Aeturnum escrita por Mrs Chappy


Capítulo 1
"Para Sempre"


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!
Minha primeira fanfic de Fairy Tail *O* Gruvia é um dos meus casais preferidos, liderando com Nalu eheh
Fiz esta fanfic para um concurso da página do Facebook "Gruvia Brasil", já agora eu escolhi o desafio número três.

Desfrutem da leitura*



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Nuvens espessas e largas, com uma tonalidade negrume, carregavam uma imensa fúria aguada. O vento acoitava a folhagem das árvores, e com sua potente força por vezes rachava e dobrava os troncos corpulentos.

Numa cabana particularmente rústica, uma jovem despertava com os sonoros relâmpagos. Não tinha medo. Durante sua infância se habituara à companhia do mau tempo. Porém, o que a incomodava era o vazio em sua cama. Com seus dedos, timidamente percorreu o lugar que antes costumava ser ocupado por outro, e na sua ausência seus dedos tremeram pelo frio que habitava nos lençóis alvos.

Pequenas gotas de água se manifestaram nos cantos dos olhos azulados de Juvia. Mordeu seu lábio superior, numa tentativa oca de conter os gemidos presos em sua garganta. Amargurada, revivia suas memórias. Rebuscando os tempos outrora felizes. O som constante e monótono da chuva que embatia contra a janela do quarto parecia ecoar no espírito da maga… O som da solidão.

Pinga, Pinga, gota…

Há quanto tempo sua mente tinha esquecido esses tempos dolorosos?

A Fairy Tail nunca permitiu que ela se sentisse sozinha, mas agora estando ela dissolvida e sem seu Gray-sama a seu lado, terrivelmente ela sentia-se como uma gota de água esquecida entre os galhos das árvores. Ela era uma fada minúscula naquele mundo imenso de portadores de magia.

Juvia fez com que sua mão abandonasse o lugar gelado para rebuscar conforto entre o seu busto avantajado. Pelo menos as batidas de seu coração, e a chama que emanava de seu corpo por momentos a tranquilizava. Do que ela sentia mais saudades, e que com mais força tentava recordar, era o calor da presença de Gray.

Apesar de ele ser um mago do elemento gelo, ele estava sempre quente. Regularmente, a aquecia nas noites frias no entanto, ele tinha começado misteriosamente a afastar-se. E inesperadamente, ele desapareceu. Não sentiu quando ele se despediu dela durante a noite lunar.

Nunca pensou como seguiria sua vida sem Gray, porque nunca cogitara que isso pudesse acontecer.

Erguendo-se, observou minuciosamente o quarto que compartilhavam. Cada recanto da casa, se lembrava de um momento inesquecível deles. Nunca pensou que a saudade mesmo sendo boa poderia ser tão dolorosa.

Já sofrera inúmeros ataques, tivera ferimentos profundos e suportara torturas longas, mas nada se comparava ao atual ferimento aberto em seu peito. Contudo, ela ainda tinha fé. Poderia ser masoquismo da sua parte, porém ela mantinha a esperança de o rever com sua face despreocupada e mal-humorada, totalmente despido. Como só Gray sabia fazer.

Ela sempre iria esperar por ele no lar de ambos, mesmo que ele nunca voltasse.

Optou em sair da casa, praticando no campo, que era como o jardim da área de sua habitação. Deparou-se com tudo humedecido pela água, sorrindo, foi andando e retirando suas roupas pesadas vagarosamente. Limitando-se com pequenas vestes negras que cobriam o essencial de sua esbelta fisionomia.

Naquele lugar, onde diariamente eles realizavam seus treinos juntos, ela podia tentar enganar sua mente e fingir sentir a presença do moreno contra suas costas, posição habitual entre eles quando lutavam em conjunto. Vários factores daquele sítio proporcionavam esse engano, principalmente o facto de a visão ficar embaçada pelo tempo nublado. O frio que cortava sua pele poderia assemelhar-se ao mago que a salvou de sua primeira guilda.

Sorriu quando reparou em seu estado, a convivência intensa entre eles fez com que ela adquirisse certos hábitos do moreno. Na primeira vez que o fizera, nem sequer percebeu. Porém ele ficara embasbacado a encarando, tingido de um vermelho adorável, nunca esqueceria quando ele lentamente engolia em seco enquanto analisava atentamente seu corpo. Nem depois do seu sorriso discreto ao perceber como a coexistência os modificara e os unira mais.

Presa em sua mente repleta de lembranças agradáveis, ela treinava mecanicamente. Efetuava diversos golpes sem contudo prestar atenção neles. Sua expressão era determinada, apesar das lágrimas que escorriam por seus olhos encantadores. O choro era discreto, camuflado pela chuva que fundia seu sabor salgado com as tímidas gotículas doces.

Um vulto passou despercebido sobre seus olhos, mas ela sentiu uma vibração desconhecida perto de si, rebuscando-a bruscamente para a realidade num estado alerta. Instintivamente colocara-se numa posição defensiva, procurando entre os diversos arbustos alguma sombra.

Engoliu um grito oco em sua garganta quando é surpreendida por dois braços másculos circularem sua barriga. Tremeu automaticamente. Inexplicavelmente, ruborizou com esse toque singelo que não demonstrava agressividade. Percebendo suas recções por um possível inimigo, ela acaba por dar uma cotovelada no sujeito, porém o empurrão fizera com que esta perdesse o equilíbrio, embrulhando suas pernas e caindo. No entanto, antes que isso pudesse suceder-se, ele segura parcialmente sua anca, a puxando para si, forçando as costas da maga irem de encontro ao peito extremamente definido do desconhecido.

- Quem é você? O que quer com a Juvia?

Ela não obteve nenhuma resposta do homem. Este limitava-se a suspirar calorosamente contra o pescoço alvo, fazendo com que esta consequentemente mordesse o lábio inferior desajeitada.

- Perdoe a demora, Juvia.

A boca do indivíduo encontrava-se a poucos centímetros da orelha de Juvia que arregalara fortemente seus olhos. Uma pequena descarga elétrica voou por toda a extensão de seu corpo, a arrepiando.

- Gray…sama?

- Sim, voltei.

A emoção transbordava por seus olhos, mas desta vez de felicidade. Novamente, Gray a resgatava de sua escuridão. Quando ela estava sem forças para nadar de volta à superfície, ele aparece, a salvando de seu afogamento interior.

Ela aprendera com o mago de gelo que a chuva poderia ser agradável, o seu som não era solitário quando se tinha companhia para dividir esse momento. Não era só o sol que podia ser encantador.

Afastou-se ligeiramente para o encarar, observando seus olhos negros hipnotizantes. Temendo ser uma ilusão trapaceira de sua cabeça ela ousou tocar no rosto, confirmando que era de facto ele. O simples contacto a aqueceu. Aquela chuva não era mais fria. Ela inclusive começou a sentir-se incomodada com a alta temperatura que se aposentara dela. Apesar que a azulada gostava de estar nesse estado.

Sorriu angelicalmente, não sendo possível prever suas próximas ações. Surrealmente, ela dispara uma potente bola de água que impacta contra o peito de Gray, exatamente onde se encontrava o símbolo da guilda.

Ele grunhiu surpreso, não esperava propriamente aquela receção. Levantando seu olhar para a encarar, notou que ela escondia seu olhar pela sombra das madeixas azuladas

- O que você está fazendo?

- Juvia não vai perder.

- Que absurdo você está falando?

- Juvia treinou muito nestes dias que esteve sozinha, está mais forte. Agora pode vencer seu Gray-sama nos treinos.

A curvatura que rasgou as bochechas do rosto arredondado o desarmou. Um sorriso disfarçado dominou os lábios finos de Gray que finalmente sentia-se em casa.

- Sério? Me mostre sua evolução Juvia.

Ambos estavam empolgados com o desafio. Ou como o amigo esquentado de ambos costumava dizer: “Estou pegando fogo!”.

O aguaceiro não cessou apesar da drástica mudança de temperatura. Nem todo o tempo húmido era reflexo dos sentimentos negativos da maga.

Afinal Gray há muito roubou sua chuva, e mesmo quando ele partira, ela nunca deixara de ver o sol, porque apesar de ele não estar lá, ela tinha esperança de o rever, sua imagem nunca deixou de estar presente em sua mente.

Os motivos que o levaram a partir não importavam a Juvia, ela conhecia-o. Sabia que deveria ter sido algo extremamente importante para ter de sumir subitamente. O único que lhe importava era a razão que o fez retornar.

Manuseou o fluido consequente do temporal para se esconder, transformando seu corpo em água camuflando-a com a existente. Rapidamente Gray contra-atacara com seu canhão de gelo mas seus disparos foram lentos demais para a acertar.

Subitamente, ele deixa de conseguir captar Juvia totalmente por seu campo de visão. Sabia que ela estava ali, senti-a ao seu lado. Porém, num ambiente chuvoso como naquela madrugada, não conseguia encontra-la já que ela utilizava seu elemento majestosamente para se ocultar. Um belo sorriso de canto floresceu na sua face, enquanto se mantinha alerta por uma possível aproximação da nakama.

Inesperadamente, sentiu algo fresco arrepiar a pele de suas canelas, imediatamente desvia seu olhar para o local, ficando surpreendido ao constatar água subindo por suas pernas torneadas, até alcançarem sua coxa, ficando paralisado.

Sentiu raiva do rubor que coloriu sua face alva. Não conseguia controlar suas emoções perto dela, ficava demasiado desprotegido e límpido. No entanto, ele sabia que por muitos muros de gelo que criasse, Juvia como uma excelente guerreira sempre conseguiria achar uma falha em sua técnica, perfurando as barreiras elaboradas por ele, dizimando-as.

Inesperadamente, Juvia foi revelando sua silhueta em formato aguado, destacando sua anca perigosamente arredondada. Simultaneamente o resto do corpo foi-se formando enquanto novamente ela recuperava sua cor, deixando de ser a mulher água metamorfoseando na Juvia habilidosa para além dos combates.

- A força de Juvia é o amor pelo seu Gray-sama.

Numa aproximação receosa mas ousada, Juvia apoia seus braços nos ombros fortes de Gray, enquanto suas mãos instantaneamente procuraram as madeixas negras húmidas. Ofegou quando sentiu sua cintura ser possessivamente abraçada, pressionando seu peito contra o tronco definido completamente descoberto.

O mago do gelo não parecia minimamente surpreendido pela atitude súbita da azulada, em vez disso parecia ansioso por alguma reação daquele género, correspondendo quase automaticamente quando sentiu os lábios ávidos procurarem os seus.

A água nas pernas de Gray evaporou, afinal ela era desnecessária. Juvia nunca o mantivera aprisionado, ele poderia ter escapado quando bem entendesse. A força da água não seria o suficiente para prender seus movimentos. No entanto, ele não fugira do toque da maga.

Juvia riu infantilmente com cócegas enquanto seu pescoço era alvo de beijos e pequenas mordidas. Os lábios de Gray percorriam avidamente toda a extensão daquela zona do corpo da sua companheira, chupava as pequenas gotas de água que fluíam livremente pela nuca desta, saciando a sede que tinha pelo encontro muito aguardado por ele.

Nunca pensou como seria sua vida sem ouvir Juvia gritar “Gray-sama” com suas típicas declarações. E quando perdeu, percebeu a terrível falta que isso fazia.

Juvia preencheu a falta de Ur em sua vida. Ela descongelou a barreira de gelo que durante anos ele construiu envolta de seu coração.

Era impossível negar, ele também sentira saudades dela.

Entre as gotas que caiam do céu, um delicado ser crescia sob o casal. Sem nenhum dos dois perceber, uma flor mágica lilás nasceu escondida entre os arbustos, a mais bela da sua espécie, alimentada pela chuva e as boas energias do local.

Pequenos flocos de neve pairaram numa valsa elegante entre água e gelo, eles sempre estariam juntos, nem que fosse através da sincronia de seus elementos.


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Notas finais do capítulo

Sinceramente espero que tenham gostado e obrigada por aqueles que leram :)
Vemos-nos brevemente!
Jya née o/