Aos 16 escrita por RKéthully


Capítulo 15
Capítulo XIV - Única Amiga




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Meu celular apitou novamente, já era a décima noticia do dia e todas sobre Cassandra, minha vontade era jogar meu celular pela janela do carro, mas me contive, não é todo dia que eu ganho um iphone.

– Querida, não se esqueça de que a noite você tem aula de direção. – informou minha mãe assim que parou o carro no portão.

Sorri internamente, pelo menos uma boa noticia nesse começo de manhã, aconteceram tantas coisas esses dias que tinha até me esquecido que finalmente iria aprender a dirigir e ter meu próprio carro.

– Não esquecerei. - abri a porta do carro e me despedi da minha mãe.

Assim que pus os pés no colégio vi Nate e sua turma sentados em um dos bancos do jardim, a periguete chamada Yasmim, estava entre eles, Nate me viu e se levantou, nem dei oportunidade dele se aproximar de mim, subi rapidamente as escadas, passando por Cassandra e Cia, e fui direto para a sala de aula sem nem pegar meu material, entrei na sala como um furacão e me sentei perto das janelas, Monique apareceu em seguida sentando ao meu lado, o sinal tocou e todos entraram na sala, agradeci a Deus por ver que Nate não tinha aula de Biologia comigo e me preparei para a bronca do professor por eu ter esquecido o livro.

Passei toda a manhã assim, ignorando Nate, ignorando Cassandra, ignorando Ian e ignorando principalmente meu celular, que não parava de vibrar, me encontrei com Monique no pátio para nosso almoço clandestino. Peguei uma de suas frutas e ofereci meu sanduíche, ao qual ela negou, dessa vez eu estava preparada, eu não era uma Monique da vida que só vivia de frutas e líquidos, eu preciso de carboidratos, gorduras e proteínas.

– Seus pais são muito legais. – disse me lembrando da inauguração.

– É, são sim, eles gostaram muito de você. Ficaram felizes por eu ter uma amiga.

– Mas você e Clara também eram amigas? – cutuquei e me arrependi, Monique me olhou pensativa e suspirou cansada.

– Sabe porque eu fiquei anorexia Lise? – perguntou-me séria.

Neguei.

– Eu estava depressiva, tudo porque fiz amizade com as pessoas erradas, você é a única amiga que fiz em oito meses e pretendo continuar assim.

– Por quê? – eu não a entendia. Depressiva?

– Não tem porque, só eu sei o inferno que estou vivendo. – disse finalizando a conversa.

Monique parecia um pouco distante, como se recordasse de algo doloroso, seus olhos até se encheram de lágrimas, preferi mudar o rumo da conversa.

– Eu soube de você e o Silas.

– Ah, isso. – suspirou dando uma mordida na maçã. - Foi um erro.

– Então, você não gosta dele?

– Deus me livre. Foi só sexo.

– Nem de nenhum outro garoto do MS?

– Quem eu quero não me quer Lise. – disse com um sorriso triste e eu me senti mal por isso, eu queria tanto conhecer Monique, saber das coisas, que nem percebi que a estava ferindo involuntariamente, eu podia ver isso no seu rosto, ela não estava feliz em me responder, mas também não queria ser indelicada comigo, talvez Ian esteja certo, eu não devia me intrometer.

E por falar nele, Ian apareceu alguns segundos depois, ele parecia preocupado e irritado, nem teve a decência de dizer: Oi. Mal educado.

– Monique preciso falar com você. – pediu urgente.

– Aconteceu alguma coisa. – franziu o cenho.

– Não, mais vai acontecer, eu vou quebrar a cara dele. – rugiu.

– De quem?

Ele olhou para mim, e eu me senti uma penetra ali.

– Será que podemos conversar em outro lugar? – pediu.

Monique me olhou receosa.

– Tudo bem. – disse já me levantando. – Estou sobrando aqui.

– Desculpa Lise.

Comecei a me afastar quando Nate veio em minha direção.

– Lise, precisamos conversar.

– Agora não Nate. – tentei me afastar, mas ele não deixou. Ele olhou além de mim e encarou Ian. Olhei para trás e Ian fuzilava Nate com o olhar, eles pareciam travar uma batalha.

– Você não devia andar com essa gente, Lise. – disse para mim, mas seu olhar permanecia em Ian.

Olhei de um para o outro. Alguma coisa havia acontecido entre eles, entre todos eles.

– Qual a merda do problema de vocês? – gritei encarando Nate, Ian e Monique.

– Só estou dizendo que não é bom ter certas pessoas como amigos.

Qual o problema desse povo, ficam toda hora tentando controlar com quem devo ou devo fazer amizades, eu estou cheia disso. Olhei incrédula para Nate e apontei o dedo em seu peito, ele finalmente quebrou o contato visual com Ian e me olhou.

– Você não tem o direito de me dizer com quem ou não devo fazer amizade Nate, você perdeu essa chance quando enfiou a língua na boca daquela periguete mirim. – eu estava com raiva, muita raiva.

E antes que qualquer um pudesse falar alguma coisa e eu fizesse alguma besteira, como por exemplo, socar alguém, eu fui em direção a sala de aula pisando duro. Assim que pisei no corredor vi vários alunos correndo em direção ao pátio onde eu estava, não entendi de imediato, até que um dos alunos gritou: Briga!

Algo dentro de mim estralou. Ian e Nate.

Dei meia volta e corri para o pátio, precisava ver com meus próprios olhos.


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Notas finais do capítulo

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