Malaika, Leila e seus filhotes estavam deitados, tranquilamente, na sombra de algumas árvores que cercavam uma minúscula clareira em meio à vegetação desértica da savana africana. Poucos arbustos possuíam folhas o suficiente para protegê-los do Sol escaldante do meio-dia.

Em meio a um bocejo e outro, ouviram furiosos rugidos. Leila imediatamente se levantou, vendo Malaika fazer o mesmo em seguida. Os jovens rosnaram baixinho, preocupados. Todos sabiam que esse dia chegaria, mas nunca estavam realmente preparados.

Malaika soltou um grunhido urgente e, felizmente, as jovens leoas entenderam o recado. Mesmo temendo por suas vidas, começaram a caminhar na direção dos rugidos, que atingiam todos os ouvidos em quilômetros.

As duas leoas mais velhas se voltaram para o restante das crias, que já haviam se levantado. Desferiram curtas lambidas em suas testas e orelhas, enquanto os pequenos machos fechavam os olhos, aproveitando do que provavelmente seria a última vez que viam as duas mães.

Os rugidos ficaram mais alto. Leila rugiu. Os filhotes correram poucos segundos antes dos dois líderes do bando surgirem do matagal. As leoas rugiram baixo indo de encontro a eles. Sem ressentimentos, os dois machos e todas as fêmeas voltaram juntos para o restante do grupo.

Os filhotes seguiriam com suas vidas. Quem sabe um dia poderiam liderar seu próprio bando. Mas por enquanto, seriam apenas machos descagados lutando pela sobrevivência.