O Manaísmo escrita por HellaAdams


Capítulo 8
Aula 2 (Pesquisa de Campo Fail) - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Olá, povo lindo ~
Quanto tempo, hein?
Eu to num hiatus meio que foda, então tá tenso, rs. Me desculpem pela demora, mas tá mesmo difícil de escrever ;-;
Ah, é, esse cap tem um POV surpresa, rs.
Aproveitem ~



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"Vários pontos são necessários para se conseguir uma relação estável. Como vê na página 42 de seu Kama Sutra, exige-se confiança para com seu parceiro para não acabar paraplégico depois de tal posição."




Aoi’s POV.

Por onde diabos andava aquele zelador? Fazia cinco minutos que estávamos à sua procura, e nada do infeliz mostrar as caras. Tudo bem que Saito-san me tratava como um filho desde que nos conhecemos, mas o sumiço dele estava me dando nos nervos.

Uruha já bufava ao meu lado, impaciente.

Eu estava agüentando até bem toda sua agitação e eu sabia que ele estava meio bravo com a ideia do seqüestro (ou pelos menos era isso que eu pensava), mas minha paciência também tinha limite. E ela estava quase no fim.

– Só mais um pouquinho, Uru. A gente acha esse cara. – Ele não me respondeu.

Continuamos andando por mais um minuto, sem dizermos nada. Kouyou bufou pela décima vez e eu estava a ponto de explodir com o coitado quando vi o senhor simpático que era o nosso zelador.

– Ah, aleluia! – Murmurei, aproximando-me do meu objeto de procura. – Saito-san, estávamos te procurando!

– Oh, Aoi-san! Você me deu um susto, menino! – O senhor sorriu, simpático como sempre. – E olha só, esse loiro alto deve ser o Uruha, não? Nunca tivemos a chance de conversar, mas o Yuu aqui comenta bastante sobre o povo da banda. Especialmente sobre v–

– Saito-san! – Interrompi-o, meio corado. Eu estive tentando manter uma pose de seme ao lado de Kou por um bom tempo, e não queria que tudo desmoronasse ali.

Uruha olhou para mim, com uma sobrancelha arqueada e um sorriso divertido no rosto. Tinha horas, como aquela mesmo, que ele simplesmente não parecia tão inocente e adorável como pensávamos ser. Eu conseguia ver até certa malícia em seus olhos misteriosos.

Ah, o que eu estava pensando? Era só o Uru, aquele cara tímido que viera me pedir aulas de sedução, e era impossível que aquele olhar sagaz fosse real.

...

Será?

Chacoalhei a cabeça para me livrar desses pensamentos absurdos.

 – Então, Saito-san, viemos aqui te pedir a chave para pegar algumas coisas no almoxarifado...

– Ah, no almoxarifado? Bom, se é isso, eu pego o que for para vocês... – Ele sorriu, pegando seu esfregão e virando-se para o corredor de onde tínhamos saído.

– Não precisa... er, Saito-san. – Kouyou falou pela primeira vez ali, com a voz baixa e os olhos um pouco arregalados. Ele estava agindo muito estranho, mas preferi ignorar.

– É, não precisa se preocupar. – Continuei por ele. – Você tem bastante trabalho por aqui e não queremos te incomodar... É só emprestar a chave, depois eu te devolvo.

– Bom, então tá. – Ele pegou a chave de seu macacão, hesitando ao me entregar. Seu sorriso gentil não falhou por nenhum segundo, mas o zelador parecia meio desconfiado. – Posso saber o que é tão urgente?

– Não é nada demais. – Eu respondi, sorrindo simplesmente. – Você sabe que pode confiar em mim, Saito-san.

– É, eu espero. – Ele riu e me entregou a chave. – Depois me devolvam, ok?

– Haai. – Concluímos em uníssono.

Estávamos nos afastando pelo corredor quando ouvimos Saito-san gritar:

– Tenham juízo, vocês dois!

 ♥

Shou’s POV.

Estávamos sentados pela sala, conversando sobre o que acabara de acontecer. Não era todo dia que loucos como aqueles apareciam por aqui, destruindo a paz que conquistamos com dificuldade depois dos ensaios.

Ok, mentira, isso acontece de monte por essas bandas.*

Enfim...

Estávamos lá, curtindo nossa recobrada paz, jogados vagabundamente nos sofás.

Vida de astro é foda, vou te contar.

Ouvi alguns barulhos do lado de fora da sala, e meu corpo se retesou todo à espera de algo desagradável.

– SENTIRAM MINHA FALTA, ALICES? – Miyavi arrombou aquela porta pela segunda vez no dia. Bom, meu corpo estava certo, ali estava a coisa desagradável.

Soltei um muxoxo e fechei os olhos, tentando me convencer de que aquilo era só um pesadelo e que eu estaria de volta à minha honrável indolência quando acordasse.

Ah, mera ilusão...

Abri os olhos novamente e Meevs analisava o lugar. Seus olhos pararam em meu sofá de couro preto e foi essa a direção que ele tomou.

– Com licença. – Ele ainda teve a decência de dizer, antes de me empurrar para o lado e se sentar ali como se estivesse em casa. – Então, o que foi que eu perdi nesses... er – olhou o relógio em seu pulso – três minutos que eu estive fora?

– Praticamente nada. – Saga disse, bocejando. Encostou a cabeça no ombro de Tora, que estava sentado ao seu lado, e fechou os olhos. Estava ficando realmente tarde, e o maldito pessoal da PSC ainda não havia nos liberado.

Cara, eu estava mesmo cansado.

Miyavi consentiu sorrindo, e cruzou os braços com uma expressão pensativa. Não era de seu feitio ficar tão quieto, mas por mim estava ótimo. Analisei-o por um segundo e percebi que seu colo seria um travesseiro perfeitamente confortável.

– Com licença. – Imitei-o sorrindo fraco, antes de deitar minha cabeça em suas pernas. Senti seus músculos se contraírem por um segundo, mas logo relaxaram; uma de suas mãos pousou em minha cabeça e começou a mexer sutilmente nos fios do meu cabelo com seus dedos.

– Então Myv, – Nao começou; corou quando viu que chamara a atenção de todos na sala, mas continuou a falar: – O que foi tudo aquilo? Você sabe, com o Aoi, o Uruha e tal...

– Ah, nada demais... – Ouvi-o dizer, e imaginei que estivesse fazendo um gesto de pouco caso com a mão que não me fazia um cafuné. Ai, aquilo era bom. Se continuasse assim, estaria roncando em pouco tempo.

O local ficou silencioso por algum tempo, contribuindo ainda mais para o ar de sonolência que caia sobre todos nós. Até Miyavi, o cara mais hiperativo ever, parecia estar um trapo.

O carinho em minha cabeça parou, e eu olhei para cima com cara de cão sem dono. Miyavi observava o relógio, com uma expressão pensativa; não prestou atenção no meu olhar de necessidade afetiva.

Argh, odiava ser ignorado. Levantei do sofá bufando e fiz menção de ir até o frigobar, mas uma mão segurou meu braço.

– Shou. – Miyavi me chamou. Todos, há essa hora, já não estavam mais conscientes, então a sala estava bem silenciosa; logo, a voz de Myv me atingiu como um trovão. Não disse mais nada ou, se disse, não consegui ouvir, porque, de repente, ele estava me carregando para fora do recinto. Eu não tivera nem tempo de virar e responder “Que é?”.

 Percorremos corredores e mais corredores, comigo gritando feito uma bicha louca. Passado o susto, eu queria saber por que diabos o maldito estava correndo comigo no colo pelos quatro cantos da PSCompany.

Finalmente, paramos em frente a uma porta. Miyavi se curvou, apoiando as mãos sobre os joelhos, respirando feito uma mulher em trabalho de parto. Homem doido. Eu posso ser leve, mas não tanto a ponto de me carregar por aí. Correndo.

Maluco.

– Miyavi, posso saber o que está acontecendo? – Perguntei, colocando as mãos na cintura.

– Você vai descobrir em um instante. – Ele respondeu depois de um tempo, com um sorriso misterioso. Sua respiração e batimentos cardíacos já deviam ter se estabilizado um pouco; parecia melhor. Aproximou-se da porta e fechou os dedos em volta da maçaneta. Tentou girá-la e a porta não abriu. Suas sobrancelhas franziram em desentendimento. Tentou mais uma vez, nada.

– Jura que não vai me explicar? – Parecia que eu estava prestes a ser violentado por Miyavi, que não conseguia abrir a porta à nossa frente. Meio difícil saber se eu ficava ou se corria, se ria ou se chorava.

– Ahn... Um segundo. – Ele pediu, virando-se para mim com um indicador levantado. Bateu na porta, que demorou um tempo a se abrir, revelando Aoi.

– Ah, Myv. Agora não dá. Desculpa. – O guitarrista moreno (que estava num estado pior do que o de Miyavi quando chegáramos ali) bateu a porta na cara do cantor. – MAS VALEU! – Ouvimos o grito de Shiroyama de lá de dentro.

– Agora eu estou definitivamente confuso.

– Eu também. – Ele levantou uma sobrancelha.

– Mas sabe mais do que eu. Não vai me inteirar dos fatos, não? – Insisti.

– Não acho que importe mais. – Ele deu de ombros, ainda com a testa franzida. – Se você me der licença. – Ele saiu andando e me deixou sem entender absolutamente nada. E, agora, meu sonho tinha sumido por inteiro.

Droga. Essas coisas só acontecem comigo, não é possível.

Eu realmente devo ter chutado a guitarra de Mana-sama numa encarnação passada.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do cap? Digam que sim, mi ;-;
ASUHAUHSHUA brimks. (mas espero que tenham gostado mesmo)
Anyway, se viram algum erro, me informem, pq eu nem tive muito tempo pra revisar, devido ao meu empenho em acabar esse cap hoje mesmo pra vocês ~
Até o próximo cap, povo sangue bom -n.
Beijos,
Hella.