímos.

Meu montante total, incluindo o trocado no cinzeiro, mal chegou a 200 reais. Não posso dizer que fiquei particularmente surpreso ao ver que tão pouca coisa havia sido deixada no carro.

Mas ainda assim foi chocante. Com o dinheiro tão limitado, não havia nenhuma possibilidade de dormirmos em camas de hotel. Eu podia chutar que a menina não teria nenhum dinheiro com ela. Eu tinha visto o que ela colocou em sua bolsa... apenas remédios.

"... o que foi?"

"Nada..."

Bem, eu já estava esperando que fosse ser assim. Estávamos despreparados, dado que saímos sem qualquer planejamento ou objetivo. De qualquer forma, não havia porque ficar sem fazer nada. Eu queria estar em movimento, e não parado em um acostamento.

Nós pegamos a estrada outra vez, sob o pôr-do-Sol.

"Como você está? Já está com fome? Com toda a nossa pressa, nós não comemos nada desde o café da manhã. Por hora, o que acha de pararmos numa loja de conveniência?"

"Não."

"Não seja exigente. Aliás, qualquer coisa vai ser melhor do que aquilo que davam para nós lá no sétimo andar."

"............"

Ela olhou para si mesma em silêncio.

E eu percebi qual era o problema. Aqueles pijamas rosas.

"Ah, agora entendi..."

Olhei para a minha própria roupa.

Eu tinha que admitir que nós iríamos nos destacar se nós não trocássemos de roupa. Uma roupa decente teria que ser uma prioridade. Decidido, peguei a alça da estrada que dava para uma área residencial. Eu não sabia qual era o nome da cidade, nem o nome da rua que nós chegamos. Estávamos em algum lugar perto de uma estação. Pude perceber pelo número de pessoas por lá.

"Vai ser difícil encontrar algo por aqui..."

Fui dirigindo devagar, atento, olhando para todas as direções.

Uma lavanderia automática. Era no térreo de um bloco de aparência bastante degradada.Parecia um lugar bom como qualquer outro.

Estacionei perto da entrada para o prédio.

"Já volto..."

"...?"

Eu fechei a porta do carro enquanto ela fazia um olhar duvidoso e caminhei até a lavandaria. A porta se abriu quando me aproximei, soltando uma baforada de ar quente que encheu minhas narinas com o cheiro de água sanitária. As paredes foram revestidas com máquinas de lavar e secadoras antiquadas. O lugar estava tão degradado por dentro quanto por fora.

"Alguém aí?"

Não havia ninguêm por lá. Apenas uma máquina estava em uso: uma secadora no canto mais distante estava emitindo um zumbido profundo.

Eu caminhei até ela e olhei para o cronômetro.

............

Passaram-se apenas cinco minutos de um ciclo de meia hora por 4 reais e 60 centavos. Quem quer que estava usando esta máquina deveria ter coisas melhores para fazer do que esperar. Eu dei uma olhada para fora, apenas no caso de aparecer alguém. Mas não havia ninguém naquela rua. Eu voltei para perto da máquina e dei um puxão na porta. A trava de segurança foi ativada, e o tambor parou de girar. Eu peguei o conjunto de roupas, tentando ignorar o calor e o vapor enjoativo.

Então, segurando a pilha com ambos os braços, dei uma última olhada em volta e voltei para o lado de fora. Abri e fechei a porta do carro rapidamente.

"Ah...!"

Aparentemente, ela não tinha adivinhado o que eu ia fazer. Meus braços cheios de roupa úmida a assustou.

Larguei as roupas no banco de trás.

"Lá vamos nós..."

"............"

Uma fuga perfeita.

Eu estava dirigindo com mais confiança agora, com uma mão no volante. O monte de roupas úmidas bloqueava o espelho retrovisor. Pelo que pude ver eram todas roupas masculinas, calças jeans largas e casacos, todos bem grandes. A maior parte ainda estava molhada, mas estávamos com o ar-condicionado ligado, então não ia ficar assim por muito tempo.

"Deve ter algo que você possa vestir nessa pilha..."

"............"

Ela não respondeu. Apenas olhou sem entusiasmo para a pilha de roupas.

"Nós vamos ter que aproveitá-las da melhor maneira possível."

"Sim, eu sei."

Eu teria que ser o primeiro a admitir que eu não estava feliz com a escolha das roupas, ou os métodos envolvidos para adquirí-las. Eu estava até disposto a admitir que nós não tínhamos nenhum plano específico, levando em consideração o dinheiro que tínhamos. Mas nessas circunstâncias, levando em conta o quão limitado eram os nossos recursos, ainda não tinha como justificarmos um ataque de compras.

Nós seguimos em frente até que a lua preenchesse no céu. Então eu decidi encontrar uma rua tranquila, bem iluminada, onde pudéssemos parar. Eu acabei estacionando próximo a um parque infantil no meio de algum subúrbio arborizado.

Em seguida, começou a tarefa de conferir o que tinha na pilha para descobrir exatamente o que eu tinha conseguido pegar. O ar-condicionado fez a sua parte. As roupas estavam bem secas agora.

"Como eu pensei... são todas roupas masculinas..."

Não havia muito além dos jeans e moletons que eu tinha reparado no começo.

Acabou sendo bem próximas do meu tamanho, pelo menos. Peguei um par de jeans adequado e uma camisa mediana, e comecei a me trocar ainda dentro do carro.

"Vamos lá, vista-se com alguma coisa."

"............... é tudo muito grande..."

"Você vai continuar usando o seu pijama, então?"

"............Tá bom..."

Claramente relutante mas reconhecendo a necessidade, ela pegou algumas peças de roupas do monte e abriu a porta do carro.

"Aonde você vai?"

"Me trocar."

Claro. Ela estava se dirigindo aos banheiros públicos ao lado do parque.

............

"Foi rápida, hein."

Ela estava vestida agora. Um jeans comprido e um moleton branco. Seu pijama rosa estava em suas mãos.

"Ainda bem que achou algo."

"............"

Ela não respondeu. Eu não estava surpreso. A combinação era pior que eu pensava, as roupas estavam praticamente penduradas nela. Ela teve que dobrar suas calças várias vezes só para poder andar nelas. Suas mangas tiveram o mesmo tratamento.

"... eu estava bem melhor no meu pijama..."

"Não diga isso. Pelo menos você vai ficar mais aquecida assim."

"............"

Ela se limitou a fazer uma cara de decepção frente às minhas palavras.

"Pensando bem, você queria roupas mais femininas, é isso...?"

"Tanto faz..."

Ela deu a mesma resposta de sempre.

Achava mesmo que ela ficaria insatisfeita com as roupas tão grandes, e logo, seu rosto voltou a ficar inexpressivo.

Começou a chover.

Ela caía do céu frio de Janeiro, como se tivesse esquecido dos outros meses. O pára-brisas foi gradualmente obscurecido pelos martelantes pingos de chuva. As gotas da chuva preenchiam o pára-brisa, se juntando e escorrendo pelo vidro como riachos. Quando essas correntes se encontravam, elas ganhavam força, e tão logo o pára-brisas se tornou o leito de um rio.

Por um tempo permaneci sentando no banco de motorista, observando a chuva. Um lugar solitário, em algum lugar no alto das colinas. Nós fizemos uma pausa em uma loja de conveniência para comprar comida. Foi onde ficaríamos esta noite. Nós não compramos muito. Dois onigiris ( Bolinhos de Arroz) para cada um, duas garrafas de meio litro de Pocari e uma batata era o menu do nosso jantar.

"Já faz um tempo que não como coisas assim..."

"É..."

Ela concordou, pegando seu primeiro onigiri.

Não é algo que a maioria das pessoas considerariam maravilhoso, mas comparado às comidas do sétimo andar, era uma maravilha gourmet. Então quando nós dois fomos pegar a batata, sua mão parou de repente.

"Algo errado?"

"Não..."

Ela sussurou. Ela estava olhando para fora do pára-brisas. Eu segui seu olhar. Nós tínhamos estacionado em frente a um banco de flores. Flores brancas, molhadas pela chuva. Eu não podia dizer se alguém as plantou ou não, mas eu reconheci sua forma.

"Essas são narc... narcisos?"

"Narcissus... você provavelmente os conhece melhor como narciso."

"Ah, eles são a mesma coisa?"

Eu seria o primeiro a admitir que botânica nunca foi o meu ponto forte, mas até eu já tinha ouvido falar de narcisos. E mais uma vez elas persuadiram algumas raras palavras da garota, que normalmente só falava quando necessário. Por isso eu senti que valia a pena continuar com essa conversa.

"Elas são do mesmo tipo então, ou são diferentes?"

"Sim. São próximas, mas diferentes."

"O quê, sério? Aquelas outras deviam ser bem raras, então..."

"Não exatamente. Dá pra achar em qualquer lugar."

"Algum lugar em particular?"

"............"

Eu não perguntei com nenhum intuito específico em mente. Foi apenas para onde a conversa acabou indo. Mas ela deu uma pausa para pensar sobre isso, antes de abrir sua boca novamente.

"Oeste..."

"Oeste?"

"Particularmente em Awajishima..."

"Awajishima?! Espera aí, você... tem alguma idéia do quão longe é daqui?"

É uma ilha na província de Hyogo, ao sul de Kobe. Embora eu não tinha certeza absoluta de onde estávamos, eu poderia dizer com certeza que ela estava falando de um lugar do outro lado do país. Daria uns 700 quilômetros fácil. Eu nunca tentaria uma viagem como essa. Eu sequer sabia se conseguiria. No mínimo, eu tinha certeza que nós não tínhamos o cacife para cobrir esse tipo de viagem.

Nós provavelmente não seríamos capazes de cobrir os custos com combustível, mesmo se ficássemos fora das grandes rodovias.

"Não seja boba... você deve saber que não tem como irmos tão longe!"

"............quem falou alguma coisa de ir até lá?"

"Hã?"

"Eu só estava respondendo a sua pergunta..."

A conversa morreu ali. Ela se calou e ficou lá sentada, olhando para as flores. Mesmo depois do vidro embaçar com a nossa respiração graças à chuva fria lá fora, ela ainda não desviou o seu olhar. Eu pessoalmente não queria ir para Awajishima mesmo.

Mas também não queria ir para nenhum lugar em especial...

....

Continua...


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Notas finais do capítulo

Bom, eu acabei passando de 3k palavras mas não me culpem, eu me deixo levar demais enquanto estou digitando u-u" Mas prometo que o próximo cap vai ser entre 2k a 3k palavras ^^.

*O Dinheiro usado no Japão é o Iene (Yen), mas estarei usando o Real (R$) para melhor compreensão e senso financeiro.

*Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança de eventos e pessoas, vivas ou mortas, é mera coincidência.



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