LEIAM AS NOTAS INICIAIS, POR FAVOR

CHRISTIAN POV

O dia seguinte foi corrido, tinha muitas coisas para resolver e pouco tempo, o aniversário dos meninos estava próximo e eu queria que tudo fosse perfeito e seguro, principalmente seguro. Ross apareceu junto com Elliot e Mia logo de manhã, queria conversar com ele sobre a empresa e sobre o que estava acontecendo. Ana e eu acordamos cedo para recebe-los, a pesar de ter dito que ela poderia continuar dormindo. Assim que eles chegaram, Ana os convidou para tomar café da manhã. Elliot já conhecia a Ana e Ross agiu de forma professional como sempre. Mia por outro lado não parou de falar e fazer perguntas nem por um segundo.

_Ana, eu queria ter vindo antes para conhecer você e meus sobrinhos, mas o ogro do Christian não deixou. – Disse fazendo biquinho como uma criança, fazendo Ana rir.

_Para de ser infantil, Mia. Eu sabia que se você viesse não a deixaria em paz, como está fazendo agora.

_Christian! – Disse Ana olhando feio pra mim. _Não seja grosso com sua prima, ela só está sendo gentil. – Me senti uma criança sendo corregida na frente dos coleguinhas. _ E, Mia, você é bem-vinda sempre aqui. Vou adorar receber você e tenho certeza que Kate vai gostar de te conhecer. – Disse sorrindo pra ela.

_Elas já se conhecem. – Disse Elliot entrando na conversa. _Kate foi me visitar na empresa e acabaram se encontrando.

_Sim, Kate é muito divertida, deveríamos marcar um dia de meninas e sair para fazer compras, ir ao spa... – Mia começou a enumerar todas as coisas que iriam fazer.

_E é por isso que não queria você aqui. Agora está tentando roubar minha mulher de mim! – Reclamei. Eu conhecia minha prima, ela era capaz de arrastar Ana para outro país só para fazer compras.

_Agora quem está sendo dramático é você! Ana é jovem é precisa aproveitar a vida!

_Podemos marcar um dia, sim. – Disse Ana me ignorando. _Mas não pode ser por muito tempo, tenho que cuidar dos meninos. Mas como eu disse você pode vir sempre que quiser. – Terminou sorrindo.

_Obrigada Ana! Você é incrível, não entendo como pode ser namorada desse ogro. Estava prestes a responder, mas Ana segurou minha perda e me olhou pedindo para não continuar.

Ignorei o resto das palavras de Mia e terminado de tomar café da manhã. Quando estávamos levantando da mesa ouvimos um choro vendo do corredor.

_Parece que alguém acordou de mal humor. – Disse Ana. _Eu vou, você tem coisas para resolver.

_Obrigado. Vamos estar no escritório, caso precisar de alguma coisa. – Disse e lhe dei um selinho.

_Tudo bem, vou acordar os meninos e dar café da manhã pra eles. – Ana sorriu e andou até o corredor.

_Bom agora podemos ir. – Ross, Elliot e Mia assentiram e me seguiram até o escritório.

_Agora você pode nos explicar o que está acontecendo? – Perguntou Mia impaciente. – Os três se sentaram e olharam para mim.

_Todos sabem sobre o acidente da Ana e dos meninos a alguns meses atrás. - Os três balançaram a cabeça afirmando.

_Mas não foi um acidente. Elliot sabe o que realmente aconteceu, mas eu preferi manter a situação em segredo. O que aconteceu não foi um acidente e sim uma tentativa de assassinato. – Ross ficou seria no mesmo instante e Mia cobriu a boca espantada. _Alguém tentou matar a Ana e meus filhos e dois dias atrás invadiram o apartamento deles, quebraram tudo e deixaram uma mensagem no quarto da Ama: “Você não vai fugir da próxima vez, vadia!” – Repeti aquelas malditas palavras.

_Meus Deus! Mas quem está fazendo isso? – Perguntou Mia.

_Eu, ainda, não sei, mas vou descobrir. Taylor e Wlech estão trabalhando nisso. Mas eu preciso falar de outro assunto com você.

_Estamos aqui para ajudar. – Disse Ross.

_Não quero deixar Ana e os meninos sozinhos por enquanto, então vou me afastar do trabalho por algum tempo. Confio em vocês para cuidarem da empresa na minha ausência.

_Pode contar com isso. Vamos cuidar de tudo, você não precisa se preocupar com nada. – Disse Elliot.

_Se for alguma coisa muito importante e contratos para assinar, é só mandar ou trazer aqui em casa, podem me ligar sempre que for necessário.

_Tudo bem. Vamos tentar não te incomodar muito, já tem muito no que pensar, não queremos causar mais problemas. – Disse Mia.

_Mia, você vai ser responsável pela publicidade.

_Mas eu sou apenas uma assistente. – Disse Mia confusa. Ela já estava trabalhando na empresa há algum tempo e eu confio nela, sei que ela é capaz de cuidar de tudo.

_Eu estava esperando que pegasse um pouco mais de experiência, mas considerando a situação atual, acho que você pode assumir esse cargo sem problemas. Isso se você quiser é claro.

_Claro que eu quero! Eu sei que é muito responsabilidade, mas se você confia em mim, não vou te desapontar.

_Perfeito. Ross pode resolver isso amanhã?

_Claro.

_Se precisar de ajuda para mais alguma coisa, estaremos s postos. Você não está sozinho, irmão. Gostamos muito da Ana e faremos qualquer coisa para ajudar a resolver este problema. – Disse Elliot ficando de pé.

_Per enquanto é só isso. Se eu precisar de alguma coisa, prometo avisar. Agora queria discutir algumas coisas sobre a empresa com vocês.

Os quatro ficamos na sala conversando sobre a empresa e cada momento percebia que tinha feito a escolha certa. Ross era muito eficiente e demostrava isso a cada momento, eu sabia que minha empresa estava me boas mãos. Elliot, além de meu melhor amigo, sempre foi um advogado de confiança e muito competente. Mia cheia de energia e ideia novas me surpreendia a cada dia. Não posso pensar em pessoas melhores para me ajudar.

Quando terminamos de discutir já era quase hora do almoço. Os quatro saímos do escritório e andamos até a sala. Ana estava sentada na sala com os meninos assistindo desenhos. Assim que meus filhos me viram, se levantaram e correram na minha direção, até mesmo a Sofia, que já andava mais seguram

_Papai! – Gritaram _Você demolou muito.

_Desculpa filho.

_Mamãe falo que você tava tlabalhando, mas você ainda ta aqui. – Disse Emma.

_É por que o papai vai trabalhar aqui em casa por enquanto.

_Vai fica o dia inteiro com a gente? – Perguntou Noah.

_Sim, vou ficar aqui, mas só por um tempo.

_Oba!

_Meu Deus! Como vocês são fofos! – Disse Mia se aproximando. _Noah é a cara do Christian, parece uma miniatura sua. – Disse olhando pra mim. Me sentia orgulhoso quando falavam isso.

_Quem é essa moça, papai? – Perguntou Emma.

_Ela é minha prima, o nome dela é Mia.

_Mas podem me chamar de tia Mia! – Disse sorrindo.

_Estes são Elliot e Ross, amigos do trabalho.

_Também são nossos tios? – Perguntou Noah.

_Podemos ser! – Disse Ross se agachando para ficar da altura deles. Fiquei surpreso, ela é sempre seria e professional, mas meus filhos conseguem conquistar qualquer um. _Vocês são muito lindos! Estão de parabéns. – Disse olhando para mim e Ana, que já estava do meu lado. _E você eu já conheço pequena Sofia, mas você cresceu muito. – Disse chegando perto da Sofia que estava no meu colo.

Sofia se aproximou de mim e escondeu o rosto no meu pescoço, ela não gostava muito de estranhos.

_Mama! – Disse esticando os bracinhos para Ana para que a pegasse no colo. No mesmo instante todos olharam para ela surpresos. Ana ficou sem graça, mas pegou Sofia no colo.

_O que foi meu amor? Eles são amigos do papai. – Disse tentando acalma-la. Mas não adiantou.

_Bom, acho melhor irmos. – Disse Elliot.

_Não querem ficar para o almoço? – Perguntou Ana.

_Obrigada pelo convite, mas temos muitas coisas para fazer. Nosso chefe nos deixou cheios de trabalho. – Disse Ross sorrindo.

_Tudo bem, outro dia marcamos um almoço. – Acompanhamos os três até a porta, mas Ana os deteve antes de sair. _Ah! Tinha esquecido, semana que vem é o aniversario dos gêmeos, e vamos fazer uma festa na piscina, estão todos convidados.

_Nossa! Obrigada Ana. Adoro festas na piscina! – Disse Mia animada.

_Obrigado, tenho certeza de que Kate já sabe. – Disse Elliot sorrindo também.

_Sim, falei com ela agora pouco.

_Estarei aqui. – Disse Ross. _Bom, mas agora temos que ir, muito obrigada por tudo. – Ross e o resto se despediram e foram embora.

_O que fizeram enquanto estava no escritório? – Perguntei beijando o pescoço da Ana.

_Desenhamos um pouco e assistimos desenhos. – Respondeu se virando. _Deu tudo certo?

_Sim, eu confio neles, sei que farão um bom trabalho. – Ana sorriu pra mim.

_Tem certeza que você vai ficar bem assim? – Perguntou. _Eu sei que você gosta do seu trabalho, não quero que se sinta preso aqui. – Disse apreensiva.

_Amor. – Disse segurando seu rosto. _Eu quero ficar aqui, não vou deixar vocês sozinhos nesta situação. O mais importante pra mim é a segurança de vocês, a empresa pode esperar. E não tem como me sentir preso aqui com vocês, na verdade eu nunca me senti tão livre. – Ana abriu um sorriso sincero e me abraçou. _Sabe eu gostei muito da forma em como você agiu hoje.

_E como agi? – Perguntou confusa.

_Como a dona da casa. – Respondi sorrindo e Ana ficou vermelha.

_Nossa eu não queria... quer dizer, eu... – Tentou explicar.

_Ana, para. Acabei de falar que eu gostei. Isso quer dizer que você está se sentindo confortável aqui. Além do mais esta casa e sua! – Ana pareceu mais calma assim que terminei de falar. _Sabe, eu estava pensando em comprar uma casa.

_Serio? Achei que você gostasse do apartamento.

_E gosto, é um excelente apartamento para um solteiro, mas agora eu tenho uma família e acho que as crianças precisam de mais espaço. Percebi isso ontem, eles precisam de espaço para correr e brincar, aquele parquinho não é o bastante. – Ana sorriu pra mim, eu sabia que ela pensava o mesmo.

_Acho que concordo com você, eu sempre sonhei em dar uma casa aos meu filhos.

_Serio? E como você imagina essa casa? – Perguntei curioso.

_Bom, nada muito concreto, mas eu imaginava uma casa com um jardim enorme e árvores grandes para dar sombra.

_Só isso?

_Acho que sim, nunca parei para pensar muito nisso.

_Então, jardim grande e arvores? – Ana balançou a cabeça. _Vou ver o que eu consigo. – Disse lhe dando um beijo.

_Senhor o almoço está servido. – Disse Gail entrando na sala.

_Obrigada, Gail, já estamos indo. – Gail se retirou da sala logo em seguida. _Estou morrendo de fome. Vamos comer?

_Vamos, vou chamar os meninos. – As crianças estavam deitadas no tapete da sala assistindo desenhos.

[...]

Depois do almoço, que estava uma delícia, decidi levar os meninos ao parque, eles estavam precisando sair e agora que a segurança foi reforçada acho que não há mal nenhum.

_Você tem certeza? – Perguntou Ana pela milésima vez.

_Sim, amor. Além de Taylor temos mais três seguranças.

_Desculpa, acho que estou um pouco nervosa, não saímos desde o que aconteceu no nosso apartamento.

_Eu sei, mas eu prometo que não vai acontecer nada com você e nem com as crianças. – Dizendo isso, pegamos as coisas e fomos até o parque.

Eu dificilmente saia de casa por diversão, apenas ia ao trabalho e a eventos importantes. Mesmo quando Elena insistia eu me recusava e ela acabava saindo sozinha ou com algumas amigas. Sempre detestei os fotógrafos e nunca tive um verdadeiro motivo para sair e me divertir, eu e Sofia nos divertíamos em casa, já que ela era pequena e não tinha por quê sair. Mas agora eu tenho uma família de verdade e quero viver cada momento e experiência junto a eles.

Ver os meninos no parque é muito divertido, parece que a energia deles é inesgotável, correm para todos os lados e estão sempre nos chamando para ir com eles. Sofia ainda não consegue seguir os passos dos irmãos, por isso fica mais perto da gente, mas daqui a pouco ela vai estar correndo com eles.

Ana e eu sentamos no gramado e ficamos olhando os meninos brincar no parquinho. Sofia estava com areia da cabeça aos pés, Noah e subia e descia pelo escorregador sem parar e Emma fazia tortinhas de areia. Olhando-os brincar desse jeito me fazia desejar ter mais filhos, queria ter um bebezinho em meus braços de novo. Perdi três anos das vidas de Emma e Noah, não os vi nascer, dar seus primeiros passos nem amamentar pela primeira vez. E com Sofia, as coisas não foram como o planejado. A pesar de não ter sido uma coisa planejada, eu amei minha filha desde que fiquei sabendo que ela existia, mas Elena não fez questão de esconder o desprezo que sentia pela gravidez, tive que convencê-la de manter a gravidez até o final e mesmo depois de nascida as coisas só pioraram. Elena se recusou a amamentar a própria filha e nosso relacionamento só piorava, o que não permitiu que disfrutasse todas as etapas da minha filha.

_Ana, o que você acha de ter mais filhos? – Perguntou deitando no chão. Já tinha iniciado uma conversa com ela em relação a isso, mas não chegamos a um acordo.

_Ah? – Perguntou Ana confusa.

_Eu quero mais filhos. Você não?

_Eu não sei, Christian. Acho que no momento não consigo pensar nisso. Não tem nem dois meses que estamos juntos e com tudo que está acontecendo, não sei se é correto pensar em mais filhos.

_Eu sei que a situação atual não é favorável, mas eu estava pensando no futuro. – “Um futuro não muito distante” – Pensei. _Olhando pra eles assim, a única coisa que consigo pensar é que eu quero mais. Eu perdi parte do crescimento de Emma e Noah. Eu sei que não vai substituir a falta que isso me faz, mas ver outro filho meu crescendo, seria incrível. Você não se imagina gravida de novo? Sentir um serzinho crescendo dentro de você outra vez. – Tentei convence-la.

_Christian, você sabe que a minha gravidez não foi às mil maravilhas, longe disso, eu sofri muito. Eu amo meus filhos e se eu tivesse que passar por isso de novo para tê-los comigo, eu o faria, mas... – Ana se deteve.

_Eu sei, amor. E eu me culpo por isso todos os dias. Mas agora as coisas seriam diferentes, eu vou estar do seu lado, você vai ter o melhor atendimento médico e nada de ruim irá acontecer à você ou ao bebê.

_Eu não sei, Christian. Três crianças já dão trabalho o bastante. – Tentou argumentar.

_Nossos filhos são incríveis Ana! Eles nem dão trabalho, tenho certeza que os próximos vão ser iguais. – Disse tentando persuadi-la, mas ela não parecia muito convencida. _Eu só quero que você pense no assunto, podemos conversar sobre isso depois, mas eu preciso que você, pelo menos, considere a ideia.

_Tudo bem, eu prometo pensar sobre o assunto. – Disse finalmente.

_É o suficiente, por enquanto. – Disse beijando-a. _Vamos ter mais tempo para falar sobre isso.

Ficamos mais algum tempo no parque, mas já estava ficando tarde e os meninos precisavam tomar banho e comer. Ana e eu pegamos as coisas e voltamos para o carro, ajeitamos os meninos em suas cadeirinhas e voltamos para casa, sendo seguidos por um carro de segurança e outro na frente.

Assim que chegamos no apartamento Taylor pediu para falar comigo, parecia urgente.

_Vai com ele, eu e Amanda damos banho nos meninos.

_Prometo encontrar com vocês assim que eu terminar. – Disse lhe dando um beijo.

Ana foi com os meninos até o quarto e eu me dirigi até minha oficina sendo seguido pelo Taylor. Entramos na sala e fechei a porta e logo em seguida me sentei em minha cadeira.

_Pode falar, Taylor.

_Temos uma identificação. – Disse sério. _O homem loiro que foi visto perto do carro minutos antes do acidente foi identificado como Jack Hyde. Welch já fez algumas investigações, mas não encontrou muita coisa. Até agora sabemos que ele nasceu em Seatle e que é dono de uma pequena empresa. Não conseguimos encontrar nenhuma relação com as empresas Grey ou com o senhor.

_Já mandaram essa informação à polícia? – Perguntei impaciente.

_Sim, senhor, mas parece que o senhor Hyde saiu da cidade.

_Maldito! Quero que encontrem esse homem. Quero saber tudo sobre ele!

_Sim, senhor. Já estamos trabalhando nisso. – Disse Taylor mantendo a calma. – Respirei fundo e tentei manter a calma.

_Taylor, sabe alguma coisa sobre minha ex-mulher?

_Ela está na Bahamas, senhor.

_Sabe se ela esteve aqui no dia do atendado ou da invasão? – Perguntei, não querendo que estivesse relacionada com isso. Por que caso isso fosse verdade eu a mataria com minas próprias mão.

_As passagens foram compradas uma semana antes do atentado, senhor.

_Muito bem, Taylor, pode se retirar e faça o que eu pedi. Quero tudo o que você possa encontrar sobre esse homem e o mais importante, quero achar esse infeliz.

_Sim, senhor. – Disse Taylor e se retirou logo em seguida.

Fiquei sentado na minha cadeira pensando nos meus próximos passos, já tínhamos um suspeito, que, por coincidência, tinha desaparecido da cidade e minha ex-mulher estava sumida também. Eu não queria pensar nessa possibilidade, Elena é uma mulher fútil e vazia, mas posso imagina-la como uma assassina, ela não seria capaz de fazer isso... pelo menos era o que eu pensava.