Tormento Eterno escrita por Fanatic


Capítulo 1
O Furacão


Notas iniciais do capítulo

Prontos para conhecer mais sobre a vida de Fernando? O final já está pronto, portanto vou deixar vocês se matarem tentando adivinhar :3

Prontos para conhecer o outro lado de Henrique?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633961/chapter/1

Todos sabem como funciona o vento, o ar frio e o ar quente que se encontram. E o furacão é o ápice de tudo isso. Mas o interessante disso tudo é que o centro do furacão é mais quente que o lado de fora. Sim, eu encontrei o ar quente que fez meu coração dar voltas como um furacão. E isso tudo foi de certa forma ruim. Quer dizer, eu gosto tanto dessa pessoa. E a ver todo dia sem poder dar o primeiro e grande passo é de certa forma uma prisão dos sentimentos. Então me permita contar como a conheci.

Era um dia normal de aula, por problemas, cheguei no colégio atrasado. Uns 10 minutos que mudou minha vida. A sala estava lotada, eu era tão tímido. Caminhei lentamente até minha cadeira regular, alguém estava nela.

– Onde eu sento? – Perguntei, fitando toda a sala. Eu procurava uma cadeira, uma ajuda, qualquer coisa. Estava imóvel. Um movimento súbito chamou minha atenção, um garoto da minha idade me chamou para a cadeira a sua frente. Então resolvi aceitar para não parecer mal-educado. Pior melhor dia de todos, ao sentar na cadeira após a dele, percebi sua companhia. Os dois não se pareciam muito, era como se completassem. Mas o de trás me chamou mais atenção.

Depois de um papo, percebi que ambos eram ótimos amigos. Eram eles Bruno e Henrique. Depois de um tempo, cerca de um mês, percebi que Henrique era não só um amigo perfeito como também era uma pessoa perfeita. Não em sua aparência, mas ele me cativava de uma forma imensa. Um amigo que eu posso contar a qualquer momento, não podia dizer o mesmo de Bruno. Nós tínhamos uma certa rivalidade, talvez brincadeiras infantis. Mas no final das contas éramos ótimos amigos, do tipo inseparáveis. Eu faria tudo por eles, e tenho certeza que era recíproco. O tipo de amizades que você não troca por nada, nem pelos desejos.

Então num dia qualquer eu percebi, nesse dia em que me aproximei dele e ele me recebeu com um abraço, um verdadeiro abraço. Percebi que eu era o ar frio, e ele o quente. E quando nos juntávamos, dentro de mim se formava um furacão de sentimentos. E no fim de tudo, o amor era o centro. E como sempre, o centro era o mais quente de tudo. Eu não sabia como reagir, apenas o observava. Cada mísero detalhe de seu corpo, como sua boca fina. Seu jeito despojado e seu cabelo clássico. Ou como ele era dedicado com as coisas, e seu jeito de parecer durão. Eu estava ficando maluco, só pode. Onde já se viu, gostar do melhor amigo? Não é normal.

– Você parece estranho. – ele falou para mim, ao me flagrar olhando seus olhos.

– Nada, apenas estou pensativo. Muita atividade para casa. – Menti, tentando disfarçar.

– Nem me fale, todo esse alvoroço em uma semana. – o sol da janela da classe batia em seu rosto, dando uma cena de filme romântico.

– Pois é, e o pior de tudo isso é que sabemos que terá mais e mais. – me aproximei um pouco dele e da cadeira onde ele estava. Sentei na mesa e olhei a janela junto com ele. A silhueta negra da cidade contrastava com o amarelo do sol.

– Ei, vocês tem alguma ideia para o trabalho em grupo? – Perguntou Bruno, se aproximando de nós.

– Nada, talvez a gente devesse pesquisar melhor em sites educativos ou procurar alguém na rua. – falou Henrique, sem tirar o olho do horizonte.

– Certo, então já vou. Tenho que anotar os nomes dos integrantes. Vocês eu sei que já estão. – Bruno deu um leve tapa em meu ombro, que retribuí com um sorriso. Henrique começou a cantar suas músicas preferidas. Sua voz era horrível quando se referia ao canto, mas isso me faz feliz. Parar por um tempo e apenas ouvir ele cantando.

– Vou pra SAMU depois dessa, meus ouvidos já eram. – falei, fingindo uma dor neles.

– Idiota. – ele parou de cantar e voltou a olhar o horizonte. Essa cena ficou congelada por um tempo em minha mente, a silhueta de seu rosto ficou visível enquanto bloqueava o sol. E ele mordeu o próprio lábio para hidratá-los com a saliva. Então percebi o quanto desejava aqueles lábios para mim. E saber se ele queria o mesmo para mim. Talvez isso tudo seja errado, mas de uma coisa eu sei: Meu corpo pedia, e meu coração também. Assim acabou meu dia, me joguei na cama, pensando em tudo o que aconteceu. Toda vez que pensava nele, sentia algo estranho. Como uma vontade de gritar, expressar tudo isso, mas me contendo com a visão de seu rosto a cada dia. Assim descobri o que é o amor. E descobri que a melhor parte é quando o frio e o quente se juntam em sua dança mágica e destruidora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que achou? Espero os comentários.

Capítulo 2 - Sonhe, sonhador. - Sábado.