Harley escrita por Nando


Capítulo 12
Keita


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Lamento mais uma vez pelo atraso, só consigo escrever de vez em quando. Também me quero desculpar por algum erro que haja nas fic. Pois como faço um pouco á pressa, posso deixar escapar alguma coisa! Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633517/chapter/12


Olhei para o relógio – seis menos um quarto. Estava na hora.
Coloquei o meu casaco preto e um chapéu. Abri a porta e olhei para o céu enquanto os últimos raios de sol ainda permaneciam. O tempo de Primavera era maravilhoso! Comecei o meu caminho até ao cemitério. Aquela rotina era conhecida por todos. O que o chefe do exército ia sempre fazer ao cemitério? Bom, ia visitar a minha ex-mulher. E quando a visitava lembrava-me também daqueles que já tinham morrido: Sarrow, Marie e Edward. A “DR” lhes tinha tentado tirar as partes da armadura, mas eles conseguiram ser mais rápidos, e dar a parte para outras pessoas. Sarrow para o seu discípulo, Marie para o seu filho e Edward enviou-a para algum lugar.
Os meus pensamentos foram interrompidos. Quando uma mão, do nada, me agarrou e me atirou para um beco. Estava pronto para lutar quando ela tirou a gabardine e se mostrou a sua verdadeira face:
–Herman!
Ele fez-me sinal para me calar e sussurrou-me:
–Tens algum lugar onde possamos falar a sós?
Acenei afirmativamente com a cabeça e conduzi-o até a minha casa, e como queria ser discreto, entrámos em atalhos por ruas mais desertas. Abri a porta devagar. Olhei para todos os lados em busca de alguém que nos estivesse a vigiar. Ninguém. Fiz sinal para que ele entrasse. E depois tranquei a porta.
Enfim a sós olhei para ele. Estava num estado lastimável:
–Olha, Herman, eu quero falar muito contigo, mas primeiro vai tomar um duche. A casa de banho é lá em cima. Vou-te preparar uma roupa, e uma bebida.
Ele acenou afirmativamente e foi subindo degrau a degrau. Pus-lhe uma camisa branca e umas calças de ganga.
Desci e tirei uma garrafa de whisky e enchi dois copos. Tirei alguma comida, pois pelo ar que tinha devia estar esfomeado.
Passado algum tempo Herman desceu. Olhei-o de alto a baixo, estava abatido, os seus olhos mostravam grande cansaço estando á beira das lágrimas.
Entreguei-lhe um copo, demos um brinde e demos um gole cada um. O líquido escorreu-me pela garganta deixando-me quente por dentro. Saboreei passando a língua pela boca. Olhei para Herman. Tinha bebido o copo de uma vez. Enchi-lho de novo. Estava na hora de eu lhe começar a fazer perguntas:
–Então o que te traz aqui?
Ele olhou para mim com os seus olhos cansados. Bebeu mais um gole, fez uma pequena pausa. Abriu a boca e numa voz rouca e cansada começou a falar:
–A “Dr” começou a fazer o seu movimento…
Era exatamente isso que eu não queria ouvir. A “DR” sempre tinha estado a fazer as coisas pela calada, mas tinham começado a sair. Sabia que as pessoas Ales já deviam ter ouvido os rumores. Em breve o caos se instalaria. E conhecendo Adrian isso não iria parar por ali.
Olhei fixamente para Herman, precisava de ouvir tudo da boca dele, sabia que poderia ser complicado para ele, mas tinha que ser. Respirei fundo e decidi tocar com o dedo na ferida:
–Ouvi que a tua casa foi atacada, podes-me contar tudo?
Ele olhou para mim com os olhos marejados de lágrimas. Os acontecimentos dessa noite tinham-no deixado aterrorizado. Herman limpou as lágrimas que estavam a ponto de sair, reuniu toda a força que conseguiu e finalmente me decidiu contar.
Não deixou nenhum detalhe fora. Contou-me sobre as ameaças que recebera da “DR”, de como invadiram a sua casa, que entregou o amuleto á sua filha, conseguindo que ela escapasse. Contou também sobre como tinham apanhado a sua mulher e de como ela o tinha feito escapar.
Ouvi tudo sem dizer uma palavra. Depois de acabar a sua narrativa, Herman não aguentou mais as lágrimas, que escorreram pela sua face como um rio á procura do mar. Pus-lhe a mão no ombro e fiz um sorriso acolhedor. Herman sempre fora assim. Solitário, chorão, mas que nunca deixaria ninguém para trás. Ah! Como era bom lembrar a juventude!
Deixei que se acalmasse, e depois disse aquilo que me estava a perturbar:
–Mas afinal por que razão estavas naquele beco e como sabias que eu iria passar por ali?
Suspirou mais uma vez e contou sobre o acontecimento na taberna, empalideci, a situação estava pior do que pensava, levantei-me num salto e disse com uma voz mais alta do que estava á espera:
–A “DR” já está na Central?!
Herman assentiu com a cabeça. Deixei-me cair na cadeira, e bebi o resto do whisky. E ainda pior, eles sabiam a minha rotina, ou seja tinham-me debaixo de olho. Se Herman não aparecesse, provavelmente ia acabar por ser apanhado algum dia. Fechei os olhos, respirei fundo e apertei a armadura que tinha por baixo da camisola.
–Tudo isto é por causa de termos encontrado estas coisas…
Herman desviou o olhar, a verdade era essa. Se não tivéssemos encontrado as partes da armadura de Light nada daquilo iria acontecer. Depois veio-me uma pergunta á cabeça:
–Por onde mandaste a tua filha?
Ele olhou para mim, como se a resposta fosse óbvia:
–Para a Dina, lá ela estará segura. Também tem aquele rapaz, filho do Albert. Ela pode ficar lá em segurança, até que tudo isto acabe.
Revirei os olhos pensando bem no que ia a dizer. Será que era boa ideia contar que a sua filha junto com o filho de Albert tinham lutado contra Tego e que agora andavam na mira da “DR”? Era o melhor a se fazer. Suspirei e contei tudo sobre o que tinha ouvido por algumas testemunhas.
A face de Herman ficou branca, mais um pouco e tinha desmaiado. Olhou para mim e balbuciou algumas palavras:
–A minha filha… anda metida em todos esses… perigos?
Acenei com a cabeça, e ele segurou-se com mais força á cadeira.
–Mas e se eles a apanharem, eu tenho que ir a salvá-la!
Ele levantou-se pronto para sair, mas eu fui mais rápido. Agarrei-lhe num braço e voltei-o a sentar:
–Está tudo bem! Ela está com David, o filho de Albert. A última vez que o vi quando andava a patrulhar a floresta ele derrotou uma larva gigante em pouco tempo. E além disso. Ele conseguiu atirar Tego de um precipício abaixo. Uma coisa que ninguém tinha feito!
Herman acenou afirmativamente, porém, pouco convencido:
–Mas ainda assim…
–Chega de mas! Ela já tem dezasseis anos! Ela está pronta! Pelo que eu estou a ver ela está determinada a seguir este caminho até ao fim! Ela é tua filha, porra! Claro que se sai ao pai!
Herman olhou para mim e acenou com a cabeça, convencido. Eu porém tinha outros planos em mente:
–E além disso, já que a “DR” vai estar mais centrada neles os dois, nós vamos poder agir livremente para a derrotar!
Herman olhou para mim com um olhar interrogativo, eu então comecei a explicar:
–Conhecendo a Dina, ela deve-os ter mandado para Capel. Para Domunculus, o pai de Edward. Ele vai-lhes dar a localização da espada de Light. A “DR” vai segui-los sem fazer nada. E nós vamos estar a ver de perto e quando a “DR” pensar em ataca-los nós então estaremos prontos para os enfrentar!
Herman acenou percebendo o plano. Depois finalmente ele voltou a falar:
–Mas como eu me vou esconder nesse tempo?
Sorri. Já tinha também isso preparado:
–Basta eu dizer que és um comandante que veio de fora para se juntar temporariamente a nós. Só saberão a verdade nós e os meus dois tenentes mais fiéis.
Acenou com a cabeça, começando a entender o meu ponto de vista. Estendi-lhe a mão:
–Temos acordo?
Ele apertou-ma com força:
–Sim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então gostaram? Bom quero avisar que o proximo cap fechará a 1ªparte e depois começará a 2ª que é a busca pela espada de Light. no próximo cap será narrado por Domunculus. Até lá!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harley" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.