Escrito nas estrelas. escrita por hollandttinson


Capítulo 11
Perto de você.




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NARRAÇÃO: EDWARD MASEN.

Eu estava tão feliz enquanto dirigia para casa, que não me preocupei quando começou á chover, e nem em andar molhado pela rua até entrar em casa, e muito menos quando mamãe reclamou por eu estar todo molhado dentro de casa, ainda fui até ela e dei um beijo estalado na sua bochecha. Sei que devia ser discreto, principalmente por causa de Isabella, mas eu estou tão imensamente feliz, que não consigo me segurar.

— Já tiramos o jantar, senhor.- Tereza disse, me analisando de cima a baixo, com aquela expressão de quem sabe exatamente o que está se passando. Eu ri e dei de ombros.

— Jantei na casa dos Swan.- Eu expliquei, mexendo no cabelo molhado, e pingando água em todo lugar. Mamãe crispou os lábios, segurando um sorriso, eu fiz uma careta.

— É mesmo? Você passou bastante tempo com Isabella hoje, acredito que vocês já possam ser considerados grandes amigos agora?- Mamãe ergueu uma sobrancelha para mim de forma maliciosa, eu revirei os olhos, sorrindo. Mais do que amigos, na verdade, mas decidi que não quero falar sobre isso com ninguém por enquanto.

— Amanhã eu vou encontrá-la novamente após o almoço.- Eu disse, indo na direção das escadas, pronto para entrar no meu quarto e sonhar com Isabella. Mamãe concordou com a cabeça, finalmente sorrindo abertamente.

— Sabe filho, eu estou muito feliz por você estar vivendo esse momento, mas eu...- Ela ficou séria de repente, e eu suspirei, lá vem.- Edward, você tem certeza de que quer que todas as pessoas vejam você e Isabella juntos? Veja bem, em breve todos começarão á comentar, se é que já não começaram...

— Eu não me importo com os comentários, mãe.- Eu disse, impaciente. Ela concordou com a cabeça, apesar de seu rosto estar calmo, eu sabia que ela tinha ignorado o que eu disse, ela não acreditava nisso, e eu também não, pois eu me importava por terem falado.

— Certo. Mas você tem certeza se quer que as pessoas acreditem que você está com um compromisso com Isabella? Porque é isso que todo mundo vai achar. Vocês não se desgrudam nunca, até eu estou começando á imaginar coisa!- Ela disse, mordendo o lábio inferior e analisando o meu rosto, estreitando os olhos. Eu engoli em seco, e se ela soubesse que eu e Bella realmente temos algo á mais? E o que ela diria se soubesse que eu não faço a menor ideia do que nós dois temos?

— A senhora não devia se preocupar com isso.- Eu disse, colocando a mão no bolso. Eu ainda estava tenso pela conversa, e tenho certeza de que ela conseguia sentir isso, afinal ela é minha mãe. Balancei a cabeça, decidindo mudar de assunto.- Onde está papai? Ele mandou a senhora falar comigo para fugir dessa responsabilidade?- Perguntei, fazendo uma careta. Mamãe revirou os olhos delicadamente, assim como tudo o que ela faz.

— Na verdade, seu pai não apareceu em casa no almoço. Acredito que tenha trabalhado mais do que imaginava.- Ela deu de ombros rapidamente. Trabalhar até tarde no sábado? Não era comum.

— Mas hoje é sábado.- Eu disse confuso, ela concordou com a cabeça, suspirando, deixando claro seu desgosto pelo dia onde papai não esteve com ela. Mamãe foi até o sofá e pegou seu livro, prestando atenção no que lia.

— Bem-vindo aos novos Estados Unidos, querido. Nossos maridos não ficam mais em casa, estão muito ocupados com suas empresas que dão mais lucro do que eles podem contar, e nossos filhos estão lá fora, gastando dinheiro com suas moças, agora que perceberam, depois da guerra, que existe pouco á se viver.- Ela disse, sem me olhar. Eu revirei os olhos, sabia que o drama não era por eu ter passado o dia com Isabella, ela gostava que eu estivesse com ela, mas sim porque ela tinha ficado sozinha.

— A senhora não pensou em arranjar algo para fazer? Quero dizer, se a senhora tem razão sobre a empresa, talvez seja menor ainda o número de dias em que papai poderá ficar aqui conosco... Com a senhora.- Eu dei de ombros quando ela ergueu uma sobrancelha para mim.- Então é bom que a senhora arranje algo para fazer.

— Eu vou começar á fazer tricô.- Ela disse, eu fiz uma careta.

— A senhora já tricota, mamãe.

— Mas só coisas pequenas, vou fazer algo bem bonito, e talvez vender.- Ela deu de ombros, eu crispei os lábios, papai odiaria isso, mas eu não sou papai, então...

— Ótima ideia, mas se me permite, eu estou exausto. Dê boa noite á papai quando ele chegar.- Eu disse, indo na sua direção de lhe dando um beijo na testa. Sabia que ela esperaria ele a vida toda, se pudesse. Ela sorriu para mim e não me atrapalhou mais, me deixando subir para o quarto.

Tomei um banho rápido, a água estava muito fria, o que me deixou agoniado, mas meu espírito ainda estava calmo e feliz, então não dei importância. Troquei de roupa e deitei, fechando os olhos com o único pensamento em Bella, orando para que ela estivesse pensando em mim agora, e se já estivesse dormindo, que ela estivesse sonhando comigo, pois eu com certeza sonharia com ela.

Mas não sonhei, não sonhei com nada, na realidade. Ou talvez tenha sonhado, mas o choque de ter sido acordado em meio de gritos, tenha me feito esquecer o sonho que eu tivesse que ter tido.

Me levantei rapidamente depois de ouvir gritos, eu não me lembro quando foi a última vez em que eu ouvi uma discussão entre minha mãe e meu pai, acho que foi na guerra, quando eu peguei a doença, mas não tenho certeza disso. Troquei de roupa rapidamente, descendo as escadas ás pressas. Eles costumavam parar quando me viam, e sabiam que eu estava vendo, mesmo que isso fosse um tanto infantil.

Mamãe estava com a mão no rosto, sentada no sofá, provavelmente chorando. Tereza estava com a mão em suas costas, acariciando, também parecia sofrer. Papai estava de pé, falando coisas para as duas, peguei apenas a última parte, e acabei revelando que estava no lugar, por causa do meu espanto.

— Como é?- Perguntei chocado, papai se virou, me encontrando. Ele não pareceu arrependido do que disse, e muito menos espantado por me ver, era como se ele estivesse ma defensiva pela adrenalina causada pela briga. Mamãe levantou a cabeça, e Tereza abaixou, se afastando de mamãe, ficando de pé e colocando as mãos para trás, como se ela fosse apenas uma mera criada, e não a melhor amiga de mamãe, e minha segunda mãe. Ergui uma sobrancelha para papai, sem abandonar a expressão de choque.

— Exatamente o que você ouviu, Edward. Tereza está indo embora dessa casa porque é estúpida.- Papai falou isso com uma calma que me irritou, minhas narinas inflaram, eu sentia meu maxilar doer pela força com que comprimi os dentes, ao mesmo tempo que fechava as minhas mãos em punhos.

— Você não pode fazer isso.- Eu disse entredentes, quase cuspindo as palavras, dando alguns passos para frente, ficando á alguns centímetros dele. Temos a mesma altura.

— É claro que posso. Eu sou o dono dessa casa, não sou?- Ele ergueu uma sobrancelha. EU não estava acreditando que ele falava isso como se essa atitude não fosse cruel e idiota. Mamãe fungou, chamando a atenção para si. Tereza estava consolando-a mais uma vez, mas mamãe estava olhando para mim. Ela chorava, minhas defesas caíram.

— Porque você está fazendo isso?- Perguntei, sem olhar para o meu pai, fechando os olhos com força, tentando controlar a raiva, respirando fundo.

— Já pago mais do que ela merece, e ela ainda quer mais!- Papai falou, a indignação evidente em sua voz. Abri os olhos, chocado. Tereza não recebia nem ¼ do que ela merecia, e é claro que mamãe concordava com isso, pois deu uma risada de escárnio, deixando papai irritado, mas ela pareceu ignorar. Fui na direção de mamãe e Tereza, me ajoelhando de frente á mamãe.

— Tereza também reconhece o crescimento do país, e assim como todo mundo, quer ter uma boa vida também. Ela não pediu muito, mas o seu pai acha que é... Insensato.- Mamãe disse, limpando o rosto banhado de lágrimas. Olhei para Tereza, ela estava muito triste, era claro. Parecia destruída, mas, ao mesmo tempo, estava determinada. Ela não ficaria conosco se papai não lhe desse o que ela queria. Olhei para papai.

— Tereza fica.- Ele riu, mas eu não estava brincando, e quando percebeu isso, ergueu uma sobrancelha para mim.

— É mesmo? E com que autoridade você diz isso? A de um moleque de 17 anos?- Ele tinha a intenção clara de me atingir, mas eu revirei os olhos, não estava dando ouvidos á isso, meu foco era que Tereza desfizesse as malas que estavam ao lado do sofá.

— Eu pago o que ela pedir.- Eu disse, Tereza começou á balançar a cabeça negativamente, mas papai falou primeiro.

— É mesmo? Que dinheiro? Todo o dinheiro que você tem, é meu.- Papai disse, cruzando os braços. Ele estava se dando por vencido, e eu revirei os olhos.

— Vou trabalhar na empresa, ou em qualquer lugar. As pessoas estão empregando um monte de gente. Vou pagar o salário de Tereza por você.- Eu disse, ficando de pé. Mamãe fungou, ela estava me olhando surpresa. Tereza estava de olhos arregalados. Papai estreitou os olhos.

— Deixo Tereza ficar. Pago tudo, aumento o seu salário em 50%.- Eu olhei para Tereza, ela estava de boca aberta. Olhei para papai.- Se...

— Prossiga.

— Você se dedicar mais á empresa. Vai trabalhar todos os dias da semana, em um expediente normal de meu secretário chefe. No sábado e no domingo você terá folgas, e poderá ver Isabella.- Ele sorriu e piscou para mim, mas eu ignorei, não queria que Isabella fosse citada por ele. Enfiei a mão nos bolsos.

— Acordo feito.

— Ótimo. Desfaça as malas, Tereza. Você fica.- Papai disse, me dando as costas para ir para a sala de jantar. Tereza concordou com a cabeça, pegou a sua mala e entrou para o seu quarto. Mamãe colocou a mão no meu ombro, eu me virei para ela e ela estava sorrindo para mim.

— Estou orgulhosa de você. Isabella vai ter um ótimo marido.- Ela disse. EU sei que fiquei vermelho, pois o meu rosto todo começou á queimar.

— Eu não sou noivo dela, mamãe. Nem nada.- Eu menti. É claro que eu e ela temos alguma coisa. A dificuldade é saber que coisa é esta. Pretendo descobrir hoje. Sorri abertamente. Mamãe revirou os olhos.

— Tudo é uma questão de tempo, e eu sou paciente.- Ela disse, dando tapinhas carinhosos no meu rosto. Eu suspirei, enquanto a assistia ir até a sala de jantar também. Ela pode ser carinhosa, mas eu não.

O café da manhã seguiu-se em silêncio, como se nada tivesse acontecido. Me foquei em apenas comer o que me cabia, e quando papai avisou que estava indo até a empresa, pois tinha deixado assuntos pendentes por lá, mamãe crispou os lábios. Ela não estava nada feliz com esse excesso de trabalho, e eu tremi quando me dei conta de que em breve eu teria a mesma rotina.

Não querendo pensar sobre o assunto, pedi licença e fui para a biblioteca. Haviam milhares de livros ali que eu nunca li, e que provavelmente nunca iria ler, se não tivesse nervoso com a proximidade da hora em que eu veria Isabella, principalmente depois do dia de ontem. Ainda consigo sentir a textura dos seus lábios nos meus, se eu me concentrar o bastante. E para ser sincero, eu podia senti-los sempre, se isso fosse possível. Suspirei.

Tenho que ir com calma, mas não consigo segurar a vontade e a ânsia de tomá-la em meus braços. Tentar tirar esses pensamentos da minha cabeça é ainda mais torturante, não há nada mais que eu queira pensar, imaginar, que não envolva ela. Eu, definitivamente, estou em maus lençóis.

A manhã passou lenta, como se quisesse me torturar, e quando eu finalmente olhei para o relógio, suspirei aliviado e subi correndo para o meu quarto. Tomei um banho demorado, eu queria ser o homem mais cheiroso com quem ela já esteve. Penteei meu cabelo várias vezes, também devia ser o mais bonito. Me vesti com roupas frescas, apesar de o tempo estar começando á esfriar. Nunca se sabe qual tempo virá, e, no momento, eu sinto bastante calor.

Desci e mamãe ergueu uma sobrancelha para mim, ela estava ajudando Tereza á por a mesa. Tereza deu uma risadinha, que eu fingi ignorar enquanto sentava. Não sei como eu não estava sorrindo, sendo que a vontade de sorrir para todos, e dar beijos e abraços em todos, era enorme em meu peito.

Ouvi a porta de entrada abrir, sabia que papai tinha voltado. Em alguns minutos ele estava na sala, sentando-se em sua cadeira. Mamãe sentou-se em seguida, o almoço estava posto á mesa, e Tereza começou á servir nossos pratos, depois foi para a cozinha, onde ela normalmente almoçava, jantava e tomava café. Uma vez mamãe pediu que ela almoçasse conosco, enquanto papai estava no trabalho, e ela não pareceu feliz com a ideia, então não tentamos mais.

— Você está muito cheiroso e arrumado, presumo que hoje você não vá para um lago... Uma festa, talvez?- Papai falou, com a voz sorridente. Eu ainda estava irritado com ele, não importa o quanto ele tente ser gentil comigo, nada vai apagar a imagem dele querendo que Tereza vá embora por pura mesquinharia.

— É sempre bom estar cheiroso e arrumado.- Eu disse apenas. Mamãe deu uma risadinha. Ela já tinha perdoado papai.

— Você nunca se preocupou com isso.- Ela disse, eu dei de ombros.

— Isabella é muito importante, não é?- Papai perguntou. Sua voz estava tão séria que eu tive de olhar para ele. Ele estava fazendo uma pergunta séria, e eu percebi que, não importa quanto eu estou irritado com ele, ele é o meu pai e isso é importante para ele. Suspirei.

— Ela é.- Admiti, sem vergonha. Papai sorriu, mamãe bateu palminhas.

— Você já disse isso á ela?- Papai perguntou, voltando-se para comida, deixando que o clima voltasse á ficar leve, então eu percebi que estava tenso. Relaxei meu corpo, olhando para mamãe, corando. Mamãe revirou os olhos.

— Como se ela não soubesse! Edward não faria tudo isso se não estivesse apaixonado.- ela disse. Eu ia dizer que não estava apaixonado, por puro instinto, mas papai foi mais rápido.

— Ela não conhece o Edward á tanto tempo, querida.- Papai disse, piscando para mim. Eu revirei os olhos.

— Ela sabe.- Eu simplesmente disse, ainda sem o menor pingo de vergonha em admitir isso em voz alta. De repente tive a sensação de que eu podia falar isso para uma multidão. A verdade absoluta de que eu estava completamente apaixonado por Isabella Swan me tomou em cheio, fazendo meu coração bater acelerado. Eu engoli em seco.

— E o que ela acha disso?- Mamãe perguntou, ficando preocupada. Não seria mesmo uma droga se eu, que nunca me apaixono ou me interesso por alguém, me apaixonasse justo por uma pessoa que não dá a mínima para mim? Seria engraçado se fosse com outra pessoa, mas comigo, eu faria se tornar o fim do mundo, conhecendo meu lado dramático adolescente. Sorri.

— Ela parece satisfeita.- Eu disse. Satisfeita era subestimar um pouco a situação, assim como qualquer palavra seria, não sei se o vocabulário é capaz de limitar tudo o que acontece, e acho que é quase um pecado me limitar entre palavras. Mas é o que nos resta, afinal.

— É claro que está! Tem noção de quantas garotas gostariam de estar no lugar dela agora?- Papai ergueu uma sobrancelha para mim. Sim, filhas de vários investidores. Crispei os lábios.

— Não me importo com mais nenhuma.- Eu disse, olhando duro para ele, que revirou os olhos. Mamãe não notou o clima tenso, ainda estava feliz e animada por saber que seu doce filho tinha uma pretendente.

— Então, onde vai levá-la hoje?- Mamãe perguntou. Eu dei de ombros.

— Existem alguns pontos da cidade que ela ainda não conhece, vou levá-la á alguns deles. Bom, esse é plano original. Mas se ela tiver qualquer ideia melhor, vou seguir sem reclamar.- Eu disse, dando de ombros. Papai concordou com a cabeça.

— E quando você vai, simplesmente, ficar na casa dela? Quero dizer, se vocês vão ter um relacionamento, precisa ir até a sua casa, e fazer como se deve.- Papai estava me olhando com seriedade novamente. Eu concordei com a cabeça.

— Quero saber se ela está de acordo primeiro.- Eu disse. Mamãe revirou os olhos.

— Ora, mas é claro que está. Quem em sã consciência não ia querer casar com você?- Mamãe perguntou, eu revirei os olhos, mas ela estava apenas fazendo seu papel de mãe. E muito bem por sinal.

Não respondi, nem meu pai comentou mais nada, e nós terminamos o almoço em silêncio. Assim que me dei por satisfeito, levantei-me após pedir licença, fui até o meu quarto, olhei-me no espelho. Eu ainda me sentia bonito, fz uma careta. Não bonito o suficiente para ela, mas bonito.

Desci as escadas, papai estava no sofá, lendo um livro. Ele não disse nada, apenas mexeu no próprio bolso da calça, estendeu a mão e me entregou a chave de um automóvel. Eu sorri, pegando-a e saindo sem me despedir de mamãe, na verdade nem sei onde ela pode estar.

Sai de carro pelas ruas, meu coração batendo acelerado enquanto eu percebia que em alguns minutos eu estaria olhando em seus olhos cor de chocolate derretido. Passei por uma floricultura, a moça já estava encerrando o expediente quando eu pedi um buquê de margaridas, ela sorriu gentil para mim. Não era como os sorrisos das moças que, vulgarmente, costumavam sorrir para mim. Era como se essa moça olhasse para mim e entendesse o que eu sentia. Sorri de volta e lhe dei mais dinheiro do que as flores realmente custavam, ela agradeceu e eu voltei para o automóvel.

Parei na frente da casa de Bella, arrumei meu cabelo com uma mão, e fui andando lentamente até a porta. Bati algumas vezes, e esperei pela resposta. Da lateral da casa, o Sr. Swan surgiu. Estava sujo de terra, sorriu para mim.

— Você é um garoto que sabe bem como manter promessas!- Ele disse, parecendo satisfeito em me ver. Sorri para ele.

— Sua filha está em casa?- Ela tinha que estar, tínhamos combinado de sair.

— Bem, está, mas duvido que ela tem escutado a porta. Ela e Renée estão lá nos fundos. Venha comigo. Estamos plantando uma horta!- Ele disse animado, eu o acompanhei, esperando ver Bella suja de terra. Não era o meu plano passar uma tarde mexendo com terra, então eu fiz uma careta, ele estava de costas então não pôde ver.

Ela estava sentada em um banquinho de madeira. Segurava um esto cheio de sementes. Seu cabelo estava preso em uma trança que caía para o lado, deixando o lado esquerdo do seu pescoço completamente á mostra. Usava um pequeno colar dourado, com um pingente de coração, não era uma joia legítima, mas era muito bonito. Não usava nenhum tipo de pintura no rosto, deixando-se completamente natural. Seu vestido era de um verde claro bonito, e ela não estava suja. Diferente de sua mãe, que parecia ter caído na lama.

— Olhem quem eu achei perdido lá na frente.- O Sr. Swan disse, me anunciando. As duas me olharam e sorriram na mesma hora, mas é claro que eu estava tão concentrado em observar Isabella colocar o cesto de lado, levantar-se e vir na minha direção, que não olhei para sua mãe. Estendi a mão e lhe entreguei o buquê, que ela pegou com um sorriso.

— Em breve eu vou abrir uma floricultura em casa.- Ela brincou e eu sorri.

— Da próxima vez e trago bombons.- Eu disse, ela negou com a cabeça, ainda sorrindo.

— Não precisa.- Ela disse, trazendo as flores para mais perto de si, era clara a sua paixão por essas flores que, para mim, eram insignificantes. Mas se ela gostava, era bom que eu tivesse sempre em mãos.

— Vou estragar muito a tarde, se roubar a filha de vocês por umas horas?- Perguntei aos seus pais, que sorriam nos olhando, bobos. Renée negou rapidamente com a cabeça, e Charlie ficou sério. O pai estava á tona novamente.

— Ela estará em casa antes de escurecer?

— Certamente, senhor.- Eu prometi, mesmo sem saber se poderia cumprir. Minha vontade era de nunca mais sair de perto dela. Mas eu tentaria.

— Então pode levá-la. Tenha uma boa tarde.- Charlie disse, eu acenei com a mão. Bella foi até a mãe e entregou o buquê, pediu que guardasse em seu quarto, e eu a esperei para dar meu braço para ela segurar, enquanto nós dois andávamos pela lateral da casa até a rua.

Conversamos sobre coisas banais, e sobre coisas sérias, como o meu novo emprego. Ela ficou feliz por eu ter um motivo para não ir para a guerra agora, e disse que estava orgulhosa por eu ter ido atrás de fazer com que Tereza ficasse conosco. Ouvir isso dela fez meu coração bater acelerado, e eu percebi que eu queria que ela tivesse motivos para me elogiar.

Mostrei á ela alguns lugares da cidade onde eu gostava de ir, como a biblioteca pública, a praça pública, que tinha muitas pessoas conhecidas, que ficaram chocadas ao nos ver juntos, alguns até apontaram para nós, mal educados. Mostrei o lago onde esperavam que nós fôssemos ontem por último. Ficamos sentados ali, alguns casais faziam piquenique, e eu sabia que se alguém nos visse aqui, rapidamente presumiria que estávamos noivos, mas ignorei.

Sentamos na grama fofa, de frente para o lago, ela estava tomando sorvete de creme, preocupada em não deixá-lo derretê-lo em sua roupa, quieta ao meu lado. Eu só conseguia pensar no dia de ontem, e esperava que ela também pensasse nele, apesar de estar concentrada no sorvete.

Quando o sorvete acabou, ela olhou para mim finalmente, ficando corada imediatamente, me fazendo sorrir. Eu gostava de saber que não era o único a me sentir estranho quando estava perto dela.

— Porque você está olhando para mim desse jeito?- Ela perguntou. Eu sorri ainda mais. Eu podia dizer qualquer coisa agora, mas eu simplesmente disse:

— Porque você é a coisa mais linda que eu já vi na vida, eu acho que não consigo não olhar para você, ou olhar para você de uma forma menos apaixonada. Perdão por isso.- Eu disse, ela sorriu, seu rosto ficou ainda mais vermelho, se era possível. Ela abriu a boca algumas vezes para responder, mas depois ela desistia, me fazendo gargalhar.

— Sabe que todos olham para nós e pensam que somos...

— Gostaria que fôssemos.- Eu sabia o que ela ia dizer, e sabia o que eu queria, não ia fugir disso, ou deixar que ela me impedisse. Nada me impediria. Ela sorriu abertamente novamente, seus olhos brilhando, tomando uma cor que fez meu coração aquecer. Ela não queria me impedir.

— Você não ouviu o que eu ia dizer.

— Não importa, eu quero ser o que as pessoas acham que nós somos. Ouvi muitas coisas á respeito de nós dois, e ficaria satisfeito com todas elas.- Eu dei de ombros. Ela passou a mão na testa, parecendo confusa.

— Você me deixa...- Ela mordeu o lábio inferior enquanto procurava a palavra. Eu tive que me segurar onde estava para não tomar seu rosto e beijá-la. Tinha muita gente ali, não seria sensato. Mas quem pensa em sensatez diante disso? Santo Deus me ajude.

— Eu a deixo?- A incentivei, olhando em seus olhos, desviando da sua boca. Mas não importa para onde eu olhe, tudo nela me deixa insano. Suspirei, mantenha o controle Edward.

— Não sei dizer. Nunca me senti assim antes.- Ela disse. Eu sorri.

— Sei o que quer dizer.- Eu disse. Ela concordou com a cabeça.

— Você vai vir me ver todo fim de semana?- Ela perguntou, torcendo os dedos, um sinal de nervosismo. A olhei confuso, depois balancei a cabeça.

— Eu queria vê-la todos os dias da minha vida.- Casar com ela seria incrível, parando para pensar bem. Suspirei, com calma, Edward.- Mas agora eu sou um homem trabalhador.- Fiz uma careta, ela riu.

— Muito trabalhador.- Ela brincou, eu revirei os olhos.

— E na minha atual condição, eu vou ter todos os dias repletos de tarefas. Deus, eu já me sinto cansado!- Eu fingi sono e cansaço, ela riu, passando a mão no meu rosto como se eu fosse um bebê, eu segurei a sua mão na minha bochecha, sentindo o cheiro que vinha do seu braço. Ela sorriu para mim, eu retribui.- Mas eu vê-la todos os dias em que eu puder. Não posso aceitar uma vida onde eu não a veja.

— Isso é meio... Lunático.- Ela disse, mas ela estava brincando, pois riu depois, eu revirei os olhos.

— Fuja de mim, se puder.- Eu pisquei, ela arregalou os olhos e depois riu, dando de ombros. Soltei sua mão, e ela colocou-a sobre a própria perna.

— Não quero.

— Não quero que queira.- Eu sorri. Ela mordeu o lábio inferior.- Não faça isso.

— Que?- Ela pareceu confusa. Eu suspirei.

— Se não quiser que eu dê um real motivo para que imaginem coisas sobre nós, não morda o lábio inferior dessa forma.- Eu disse. Ela analisou meu rosto, e, como para me provocar, deu um sorrisinho, piscou, e mordeu o lábio lentamente. Eu fechei os olhos, respirando fundo, ouvi ela gargalhar.

— Você é tão bobo, Edward.- Ela disse, eu abri os olhos. Ela estava balançando a cabeça. Se aproximou mais de mim e colocou a cabeça no meu ombro, eu coloquei o braço ao redor dos seus ombros.

— Só quando estou perto de você.

— Isso é bom?

— Mesmo se não for, isso não vai me impedir de ficar perto de você.- Eu dei de ombros. Ela riu.

— Que bom.

(...)


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Notas finais do capítulo

Já que eu fui muito do mal e passei muito tempo sem postar, dessa vez o capítulo é significativamente maior do que os outros. Espero que vocês tenham gostado! Um beijo e até a próxima!