Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 5
Capítulo 4




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Depois de ter aceitado namorar o Leo, as coisas mudaram um pouco na minha vida. A pesar da implicância do Leo, eu acabei me mudando para o apartamento da Kate. As crianças estranharam um pouco no começo, mas terminaram se acostumando, gostaria de poder dizer a mesma coisa do Leo, mas tinha que ouvir dele, quase todos os dias, sobre as vantagens de me mudar com ele. Fora esse pequeno detalhe, Leo estava sendo o melhor namorado do mundo.

Leo fazia o possível e impossível pra me ajudar, estava sempre do meu lado sendo carinhoso e gentil, não só comigo, mas com meus filhos. O mais importante era que ele me respeitava, entendia meus medos e minhas manias, nunca me pressionou ou me forçou a nada. Leo é e sempre foi um homem maravilhoso, espero um dia poder corresponder a seu amor do jeito que ele merece.

Kate estava muito feliz em ter a gente na casa dela, viver sozinha longe da família deve fazer com que ela se sinta solitária, além de poder esfregar na cara do Leo, todos os dias, que ela podia botar meus filhos pra dormir e acorda-los de manhã. As crianças ficaram com o quarto de hospedes e, a pesar da Kate ter insistido pra ficar no quarto dela, achei melhor ficar na sala, o sofá-cama era muito confortável e minhas coisas ficam no quarto dos meninos.

Kate não me deixa gastar em nada relacionado com a casa, eu até tentei pagar um aluguel simbólico, mas ela se recusou a aceitar. De vez em quando eu compro coisas para encher a geladeira e a despesa, Kate até reclama, mas não pode fazer nada pra evitar.

Minha pequena Emma continua com o tratamento antigo, pelo menos até eu juntar o dinheiro necessário, ela teve algumas crises nestas últimas semanas, mas nada grave. O médico falou que se eu conseguir a metade do dinheiro podemos começar o tratamento e ele dá um jeito pra parcelar o restante, mas eu ainda está longe de conseguir essa quantia.

[...]

Hoje acordei com muita disposição, eu sabia que não podia me deixar vencer pelos problemas e tinha que enfrentá-los de cabeça erguida. Levei as crianças para a creche e fui direto ao restaurante. Quando entrei fiquei surpresa por não ver ninguém no salão principal, normalmente, nesse horário os funcionários limpavam e arrumavam as mesas, mas o restaurante parecia completamente vazio. Caminhei até a cozinha, esperando encontrar alguém lá, estava começando a me sentir dentro de um filme de terror. Abri a porta e me surpreendi com o que vi, me deparei com todos os funcionários lá dentro, todos eles olhavam pra mim sorrindo. No momento em que ia perguntar o que estava acontecendo Kate deu um passo à frente e começou a falar.

_ Eu conheço você e sei que você vai começar a reclamar e dizer que não é necessário, mas antes disso, eu tenho que dizer que isto não é pra você e sim pra Emma e proibimos você de recusar, demoramos muito para juntar e ninguém vai
aceitar de volta. Dizendo isso, ela me entregou um envelope.

Eu sabia o que tinha dentro do envelope e fiquei comovida pela incrível atitude dos meus amigos. Em outra situação eu teria recusado, mas como a Kate disse, isso não era pra mim e sim para Emma, não seria capaz de recusar. Abri o envelope e encontre um grande maço de dinheiro.

_ Basicamente, são todas as gorjetas do mês e um extra que cada um conseguiu dar, até o Cheff Terry colaborou. Disse Amanda, uma das garçonetes. Tive que rir ao olhar pro nosso Cheff rabugento e durão.

_ Sabemos que não é muito e muito menos o suficiente para cobrir o tratamento da pequena Emma, mas esperamos que seja de ajuda. Completou Josh, que trabalhava na cozinha.

Nesse momento não consegui mais segurar as lagrimas e Kate se aproximou para me abraçar.

_ Eu disse que você não estava sozinha. Falou enquanto me abraçava.
Quando consegui me soltar dela, olhei pra todo mundo e agradeci.

_ Obrigada! Eu sei que todos vocês precisam deste dinheiro e mesmo assim decidiram entrega-lo a mim. Não tenho a menor dúvida de que vocês são as melhores pessoas que eu conheço. E quero que saibam que este dinheiro vai ser sim de grande ajuda e no nome da Emma, agradeço a todos vocês. Todos me deram um abraço grupal e logo começamos a trabalhar.

Só depois de todo mundo sair, notei que o Leo não estava lá, devo a pior namorada do mundo.

_ Kate você viu o Leo hoje?

_ Eu não o vi chegando. Estranho, ele sempre chega cedo. Tentou ligar pra ele?

_ Ainda não, mas vou tentar, obrigada.

Andei até a cozinha e sai pela porta dos fundos para encontrar um lugar onde possa ter privacidade. Peguei meu telefone da bolsa e marquei o número do Leo. O celular tocou várias vezes, mas ninguém atendeu.

_ Droga Leo, cadê você? Falei comigo mesma.

_ Estou bem aqui! Dei um pulo pra trás e quase gritei.

_ Droga Leo! Não sabe que é feio assustar as pessoas desse jeito!?

_ Desculpa pequena, mas não resiste. disse com um sorriso lindo no rosto. _ Mas
porque esse desespero todo em me achar?

Por que estou me sentindo uma namorada péssima por não sentir sua falta antes respondi na minha cabeça.

_ Uma namorada não pode ficar com saudade do seu namorado? perguntei tímida e ele sorriu ainda mais.

_ Pode e deve! encurtou a distância entre nós e me abraçou. _ Fico feliz em saber que você sente minha falta.

Leo parecia uma criança que tinha acabado de receber o melhor presente do mundo. Ainda estávamos abraçados quando Leo separou nossos corpos levemente, mas sem me soltar, me olhou nos olhos e me beijou.

_ Bom acho que deveríamos ir trabalhar, você pode ser o gerente, mas eu continuo sendo uma garçonete! Disse cortando nosso beijo.

_ Acho que você pode ter alguns privilégios por ser minha namorada! Disse ele em tom malicioso.

_ Deixa de besteira, temos que trabalhar! Respondi batendo no ombro dele.

_ Ok, senhora mandona, mas antes eu preciso te entregar algo! se separou de mim e pegou um envelope de dentro do palito. _ Eu sei o que os meninos fizeram e também sei que você aceitou então você não pode negar o meu presente. Dizendo isso me entregou o envelope.

O abri já tendo uma ideia do que seria, mas nunca esperei que fosse tanto. Dentro do envelope havia um cheque por 5 mil dólares. Isso era mais do que todo o pessoal do restaurante tinha arrecadado.

Olhei para o Leo sem acreditar no que estava vendo.

_ Leo isto é muito dinheiro, eu... mas antes de poder terminar ele me cortou.

_ Nada de mais Ana, você aceitou o dinheiro dos outros, não pode me negar isso. Eu quero ajudar a minha princesinha. Eu sei que mesmo juntando tudo ainda não é suficiente para pagar o tratamento todo, mas você pode dar a primeira entrada e depois a gente dá um jeito de conseguir o dinheiro que falta.

Estava enganada quando achei que tivesse ficado sem lagrimas, porque nesse momento um monte delas começou a cair sem parar. Leo me envolveu em seus braços novamente.

_ Não era pra você chorar e sim pra você ficar feliz.

_ Eu estou feliz, muito feliz. É por isso que estou chorando. Comecei a dizer entre soluços. _ Não sei como agradecer tudo o que você fez e ainda está fazendo por mim e pelos meus filhos.

_ Eu vi aquelas crianças nascerem e as amo assim como amo você. Leo já tinha me dito essas palavras antes, mas naquele momento tiveram um significado muito maior.

Eu sei que deveria me sentir a garota mais sortuda por ter um homem lindo e maravilhoso, como o Leo me amando e amando meus filhos. Mas não era assim que eu me sentia. Sentia-me a pessoa mais horrível da face da terra por não poder corresponder a seus sentimentos. Naquele momento eu prometi a mim mesma que faria o impossível para devolver ao Leo todo o amor que ele me dava. Se depender de mim, ele seria o homem mais feliz da terra.

_ Eu também te amo Leo. Sem ao menos pensar, as palavras saíram de minha boca. Eu não estava mentindo, eu o amava. Não do mesmo jeito, mas amava e eu tinha certeza que um dia o amaria do jeito que ele merece.
Leo não disse nada só me apertou com mais força em seus braços.

_ Amanhã você vai ter o dia livre. Vai poder ir ao hospital e falar com o médico, Emma deve começar o tratamento o mais rápido possível. Não adianta dizer nada, a Kate já se prontificou a cobrir seu turno.

_ Obrigada!

_ Bom agora vamos trabalhar. Leo se separou de mim e me deu um leve selinho.

Entramos no restaurante e começamos a cumprir nossos deveres. O trabalho foi tranquilo, me sentia mais relaxada, como se um peso gigante tivesse sido tirado das minhas costas. Claro que isso se devia ao fato de que minha filha poderia iniciar o tratamento adequado. Minha princesinha ficaria bem.


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