Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 25
CAPÍTULO 24


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meninas e meninos! Temos mais um capítulo, não escrevi o quanto eu gostaria, mas muitas leitos me pediram para postra logo, então decidi adiantar está parte. Espero que vocês gostem! Não deu tempo de revisar, então peço desculpas se deixei algum erro passar! Beijos e boa leitura.



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CHRISTIAN POV

Não sei quanto tempo fiquei abraçando a Ana e não me importava, eu ficaria, assim, com ela o tempo que fosse necessário. Em algum momento ela parou de chorar e sua respiração ficou mais pausada, me afastei um pouco dela e percebi que estava dormindo. Seu nariz e suas bochechas estavam vermelhas por causa do choro e mesmo assim ela estava linda. Eu ainda queria saber o que tinha acontecido pra faze-la chorar desse jeito, mas ela me contaria do jeito certo. “Espero que saiba que você não à merece. E mesmo assim ela te escolheu... Mas saiba que se você a machucar de novo, eu acabo com você, sem pensar duas vezes”. Lembrei das palavras do Leo, ele disse que ela me escolheu. Mas isso não fazia sentindo eu ouvi ela falando, escutei da boca dela, que queria formar uma família com ele e ter uma família.

No meio da minha confusão, lembrei de que tinha algo para fazer. Me levantei com cuidado para não a acordar, ela se remexeu um pouco, mas continuou dormindo. Saí da sala olhando pra ela antes de fechar a porta. Andei até a entrada do hospital, onde encontrei Taylor, ainda de pé, esperando por mim.

_Taylor, pode voltar para casa, vou ficar aqui. Amanhã eu ligo para avisar que horas você pode vir. – Dei as indicações rápido, ele tinha ficado esperando por mim esse tempo todo, devia estar cansado.

_Sim, senhor. – Respondeu e saiu.

Assim que Taylor se foi, peguei meu celular dentro do bolço e liguei pra casa. Gail atendeu rapidamente.

_Casa do senhor Grey, boa noite. – Disse de forma educada.

_Boa noite Gail, sou eu.

_Oh, senhor Gray. O senhor está bem, estava preocupada. – Disse Gail agitada. Sorri com sua preocupação, ela trabalho comigo à muito tempo e acabou criando afeição por mim, assim como eu por ela.

_Estou bem Gail, tive um imprevisto. Liguei para avisar que não vou dormir em casa. Cuide dos meninos por mim, eu devo passar em casa amanhã de manhã. Eles já estão dormindo? – Perguntei.

_Eu tentei bota-los na cama, mas eles ficavam chamando pelo senhor. – Disse envergonhada.

_Tudo bem Gail, você poderia botar no viva voz e chama-los, por favor? – Pedi para ela.

_Claro senhor, só um minuto. - Se passaram apenas alguns segundos até que ouvi a voz dos meus filhos.

_Papai! Gritaram os dois. ­_Cadê você? – Perguntou Emma.

_Oi meus amores. – Disse respondendo. _Estou no hospital com a mãe de vocês.

_A mamãe tá bem? – Perguntou Noah.

_Sim, ela está, mas está se sentindo um pouco sozinha por isso vou ficar com ela hoje. Tudo bem? – Perguntei esperando que eles entendessem.

_Você vai cuidar da mamãe? – Perguntou Noah.

_Sim eu vou.

_Tudo bem, então. – Respondei. _Mas volta logo! – Concluiu me fazendo sorrir.

_Eu volto. Obedeçam a Gail e vão dormir porque está ficando tarde.

_A gente não pode blincá mais um pouquinho? – Perguntou Noah.

_Não, filho, já está tarde, vocês precisam dormir.

_Ok. Responderam os dois.

_Boa noite, filhos.

_Boa noite, papai. – Escutei a vozinha dos dois e logo ouvi passos correndo pra longe.

_Boa noite, senhor Grey. Pode deixar que vou colocar os dois na cama assim que desligar o telefone. A pequena Sofia já está dormindo.

_Muito obrigado, Gail. Boa noite. – Disse desligando o telefone.

Em seguida liguei para Andreia, queria informar que não iria trabalhar no dia seguinte. Estive trabalhando como um maluco na última semana, então não seria um problema faltar um dia. Assim que terminei de falar guardei o celular e voltei para o quarto. Quando entrei Ana estava acordada, sentada na cama olhando para a porta, parecendo assustada. Estava prestes a falar alguma coisa, mas ela foi mais rápida.

_Achei que você tivesse ido embora. – Disse parecendo aliviada em me ver.

_Eu não vou à lugar algum, só fui fazer algumas ligações. Seus filhos estavam enlouquecendo a Gail. – Disse sorrindo, queria que ela sorrisse um pouco, mas o efeito foi contrário. O resto dela se contorceu em preocupação e culpa.

_Meu Deus! Os meninos, eles precisam de você e eu estou te prendendo aqui. Você precisa ir. – Disse fazendo gestos com as mãos.

_Ana, relaxa. – Disse me aproximando dela e me sentando na cama, ao se lado. _Eu já disse, não vou te deixar sozinha. Os meninos estão bem, Gail está cuidando deles, só precisava avisar que não voltaria pra casa hoje.

_Você não precisa ficar aqui... eu estou bem. – Tentou me convencer.

_Não, você não está. E não adianta discutir, vou ficar aqui com você. – Disse firme, nada me tiraria daquele quarto, nem mesmo ela.

_Tudo bem... – Disse abaixando a cabeça. _Você sumiu. – Disse ainda olhando para as próprias mãos. – Eu sabia do que ela estava falando. Ela sentiu minha falta nesta semana que eu não apareci.

_Eu estive ocupado com a empresa e os meninos. – Menti, não querendo contar a verdade. Não queria que ela pensasse que eu era um covarde que foge assim que algo errado acontece.

_Uhm... – Murmurou apenas.

_Agora você vai me contar o que aconteceu? – Perguntei. Ana se remexeu um pouco na cama, mas não disse nada. _Ana? – Perguntei levantando sua cabeça para poder olhar em seus olhos. Ela tentou desviar, mas eu não permiti. _Me diga, por favor. O que aconteceu para que você ficasse daquele jeito? – Insisti.

_Eu terminei com o Leo. – Disse baixinho.

O que Ana disse me deixou muito feliz, ela tinha terminado com ele! Agora eu entendia as palavras dele, ela o largou para ficar comigo. Está quase pulando na cama e abraçando a Ana com todas as forças, mas a realidade bateu no meu rosto como uma balde de agua fria. Ela estava chorando, estava chorando por ter terminado com ele. Mas porquê? Se ela queria terminar com ele, porque estava chorando desse jeito?

Fiquei em silencio por alguns segundos, agora eu não sabia se me sentir feliz ou triste. Mas que merda!

_Você deveria falar com ele e concertar as coisas. – Disse querendo me bater. Eu amo a Ana, mas não quero que ela seja minha se ela está infeliz. A pesar de estar disposto a lutar por ela, não sou capaz de vê-la chorando desse jeito por outro homem.

_O quê? – Perguntou Ana confusa.

_Você está sofrendo, Ana. Se terminar com ele te machucou tanto, talvez seja melhor vocês voltarem. – Disse com muito esforço. Parte de mim estava se contorcendo por dentro e me odiando por dizer essas palavras.

_Do que você está falando, Christian? Eu achei que você...

_Por mais que eu queira que você fique comigo, não suporto a ideia de ver você sofrendo. Se ficar longe dele te deixa assim, você deveria voltar com ele.

_Você é um imbecil, Christian Grey. – Disse Ana se afastando de mim. _Você disse que me amava e que queria ficar comigo e agora está me pedindo que volte com o Leo? Que diabos acontece dentro dessa cabeça sua? – Perguntou parecendo indignada.

_É verdade, eu te amo, mas não quero te ver sofrendo. – Respondi do mesmo jeito.

_Christian, eu cansei de toda esta confusão. Se queremos que isto de certo precisamos começar a ser sinceros um com o outro. – Disse se ajeitando na cama e ficando de frente pra mim. _Eu estou triste, não por que me arrependa da minha decisão, mas por que eu machuquei uma pessoa muito importante pra mim. Leo é e sempre será alguém importante na minha vida e eu acabei o magoando.

_Então, você não se arrepende? – Perguntei ainda inseguro.

_Não, por mais que eu ame o Leo e esteja doendo agora. Eu te amo mais, e tenho certeza que doeria mil vezes mais estar perto de você e não poder ficar com você. – Assim que ela terminou de falar meus olhos se encheram de lagrimas. Ela queria ficar comigo, me escolhei por cima dele!

_Você está falando sério? Quer realmente ficar comigo?

_Sim Christian, mas... – Antes de que ela pudesse dizer alguma coisa, a peguei no meu colo e a abracei.

_Você não vai se arrepender, vou fazer de você a mulher mais feliz do mundo. Eu te amo, Ana. – Não consegui me segurar e a beijei. Foi um beijo calmo, nossos lábios se mexiam em perfeita sincronia. Seus lábios continuavam como eu lembrava, cálidos e macios. Eu esperei muito tempo para beija-la novamente e agora eu iria aproveitar. Nos beijamos até que sentimos a falta do ar, nos separamos calmamente, mas eu a mantive perto de mim. _Você não faz ideia de como eu senti sua falta, falta dos seus beijos, do seu corpo perto do meu...

_Eu também, mas.... – Não! Sempre tem um “mas” no meio. Porque? _Precisamos ir com calma, eu terminei um relacionamento agora pouco e, como eu disse, somos pessoas diferentes agora, precisamos nos conhecer de novo. – Ela parecia constrangida.

_Você vai ter todo o tempo que achar necessário. Só peço que não me afaste de você. Passei muito tempo longe de você, não quero ter que ficar longe de você de novo.

_Também não quero ficar longe de você. – Disse ficando vermelha.

_Fico feliz em ouvir isso. – Segurei seu rosto e a beijei de novo. _Agora você precisa dormir. – Disse terminando nosso beijo.

_Você vai ficar aqui? – Perguntou.

_Vou, pode dormir tranquila. – Disse beijando sua testa. Ana se ajeitou em meu peito e fechou os olhos.

Não sei quanto tempo fiquei observando Ana dormir, mas eu não consegui fechar os olhos, queria aproveitar cada segundo. Ana dormia tranquilamente em meus braços, sua respiração era lenta e compassada, podia sentir seu coração batendo contra meu peito, era uma sensação maravilhosa. Seus olhos se mexiam por debaixo de suas pálpebras, ela devia estar sonhando, isso me deixava intrigado. Queria saber o que se pesava em sua cabeça. Acabei adormecendo enquanto olhava pra ela e foi a melhor noite que tive em muito tempo.

Acordei com o sol batendo e meu rosto, nunca fui uma pessoa de dormir muito, sempre deitava tarde e acordava cedo. Ana continuava dormindo em meus brações, seu rosto parecia um pouco inchado, assim como seus olhos, devido ao choro do dia anterior, mas, mesmo assim, ela continuava linda. Comecei a fazer carinho em seu rosto e cabelo e ela, aos poucos, começou a abrir os olhos.

_Bom dia. – Disse mantendo o carinho em seu cabelo.

_Bom dia. – Respondeu. _Está acordado há muito tempo?

_Não, acordei agora pouco. Dormiu bem?

_Aham. – Murmurou enquanto balançava a cabeça.

_Está se sentindo melhor? – Perguntei preocupado de que ela ainda estivesse mal pelo Leo.

_Estou bem melhor, obrigada. – Respondeu se espreguiçando.

_Fico feliz. – Disse beijando sua testa. _É melhor eu levantar, daqui a pouco vão trazer seu café da manhã. – Ana balançou a cabeça e eu levantei da cama, meu corpo estava um pouco dolorido pela posição que dormi, mas não me importava. Me estiquei um pouco e me virei em direção à Ana. Ela estava se esticando da mesma forma, só que deitada na cama.

_Suas costas estão doendo? – Me perguntou parecendo preocupada.

_Não, estou perfeitamente bem. – Me aproximei e lhe dei um selinho.

Ana ia dizer alguma coisa, mas foi interrompida por uma batida na porta. Ana respondeu e o médico entrou no quarto.

_Bom dia, senhorita Steele. – Disse sorrindo para Ana. Isso me incomodou um pouco. Maldito ciúmes. _Senhor Grey, bom dia. Chegou cedo. – Disse perdendo o sorriso ridículo.

_Eu dormi aqui. – Respondi sorrindo pra ele.

_Bom. – Disse mudando de assunto. _Eu vim informar que a senhorita já está de alta. Os papeis estão na recepção, precisa apenas assinar.

_Essa é uma ótima notícia. – Disse Ana sorrindo. _Nada pessoal, mas não suporto mais ficar nesta cama. – Disse com um sorriso envergonhado.

_Bom, você se livrou desta cama, mas vai ter que ficar em uma por mais algum tempo. Como eu disse antes, vai ter que ficar em repouso por, pelo menos, um mês. Sem fazer esforços físicos, levantar peso ou andar muito. Apenas o necessário. Deve ficar na cama o máximo de tempo possível. Na recepção deixei a receita com os remédios e outras indicações, que deverão ser seguidas ao pé da letra.

_Pode deixar, ela vai. Eu mesmo vou controlar isso. – Respondi rapidamente. Eu cuidaria da Ana, mesmo contra a vontade dela. Ana me olhou desconfiada, mas não disse nada.

_Bom, espero que se cuide, senhorita Steele. Já marquei uma consulta para daqui a um mês, até lá, siga as instruções.

_Sim, doutor. Muito obrigada.

_De nada, até mais Anastásia. – Ela a chamou pelo nome? Quem ele pensa que é? _Senhor Grey. – Disse olhando pra mim. Eu apenas balancei a cabeça, mas tinha vontade de bater nele.

O médico saiu do quarto, nos deixando sozinhos de novo.

_Desde quando você é minha enfermeira, Christian? – Perguntou Ana erguendo uma das sobrancelhas.

_Bom considerando que agora você é minha namorada e que você vai ficar na minha casa, acho que devo tomar conta da sua saúde. – Respondi sorrindo.

_O quê? Namorado? Ficar na sua casa? Do que você está falando, Christian? – Perguntou se levantando da cama e indo na minha direção.

_Ana! Não levanta desse jeito. Você pode se machucar. Não ouviu o que o médico acabou de falar? – A reprendi na mesma hora. Sua falta de cuidado com ela mesma me deixava chateado.

_Eu estou bem, Christian! Agora responda a minha pergunta. – Disse me encarando.

_Você é teimosa demais, Ana. – Disse suspirando. _Enquanto ao namoro, achei que tivesse ficado claro ontem, estamos namorando. – Ana tentou argumentar, mas eu continuei. _E considerando que você mora sozinha e com duas crianças, achei melhor você ficar na minha casa, assim você pode ficar com os meninos e não precisa fazer nenhum esforço. – Completei.

_Por que tem que ser tão controlado!? – Perguntou indignada. _Eu não lembro de ter sido pedida em namora e eu deixei bem claro que queria ir com calma. E sobre eu morar com você, isso está fora de questão. Não vejo necessidade nenhuma, eu consigo me virar sozinha, o médico só disse para não exagerar, ainda posso fazer minhas coisas.

_MEU DEUS! SERÁ QUE VOCÊ PODE PARA DE DISCUTIR COMIGO POR UM SEGUNDO E ENTENDER QUE EU SÓ ESTOU FAZENDO ISSO PELO SEU BEM? – Gritei com ela. _Eu só quero que você se cure o mais rápido possível e isso só vai acontecer se você ficar em repouso. Posso saber quem vai cuidar de você naquele apartamento? Emma e o Noah? – Perguntei irritado. Ana não disse nada, apenas ficou me encarando. Ela sabia que eu estava certo e eu não desistiria tão fácil. _E sobre o namoro, eu sei que você pediu pra ir devagar e é isso que vamos fazer, mas isso não nos impede de namorar. E se o problema é a falta de um pedido... – Me aproximei dela e olhei diretamente em seus olhos. _Anastásia Steele, você gostaria de ser a minha namorada?

Ana pareceu surpresa com a minha pergunta. Pareceu analisar a situação por alguns segundos, mas logo em seguida um sorriso apareceu em seu rosto e eu soube o que isso significava.

_Aceito. – Disse com um leve sorriso. _Aceito ser sua namorada. Eu a abracei, com cuidado para não a machucar e beijei sua testa. _Mas sobre o outro assunto... não acho que seja uma boa ideia, eu...

_Ana, isso não é negociável. Não vou deixar você sozinha naquele apartamento. Os meninos precisam de você. Acha mesmo que consegue cuidar deles sozinha, no seu estado? – Perguntei sabendo que a convenceria com essas palavras. Ana respirou fundo, se dando por vencida.

_Tudo bem, mas assim que eu estiver melhor, voltamos para nosso apartamento. – Disse seria. Um sorriso enorme apareceu no meu rosto ao ver que tinha vencido. _Não pensei que vou ficar na sua casa pra sempre. – Completou. “Veremos, Ana. Veremos” – pensei.

_Como você quiser, senhorita teimosia. Agora vamos arrumar suas coisas, Vou ligar para o Taylor vir nos pegar. Os meninos vão ficar muito felizes com a surpresa.

_Mal posso esperar para vê-los, estou morrendo de saudades. Vou tomar um banho e trocar de roupa. – Disse andando até o banheiro.

_Precisa de ajuda? – Perguntei sorrindo de lado. E fiquei extasiado ao ver como ela ficava vermelha e quase corria até o banheiro. Ri assim que fiquei sozinho no quarto. Peguei meu celular e marquei o número do Taylor.

_Bom dia, senhor Grey. – Respondeu rapidamente.

_Bom dia, Taylor. A senhorita Steele recebeu alta hoje, então preciso de você aqui. Fala com a Gail e avise que os meninos não vão para a creche. Quero fazer uma surpresa pra eles.

_Tudo bem, senhor. Chego em alguns minutos.

_Obrigado, Taylor. Estarei esperando. – Desliguei o telefone e guardei no bolso.

Comecei a pegar as coisas de Ana, que estavam dispersas pelo quarto, e as guardei um uma bolsa que estava em cima do sofá. Não eram muitas coisas, então acabei rápido. Comecei a ficar preocupado com a demora de Ana, eu deveria ter chamado uma enfermeira para ajudá-la. Bati na porta preocupado.

_Ana, está tudo bem? – Perguntei.

_Está. Daqui a pouco eu saio.

_Certeza que você não precisa de ajuda? – Insisti.

_Não, Christian. Estou bem, só estou trocando de roupa.

_Tudo bem. – Disse suspirando.

Aproveitei que Ana ainda estava no banheiro e sai para procurar uma cadeira de rodas, não queria que Ana se esforçasse. Sai ao corredor e procurei uma enfermeira. Assim que achei uma, pedi uma cadeira de rodas e ela pareceu muito feliz em me ajudar. Ri por dentro, pensando que ela nunca teria uma chance comigo, eu pertenço à Ana e a mais ninguém. A enfermeira voltou rapidamente com uma cadeira em mão, insistiu um poupa para me acompanhar, mas assim que eu disse que estava indo procurar minha namorada, ela simplesmente sumiu.

Quando cheguei no quarto Ana já estava sentada na cama, com os cabelos molhadas e uma roupa diferente.

_Está se sentindo melhor? – Perguntei.

_Sim, estava precisando de um banho. – Disse sorrindo. _Christian, o que é isso? – Disse olhando para a cadeira.

_Uma cadeira de rodas. – Respondi.

_Eu sei o que é. – Ana disse irritada.

_Se você sabe, então porque perguntou. – Continuei brincando com ela, Era divertido deixa-la chateada.

_Deixa de ser babaca, Christian. Você sabe do que eu estou falando. Não preciso de uma cadeira de rodas, posso andar.

_Precisa sim, o médico disse para evitar esforços.

_Eu só vou andar até o estacionamento, Christian. Deixa de ser ridículo.

_Ou você vai sentada na cadeira ou eu carrego você até o estacionamento. Você decide.

_Você é insuportável. – Disse reclamando, mas sentou na cadeira. Eu sorri peguei o bolso e saímos do quarto.

_Você falou com os meninos? – Perguntou enquanto andávamos pelo hospital.

_Não, só falei com o Taylor, mas eles vão estar nos esperando em casa.

_Vamos logo! Mal posso esperar. – Disse animada enquanto se remexia na cadeira. Eu ri de sua reação, parecia uma criança esperando pelo presente de natal.

Passamos na recepção e pegamos os papeis, Ana assinou a alta e saímos do hospital. Taylor nos esperava com a porta do carro aberta.

_Bom dia, Senhorita Steele. Fico feliz que esteja melhor. – Disse Taylor de forma educada.

_Obrigada Taylor. – Ana respondeu sorrindo, me deixando com um pouco de ciúmes. Eu sei que é ridículo, mas eu queria que todos os sorrisos dela fossem pra mim, só aceitava dividi-la com meus filhos.

_Podemos ir? – Perguntei um pouco irritado, mas acho que ninguém percebeu. Ana estava feliz demais pra notar qualquer coisa e Taylor era sempre professional.

Ana entro no carro com a minha ajuda, mesmo não querendo. Eu entrei logo depois dela, ficando o mais próximo possível. Taylor foi devolver a cadeira de rodas, mas voltou logo em seguida e começou a dirigir. O caminho até o Escala foi tranquilo, aproveitei o tempo para contar à Ana tudo o tínhamos feito durante a semana. Eu sei que Kate a manteve informada e que ela falava com os meninos pelo celular, mas eu queria contar meu ponto de vista. Ela fazia perguntas sobre os meninos, se eles estavam comendo direito, se Emma tinha ido ao hospital para seu tratamento e se estava tomando seus remédios. E eu respondia todas elas.

Chegamos em casa em menos de 20 minutos. Taylor pegou a mala e eu peguei a Ana. Ela reclamou do caminho inteiro, mas eu prometi cuidar dela e é isso que eu estava fazendo, se dependesse de mim, ela não faria nenhum esforço. Chegamos ao apartamento e fomos recebidos por Gail.

_Bom dia, senhorita Steele. É bom tê-la conosco. – Disse Gail sorrindo.

_Obrigada, Gail, mas pode me chamar de Ana. – Gail apenas sorriu pra ela,

_Gail, onde estão os meninos?

_Estão no quarto da pequena Emma, já tomaram banho e agora estão brincado. Disseram que iam esperar o senhor para tomar café da manhã. Sofia ainda está dormindo. – Respondeu.

_Muito bem. Obrigado Gail. Pode ir preparando o café. Ana também não comeu nada. – Disse colocando Ana em cima do sofá e ajeitando as almofadas. _Vou pegar os meninos lá em cima. – Disse dando um selinho nela. Me levantei para ir atrás dos meninos, mas Ana me deteve.

_Christian? – Me virei em sua direção. Ana parecia preocupada e insegura, de novo. _Não contada nada aos meninos, sobre nos. Por favor. – Pediu.

_O que? Porque? Tenho certeza que eles vão ficar felizes. – Disse confuso. Porque ela não queria contar pros nossos filhos.

_Não quero que eles ficam decepcionados caso a gente não der certo... – Disse abaixando a cabeça. – Mas que merda, será que ela nunca vai confiar em mim, tão pouca é sua confiança em nosso relacionamento?

_Eu me pergunto se algum dia você vai confiar em mim, na gente? – Disse sem olhar pra ela, não queria brigar com ela, então preferi deixar as coisas assim. _Pode deixar que eu não vou contar nada. – Me virei e me dirigi para as escadas.

Cheguei no segundo andar, mas me detive no corredor, precisava me recompor. A conversa com Ana tinha me deixado abalado, não queria que os meninos percebessem isso, eles podiam ser crianças, mas eram muito perceptivos. Respirei fundo e entrei no quarto de minha filha. Assim que me viram os dois correram na minha direção.

_Papai! A gente tava com saudades! – Disseram meus filhos.

_Eu também senti saudades, meus amores. – Disse abraçando-os.

_A mamãe ta bem? – Perguntou Emma.

_Sim ela está bem. – Sorri pensando na surpresa que eles levariam ao ver a mãe. _E ela mandou muito beijos pra vocês.

_Selio? A gente pode liga pla ela? – Perguntou Noah.

_Claro que podem, mas antes eu tenho uma surpresa pra vocês lá embaixo.

_Uma sulplesa? – Perguntou Noah.

_Sim, uma surpresa bem grande e ela está esperando por vocês lá embaixo! – Disse piscando um olho pra eles.

Os dois saíram correndo, mas eu os detive antes de que chegassem às escadas, não queria que eles se machucassem ou caíssem pelas escadas. Peguei os dois no colo e desci com eles, quando cheguei no primeiro andar os coloquei no chão e os dois saíram correndo enlouquecidamente, eu fiquei de pé rindo sozinha, até o que ouvi os dois gritando.

_Mamãe! – Disseram os dois juntos. Andei até a sala para poder ver sua reação de perto, mas quase enfartei quando vi os dois pulando em cima da Ana.

_Emma, Noah! – Gritei e os dois olharam pra mim um pouco assustados. _Vocês não podem pular em cima da mãe de vocês desse jeito, ela ainda está machucada. – Disse tentando tirar os dois do colo da mãe.

_Não exagera, Christian. Eu estou bem, eles não me machucaram. – Disse Ana segurando os dois em seu colo.

_Ana, para de se irresponsável, suas costelas ainda não estão curadas completamente, precisa ter cuidado. – Disse sério, Ana precisa aprender a cuidar dela mesma.

_Tudo bem. – Disse parecendo arrependida.

_Desculpa mamãe. – Disse Noah.

_Não precisa se desculpar, meu amor. A mamãe está bem, vocês só precisam ter um pouco de cuidado, por enquanto. OK? – Ana explicou ao meninos.

_Ta bom. – Responderam os dois, descendo do colo da mãe. Eu fiquei mais tranquilo sabendo que Ana estava ficando mais consciente.

_Vou acordar a Sofia, daqui a pouco eu desço para tomar café da manhã.

Subi as escadas novamente, só que desta vez me dirigi ao quarto da Sofia. Minha filha ainda dormia em seu berço, ela costumava acordar mais cedo, mas pelo visto, ela deu trabalho para dormir ontem. Acordei Sofia com delicadeza, acariciando seus cabelos e chamando seu nome. Sofia abriu seus olhinhos devagar e sorriu pra mim.

_Bom dia, amorzinho. – Disse pegando-a no colo, como fazia todos os dias. _Seus irmãos já estão acordados e temos uma visita muito especial. – Disse sorrindo pra ela. Sofia abriu seus olhinhos parecendo curiosa pela nossa visita. _Vamos descer para tomar café da manhã.

Sofia e eu descemos as escadas, ela ainda estava sonolenta, por isso tinha sua cabeça encostada em meu peito, parecia que ela queria voltar a dormir, mas assim que ouviu a voz dos irmãos levantou a cabeça e começou a procura-los. Entrei na sala e vi Emma e Noah sentados ao lado da mãe enquanto contavam o que tinham feito durante a semana. Quando entramos na sala os três se olharam para nós.

_Bom dia, Sofia! – Disseram Emma e Noah. Sofia batei palminhas e sorriu pra eles, como fazia todos os dias, ela amava os irmãos.

_Olá, Sofia. Você está linda e grande! – Disse Ana sorrindo pra nós. Assim que Sofia ouviu sua voz, olhou pra ela e começou a esticar os bracinhos. Ela queria que Ana a pegasse no colo. Sofia não costumava ser tão amigável com estranhos, mas com Ana foi quase uma conexão instantânea. Eu podia ver que Ana também sentia o mesmo.

_Ana não poder carregar você, meu amor. – Disse à Sofia, mas ela não quis entender e continuou se remexendo em meu colo. _Sofia! – Disse tentando conte-la.

_Não seja malvado, Christian. Ela não vai me machucar, só vou segura-la um pouco. – Disse Ana, me olhando daquele jeito que eu não conseguia resistir.

_Tudo bem. – Disse respirando fundo. _Mas se ela te machucar quero que você me avise. – Ana balançou a cabeça e esticou os braços para segurar minha filha. Coloquei Sofia com cuidado no colo da Ana.

_Oi minha linda. – Disse Ana dando um beijo na bochecha dela. Sofia riu e devolveu o beijo. _Eu também senti sua falta.

Apoiei minhas costas e fiquei assistindo a cena comovedora na minha frente. Era tudo o que eu sempre sonhei. Ana e meus filhos, juntos na mesma casa, como uma família, como deveria ter sido desde o começo. Emma, Noah e Sofia brigavam para chamar a atenção de Ana, enquanto ela fazia de tudo para deixar os três felizes.

_Senhor. – Meus pensamentos foram interrompidos quando Gail entrou na sala. _O café da manhã já está servido.

_Obrigado Gail. Você poderia levar a Sofia, por favor? – Pedi, assim eu poderia levar a Ana.

_Claro, senhor.

_Meninos, o café da manhã está pronto. Vão com a Gail. – Os dois olharam pra mim, eles não queria se separar da mãe. _A mãe de vocês está indo logo atrás. – Isso os deixou mais tranquilos. Os dois desceram do sofá e foram andando junto com a Gail, que já tinha Sofia no colo. Ana tentou se levantar, mas eu a detive. _Nem pense nisso, eu levo você.

_Christian, você não precisa me carregar o tempo todo, eu posso andar.

_Eu sei que não preciso, mas eu quero. Enquanto menos você andar, mais rápido você vai melhorar. – Ana não disse nada, acho que aos poucos ela estava entendendo que eu não iria para.

Peguei Ana no colo e a levei até a cozinha. Os meninos já estavam sentando. Sentei Ana em uma das cadeiras e começamos a tomar café. Emma e Noah não parara de falar e Sofia não queria desgrudar da Ana. Depois de toma café levei Ana até seu quarto. Tinha montado um quarto pra ela no segundo andar, assim seria mais fácil pra ela se locomover. O primeiro andar tinha mais alguns quartos, então decidi mudar todos para o primeiro andar, me incluindo.

_Muito obrigada. O quarto é lindo.

_Não precisa agradecer. O meu quarto é aqui do lado e o dos meninos ficam em frente. Achei melhor ficarmos aqui embaixo.

_Você pensou em tudo. – Disse sorrindo, mas eu não consegui sorrir com ela. Ainda lembrava de suas palavras de mais cedo. Ela não acreditava que déssemos certo. _Christian?

_Sim? – Perguntei.

_Você está chateado? – Perguntou se ajeitando na cama.

_Não, Ana, não estou. – Menti.

_Eu sei que você está. Por favor, fala comigo. Já falei que isto não vai dar certo se a gente não falar um com o outro.

_Do que adianta falar com você se mesmo assim você não acredita que a gente tenha um futuro! – Falei um pouco alto demais.

_Christian eu...

_Não, Ana. Eu entendi o que você quis dizer. Você não acredita na gente.

_Para com isso, Christian. – Disse quase gritando. _Se eu não acreditasse na gente e não teria escolhido você. Eu quero e eu sei que isto vai dar certo, só não quero apresar as coisas e não quero que os meninos criem expectativas. Se eles soubessem que estamos juntos, iriam querer que morássemos juntos e que fossemos uma família de um momento para o outro e eu não estou pronta para isso.

_Ana. – Disse me sentando ao seu lado. _Morando ou não juntos, somos uma família. E eu sei que os meninos vão entender, eles podem ser pequenos, mas mais inteligentes do que você imagina. Só precisamos falar com eles.

_Tenho medo de que ele fiquem decepcionados. De que eles queiram mais do que posso dar no momento. – Disse deixando uma lagrima cair pelo seu rosto.

_Eles não vão, mas se isso acontecer, a gente vai dar um jeito. – Ana suspirou e encostou sua cabeça em meu ombro.

_Tudo está acontecendo tão rápido. Por mais que eu tente ir devagar... sinto que estou perdendo o controle.

_Acontece o que acontecer, eu vou estar do seu lado e vou respeitar o seu tempo. Eu juro.

_Eu acredito em você. E pode parecer mentira, mas eu confio em você. Você foi ganhando minha confiança aos poucos. – Disse sorrindo.

_Te amo, Anastásia.

_Também te amo, Christian.


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