A Senhora das Trevas escrita por Lara Oakenshield


Capítulo 3
Travessia




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Ao adentrarem a sala de artefatos, Lûmia se viu encantada Ninguém no palácio notou a falta de Lûmia no café da manhã, afinal, ela sempre se atrasava para a maioria das reuniões, e como Clatrien sugava toda a atenção de Thorin, este não conseguiu escapar da conversa para buscar Lûmia. Foi então quando Balin adentrou o salão, que foi anunciado o sumiço da princesa Lûmia. 

 

— Princesa Lûmia foi vista saindo do Reino, quando ainda era noite - disse um dos guardas. - Kino, o porta-cidadela que permitiu sua passagem.

 

— Não sabemos para onde ela foi Majestade, mas já mandamos oficiais ate a Cidade de Vale, em busca da princesa. - disse outro guarda.

 

— Ora veja só, não é que a princesa-bastarda arranhou um jeito de escapar. - disse Clatrien, com um sorriso malicioso.

 

— Cale-se Clatrien - disse a Rainha dos Anões. - Você não tem autoridade para questionar uma atitude de um membro real, muito menos insultá-lo em nossa presença. - disse a Rainha, que sentia no peito, a dor de não ter sua querida Lûmia presente entre eles. - Thorin, Dwalin, vão atrás dela, ela não deve de estar muito longe.- disse a Rainha, que agora parecia aflita.

Thorin então arrancou pela porta do salão, enfurecido pela atitude de Lûmia. Eles não se falaram durante todos estes dia, e ela ainda agora, já crescida se metia em confusão. Porem, o medo de algo ter lhe acontecido o consumia, e a única coisa que ele queria naquele momento, era tê-la em seus braços.

                   °°°


     Dwalin foi verificar no celeiro, se ela havia levado algo a mais, e percebeu a ausência de uma espada e um escudo. Lûmia sempre fora muito esperta, mas talvez, soubesse que Thorin viria atrás dela, e de propósito teria deixado pistas.


     Thorin e Dwalin saíram em disparada do Reino, seguidos de mais quinze soldados armados ate os dentes, montados em cavalos de guerra. Foi quando chegaram a Cidade de Vale, que começaram a procura, bateram de porta em porta, e ninguém, nem sequer um único soldado havia visto a princesa. Thorin percebeu que o Corcel de Lûmia estava preso no beiral do porto, e riu da esperteza da amada. Ela realmente não deveria ter ido muito longe, pensou consigo mesmo, e ele sabia exatamente onde ela deveria estar.

 

— Dwalin! Procure por Lûmia nos arredores da montanha e em Vale, vou fazer a travessia e verificar na divisa com o Reino da Floresta. - disse Thorin.

 

— Leve ao menos alguns guardas! Sabe, nem sempre Oropher é receptivo com qualquer pessoa que entra em seu Reino. - disse Dwalin, que como qualquer anão, não era muito chegado em elfos.


   Thorin assentiu com a cabeça. Porem foi sozinho, seria mais fácil de convencer Lûmia a voltar se ela não se sentisse como uma princesa em apuros, ela odiava ser a donzela indefesa. Ele então foi ate o barqueiro, e lhe pagou para ser levado ate a margem do lago. Durante a travessia, Thorin pensou nos motivos que levaram Lûmia a sair na calada da noite, eles sempre foram sinceros um com o outro, nunca escondendo nada, e agora ele sentia que ela estava distante, passava por sua cabeça que talvez ela estivesse se sentindo incomodada com a presença de tantas pessoas no palácio, ou que as escavações estavam lhe tirando a paciência, passavam-lhe coisas pela cabeça, que podiam ser apenas razões, mas ele não acreditaria em nenhuma delas desta vez.

                     °°°


   Lûmia estava na encosta de uma montanha quando Thorin a encontrou, ele sabia exatamente onde ela estaria, pois os dois sempre prometeram um dia aventurar-se muro a fora, e ver o pôr do sol diante da Montanha Solitária. Do alto da colina, podia-se ver todo o Lago, e a montanha reluzindo ao longe, com a Cidade de Vale logo a sua frente, com seu canal de barcos, rondando toda a cidade. A brisa em cima da montanha era revigorante, o vento batia em seu cabelo, o sol aquecia seu rosto, e ao longe um homem, de cabelos negros e olhos azuis observava-a atenciosamente.

— Desistiria de ir atrás de você, se não a encontrasse aqui. - disse Thorin.

— Você me encontraria em qualquer lugar que eu estivesse. – disse Lûmia, sentindo os raios aquecerem toda a geada da noite que mal acabara de se ir.

— Lûmia....não, não faca mais isso! O rei está furioso com sua atitude, a Rainha desesperada, eu não entendo, porque fugir? - perguntou Thorin, que repleto de fúria e temor, não sabia como agir com Lûmia.
      Ela ficou em silêncio por um tempo. Até que então, virou-se para ele, acenando para que se sentasse. Ele hesitou, mas logo assentiu, sentando-se ao seu lado.

— Sabe Thorin, eu poderia passar o resto do dia aqui, simplesmente contemplando os raios de sol, vendo como ele toca o céu ao despertar, e como toca lentamente a água ao ir embora. Lá na montanha eu não conseguia sentir com tanta paz tudo isso, eu me senti tão sufocada nos últimos dias, que pensei em sair para respirar um pouco. Sabia que me encontraria, por isso vim, ou talvez, tivesse dúvidas se deixaria de fazer corte á Clatrien, a vir atrás de uma amiga. - disse Lûmia, que tentava com todas as forças, não expor seus sentimentos.


   Thorin ficou pensativo. E riu da situação. - Você está com ciúmes de Clatrien?- ele então riu com desdém. - Lûmia, eu só fiz à corte, por educação, não por que me interessei por Clatrien. Você ficou tão distante nos últimos dias, que pensei que estava ocupada demais para mim. - resmungou Thorin.

—Não tenho ciúmes de Clatrien, não há nada com ela, é bonita, educada, uma princesa ....- disse Lûmia, que não aguentava sequer ouvir o nome de Clatrien. Enfurecida ela se levantou, deixando cair uma runa que estava em suas mãos.


       Thorin reconheceu a pedra, fora dele quando era mais novo, e lembrava-se bem do dia em que a deu para Lûmia. Era um dia chuvoso, e fora uma das piores noites de pesadelos para Lûmia, era apenas uma criança, e a cada dia os sonhos ficavam piores, por diversas vezes Balin e a Rainha dos Anões velavam o sono da criança, e em uma noite Thorin ficou ao seu lado, a noite toda. Enxugava o rosto suado de Lûmia, e trocava as fronhas na testa, abria a janela para a sacada, para que ventilasse mais e permitia-se ler os livros que ela deixava aberto na cabeceira, passou a noite toda velando seu sono, até que dormiu ao seu lado.
         O dia então amanheceu, e ao acordar, Lûmia viu ao seu lado Thorin, escorado na cama, ela sorriu, um sorriso doce, sentia-se protegida com ele, ficou ali ao seu lado, vendo-o dormir, observando seus traços, que agora eram de um menino, um menino que um dia, viria a se tornar um grande Rei, as mãos já fortes, de tanto fazer aulas de esgrima, de levantar pesos que eram demais até mesmo para um adulto. Ela via nele, tudo, tudo o que mais queria, e sentia que sim, ele poderia ser seu.


     Thorin então acorda, e ao ver a amiga lhe olhando, com seus grandes olhos violetas, solta um pequeno sorriso, ela então o empurra para fora da cama, e a risada das crianças ecoam pelo ar. Thorin levanta rindo do chão, e tira do pescoço uma pedra presa a um cordão, ela então olha para a pedra e sorri.


— É uma runa? -pergunta Lûmia, indo para a beirada da cama. 


— Sim! Tome. - ele estica o braço, entregando -lhe a pedra. - Ela vai proteger você, quando eu não estiver por perto, é uma runa antiga, como uma promessa, uma promessa de que nunca vou abandonar você Lûmia. - disse o garoto, sorrindo para ela.
Ela então sorri, pega a pedra da mão do garoto, e a amarra no pescoço, pula então da cama, e o puxa pelo braço e os dois saem correndo pelos corredores.

                       °°°

— Lembra de quando lhe dei a runa? -perguntou Thorin. Olhando fixamente para a montanha.


— Você prometeu nunca me abandonar - disse Lûmia, abaixando para pegar a pedra, e olhando para Thorin.


—Acredite, por mais que eu odeie quando você faz suas peripécias, eu adoro vir atrás de você toda vez, faz-me lembrar da promessa. E assim, me sentir mais perto de você - disse Thorin. Ansioso pela resposta de Lûmia.


— Eu... eu ..- Lûmia se viu sem palavras, ela não esperava que Thorin dissesse-lhe estas coisas, aguardava um mandado de busca, e agora via-se diante do homem que amava, como um alguém que talvez a amasse também.


    Thorin então levantou e enchendo-se de coragem, tomou Lûmia pelos braços e a beijou. Pode-se dizer que fora um beijo longo, mas para Lûmia fora mais que isso, ela podia sentir o braço forte dele a envolvendo, os firmes lábios dele a tocarem os macios lábios dela, um encontro perfeito, que a fez chorar, chorar por ter sido tão ingênua a ponto de partir, de não ter mostrado a ele seus sentimentos a mais tempo, de ter esperado tanto tempo para ter a melhor sensação de sua vida. Poderia repetir aquele momento várias vezes e jamais enjoar, queria ali poder parar o tempo e estar somente com ele. 


    Ao soltá-la, Thorin pode ver seus olhos cheios de lágrimas, ele a olhou firmemente e a abraçou, envolvendo-a em seus braços, querendo que ali ela sempre permanecesse. 

 

— Venha, vamos para casa! -disse Thorin, com uma voz calma.

— Só mais um pouco, depois deixarei que me leve até acorrentada se for preciso. - disse Lûmia sorrindo, sem tirar os olhos de Thorin.


    Ele puxou sua mão, e os dois sentaram-se na colina, e viram então, os fortes raios do sol, tomarem conta do dia. Ela ficou a olhar para ele, admirando o homem que ele havia se tornado, ele veio por ela, como sempre fez, ele a amava, podia ver isso, e ela, o amava muito mais e não desistiria dele, nunca.

                        °°°

        Ao retornarem a Cidade de Vale, Thorin e Lûmia foram cercados por soldados, e Dwalin veio correndo ao encontro deles.
  

 – Ainda bem que a achou, o Rei está furioso. -disse Dwalin, fazendo cara de serio.


— Não se preocupe, ela não fugiu, apenas foi caminhar! -disse Thorin.

Eles então a montaram em seu Corcel, e este disparou para o Reino, seguidos de Thorin, Dwalin e os demais soldados. Ao passarem pelos portões, estes foram ordenados que fossem fechados até segunda ordem. Thorin  pressionou a mão de Lûmia, ao tira-la do cavalo.


—Não fale nenhuma besteira para ele. - disse Thorin apreensivo. - Ele vai querer uma justificativa.


     Lûmia olhou bem em seus olhos, e assentiu com a cabeça, deixou Thorin e os demais soldados no celeiro, e subiu as escadarias acompanhada por Kino e Dwalin. Passaram então por vários corredores grandiosos, repletos de quadros com ilustrações de batalhas e vitorias conquistadas pelos Reis Anões. Chegaram então à sala do trono, com uma passarela que dava em frente ao trono de Thrór. Ao passar pela porta, Lûmia pode sentir o olhar tenebroso e firme de Thrór em seu encalço, ao se dirigir a ele, este só acenou com a cabeça e ordenou que todos saíssem. Levantou-se lentamente de seu trono, um típico trono anão, feito de pedra, com runas escritas em seu contorno, sacudiu um pouco a túnica, e a analisou.


— Sabe que não permiti sua saída deste Reino, Lûmia - disse Thrór.


— Eu sei meu senhor, mas... - Lûmia fora interrompida pelo Rei.


— Avisei que sua vida era dentro destes muros, que somente quando fosse- lhe autorizado poderia sair dele, não lhe foi dada autoridade para ir contra uma ordem minha. Eu poderia mandar-lhe trabalhar nas forjas como forma de castigo. Mas, pensei em algo melhor, isso vai fazê-la aprender a não desobedecer a uma ordem de seu Rei. Você Lûmia - ele parecia hesitante. - Irá fazer corte a princesa Clatrien, ate o dia de sua ida para as Montanhas Azuis.


    Lûmia ficou indignada com a punição. Ela detestava Clatrien, e agora lhe tinha de fazer a corte. Ela então se reverenciou, e retirou-se da sala. Enfurecida, saiu batendo o pé até a escadaria leste, e no caminho encontrou Thorin. 


   –Oque o Rei disse?-perguntou Thorin.


— Mandou-me fazer corte a Clatrien. - disse Lûmia enfurecida .
Thorin então começou a rir, e ao ver a cara de reprovação de Lûmia, tacou-lhe um beijo. Ela o fuzilava com o olhar, e quanto mais brava ela ficava, mais beijos ele lhe dava. 


     Lûmia soltou uma risada. - Thorin! Pare, eu estou falando sério, pior punição para mim fora essa. - disse ela que agora ria da situação.


      – Venha cá! - disse Thorin. Ele então pegou em sua mão, e a guiou ate uma área, que Lûmia nunca havia estado antes do Reino. Era a ala norte do Reino, onde Thrór guardava seus maiores tesouros, e somente o Rei e seus sucessores poderiam ir ate a sala de artefatos.


    – Thorin! Essa área é proibida. - disse Lûmia.


   – Não se preocupe, você está comigo.- disse ele lhe retribuindo com um sorriso.

                          °°°


por tanto ouro, havia ali as mais belas joias, as maiores também, os mais bonitos quadros, armas que deveriam ter sido de grandes reis do passado, havia também tesouros élficos, e um em especial chamou a atenção de Lûmia. Era uma caixa prateada, que reluzia em tons claros e azuis, ela se aproximou do objeto e atreveu-se a abri-lo. Thorin então tirou sua mão de cima da caixa, e a fitou com olhar de reprovação.


— Sabe por que lhe trouxe aqui? -perguntou Thorin. Com um semblante calmo, porem ameaçador.


—Não! Por quê?-perguntou-lhe Lûmia. Que percebeu a cara de Thorin, e sentiu-se envergonhada.


— Trouxe você aqui, pois achei que não se sentiria tentada pelo ouro. Sabe, eu mesmo sinto-me tentado por diversas vezes que venho aqui. A caixa que você ia abrir, pertencente a grandes Reis Élficos da Primeira Era, dizem que seu poder é tão grande que seria capaz de persuadir um homem a loucura. É muito perigosa, não a toque novamente. - disse Thorin 


   Lûmia então concordou em não se aproximar mais da caixa. Ela se sentiu tão atraída por ela, enchia-lhe o desejo de tê-la para si, mas como promessa, nunca mais a tocariam.

 
      Eles decidiram sair da Sala de Artefatos, e voltarem para o Palácio, antes que alguém os visse ali, trancaram as portas e vieram conversando por todo o caminho até o quarto de Lûmia. Eles não sabiam oque dizer um ao outro, estavam tão apaixonados, que era de se estranhar depois de anos como amigos, agora agirem como casal.


—Bem, vou me recolher, e o senhor, trate de ir dormir também - disse Lûmia, dando um empurrãozinho em Thorin. Ele então se aproximou dela, e levemente começou a tocar seus cabelos, a passar a mão suavemente em sua boca e lhe deu um beijo.


—Vou sentir saudades minha senhora. - disse Thorin, olhando apaixonadamente para ela. Ela então retribuiu o beijo, e deu-lhe um abraço. E se despediu, fechando a porta. 

                         °°°
   Desta vez, Lûmia não teve pesadelos durante a noite, a travessia lhe fez bem, e ela então se sentia em casa, com o homem que amava, em um lugar em que realmente queria estar.             

          A noite passou muito rápido, e quando os primeiros raios de sol vieram a tocar a montanha, Lûmia já estava de pé. Ela havia acordado cedo, já tinha penteado os cabelos, e estava a escolher um belo vestido para o café, nunca fora de se preocupar em estar bonita para as refeições, se arrumava o mais rápido possível, mas agora ela se via radiante e louca para encontrar Thorin. Colocou então um longo vestido rendado com fios de prata, ele tinha mangas curtas, e era bem acentuado, descia em camadas ate o chão, e em uma tonalidade rosa combinava perfeitamente com ela.


      Abriu então a porta, e desceu lentamente pelas escadarias, fazendo com que todos os olhares voltassem-se para ela. Lûmia estava radiante, seu sorriso iluminava seu rosto, e seu olhar permanecia fixo no corredor adiante. Passou rapidamente pelo corredor dos retratos, e desta vez, não parou para olhar o quadro, que sempre a prendia ali, as portas abriram -se para sua passagem, e ela se acomodou em sua cadeira. Dessa vez porem, Thorin sentou-se ao seu lado, e ao ver a cena do casal tão apaixonado, Dwalin riu.


    – Vejo que a busca lhe garantiu boas recompensas Thorin. - disse Dwalin segurando um copo de cerveja e erguendo-o ao casal.


   Thorin o acompanhou, e brindaram a recente felicidade. A mesa para o café não estava cheia como de costume, Thrór não havia ido para o café, e não havia sinal de Thrain, fora isso, o dia seguiu-se normal. Lûmia despediu-se de Thorin após o café dirigiu-se para o quarto de Clatrien para lhe fazer a corte.

   O quarto dado a Clatrien fora o primeiro quarto de Lûmia, quando ainda era um bebê. Ela recordava com muitos detalhes os animais que foram desenhados nas paredes, os brinquedos nas prateleiras e muitos vestidos em cabides, com cores claras cheios de brilhos, adornados com tule e véus coloridos.


    Ao entrar no quarto, vira Clatrien sentada em sua cama, com os olhos fechados, e muitas servas a olhar para ela, com feições cansadas, exaustas de passarem dias a servir seus caprichos.

 – Podem se retirar - disse Lûmia às servas. -Terão o dia de descanso.


    As servas então se retiraram, esboçando um singelo agradecimento a senhora, e fazendo -lhe reverência, deixando Lûmia e Clatrien a sós. Lûmia passou a caminhar pelo quarto, e a observar a quantidade de coisas que Clatrien havia trago, eram imensos baús, repletos de joias e vestidos, corpetes, laços, tules, tudo do melhor e mais extravagante.

 

— Onde estão elas?- perguntou calmamente Clatrien.

 

— As dispensei, precisavam de descanso. - disse Lûmia observando a bagunça que se encontrava o quarto.

 

— Preciso de algumas servas para me ajudar nas vestimentas. - disse Clatrien, levantando-se da cama, e agora olhando para Lûmia.


      Lûmia respirou fundo, e então se ofereceu para ajudar Clatrien a se arrumar. Apertou fortemente o corpete de Clatrien, ajudou-a colocar a saia e depois a pentear os cabelos, quando tudo havia sido feito, já estava quase na hora do almoço, e elas então desceram para o saguão. No caminho, Lûmia pediu a uma serva que organizasse o quarto de Clatrien, pelo menos seria mais confortável ficar ali.


     O almoço se deu tranquilo, Lûmia sentou ao lado de Thorin, e Dwalin ao lado dele. Clatrien sentou-se a frente do casal, fuzilando Lûmia com o olhar, fazendo as servas que ali estavam rirem da situação. Todos no palácio sabiam que um dia Lûmia e Thorin ficariam juntos, era algo de se esperar, depois de tantos anos juntos como amigos. 

 

— E a vigília Thorin? -perguntou Thrór.

 

— Permanece firme meu Rei, há boatos de orcs ao Norte da cidade Lago, mas nada fora realmente comprovado, nada há se preocupar. - disse Thorin firmemente.

 

—Orcs? -perguntou Lûmia. 

 

— Sim, uma legião de orcs, comandadas pelo Orc Branco Azog. - disse Dwalin.    - Há muito seguimos seu rastro, tememos pelo reino de Moria, que esta no caminho do orc, mas já fora avisado sobre a recompensa para quem matar o Profano. - disse Dwalin que agora passava tranquilidade as pessoas ali presentes. - Nada pode derrubar o poder dos anões. - disse Dwalin, que agora erguia o copo de cerveja, brindando junto aos outros anões.


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