Beacon Falls: Parte 1 escrita por Bloody Unicorn
Enquanto eu sentia o suor escorrendo por minha testa, tentava achar um jeito de me desamarrar. Ele havia saído e trancado a porta.
–-- Lydia? –-- Eu a chamo para saber se ainda está bem. Sua voz estava fraca, ele tinha sugado muito seu poder. Eu não sabia o que ele era, mas estava consciente durante todo o tempo em que esteve dentro de mim.
–-- Eu acho que sei o que aquela coisa é. –-- Diz Lydia. –-- É um incubo. –-- Mesmo sem poder me ver, ela adivinha que eu não sei o que aquilo é e então me explica. Um “incubo” é um demônio que suga a energia vital de mulheres. Eles geralmente aparecem em sonhos mas, por serem um tipo de demônio, também podem possuir. –-- É por isso que eu me sentia estranha depois de... –-- Ela suspira. –-- Ele estava me sugando.
–-- Mas ele precisa de você com poder total não é? Isso nos da tempo. E o Dean ta chegando. Vai ficar tudo bem, eu prometo. –-- Ela não responde mas eu sei que estava chorando. A porta se abre e ele entra. Tinha deixado meu corpo e possuído um dos enfermeiros de Eichen House.
–-- Acho que isso não vai adiantar muito. –-- Ele diz, e começa a puxar um corpo. Era Dean. Ele estava desmaiado. Depois de prendê-lo, um pouco longe de nós, ele se aproxima de Lydia. –-- Está tudo pronto para o ritual. Agora eu só preciso de você, Lydia. –-- Ele pega uma seringa e injeta no pescoço dela, a fazendo desmaiar. Eu mando ele parar e tento, inutilmente, me soltar.
Enquanto ela caia, Dean acordou. O demônio pega Lydia e a coloca sobre uma mesa na minha frente.
–-- O que você é? –-- Pergunta Dean.
–-- Ele é um incubo. –-- Eu respondo, minha respiração estava ficando mais fraca e minha visão, embaçada. Que momento ótimo para ter um ataque de pânico.
–-- Sou só um incubo, sim. Mas depois que eu sugar toda a energia de uma Banshee... –-- Ele começa a passar os dedos pelo rosto dela. –-- Vou ser O incubo. Mas primeiro, ela tem que estar completamente transformada, é claro. –-- Ele vai até uma das estantes e pega um pote com um liquido vermelho e o despeja dentro de outro, maior. Ele mistura com algo e, com os dedos, faz algum símbolo na testa de Lydia.
Então, ele tampa os ouvidos dela com as mãos e começa e recitar algo em uma língua desconhecida. Eu grito, mandando ele parar e tentando acordar Lydia. Ele para o ritual e me da um soco. Enquanto eu sinto minha cabeça bater contra o chão e o gosto de sangue em minha boca, Dean me olha. Ele tinha se soltado.
Antes que ele fizesse algo, o demônio começa a rir. O ritual estava completo. Ele se vira para pegar uma faca e se vangloria.
–-- É engraçado ela ter a habilidade de prever mortes mas não foi capaz de prever a própria.
–-- Isso é porque eu não vou morrer hoje. –-- Eu olho para frente e vejo ela em pé, olhando para ele. O incubo leva um susto mas antes de poder sair, Lydia grita. Foi um grito alto mas não machucou meus ouvidos como sempre fazia. O mesmo não pode ser dito do demônio que estava caído com os olhos queimados e morto.
Dean me desamarra e o hospital começa a tremer como se fosse um terremoto.
–-- Deve ter sido por causa do grito. –-- Diz Lydia. –-- Nós temos que sair daqui.
Nós três vamos até a porta mas parte do teto desaba na minha frente e eu caio. Dean manda Lydia ir chamar Sam, que estava preso em outra sala, e volta para me ajudar.
Minha perna estava debaixo de uma grande parte do teto e eu não conseguia retirá-la. Dean a tira de cima de mim mas antes que eu pudesse levantar, outras parte cai. E dessa vez, uma parte do ferro da estrutura entra em meu estômago. Foi uma sensação estranha. Eu conseguia sentir o ferro perfurando meus órgãos mas ao mesmo tempo, eu não sentia dor alguma.
–-- Não não não não, eu vou te tirar daqui. Aguenta firme. –-- Ele diz e tenta me levantar mas eu o paro.
–-- Eu preciso te dizer uma coisa. –-- O sangue começava a escorrer da minha boca e eu sabia que não tinha muito tempo. –-- Eu te perdoo. E peço desculpar por... –-- O ar estava começando a sumir. –-- tudo. Eu não quis dizer nada do que eu te disse. Eu sinto muito mesmo.
–-- Me escuta, a gente vai sair daqui e nós vamos compensar por todo esse tempo perdido, ta me ouvindo? Mas eu preciso que você fique acordado! –-- Eu mal o enxergava agora.
–-- Você... você tem que sair daqui e dizer pra Elena que eu a amo, entendeu? Não do jeito que ela merecia mas eu a amo, do meu próprio jeito. Que eu sinto muito por toda a dor que eu fiz ela passar. E Lydia... –-- O ar havia acabado. Eu só tinha mais alguns segundos. Gostaria de dizer que não senti medo mas, senti. Estava apavorado e com raiva, muita raiva. –-- Eu vou morrer feliz só por saber que ela chegou a me amar um dia.
Eu tento sorrir mas tenho certeza de que não consegui.
–-- Você não vai morrer! –-- Eu sentia as lágrimas de meu irmão caindo em meu rosto. –--Você é tudo que eu tenho!
–-- Você tem que ir... –-- Nada do que eu li que acontecia quando você estava prestes a morrer aconteceu. Eu não revi a minha vida. Nem pensei em tudo que estava perdendo. Meus olhos estavam fechados e tudo que eu sentia eram as lágrimas de Dean e sua voz me dizendo:
–-- Eu não vou te deixar de novo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!