Depois da minha última conversa com a Trish sobre qual faculdade cursar, me dei conta de que finalmente estava terminando, iria sair e descobrir se tudo era como imaginei, mas na verdade não era, sair sempre às mesmas horas e fica aquela correria, até o 2° ano eu não fazia ideia do que queria, e agora estou aqui quase indo, chegando aonde sempre quis chegar, to bem nervosa porque sempre tenho quase tudo planejado e agora boom não tenho nada...

Ei, filha? Filha? - mamãe me tira dos meus pensamentos.

Ah, oi - respondo.

Pensando no que? - pergunta ela.

Na vida sabe - digo.

Não se preocupa você ainda tem alguns meses, não sofra por antecipação meu amor - diz ela me dando um beijo na cabeça.

Minha mãe sempre tenta manter a calma e me orientar, quase nunca da certo, mas dessa vez relaxei porque sabia que não iria adiantar.

Tenho ligar para Trish, mas cai na caixa postal, resolvo ligar o notebook e tentar me distrair um pouco.

1 hora depois.

O almoço tá pronto - minha mãe grita da cozinha.

Já to indo - grito de volta.

Desligo o notebook

Mãe a senhora agendou? - pergunto enquanto coloco a comida.

Sim, tá quase tudo certo pra viagem - diz ela.

Ok - respondo e sento-me à mesa.

Eu ainda não acho a melhor ideia que você teve - diz ela preocupada.

Basicamente é o seguinte, antes de ir pra faculdade vou ter bem pouco tempo de viajar porque como já disse não vai dar, então decidi viajar por uma semana e meia aproveitando a folga com meus amigos, já que sou maior de idade e a mais responsável pelo jeito, claro que tudo foi à gente desde quando tínhamos 14 anos.

Não é hora de desistir a senhora deixou naquele tempo, por que agora não deixa? To bem maior e mais madura - digo.

Não é não deixar, é preocupação, como mãe tenho esse direito - diz ela.

Não se preocupe - repito sua famosa frase.

...

Vou para meu quarto e deixo meu celular em cima da cama, pego algumas revistas em cima da estante e volto a fazer o meu mural de famosos que venho trabalho há semanas, tem que ficar perfeito porque vai ser uma das únicas coisas que eu vou me orgulhar de ter feito.

Meu celular começa a vibrar com uma mensagem da Trish.

‘’To encrencada’’

Escrevo de volta.

‘’Como assim?’’

‘’Sai com o Dez de noite e bom, esqueci-me de avisar sabe’’.

‘’Às vezes eu gostaria de estar na sua cabeça, porque hoje em dia você só faz merda e sua mãe, o que disse?’’

‘’Ela não sabe’’

‘’Então por que tá encrencada?’’

‘’To com um peso na consciência, vou acabar contando’’.

‘’Mas você sabe que é melhor ela saber por você do que por outro’’

‘’Tem razão, vou contar não se esquece daquele vestido maravilhoso que a gente viu na loja quero ser enterrada com ele’’.

‘’Nossa gente que drama’’

‘’Não é eu se não tiver um pouco’’

‘’Realmente’’

...

Decido terminar de fazer minha lição de matemática para entregar amanhã.

Depois que termino vou mexer no notebook e depois durmo um pouco.

Escuto algum barulho lá fora depois e olho no relógio 21h32min

Vou até a sala procuro minha pantufa e vejo que ninguém está em casa, abro a porta e ilumino com o celular alguns lugares.

Bu – diz Austin.

Puta merda você ainda me mata do coração, pra que isso? – pergunto batendo em seu ombro.

Tava passando por aqui viu sua mãe sair e quis te assustar – explica ele.

Entra – digo saindo do meio da porta.

Obrigada – diz ele irônico.

O que tem de comer? – pergunta Austin, já se sentando no sofá.

A propósito adorei a short de ursinhos, combina com você – diz ele.

Entra na minha casa, perturba a minha noite e... – ele me interrompe.

Cortar fotos de famosos para por em um mural, muito importante – diz Austin sorrindo.

Vai tomar no cu – digo.

Eu passei aqui para falar da viagem – diz ele.

Uma coisa útil sai dessa boca – digo sentando no sofá também.

Ele olha para mim.

Passaporte? – digo.

Feito – diz ele.

Documentos em geral? – digo.

Feito – diz ele.

Dinheiro? – digo.

Feito há muito tempo – diz ele.

Ok, o básico você sabe – falo.

To tão feliz que poderia te abraçar – diz Austin chegando mais perto.

Abro os braços.

Ele me abraça e depois me dá um beijo na bochecha.

Tão fofos – diz uma voz.

Olhamos pro lado e tomamos um susto.

Dez? Vocês tiraram a noite para me assustar, é isso? – pergunto levantando do sofá.

Eu já tava na porta a um bom tempo olhando pela janela, quando o Austin te abraçou, fiquei pensando que ele ia te beijar, mas o inútil aí nem isso fez – diz Dez.

Talvez porque sejamos amigos? – olho para Dez.

Trish e eu falávamos a mesma coisa – diz ele.

Olha aqui, por favor, não quero saber disso, mas falando nela, vocês fugiram? Como assim? – pergunto.

O que? – Austin pergunta.

Foi só por algumas horas, e não fugimos, só saímos – diz ele.

Mas porque a Trish ficou com tanto medo? – pergunto.

A Mãe dela não sabe de nós, entendeu? – diz ele.

Não to entendendo nada – diz Austin levantando e indo a cozinha.

Muito assunto pra cérebro pequeno – digo.

O Dez que tem – diz Austin.

Vocês dois – digo.

Meu celular vibra.

A Trish ta ligando – digo.

Eu atendo – grita dez.

Meu deus – digo entregando o celular pro Dez.

Oi amor – diz Dez.

Coloca na viva-voz – diz Austin.

Pronto – diz Dez.

Vocês estão fazendo reunião para falar sobre nada e não em convidam? – grita Trish.

Você não tava encrencada? – digo.

Bom, ainda estou, mas minha mãe supera... Eu acho – diz ela.

O que ela disse? – pergunta Dez.

Disse coisas como sua mãe disse – ela fala.

Mas então ela foi legal – diz Dez.

Ela ficou chateada por não ter contado e não isso – diz ela.

VIU?!? Estou sempre... – acabo sendo interrompida.

CERTA, ALLY SEMPRE CERTA – todos falam em uníssono.