Aos 16 escrita por RKéthully


Capítulo 4
Capítulo III - Distração


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo da noite...
Aproveitem...

Boa leitura!!!



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Olhei ao redor tentando encontrar alguém para ser minha dupla, eu não queria ser parceira desse mal-educado. Vi a loira me fulminando com o olhar e fazendo dupla com uma morena que tentava de todas as formas lhe acalmar, me espantei quando reconheci Lili, eu não a tinha visto na sala e pelo que pude perceber ela não estava feliz em me ver. Ela e a loira pareciam ser muito amigas.

Aparentemente todos já estavam com seus pares e a única solução que eu tinha era apelar. Um estralar de dedos chamou a minha atenção.

– Você me escutou?

– O quê? – perguntei aérea.

– Você é surda mesmo, Cassandra tem razão. – disse ele sorrindo.

Ah não, assim já é demais.

– Professor. – chamei e ele fez sinal para que eu me aproximasse.

– Se eu fosse você não faria isso. – ignorei o que o garoto disse e fui até a mesa do professor.

– Sim, senhorita...?

– Annelise.

– Annelise...? – perguntou novamente.

– Thomas, Annelise Thomas. - revirei os olhos.

Qual é o lance dos sobrenomes?

– Oh, você é a aluna bolsista, a que passou no meu teste. – ele parecia surpreso e impressionado. – Devo dizer que estou muito feliz em conhecê-la, não é todo dia que encontro uma aluna tão aplicada, com uma escrita impecável e uma coerência textual significativa. Fiquei muito satisfeito quando li sua redação.

Sorri satisfeita comigo mesma, português era a minha matéria preferida.

– Obrigada.

– Em que posso ajudá-la senhorita Thomas?

– Eu gostaria de trocar de dupla. – fui direta.

– Sinto muito, você é novata e não sabe, mas as regras aqui é que sua dupla é o seu colega mais próximo, pensasse nisso quando se sentou na frente.

– Mas... – tentei argumentar, porém ele me cortou.

– Estamos perdendo tempo aqui senhorita Thomas, é melhor se apressar, você só tem trinta minutos para terminar a atividade e tendo visto quem é o seu parceiro, lhe desejo boa sorte. – disse firme e voltou a fazer o que estava fazendo antes quando o interrompi.

Eu devia ter deixado aquela loira sentar no meu lugar, se eu não fosse tão orgulha, não estaria passando por isso. Voltei para o meu lugar e me sentei, respirando fundo para me acalmar, nada estava saindo como eu havia planejado.

– Eu te disse. – disse o “Senhor Fraser” quando me sentei. Revirei os olhos.

Olhei bem para ele, rosto esculpido, cabelo liso e castanho, olhos azuis, nariz afilado, boca desenhada, ele estava com a farda, mas um casaco com capuz se grudava ao seu corpo, se ele não fosse um babaca filho da mãe, eu iria afirmar com toda certeza que ele é bonito, mas como não vou com sua cara, permaneço de bico calado.

Não tem como trabalhar em dupla se uma das partes tem raiva mortal da outra, já que não posso socá-lo por estar na sala de aula e que consequentemente acarretaria a minha expulsão, o único jeito é me render ao inimigo. Engulo o meu orgulho e estendo a mão, dando um suspiro para me acalmar.

– Annelise. – disse me apresentando, mas minha mão ficou suspensa no ar.

– Vamos fazer assim. – começou com a voz rouca. – Você faz a atividade e eu vou dar o fora daqui.

– Eu não vou fazer o dever sozinha. – repliquei chateada e abaixando a mão.

– Vai sim, você não me quer aqui, eu não quero estar aqui, não vou me intrometer no que você fizer, nem precisa coloca meu nome.

– Eu ainda quero meu pedido de desculpas. – disse irritada.

– Tudo bem, mas eu vou querer algo em troca.

– Que seria? – olhei para ele interessada.

– Uma distração. – disse com um sorriso.

– Como assim?

– Você vai me ajudar a matar aula.

Olhei bem para os seus olhos azuis. Ele ficou louco! E depois a louca sou eu.

– Nem pensar, eu não vou me prejudicar por sua causa, ainda mais um garoto mal-educado como você, que esbarra nas pessoas e nem as ajuda a se levantar.

– Você estava no meu caminho. – disse dando de ombros.

– Você deu dedo pra mim. – disse perplexa.

– Eu sei.

– Você não vai se desculpar?

– Primeiro você. – e com isso ele deu um chute na minha canela.

Gritei e me levantei da cadeira, o professor me olhou espantado, na verdade todos da sala me olharam espantados, perfeito, agora sim vão me achar louca pelo resto do ano, sem saber o que fazer, fiz a única coisa que podia para me livrar de perguntas desnecessárias, me joguei no chão e fingi um desmaio. Todos se aproximaram alterados, pelo canto do olho vi o garoto sair da sala.

Filho da mãe, e ele nem se desculpou.


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Notas finais do capítulo

Bjos e até amanhã...



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