Duas semanas haviam se passado desde então. O relacionamento de Klaus e Ingrid realmente havia engrenado e se encontravam quase todos os dias após seus trabalhos. Caroline e Enzo estavam em um relacionamento que muitos entendem como enrolado. Não eram namorados, mas quem vê de fora acha que sim. Ela parou de ir com tanta frequência para o jornal e Enzo se tornou uma visita mais frequente na casa dos Forbes.
Caroline estava de saída de sua casa para encontrar com Hayley e Elijah para irem até a agência de fotografia para reservar os serviços para o casamento, já que o dono era um conhecido da loira na edição do jornal.
– Filha, será que poderia passar no restaurante e deixar essa pasta com Klaus? - Bill parou a filha quando ela abria a porta. - Trouxe a errada. Ele vai lhe dar a certa, onde vai estar escrito "Fornecedores".
– Posso. - checou o horário no relógio de pulso que usava.
Ele lhe deu a pasta azul um pouco pesada. Deu vida ao carro e foi até o restaurante entregar a tal pasta para Niklaus. O lugar estava cheio e agitado. Caroline passou os olhos a fim de avistar o britânico em algum lugar. Saudou a pessoa na porta e avisou que estava à procura dele, entrando na área reservada para os autorizados. Vasculhava a sala na tentativa de achar a pasta certa, mantendo a outra nos braços.
– Não está ai. - ele abriu a porta
– Oi. - sorriu - Meu pai pediu que eu viesse para trocar as pastas.
– Ele me ligou. - foi até o lugar que a pasta estaria. - Cadê a pasta? - perguntou para ele mesmo.
– Juro que não peguei nada! - colocou a pasta que estava com ela na mesa e levantou os braços.
– Não estou te acusando. - ele a encarou e riu. - Devo ter separado e esquecido onde coloquei. - revirou o outro armário.
– Até ofereceria ajuda, mas não sei onde ficam e acabaria atrapalhando. E se eu me atrasar a Hayley come meu fígado.
Ele não a respondeu concentrado em achar a pasta. Ela ficou dançando com o corpo para frente e para trás esperando algum sinal da pasta. Ele voltou seu olhar para sua mesa, onde tinham alguns papeis espalhados. Ao levantá-los, a pasta deu o ar da graça.
– Ótimo esconderijo. - não deixou de alfinetar o amigo.
– Eu sabia que tinha deixado em algum lugar já separada. - entregou-a a Caroline.
– Obrigada.
– Vai precisar correr se não quiser que a noiva do ano não queira seu fígado. - a guiou por trás apoiando suas mãos nos ombros dela. Surpreendeu-se com a atitude de Klaus. Alguma parte dela disse que Ingrid estava fazendo muito bem a ele.
– É bom te ver com esse humor. Principalmente quando se dirige a mim. Esperava encontrar um Klaus que ia logo me mandar embora. - sorriu - Ingrid está te fazendo bem. Fico feliz com isso.
– Ela está. - deixou um sorriso escapar. - Não sei como estaria agora sem ela.
– Mal humorado e querendo que eu fosse embora ao mesmo momento em que entrei. - mostrou a língua. - Adoraria ficar aqui conversando com o meu mais novo amigo, mas agora preciso ir.
Despediram-se com um abraço e Caroline seguiu rumo ao estúdio no qual a esperavam. Chegou quase dez minutos atrasada e foi asfixiada com o olhar de Hayley, que não reclamou. Disse o que havia acontecido e foi compreendida. Os três ficaram cerca de uma hora resolvendo os detalhes do contrato.
*
Elena estava com Damon em um shopping na cidade escolhendo um terno para o dia do casamento. Parou na primeira loja que viu e escolheu um terno, experimentou e mandou fazer os ajustes. Demorou um pouco mais de meia hora, fato que surpreendeu sua namorada.
– Como consegue ser tão rápido com isso? - ela o olhou incrédula. - Demorei uma eternidade até saber que o meu vestido era o certo.
– Amor, é só um terno. Não um desfile de moda. - riu - Vocês que são demoradas demais. - a envolveu em um abraço no meio do estabelecimento.
– Damon, estamos no meio do shopping. - corou de vergonha.
– Quer que eu grite aqui que eu te amo? - colou seus narizes. - Posso fazer isso agora...
– Não! - ela o beijou para que ele não fizesse isso. - Dizer que me ama bem baixinho está de bom tamanho. - sorriu. Beijaram-se novamente no mesmo lugar, chamando atenção de algumas pessoas que passavam.
*
No final da tarde, todos marcaram de se encontrar na casa de Elena. Com os dias corridos, mal tiveram uma hora para sentarem com calma e conversarem sobre como andava a vida de cada um naquele momento.
Elena reservou a sala. Aproximou algumas poltronas do enorme sofá, ainda mantendo o ambiente organizado. Levou dois pequenos reservatórios para manter as bebidas geladas e colocou no centro de uma mesinha de fácil acesso a todos, juntamente com alguns petiscos.
– Hayley e Elijah são os mais sumidos. - Damon. - Não precisa se esconder só porque vai casar.
– Só encontrei com vocês hoje por causa das fotografias, se não só no dia de são nunca. - Caroline concordou.
– Quero que fique tudo perfeito. E Elijah está mais trabalhando do que outra coisa. - tentou explicar.
– Tenho visto mais a Ingrid do que o Elijah. - Rebekah.
– Não exagera! - a ruiva sorriu.
– Cadê o Enzo? - Elena abriu uma garrafa de cerveja e passou para a loira.
– Trabalhando. - bebeu um gole. - Ele disse que tentaria vir, mas não era nada certo.
– Trouxe o que me pediu Elena. - Stefan foi até a mesa principal e tirou uma caixa de dentro de uma bolsa. Um jogo. Imagem e ação. Dividiram-se em mulheres contra homens para dar início ao jogo, porém com uma a mais no time das mulheres.
Já passavam de dez horas quando o jogo estava com uma pequena vantagem para os homens. Rebekah tentava desenhar uma foca, mas em vão. O time feminino se matava para tentar acertar os rabiscos e só fazia o masculino rir de gargalhar. Atrapalhavam em alguns momentos o raciocínio delas com a questão do tempo, que faziam questão de pressionar nos quinze segundos finais.
– Gato! - Elena berrava. - Papagaio!
– Isso não pode ser um papagaio! - Caroline ria. - Lince!
– Cavalo! - Ingrid chutou quando o tempo havia terminado.
– Você é muito ruim, irmã! - Klaus tirou a caneta das mãos dela. - Isso, - ele apontou - era para ser uma foca.
– Vocês são péssimas nesse jogo. - esbravejou, pegando uma cerveja. - Façam melhor que eu. - se aconchegou Stefan.
Era a vez de Klaus desenhar uma lasanha, como estava na ficha que retirou. Ele sempre havia sido hábil quando se tratava de artes e desenhos. Desde pequeno fazia desenhos de dar inveja em qualquer um e nunca havia frequentado nenhuma aula com a intenção de aprender ou aprimorar esse dom. E seu pai ser um famoso arquiteto o fez seguir o mesmo caminho, que não seria difícil. Em menos de meio minuto os homens adivinharam o desenho, fazendo Klaus pular no colo de Elijah. As mulheres começaram a reclamar.
– Não vale! - Caroline riscou o desenho dele. - Todos sabemos que ele desenha desde sempre e até o mais impossível ele vai colocar no papel. - bateu o pé.
– Barbie, perder faz parte. - Damon levantou a cerveja, como se fizesse um brinde.
– Culpe as cartas! - acusou-as. - Agora vai tirar algo impossível de desenhar. - provocou.
Ela foi até as cartas. Xingou Klaus mentalmente por ter agorado-a. Ela havia tirado um vestido, uma coisa fácil de se desenhar. Bateu no alarme, disparando os sessenta segundos. Desenhou uma boneca com um vestido e circulou o mesmo para dar destaque a peça. Havia ficado perfeito, mas as mulheres estavam com a autoestima tão baixa que se preocuparam demais com o tempo e não arriscaram mais de meia dúzia de palavras. Isso fez com que os homens começassem a cantar vitória. O jogo teve seu fim pouco antes de meia noite, com uma vitória esmagadora dos testosteronas.
– Que vergonha... Vocês com uma a mais não conseguem dar conta de quatro homens. - Elijah se pronunciou.
– Temos a mão podre para cartas, não é possível! - Elena encarou a lousa. - Vou querer revanche!
– Pode apostar que eu também! - Rebekah cruzou os braços. - Não é possível que isso tenha acontecido.
– Acabou de acontecer. - Klaus era só sorriso. - Não sabia que era tão ruim nesse jogo. - abraçou Ingrid por trás. - Péssima, na verdade.
– Ela não tem culpa. - Caroline. - Vocês são os culpados! - os acusou. - Odeio perder para vocês... Principalmente pro Damon.
– Não fique assim. - foi ao encontro dela, mas a loira o empurrou antes que chegasse. - Fica tão ensino médio com essa carinha de adolescente que acabou de perder a estreia de "Crepúsculo" nos cinemas.
– Bom, depois dessa lavada eu estou indo pra casa. Alguém quer carona?
– Vou precisar. - Caroline levantou o braço e ficou com ele em pé à procura de sua bolsa.
– Ela com certeza vai precisar. - Elijah fez todos rirem.
– Não estou bêbada, parem com essas coisas de faculdade. - revirou os olhos. - Só fico um pouco alegre.
– Se tivéssemos um karaokê aqui estaríamos escutando alguma música de Britney Bitch na voz de Caroline Forbes. - Damon não pode perder a piada.
– Vocês ainda lembram disso? - arregalou os olhos.
– Impossível esquecer! - Hayley segurou o riso.
– Me deixa em casa? - Ingrid pediu a Klaus, que sorriu como resposta.