Acordei com um pouco de dor no pescoço e só então percebi que eu tinha dormido ali, no chão. Levantei apressada procurando pelo celular e assim que o achei olhei as horas, 7:00. Ótimo! Tinha uma hora para tomar banho, me arrumar e ir para a faculdade.

Entrei no banheiro correndo, tomei um banho de uns cinco... ok, talvez dez minutos e me arrumei rapidamente. Peguei minha bolsa/mochila e desci as escadas correndo e quase cai. Entrei na cozinha rindo por ser tão desastrada.

_ Bom dia – escutei a voz do Joseph.

Olhei para a mesa e encontrei ele ali, tomando café, sozinho.

_ Bom dia – sorri – A Lilyan ainda está dormindo?

_ Não, ela saiu com o Stefan, sente- ele disse, apontando a cadeira a sua frente.

Agradeci e me sentei.

Enquanto tomávamos o café em silencio percebi que ele não parava de me olhar um segundo sequer. Foi impossível deixar de pensar na “conversa” que tive ontem com Damon e que, talvez, ele pensasse a mesma coisa que ele. Eu tinha que esclarecer para ele que nunca tinha tido nada com o pai dele. E quanto antes melhor. Aproveitei que não tinha ninguém por perto para dizer.

_ Joseph eu nunca... nunca... – eu não estava conseguindo dizer, aquilo era tão humilhante.

Acho que ele entendeu sobre o que eu queria dizer, pois me olhou compreensivo e disse:

_ Eu sei que você nunca teve um caso com meu pai Elena, não se preocupe – ele sorriu.

_ Sabe?

– Não vou negar, quando leram aquele testamento e disseram que você ia ficar com metade da fortuna eu realmente achei. Mas, quando te vi aqui na cozinha ontem eu tive certeza, você nunca faria uma coisa dessas.

_ Obrigada, por acreditar – sorri verdadeiramente.

Ele se levantou da cadeira em que estava sentado deu a volta na mesa e se sentou ao meu lado. Me virei um pouco encarando seu rosto, ele fez o mesmo.

_ Não me agradeça Elena, agradeça ao meu pai. Acho que eu estou começando a entender por que meu pai te deixou a herança – ele disse, pegando na mão.

Eu sorri. Pelo menos alguém daquela família sabia que eu não tinha culpa, já podia ate sentir as lagrimas se formando em meus olhos.

_ Nós já nos conhecemos não é?

Eu tinha que perguntar, tive essa impressão ontem quando o vi e pela cara que ele fez também.

_ A muito tempo – ele confirmou – Saiba que eu te vejo como uma filha Elena, sempre vi.

“Como uma filha” aquela palavra entrou em minha mente e eu procurei nas minhas memórias mais profundas e então, eu descobri, descobri de onde o conhecia.

_ Eu sinto muito, me desculpa. Eu não queria ter feito aquilo com o senhor Salvatore, eu juro! – eu disse, me desesperando.

Eu precisava pedir desculpas, principalmente agora que sei da onde o conheço. Damon não sabia como o avô morreu, mas Joseph sabia, sempre soube. Ele só não tinha ligado os pontos que a mesma Elena Gilbert que tinha ficado com a herança era a mesma Elena Gilbert que arruinou o pai dele.

Senti grossas lagrimas molhando o meu rosto ele rapidamente colocou as mãos no meu rosto e as tirou dali.

_ Voce não tem culpa Leninha, nunca teve – ele disse, me abraçando.

“Leninha” o mesmo apelido que ele me chamava quando eu era mais nova.

_ Me desculpa?

Levantei a cabeça e o encontrei sério continuei o encarando e esperando a resposta.

_ Ok esta desculpada, mesmo você não tendo culpa nenhuma – ele respondeu.

Eu sorri, ele tinha me desculpado. Mesmo ele achando que eu não tinha culpa eu sabia que a culpa era totalmente e inteiramente minha pelo que tinha acontecido com o Sr.Salvatore.

Ouvimos uma tosse falsa, desfazemos o abraço e olhei para porta da cozinha. A Sra.Salvatore estava ali e ao seu lado estava Stefan. Eu estava ferrada!

Ouvi a buzina de uma carro, Caroline tinha chegado. Salva pelo gongo!

_ Bom dia. Bom, já estou indo, tenho faculdade hoje – eu disse, enquanto me levantava pegava minha bolsa e saia da cozinha praticamente correndo, mas assim que cheguei ao lado de Stefan ele me parou.

_ Faculdade?

_ É, eles tinham me liberado essa semana por causa do... hã, Sr.Salvatore. Já estou indo – eu disse e sai dali o mais rápido que pude.

O Joseph podia acreditar em mim e saber que eu nunca tinha dormido com o pai dela, mas a Lilyan não acreditava e tinha certeza que eu era amante dele, pude ver isso em seus olhos. E pelo visto, o Stefan pensava exatamente como a mãe.

Entrei no carro de Caroline e bati a porta com um pouco mais de força.

_ Esta tudo bem? – ela perguntou, me olhando cuidadosamente.

_ Melhor impossível – dei um sorriso falso a ela.

Ela deu de ombros enquanto ligava o carro e dava partida.

(Elena Gilbert e Joseph Salvatore)

Continua...?