Sob As Luzes de Paris escrita por Letícia Matias


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!! Como estão? Espero que estejam bem!!!
Aqui está mais um capítulo. Espero que gostem :)
Ah, se tiver algum erro de português e/ou digitação, me perdoem ;)
Boa leitura!!



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No carro de Alexander, está quentinho. O aquecedor está ligado, o que faz o vidro ficar um pouco embaçado.
Está nevando. Não caindo uma nevasca forte como mais cedo, mas flocos de neve caem na janela do carro e é lindo de se ver. O inverno é a minha estação favorita mesmo sendo muito frio. Não faço a mínima ideia de onde Alexander está me levando, mas estou ansiosa. Estamos passando pela Torre Eiffel de carro. É lindo. Nunca me canso de olhá-la.
***
– O quê?! - exclamo abrindo um sorriso quando estamos fora do carro e a neve está caindo sob nós.
Ele sorri vendo minha expressão. Estou quase dando pulos de alegria. Vamos jantar no topo da Torre Eiffel, no Jules Verne!
Pegamos o elevador para subir até o topo. Ele segura minha mão enquanto olho maravilhada para a vista noturna de Paris daquele ângulo. Olho para a sua mão na minha e viro para te dar um beijo na boca. Meus lábios estão frios, estou com muito frio.
Quando chegamos no topo, somos recebidos por uma garçonete de coque. Ela é sorridente e parece não reconhecer Alexander. Se reconhece, não diz nada.
Ela nos conduz até uma mesa e nos sentamos um de frente para o outro. Alexander pede uma taça de vinho que parece ser bem cara, mas não entendo nada de vinhos e bebidas. Decidimos optar pelo prato especial do dia. Quando ela se retira, estou olhando maravilhada para aquela vista maravilhosa. Posso ver milhares de luzes. Paris é mesmo a cidade luz.
Quando olho para Alexander, ele está olhando para mim com um sorriso discreto nos lábios.
Sorrio para ele e suspiro. É tão romântico. Há uma vela redonda no centro da mesa. O fogo está bruxuleando. O ambiente tem uma iluminação suave. Em todas as mesas há velas e as luzes são amareladas e confortáveis.
–Gostou da vista? - Alexander pergunta.
– Sim. - falei e sorrio. - Não gostei, amei.
Ele sorri para mim e antes que possa falar algo, a garçonete chega com o vinho e quatro taças. Duas taças cheias de água gelada, e duas vazias. Ela as coloca mesa e abre o vinho enchendo ambas as taças vazias. Agradecemos a ela em Francês e ela nos dá um sorriso caloroso e se retira.
Dou um gole no vinho. É maravilhoso e doce.
– E então, é para cá que você trás suas conquistas? - pergunto e sorrio.
Alexander estreita os olhos e sorri.
– Não. Você é a primeira.
Sorriso e balanço a cabeça. A chama do fogo deixa seus olhos castanhos com um brilho diferente. Ele não tira seus olhos de mim. Mas eu desvio o olhar do seu porque não aguento ficar olhando-o por tanto tempo. As vezes ele me deixa intimidada.
Olho novamente pelo vidro enorme. Olho para cima e fico observando a neve caindo. Há bastante neblina no céu e as luzes dos postes e dos carros parecem um pouco embaçadas. As ruas estão começando a ficar esbranquiçadas com a quantidade de neve que cai. É lindo de se ver e eu me perco olhando toda aquela magia da natureza.
Quando olho para Alexander novamente, fico vermelha porque ele está me observando por muito tempo.
– O que foi? - pergunto tomando mais um pouco do vinho.
– Gosto de te olhar, já falei isso - ele diz.
Reprimi um sorriso e revirei os olhos.
–Olhe para essa vista. - aponto para o lado de fora. - É muito mais agradável de se olhar.
Ele sorri sem mostrar os dentes e balança a cabeça.
– Você não faz ideia de como é atraente. Estamos aqui há uns dez minutos e já vi três caras olharem para você e olha que eles estão acompanhados.
Reviro os olhos.
– Deve ser você. Você que chama atenção.
– Não se faça de inocente. - ele diz estreitando os olhos.
Suspiro e tento mudar de assunto:
– Estou sem vontade de ir para o conservatório amanhã. - digo fazendo bico.
– Trate de ir, quero te ver amanhã.
Suspiro.
– É só por isso que vou. - admito e ele reprime um sorriso.
– Não vejo a hora de te ver naquele vestido novamente. Você ficou maravilhosa.
Sinto minha cara queimar e eu olho para minhas mãos nas linhas coxas.
– Não fala assim. Você me deixa com vergonha. - digo e ele sorri antes de levar a taça para a boca mais uma vez.
Ele é absurdamente lindo. Seus cabelos castanhos caindo até os ombros, seus olhos castanhos... Posso me perder olhando dentro deles. Não poderia me sentir mais viva perto dele. Ele me fazia sentir tantas coisas incríveis! Era maravilhoso sentir meu coração disparando sempre que ele entrava na sala de aula, ou sempre que eu o via, era maravilhoso beijar ele, sentir o seu cheiro e abraçar ele; era maravilhoso ver seus olhos nos meus, ver ele se perdendo em mim, era... Surreal. Não poderia pedir por mais.

Quando me dou conta, estou olhando para seu rosto, em transe enquanto ele fala com a garçonete, agradecendo-a, eu acho. Não consigo me concentrar muito bem, mas, acho que a comida já chegou. Ele olha para mim e eu pisco várias vezes para me livrar do transe.

– Está tudo bem? - ele pergunta.

– Sim, desculpe. Estava pensando. - faço um aceno vago com a cabeça.

Olho para os nossos pratos.

– Risoto de frango com cenoura. - ele diz ao ver minha testa franzida na dúvida do que é.

– Ah. - digo e sorrio. - Parece ótimo.

Pego a colher de prata pequena e pego um pouco do risoto e levo até a boca. Está maravilhoso! Mais do que maravilhoso. Estou morrendo de fome, só percebi isso agora.

– Então, gostou? - ele pergunta comendo também.

Assenti sorrindo.

Nós não falamos muito na hora em que estávamos comendo. Acho que ambos estávamos muito famintos para falar na hora da refeição. E na verdade, eu estava grata por não sentirmos necessidade de quebrar o silêncio. Eu estava aproveitando a vista - tanto a da cidade, quanto a que estava sentada na minha frente, - aproveitando a comida e o ambiente caro.

Não é que eu nunca tinha comigo em lugares chiques antes. Mas, era diferente. Eu não era rica, meus pais não eram ricos, apenas não passávamos por dificuldades. Tinham o bastante para nos dar uma vida confortável e sobrar. Isso era o que bastava para nós. Mas eu sabia que Alexander era muito rico, porém ele não era de mostrar isso. Não sentia necessidade e nem precisava. Era humilde e eu amava isso nele.

***

– Em Deus? - ele pergunta quando termino minha sobremesa. Sorvete de baunilha com bolo de chocolate.

Passo a língua pelos lábios e depois limpo-a com o guardanapo salmão de pano. Encosto minhas costas no encosto da cadeira e suspiro.

– Sim, talvez. Não ouso a dizer não. Mas acho tudo muito vago.

Ele assente.

– E você? - pergunto.

– Com certeza. Não acredito que o céu seja cheio de cavalos com asas nem unicórnios mas, acredito que tenha um poder maior sobre nós com certeza. Se não existe, qual é o sentido de tudo?

Assinto com a cabeça levando a taça de água até a boca. Gotinhas de água estão escorrendo pela taça.

– Concordo. Você acha que vai para o inferno? - pergunto e sorrio.

Ele ri baixinho da minha pergunta. Mordo os lábios. Adoro ver seu sorriso.

– Talvez. Não acho que eu seja a pior pessoa do mundo. Mas tenho os meus pecados. - ele diz e olha para mim com um olhar ardente.

Minha pulsação se acelera. Eu sou o seu pecado.

Assinto e engulo em seco. Coloco a taça de água vazia em cima da mesa e torno a olhar para ele.

– Acho que fiz você perder sua pureza. Você é pecado agora. - ele diz com a sombra de um sorriso nos lábios.

Sorrio e balanço a cabeça.

– Acho que noventa e nove por cento da sociedade está condenada então. - digo. - Não me importo, acho que vale a pena ir para o inferno por você. Não mudaria nada.

Seus olhos estão fixos nos meus. A luz da vela faz seus olhos brilharem ainda mais e parecerem mais escuros. Seu olhar mexe comigo.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas nos olhando. Sinto um calor no meu peito. Parece que ele vai explodir. Amo tanto ele!

– Quando foi sua primeira vez? - perguntei inclinando-me sobre a mesa.

Sinto meu rosto arder ao perguntar isso. Mas, preciso saber.

Ele se inclina também, nossos rostos estão muito perto um do outro.

– Eu tinha dezesseis anos. - ele começa a falar baixo o suficiente para que só eu possa ouvi-lo. - Estava no ensino médio. Estava numa festa, um pouco bêbado. Foi horrível.

Não era nada do que eu esperava ouvir. Arqueio uma das sobrancelhas e ele ri baixinho ao ver minha expressão. Reprimo um sorriso.

– Como foi a sua? - ele pergunta.

Abro um pouco a boa em um sorriso e balanço um pouco a cabeça. Não acredito que vai me obrigar a dizer isso.

– Foi horrível! - digo. - Quer dizer, o cara era ridículo, não foi nada cuidadoso, não senti nada. Preferia ter ficado bêbada primeiro.

Comecei a rir quando ele fechou os olhos e reprimiu um sorriso. Ele abre seus olhos novamente e eu ainda estou sorrindo.

– Estou brincando. Vou tentar te falar como realmente foi. - engulo em seco e ele está olhando para os meus olhos e para a minha boca alternadamente. - Eu dormi na casa desse cara lindo e sexy, porque por alguma razão, fui parar em frente da casa dele. Então, dormi lá. Na manhã seguinte, tinha uma tensão palpável entre nós, realmente parecia que eu poderia pegar nas mãos toda aquela tensão. Ele era incrivelmente lindo. Eu estava quase tendo um ataque cardíaco só de olhar para ele. Tomei um café da manhã delicioso na sua casa linda, ele me encheu de perguntas e eu estava morrendo de nervoso. E ele me provocava falando coisas do tipo "Você é sempre tímida assim, sempre fica vermelha quando as pessoas te elogiam ou é só comigo?" - falo tentando imitar seu tom de voz. Digo exatamente as palavras que ele me disse naquele primeiro café da manhã. Alexander começa a rir sem fazer som algum, seus ombros se mexem e ele balança a cabeça. Dou risada também - Depois, ele me levou para conhecer a casa, menos o seu quarto. Fiquei um pouco decepcionada por ele não me mostrar seu quarto. - Alexander estreita os olhos e sorri. - Mas, tudo bem, - continuo. - Talvez ele escondesse alguma coisa lá dentro que eu não podia ver. E então ele me mostra a casa inteira, menos o seu quarto. Nós fomos para o terraço da casa dele e ele ia me dizer alguma coisa, estava bem perto de mim, mas sabe o que ele me disse? - paro e Alexander balança a cabeça como se não soubesse. - Ele me disse, abre aspas - digo e sorrio - Gostaria que tocasse na aula amanhã. Fecha aspas.

Alexander ri.

– Justice...

Estou rindo, mas levanto a mão para impedi-lo de falar.

– Então eu falo que tenho que ir embora. Eu achei que ele ia me beijar ou algo do tipo, mas ele não fez. Então eu desço desesperada pelas escadas e vou para o quarto de hóspedes onde eu dormi. Aí, ele chega lá e me dá um beijo quente maravilhoso. Meu corpo vibrou com aquilo. Foi incrível! - digo sorrindo. Ele está me olhando intensamente sem piscar. - E aí ele me leva pro quarto dele. Finalmente conheço o quarto dele! Eu já sabia o que ia acontecer e eu não estava com medo, apenas um pouco preocupada porque eu era virgem. E se aquilo acabasse com o clima? - dou uma pausa e sorrio quando ele revira os olhos e balança a cabeça negativamente. Sorrio. - Mas, para a minha sorte, ele era um cavaleiro e ficou falando que eu era linda e não entendia como eu ainda era virgem. - sorri. - E aí rolou. Ele foi tão cuidadoso comigo, carinhoso. Não foi nada como as pessoas disseram que seria. Não doeu. Só senti coisas boas. Foi in-crí-vel. Ele me segurava perto do corpo dele e ia devagar para não me machucar, ele me beijava toda hora... - fecho os olhos e sorrio. - Não tenho dúvidas de que tenho a melhor primeira vez de todas.

Sorrio quando termino de falar e Alexander respira fundo e olha para a vista de inverno. Depois olha para mim novamente e diz:

– Você é mesmo inacreditável. - ele diz com um tom de voz baixo. - Fico feliz de que foi assim para você.

Sorrio.

– Não vou entrar em muitos detalhes. - digo. - Mas foi maravilhoso.

Ele sorri e balança a cabeça. Respira fundo e diz:

– Não deveria ter começado a me contar isso. - ele fala e eu franzo a testa.

Ele se mexe desconfortavelmente na cadeira e eu levo a mão na boca para tentar reprimir meu sorriso. Ele está... Excitado.

Não me aguento e começo a rir baixinho. Ele bufa e tenta reprimir um sorriso.

– Foi você que pediu! - falei.

– Pois é, meio que me arrependo.

Dou risada, agora não me controlo para rir baixo. Ele balança a cabeça e respira fundo.

– Você pode começar a falar de alguma outra coisa? - ele pede e eu sorrio.

Tenho uma ideia maligna. Sei que não devo fazer isso, mas não me controlo.

– Por que Grayson? Te incomoda me ver nua? E aquele vestido preto colado no meu corpo? Você acha feio? E aquela pintinha que eu tenho na minha coxa? Você acha sexy? - pergunto e passo minha perna na sua embaixo da mesa.

Ele fecha os olhos e respira fundo.

– Justice, pelo amor de Deus...

Dou risada.

– Desculpe. Você quer falar de alguma coisa séria, vamos falar.

Ele olha para mim.

– Sei que você ficou bravo por eu ter convidado Christopher, mas não vou desconvidá-lo. Garanto a você que a namorada dele também vai. Você não tem com o que se preocupar.

Ele fecha a cara e diz:

– Você é impossível.

– Não vai querer fazer nenhum barraco, certo? Ele é meu amigo, Alexander.

Ele suspira e olha para baixo.

– Obrigado por me estressar um pouco.

Sorrio ao saber que funcionou.

– Que rápido.

Ele revira os olhos reprimindo um sorriso.

***

Quando estamos nos afastando da torre brilhosa e gigante, Alexander e eu paramos e olhamos para ela. Hoje ela está repleta de luzes azuis. Linda!

Está ventando muito, a neve branca está quase fofa no chão. Alexander está com as mãos na minha cintura e me beija suavemente, Nossas bocas estão geladas por causa do frio e nossa respiração condensa no ar, criando uma fumacinha.

Ele olha para mim e sorri.

– Tem um floco de neve nos seus cílios.

Sorrio e fecho os olhos quando ele pede. Ele encosta a boca no meu olho fechado e meu sorriso se alarga. Olho para ele digo:

– Eu te amo.

– Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que vocês acharam? Espero que tenham gostado :)
Espero vocês no próximo capítulo. Grande beijo.



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