Sinto-me tonto. Nunca tive uma dor de cabeça tão forte. Os pensamentos daquela noite ainda me atormentavam. Nem sabia como eu tinha conseguido sair vivo… A palavra vivo fez as lágrimas virem aos meus olhos. E mesmo não querendo, as memórias daquela noite vieram á minha cabeça…

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Os membros da “DR” destruíram as defesas, o sangue pintava agora o grande jardim. Eles já tinham entrado na mansão. Os gritos de horror ecoavam na minha cabeça. Senti a minha mulher chegar-se a mim. As lágrimas dela e o medo que estava na cara dela, fizeram-me sentir um fraco. De que me importa ser um dos enchants mais forte se não consigo proteger as pessoas que amo…
Foi então que a porta do escritório explodiu. De lá saíram, para minha surpresa, três dos sete cavaleiros da “DR” mais fortes. Eu já estava á espera daquilo, era uma missão muito importante, para deixar apenas na mão de um ou dois. Eles eram dois homens e uma rapariga: Tego, Irene e o mais forte deles os três, Ecler. Irene falou primeiro:
–Então, Herman, há quanto tempo!
–Eu falo a mesma coisa, Irene.
–Olha só, parece que o nosso rapazinho, ainda tem alguma coragem, depois de todos os seus homens serem dizimados! – Disse Tego numa voz sarcástica.
–Ah, Tego estou a ver que não mudaste nada, contínuas o mesmo estúpido de sempre. – Disse eu com um sorriso.
Tego ia a responder mas foi interrompido por Ecler:
–Já chega! Agora Herman, passa para cá o colar.
Dei um enorme sorriso e disse:
–Vens tarde, já não o tenho!
Irene e Tego olharam para mim, com raiva nos olhos:
–Chega de brincadeiras, nós sabemos perfeitamente que és tu que o tens… - Iam a falar mais qualquer coisa mas foram interrompidos por Ecler.
– Ele está a dizer a verdade!
Irene e Tego olharam para ele, surpresos!
–Antes de nós chegarmos aqui, ouve uma rapariga que levou o colar! – Cheirou o espaço á sua volta – Oh, foi a tua filha! Ahahaha, entregares uma coisa tão importante a uma criança! Herman estás a ficar senil!
– Bom já que não tens o colar então quer dizer que te podemos matar. – Tego ao dizer isto avançou na minha direção com a espada á sua frente. Não ia conseguir reagir a tempo. Quando tudo parecia acabado para mim, Daniel colocou-se á minha frente e levou um corte da espada ao longo do tronco. A minha mulher deu um berro e as lágrimas voaram dos meus olhos. Ajoelhei-me e tentei curar Daniel, sem sucesso, a ferida era muito profunda, ele ia morrer em pouco tempo. Ele agarrou-me nas mãos e deu as suas últimas palavras:
–Foi bom o tempo que passei consigo, nunca tinha tido ninguém que me aceitasse, mas você tornou-se mais do que um amigo, um companheiro. Fico contente em protege-lo. Você ainda não pode morrer. Viva por mim e por todos os que morreram esta noite. Até á próxima!
Foi então que a vida lhe escapou do corpo, os seus olhos fecharam-se num sono eterno, morreu a sorrir. As lágrimas escorreram pela minha face como um rio sem encontrar mar. Os meus pensamentos foram interrompidos pela risada de Tego:
–Ohhhhhhhhh, que momento tão lindo Herman, não te preocupes, vais ter com ele, brevemente e podeis matar todas as saudades…
Foi a gota de água, a raiva tomou conta de mim. Lancei um encanto na direção de Tego, atirando-o contra a porta fazendo-o cair das escadas abaixo, Irene tirou a flauta do bolso, pronta para me amaldiçoar, fui mais rápido atirei com a flauta dela e depois com outro feitiço atirei-a pela janela fora. Para acabar mandei um raio de luz em direção a Ecler, mas este protegeu-se com um escudo mágico. Fitámo-nos por uns instantes e começou uma luta entre Enchants, a mansão começou a ruir, tal poder tínhamos. Após muita luta, a raiva acabou por me controlar e ia dar um último feitiço para o destruir, mas a melodia de uma flauta, paralisou-me dos pés á cabeça. Tinha.me esquecido dela!
–Bom, agora sê um bom menino, ou então… Apontou para Tego, este agarrava a minha mulher pelos cabelos e com a espada perto da sua garganta. O horror estampou-se na minha cara, levantei as mãos em sinal que me rendia.
–Ah! O amor é lindo, não é mesmo? – Disse Irene num tom sarcástico.
Ecler fitou-me nos meus olhos:
–Gostei da nossa luta. És um oponente formidável! Adorava podermos lutar outra vez, mas o dever chama! Então diz-me, onde está a tua filha?
–Como se eu fosse dizer, nem que a morte se aproxime de mim!
Os três deram uma gargalhada. Ecler retomou a palavra.
–Então e se a morte se aproximasse da tua mulher?
Um arrepio subiu-me pelas costelas, olhei para ela. Tego encostou a espada para mais perto dela e apertou-lhe os cabelos mais fortemente. Estava perdido, não havia nada a fazer. Tinha que jogar o jogo deles. A sua filha sozinha não conseguia escapar, mas com a ajuda de Dina e daquele garoto, ela poderá se safar. Mas naquela situação a vida da sua mulher contava. Estava pronto a dizer, quando um buraco se abriu debaixo de mim. Os três cavaleiros da “DR” ficaram surpresos, mas eu conhecia aquela energia, era a da minha mulher, olhei para ela, e sorriu para mim:
–O que estás a fazer?! Não, por favor eu fico contigo, por favor!
Ela sorriu e disse:
–Não te preocupes, eu vou ficar bem!
Dei um último berro, antes de o buraco me levar. Ainda consegui ouvir as palavras de Ecler:
–Tego, procura em todos os lugares, sobre aquela rapariga. Irene, leva essa mulher para a masmorra. Eu irei á procura dele…
Depois, a escuridão envolveu-me…

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Depois tinha parado naquele lugar, que ele não sabia onde ficava, apenas havia árvores, mas quando se começou a situar, descobriu que a única coisa que podia fazer agora era ir até á capital de Ales, encontrar Keita. Os dados tinham começado a rolar. Os sete amigos do Verão, tinham de voltar a juntar-se. Sete garotos que descobriram acidentalmente as sete partes da armadura da Luz!