Harley escrita por Nando


Capítulo 9
Herman


Notas iniciais do capítulo

E mais um capítulo de Harley! Desta vez com Herman! Mas antes de começar quero agradecer ao Doctor Hyde por ter recomendado a minha história e que sempre me tem dado forças para continuar. Muito obrigado!



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A movimentação na Capital sempre me impressionava. Estava habituado á calma na floresta.
Esperava que ninguém o reconhecesse, com aquela gabardine castanha que o cobria dos pés á cabeça. Se alguém o descobrisse, estaria na mira da “DR” em minutos. Precisava ser discreto. Tinha que se encontrar com Keita, mas primeiro tinha que comer alguma, a fome apertava. Tinha andado 1 semana comendo frutas e bebendo água de lagos. Comida mais para sobrevivência.
Encontrei uma tasca um pouco escondida e que tinha preços para o dinheiro que tinha trazido comigo. Entrei tapando os olhos com a gabardine. Sentei-me num banco grande ao pé do balcão, dentro da tasca só se encontrava um homem a atender, e outros dois em bancos ao pé deles. O homem que parecia ser o dono tinha um olhar divertido. Já tinha perdido alguns dentes, e tinha ar de quem soubesse de tudo o que se passava no país.
O dono ao ver-me entrar, deu-me logo um sorriso de orelha a orelha:
–Então meu senhor o que vai ser?
– Para comer quero uma feijoada e para beber uma caneca de vinho.
Saiu para dentro da cozinha e observei de lado os outros clientes, cada um com uma cerveja na mão e a beber silenciosamente, trocavam breves palavras entre si. Tinham várias cicatrizes no corpo, e os músculos mostravam que já se tinham metido em lutas muito duras. Mas o que me intrigou foi a tatuagem no ombro de cada um. Já a tinha visto em algum lugar, mas não conseguia olhar fixamente, ou saberiam quem ele era!
O dono chegou com o meu pedido e eu nem pensei em mais nada. Comi todo o conteúdo do prato e bebi todo o vinho. Uma coisa que sempre me intrigou. Não importava quanto vinho bebesse, nunca ficava bêbado, aliás, até o ajudava a pensar melhor.
Precisava encontrar a basa de Keita não importasse como. Mas Keita era cuidadoso e sabia que não deixaria entrar qualquer um e eu não podia falar com mais ninguém, só com Keita.
Olhei o dono atentamente, chamei-o para pagar, e aproximei-me dele, e sussurrei:
–Sabe como posso encontrar Keita, o chefe do exército de Ales, sem mais ninguém?
O dono deu um grande sorriso:
–Por acaso até sei, um lugar onde ele vai sozinho. Todos os domingos sempre vai para esse sítio.
Estiquei-me para mais perto do dono.
–Há gente até a achar bonito, e outras acham que é mais obsessão, mas ele nunca quer que vão com ele. Sempre á mesma hora – domingo às 6 horas em ponto – Keita está sozinho no cemitério a olhar campas.
O meu coração bateu. Keita devia observar a campa da sua mulher que morreu às mãos da “DR”… Pelo menos já sabia onde o iria encontrar. Passei uma gorjeta ao dono, que a aceitou de mãos abertas. Pensava que a conversa iria acabar por ali, mas o dono tinha vontade de continuar a falar:
–Porque quer encontrar assim Keita? Sabe que se lhe tiver acontecido algum problema é só se dirigir á base no centro da cidade, ao pé do castelo.
Sabia que aquilo iria acabar assim. Tentei ocultar a verdade:
–Bom é que eu quero vê-lo sozinho pois ele é um amigo de infância.
O sorriso do taberneiro aumentou:
–Oh, amigos de infância. Brincavam juntos era?
Aquilo já estava a tomar um rumo diferente ao que eu queria.
–Olhe, isso não tem nada a ver consigo. Somos só antigos amigos e queria-lhe contar uma coisa. Ponto final. Agora se me permite vou-me embora.
Fui impedido pelo dono:
–Uma última pergunta!
Virei-me á espera do que aquele homem iria a dizer, a minha paciência esgotava-se a cada segundo!
O sorriso do taberneiro abriu-se de um modo malicioso:
–Será que és um dos sete que encontrou as partes da armadura?
A pergunta apanhou-me de surpresa e a minha boca abriu-se de tal modo espantado, que nem sabia o que dizer. Como ele sabia?
Foi então que o taberneiro estalou os dedos. Homens encapuçados apareceram vindos do nada, e de repente estava rodeado. Os dois homens que estavam sentados, levantaram-se e foi aí que consegui ver a tatuagem. Eram membros da “DR”, tinha sido apanhado como um rato na ratoeira. Em breve não seriam só aqueles que teria que enfrentar. O alarme já devia ter sido dado. Em breve Ecler também estaria ali. Não podia começar uma luta daquelas. Pois para além de poder perder a luta. A hipótese de encontrar Keita desapareceria da sua mão.
O “taberneiro” deu uma grande gargalhada:
–Então como é a sensação de teres tudo por água abaixo? E mesmo que queiras fugir, já sabemos o que pretendes fazer. Em breve terás na companhia dos teus antigos companheiros.
Cerrei o punho, tinha vontade de socar a cara dele e de o deixar estendido no chão. Mas tinha que ter calma. Respirei fundo e vi quantos eram. Contando com os homens e com o taberneiro, eram um total de 13. E não tinham ar de ser muito fortes. Conseguia se livrar daquela situação facilmente, mas não podia fazer grande alarido. Só havia uma maneira de sair dali.
Dei um grande sorriso de troça em direção ao taberneiro:
–Se queres que te diga a verdade, o único apanhado foste tu!
O taberneiro fitou-me com raiva:
–Ai é? Então vamos ver isso! Ataquem todos ao mesmo tempo!
Tal como planejava! Levantei as duas mãos. Murmurei um encantamento e pus todos dentro de uma grande bolha de água. Em breve ficariam sem ar e morreriam. Não gostava de matar pessoas, mas não era uma situação onde se podia dar ao luxo de hesitar. Fui na direção do taberneiro. Este encolheu-se contra um canto cheio de medo. A minha vontade de o espancar cresceu. Ajoelhei-me ao pé dele e murmurei um encantamento de perda de memória. O taberneiro caiu no chão sem dizer uma palavra. Quando acordasse esquecer-se-ia de tudo. Reparei na porta das traseiras e saí sem pensar duas vezes. Tapei-me mais com a gabardine e olhei em volta. Ninguém reparou no que se tinha passado ali. Ótimo. Olhei o relógio 3 horas da tarde de Sábado. A sua hipótese de encontrar Keita seria amanhã, ás 6 horas.
Suspirei. A sua presença ali em pouco tempo já seria sabida por todos. Precisava se mexer o mais rápido possível. Cada segundo contava!


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Notas finais do capítulo

E então gostaram? Não esqueçam de dar força para continuar. Porque eu quero entrar ainda mais na história de Harley! O próximo cap será no papel de Alice! Até lá!



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