Beacon Falls: Parte 1 escrita por Bloody Unicorn


Capítulo 20
Dean




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Eu volto para o hotel, tínhamos que esperar Bob. Eu não tinha o número de Elena e ela nem me olhou quando nos vimos na clínica.

Sam tinha saído de novo, ele parecia meio nervoso desde que voltamos mas eu não perguntei porque. Eu estava ficando entediado naquele lugar. Estava acabando minha segunda cerveja antes de baterem na porta. Eu abro e vejo quem eu mais queria ver.

–-- Oi. –-- Elena diz. Eu abro mais um pouco a porta e ela entra.

Eu me sento na cama e ela se vira para me olhar. Então retira seu sobretudo. Eu não podia esconder minha alegria.

–-- Achei que seria melhor se fizemos isso sóbrios. –-- Ela sorri e vem em minha direção, sentando em meu colo.

–-- Mas e Stiles? –-- Eu estava sóbrio então fui obrigado a perguntar.

–-- Ele achou uma distração ruiva. –-- Ela estava se referindo a Lydia e eu fiquei feliz por ele. E mais feliz ainda por mim. Eu sentia meu coração acelerando enquanto ela se pressionava contra mim. Então ela começa a retirar minha camisa lentamente e passa as mãos por meu peito, descendo até minha calça. Elena me empurra na cama e retira meu cinto. Ela pega minhas mãos e passa por todo seu corpo. Nós começamos a nos beijar desesperadamente enquanto retiramos o resto de nossas roupas. Eu a viro, ficando por cima e começo a penetrá-la quando ouvimos vozes e a fechadura da porta se abrindo. Nós paramos imediatamente e eu começo a me vestir enquanto Elena coloca seu casaco bem a tempo de Sam entrar.

Assim fica difícil. Eu penso em voz alta e vejo que Derek estava junto. Nós quatro nos olhamos confusos. Eu interrompo o silêncio quando começo a colocar minha camisa e Elena pega sua roupa íntima. Ninguém sabia muito o que dizer.

–-- Ok. –-- Elena diz e começa a sair. Eu vou atrás dela.

–-- Podemos remarcar? –-- Eu pergunto quando chegamos ao corredor e a porta está fechada.

–-- Parece que o destino não quer que isso aconteça. –-- Eu sorrio.

–-- Eu conheci o destino. Ela é uma vadia. –-- Elena ri. Ela se aproxima e me beija.

–-- Não posso mais me arriscar. –-- Ela diz mas eu não entendo.

Antes que eu possa responder ela vai embora.

Eu volto pro quarto e ouço Sam e Derek rindo. Eu os olho confuso.

–-- Há uma semana vocês queriam se matar e agora viraram melhores amigos? –-- Eu pergunto. Eles me olham mas não respondem.

–-- É melhor eu ir. –-- Fala Derek. Ele e Sam se olham de um jeito estranho e então vai embora.

–-- Quer me explicar o que ta acontecendo? –-- Eu digo, pegando uma cerveja.

–-- Eu? –-- Sam ri, sarcástico. –-- E você? Se esqueceu que ela namora seu irmão?

–-- Ele ta com a Lydia agora. –-- Eu respondo.

–-- Mas não era você que ta estava com... ah esquece. Eu vou dormir um pouco. Amanhã ainda temos que fazer o ritual.

Ele se deita e apaga a luz enquanto eu vou tomar um banho tentando me livrar da frustação.

...

Bob chegou a cidade por volta das quatro da tarde. Todos nós fomos até o Nemeton novamente para fazer o ritual. Tivemos que beber um líquido estranho com gosto de lama. Deaton nos explicou que assim que bebêssemos iriamos adormecer e entrar em nossas mentes. Deveríamos que achar uma porta (que obviamente não seria uma porta de verdade) e fecha-la.

Assim que bebemos, Elena, Stiles e eu nos sentamos. Eu sinto tudo em volta de mim girar, e então fica tudo escuro.

Quando abro meus olhos, percebo que estava em meu quarto. Não no hotel, no meu quarto de verdade. Na casa em que morava antes de meus pais morrerem. Me levanto e começo a olhar ao redor. Stiles ainda nem era nascido.

Eu abro a porta e vou para o corredor, estava exatamente como eu lembrava. Desço as escadas mas não encontro ninguém. Em cima da mesa havia um caderno surrado, quando chego mais perto vejo que era o diário de meu pai, aquele que eu não tinha achado quando fui embora. Eu pego e começo a olhar as páginas, apesar de estar com aparência de velho e amassado, não havia nada escrito. Aquilo era estranho, ele tinha escrito tudo antes mesmo de eu nascer.

Depois de vasculhar a casa e não achar ninguém, saio pela porta. Mas também não havia ninguém na rua. Depois de andar por mais de uma hora, eu paro. Eu estava sozinho ali.

–-- Ótimo. Como eu vou saber o que fazer?!? –-- Eu grito para ver se alguém me ouve mas nada acontece.

Depois de esperar por mais vinte minutos, me levanto e continuo até chegar na escola. Havia muitos carros estacionados ali, então eu entro. Quando entro nos corredores, ouço vozes gritando. Eu começo a segui-las e me encontro no campo de lacrosse. Não havia ninguém mas as vozes estavam lá. Como se estivesse havendo um jogo.

Eu ouço a torcida, o apito, os passos dos jogadores, mas não vejo nada. Era aquilo. Aquela tinha que ser minha porta, eu só não sabia como fecha-la. Então, eu fecho os olhos, focando no barulho, tentando pegar qualquer detalhe que conseguisse. Era uma memória, tinha que ser. Eu só precisava me lembrar.

Abro meus olhos quando reconheço a voz de minha mãe. Eu provavelmente estava jogando. Mas eu sempre joguei, como saberia qual jogo era? Eu fecho os olhos novamente e vou em direção da voz dela e então ouço a minha voz. Eu não estava jogando, eu estava assistindo. Foi o jogo que minha mãe me obrigou a ver. Era o primeiro de Stiles. No dia em que ela morreu. Eu odiava estar ali. Meu pai sempre ia em minhas partidas mas depois de sua morte eu nunca mais tinha ido no campo.

Eu conseguia ouvir eu e ela discutindo enquanto o Xerife tentava nos acalmar. A discussão para e eu sei porque. Eu tinha ido embora. Abro meus olhos e estou em casa novamente. Não ouço nenhuma voz, apenas o barulho de um copo na mesa e bebida sendo colocada. E então um choro, era ela. Minha mãe sempre bebia quando estava chateada. Eu me lembro de estar arrumando alguma briga nesse horário, era o que eu fazia quando brigávamos.

Eu queria fazer alguma coisa mas não conseguia vê-la, apenas ouvi-la. Queria dizer que a culpa não era dela, que eu que era o pior filho do mundo mas não podia. Mais bebida é despejada e eu não aguentava mais ouvir aquilo. Eu tento sair pela porta mas acabo voltando pro mesmo lugar. Tento mais algumas vezes e nada acontece. Então, eu me sento no chão, enterrando minha cabeça no joelho e sentindo meus olhos lacrimejarem.

Eu levanto a cabeça e agora eu podia vê-la. Eu me aproximo e me ajoelho, a olhando. Duas garrafa de whisky já estavam vazias e ela estava terminando a terceira. Aconteceria a qualquer momento agora, um ladrão entraria em nossa casa e atiraria nela. Ela termina a terceira garrafa e caí no chão. Eu vou até ela e tento segurá-la mas não consigo. A vejo deitar no chão e começar a tremer, eu tento fazer algo, grito por ajuda mesmo sabendo que não adiantaria. A porta é arrombada o vejo o cara., ele fica indeciso se a ajuda ou não. E decide que não. Então, sai sem levar quase nada, com medo de ser acusado de assassinato.

Eu consigo ouvir seu coração parando e começo e não consigo mais controlar minhas lágrimas. Não havia sido um roubo que deu errado. Era minha culpa.


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