Acordei com Jesus entrando no meu quarto, dizendo ''faça-se a luz'' e com o raio de sol quebrando meu sono. Jesus, você não podia esperar cinco minutinhos?

–O que você está esperando? -Jesus parou em frente a minha cama, colocou as mãos na cintura- Maria Madalena, esqueci de expulsar o demônio da preguiça do teu corpo?

–Que tu queres? - abri os olhos, devagar

–Vou repartir o pão agora mesmo, vim te avisar para tomar o café da manhã com meus discípulos- Jesus estendeu a mão para ajudar Maria levantar

–Oh, Jesus, teu amigo João não gosta da minha presença - levantei de vez - Tu lembra da ultima vez que ele dissera que não era esperta? Eu fiquei triste, Jesus.

–Ah, Maria. João acha mesmo que existe um pé de feijão e aquela história que contei para que ele entendesse minha parábola sobre persistência. Ele se calará sobre tua inteligência pois ninguém é perfeito se não meu Pai. Tu vem?

Ninguém resiste a Jesus, o modo como Ele profetiza, parte o pão e defende seus discípulos. Ouvi o povo dizer que Ele ressuscita com um toque. Não precisa de pedra filosofal, porquê Ele já és a filosofia. Tu sabes, Ele é demais.

–Vou. Irei logo atras de ti, Jesus.

Andei com Jesus até um barquinho lá em Galileia, em Betsaida. Jesus é mesmo contraditório pois entrou pela Betsaida e saiu pela Betentrada. Jesus é um cara misterioso. Fui com Ele e seus discípulos. Quando ia entrar, dei lugar para João, mas ele disse ''vá'' e eu disse ''já vou''. Entrei e fiquei com Jesus, Ele é lindo assim, a noite. João e Pedro sabem o que sinto por Jesus, mas sei que Ele não pode se relacionar porquê seu Pai não deixa.

Saímos do barco, após chegar em uma ilhazinha. Eu estava com fome, pois Jesus me prometera um pão e vinho assim que acordasse, mas teria que esperar sua profetização e seu ensino. Ele deu sua palestra e assim que terminou, notou a fome do seu povo.

–Ôh, João, tu trouxe o que para o piquenique?

–Eu trouxe uns peixes, Mestre. E tem pães aqui também. Mas só vai dar para tu e para teus discípulos.

–João, Eu sou filho de quem? Me dê esses pães que eu vou te mostrar com quantos paus se fez a barca de Noé.

–Com quantos paus foram, Senhor? - João como sempre, não entendeu a parábola.

–Noé da sua conta, João. Tu pode somente me passar os pães para que possam comer?

–Jesus, você poderia fazer umas bolachas e tudo mais? - João perguntou - estou de jejum, senhor.

–É biscoito, João. - explicou Jesus - mas multiplicarei os peixes para tu, meus discípulos e essas pessoas que queriam ouvir da minha palavra.

E assim, pediu ao Pai dEle para que a comida multiplicasse e o seu Pai ouviu e realizou o pedido. Eu esperava algum brilho celestial vindo das mãos de Cristo, mas eles apenas se multiplicaram, saindo mais e mais dentro do cesto.