A Senhora das Trevas escrita por Lara Oakenshield


Capítulo 10
Sonhos são apenas, sonhos


Notas iniciais do capítulo

Oi galeraa! Tudo bem?
Me desculpem de coração pela demora em postar, mas tive uma crise de falta de inspiração, e passei a semana a ler mais uma vez o Senhor dos Anéis, e O hobbit , e deu certo!! Espero que gostem deste novo capítulo. Não esqueçam de comentar, e curtirem se gostarem da história. Beijos. Lara



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O entardecer já havia, atingido o topo do vale em Valfenda. Por dias, chuvas e tempestades haviam tomado conta do céu, e logo veio o equinócio de verão, onde o sol voltaria para brilhar mais uma vez sobre a Terra Média. As aves faziam ninhos nas árvores, enquanto que os animais maiores, rondavam por toda a floresta, as flores secavam devido a estação, e o tempo, era perfeito.


Lûmia estava de frente ao túmulo de seus pais. Como todo dia, ela levava água para a luthys grey, e ficava sentada diante do túmulo, a ver o tempo passar. Recordando -se do dia em que chegara em Valfenda, e dos sonhos que teve com sua mãe. Ela estava mais sábia, os anos, não lhe pesavam mais sobre os ombros. E a cada primavera, uma nova pétala de seu novo eu, desabrochava.


*narração em primeira pessoa*

Têm certeza de que não passou de uma visão? Perguntava eu mesma para mim, as palavras do jovem garoto em meus braços, consumia as poucas recordações que Elrond deixou em minha mente. Posso dizer que fiquei atormentada por tantas coisas que aconteceram precipitadamente. Sua voz ecoa em meus pensamentos " Meu nome é Mewlor" disse ele. Seus olhos, podia -os descrever muito bem,não possuía nem sequer mal algum, apenas medo. Passo a ver se tudo que se passa a minha volta é realmente verdade, se nada disso não passa de uma visão minha, de um vislumbre do que penso, que está acontecendo. Mas porque daquela forma? Porque o corpo se desfez? Minha cabeça explodia por dentro, mas por fora, meu corpo vagava em uma tênue meditação, pairando sobre o banco de madeira, vendo tudo a minha volta passar, e nada mudar.


Os dias se passam e nada para mim parece ter sentido, as coisas permanecem sem resposta, e mais uma vez, sinto -me presa em uma Montanha á céu aberto.


* narração em terceira pessoa*



Ele se aproxima lentamente por trás do banco, a túnica cinza arrastando sob a grama, enquanto as folhas caídas esvoaçavam devido ao vento forte que começará a surgir. O cabelo dourado lhe caia bem, combinava com os tênues olhos claros que traziam a mente o mais limpo céu do dia. Ele sentou -se ao lado dela no banco, aconchegou -se, e olhou -a firmemente. O sorriso esboçava o carinho sentido por ele, o sentimento que crescia e existia a tanto tempo. As mãos firmes, seguravam a túnica, que reluzia em tons prateados, igualmente como o resto da veste. A mão dela escorregou para de encontro com a dele, passando a brincar com seus dedos, o sorriso singelo surgira no rosto dos dois, e aos poucos foi se dissipando o clima de penumbra que estava.


– Ainda pensando no garoto? - perguntou Thranduill.
Lûmia, acentiu que sim, com a cabeça. - Não consigo tirar suas palavras de minha mente, pode parecer confuso agora que não me lembro de tantas coisas, mas porque daquela maneira? - questionou Lûmia.


– Eu, você e Elrond, já conversamos sobre isso. Ele disse que foi apenas uma ilusão criada por alguém. - disse Thranduill, tentando acalmar Lûmia.


– Eu não sei, ainda sim , não há sentido algum em tudo isso. - respondeu Lûmia, levantando do banco de madeira. - Acho que deveria ir atrás de Gandalf, saber mais sobre meu pai. - disse ela, virando- se para Thranduill.


Ele a fitou com os olhos, sabia que no fundo ela jamais esqueceria esta ideia, o conhecimento místico era importante na vida de Lûmia, e uma hora ou outra, ela o deixaria, para seguir este caminho. Lûmia percebeu o olhar examinador de Thranduill sobre ela, por anos ele esteve sempre a olhar para ela daquela mesma maneira.


– Quantas vezes irá tentar isso? - disse Thranduill, se levantando e acompanhado o ritmo de Lûmia no jardim. - Ele nunca te dirá nada, a não ser quando mostre que está pronta. - completou ele.


– Mas como vou saber quando estarei pronta?- questionou Lûmia. - Quanto tempo mais terei de esperar?- perguntou ela enfurecida.


Thranduill a puxou pelo braço, a segurou junto dele, próximo o suficiente para sentir o coração acelerado de Lûmia, o olhar dele, penetrava os dela, a mão firme dele, ainda segurava o braço dela, e lentamente foi soltando sem que a machucasse. Colocou os braços em volta dela, e acariciou seus cabelos.


– Quanto tempo mais, demorará para ver, que seu lugar é conosco? - perguntou Thranduill. - Que queremos apenas proteger você. - disse ele.


Lûmia entrelaçou os braços em volta da cintura dele, e o apertou. Deixou escapar uma lágrima, que escorria pelo rosto. - Mas, é tudo tão confuso, não poder saber, sobre quem ele foi. - disse ela.


– Um dia, você saberá tudo sobre ele, pois isso virá até você. - respondeu Thranduill. - Mas por hora, tente focar em que é agora, não deixe que essas ilusões a seduza, a fazer as coisas, precipitadamente. - disse ele.


– Você estará comigo?- perguntou Lûmia.
Thranduill a olhou por um instante, esperava a tanto essa pergunta, passou a mão em seu rosto, enquanto via o rosto de Lûmia corar. - Sempre. - respondeu ele. Puxou a para junto dele, e lentamente foi de encontro com o sorriso que surgia no rosto dela, aos poucos os lábios se encontraram, e em meio a chuva que começara repentinamente, eles deram início a uma nova era de suas vidas.

°°°

– Lûmia vamos!!- disse Thranduill, vindo busca -la no jardim. Ela estava em frente ao túmulo de seus pais. Adornava -o de flores, e regava pela última vez a luthys grey.


Lûmia estava radiante, os longos cabelos, caíam por trás das costas, cobertos por um transparente véu, que escorria até a barra do vestido. Ela virou- se para Thranduill, esticando a mão para ele, ele a segurou,e a puxou delicadamente para junto dele. - Vamos. - respondeu ela.


Elrond esperava por eles no ral para o porto, acompanhado pelos filhos gêmeos, e outros elfos. Ele veio em direção a sobrinha, com um sorriso no rosto, sua feição mudará desde o primeiro dia que conheceu Lûmia, antes agia como se ela mal existisse diante de sua presença, agora, se tornara tão frequente e querida em sua vida, e que sentia o peso por vê -la tão jovem, partir.


– Tem certeza de que deseja ir? - perguntou Elrond, olhando para Lûmia.


Ela sorriu para ele, e como um gesto, ele notou a decisão tomada por ela. Abraçou a querida sobrinha, e a levou até a prancha para o barco, no alto da embarcação, esperando por ela, estava lá, Thranduill. Lûmia disse adeus ao tio, e as pessoas ali presentes, partiria ela agora para um novo mundo, viveria uma nova vida, como elfa.


°°°


O caminho até a Floresta das Trevas, fora de um certo modo angustiante. Ao desembarcarem do navio no porto do Reino élfico, Lûmia estranhou a falta de movimento. Andaram por algum tempo, por dentre caminhos demarcados com flechas e cores ervedeadas, até atingirem o centro da Floresta. Podia -se sentir o ar maligno que se apoderava aos poucos da floresta, sombras ocultas pareciam rastejar pela escuridão, enquanto o gargalo das aves ecoava pelas árvores.


– Têm certeza, de que esse é o caminho mais seguro? - questionou Lûmia.


Thranduill a olhou com desdém. - Eu nasci, e me criei nessas florestas, se este não é o caminho mais seguro, não há outro. - respondeu ele. Dando ordens, para que os barqueiros se retirassem.


Lûmia e Thranduill, providenciaram alguns utensílios para a travessia da floresta. Seria uma travessia de no máximo, um dia, oque daria tempo suficiente para chegar no horário para o jantar de aniversário de Oropher. A floresta, estava repleta de pegadas estranhas, com furos grandes percorrendo a maioria das estradas. Ao longe podia -se notar a névoa que surgia aos poucos, e que ia aumentando conforme adentravam mais a floresta.


Eles caminharam por dentre os tijolos demarcados, indicando o caminho até a entrada do Reino. Já havia passado metade do dia, e a trilha parecia não ter fim. Lûmia parou para sentar -se em um tronco caído, que estava no meio do caminho. Sentia calafrios pelo
corpo, sensações estranhas começavam a tomar conta dela, como se algo se aproximasse.


– Acho que não devemos ficar muito aqui, devemos seguir mais adiante. - disse Lûmia se levantando rapidamente.


– Não há com oque se preocupar, está tudo bem. - respondeu Thranduill.


Lûmia pareceu -lhe desconfiada, e seguiu caminho atrás de Thranduill, notando o movimento do vento, sempre em constante mudança. O barulho da floresta aumentava conforme eles aceleravam o passo, a floresta tornava -se mais densa, e o ar, começara a ficar carregado.


– Vamos Lûmia, precisamos andar mais rápido. - disse Thranduill, com a voz ofegante. - O dia já está quase no fim. - respondeu ele, olhando para o sol.


Lûmia segurou seu braço, olhando firmemente para o chão. - Estamos sendo observados. - cochichou ela levantando o olhar, lentamente em direção a ele.


Lûmia seguiu à frente de Thranduill, observava atentamente aos barulhos que, paravam aos poucos por entre a Floresta. Ela deu sinal a Thranduill, para que ele fosse mais adiante sem ela, verificar barulhos estranhos vindos ao leste deles.


– Tome cuidado. - disse Thranduill, deixando sua espada em punho.


Lûmia o olhou com atenção o caminho pego por Thranduill, virou- se de costas, e seguiu em direção a um acoplamento de rochas estranhas. Parecia uma espécia de capa, por cima das rochas, elas estavam dispostas em uma mesma sequência, dois, um, dois, um. Ela se ateve, a espécies de traços seriam cinzas, ou algo em tom avermelhado que percorria a extensão do rochedo. As rochas pareciam pesadas de um certo modo, haviam cerca de umas quinze, posicionadas na mesma ordem, como ela havia contado. Esperou alguns instantes, para perceber se haveria algum barulho, nada. Notou que Thranduill estava demorando e resolveu ir atrás dele, afinal, já haviam passado por caminhos como aqueles antes, algumas vezes, em visitas formais, mas dessa vez, Lûmia não reconhecia a floresta. Ela pulou por cima da pedra, e sentiu algo se mexer, um estralo, como de uma casca se quebrando, aumentou gradativamente conforme o primeiro estalo cessava. Lûmia, olhou lentamente para trás, os pés bambeavam pelo estrondo que agora não surgia mais, a floresta estava em silêncio. Ela encarou os imensos olhos vermelhos que a olhavam como uma presa, ela recuou lentamente em direção a trilha dos elfos, sem tirar os olhos da imensa aranha que seguia atrás dela.


Em um movimentos rápido, Lûmia saltou em direção as bagagens que haviam deixado no meio da trilha, teve tempo de se esquivar quando a aranha passou correndo em direção a ela, pegou a adaga no tempo exato, para golpear a fera em seu tórax. A aranha de levantou rapidamente, e confrontou Lûmia mais uma vez, ela atirava -lhe teias, e Lûmia recuava o mais rápido possível, conseguiu sentir mais aranhas se aproximando, desejando ali que Thranduill aparecesse. Ela foi de encontro com a fera, e em um salto, fincou sua adaga na cabeça da aranha, e ela caiu no chão, pousando Lûmia fortemente na grama.
Ela levantou -se rapidamente, saindo em disparada pelo caminho que Thranduill fora. As aranhas, em um grupo de cinco ou mais, seguiam frenéticas atrás de Lûmia, ela pulava sob as árvores, gritando e praguejando o nome de Thranduill. Conseguiu ver as aranhas se movimentando mais rápido sobre as teias nos galhos de árvores, vindo em sua direção. Ela tropeçou em algumas raízes que haviam no caminho, deixando cair a bainha da adaga, ao virar -se viu as aranhas a rodeando, não haveria mais escapatória. Ela pôs - se de pé o mais rápido possível, golpeando fortemente com uma flecha o olho da aranha, que se esquivou para trás, abrindo caminho para que as outras viessem ao ataque.


Um zumbido começou a soar no local, uma espécie de alarme ecoou pela Floresta, dando sinal a um grupo de elfos que deslizavam rapidamente sob as árvores, vindo de encontro com o grupo de aranhas, e Lûmia. Os elfos, atacavam as aranhas com suas flechas, golpeando -as com as adagas, enquanto mais aranhas vinham ao encalço do grupo. Eles reposicionaram o ataque ao comando de Thranduill, que estava com o braço arranhado, segurando com toda sua força, a espada na mão. Eles atacaram as aranhas que vinham pelos galhos e pelo chão, outros seres rastejantes, vieram em direção aos elfos. Mais flechas eram sendo atiradas por diversas direções, Lûmia conseguiu rolar para o lado, e alcançar sua bainha, antes que uma aranha atirasse teia contra ela. Ela jogou o corpo em direção a fera, e a golpeou mais uma vez na cabeça, com um grito de guerra, Thranduill ordenou que atacassem juntos as feras, elfos atiravam as flechas de cima das árvores, enquanto os outros atacavam os seres no chão. As aranhas atiravam teias contra os elfos, que se enroscavam no grude do fio, Thranduill e mais cinco elfos, atacavam sem parar as aranhas, que aos poucos se dissiparam, enquanto outras fugiram para o buraco na terra de onde surgiram.
Lûmia olhou para Thranduill em um sinal de vitória, ele veio em direção a ela, mancando lentamente. Ela estava com a perna arranhada, e segurava firmemente um elfo que havia se jogado contra uma aranha, para proteger Lûmia. Eles o deitaram no chão, enquanto tratavam de seu ferimento, outros elfos estavam sendo socorridos e sendo levados para o Reino.


– Vejo que se dá muito bem com a sorte. - disse Thranduill, ajudando Lûmia a carregar o enfermo.


– Admito que teria morrido, se você não tivesse aparecido, como sempre. - respondeu ela, olhando para o elfo que escorregava dos braços do casal. - Mas e teria dado um jeito. - disse ela, fazendo uma careta.


O grupo, seguiu caminho pela trilha dos elfos, carregando os enfermos, até o portão leste do Reino, onde estarim mais perto dos cuidados. Lûmia não deixou de reparar, em um par de olhos negros que a fitava ao longe, uma elfa com cabelos loiros, segurava uma espada repleta de sangue. Encarava Lûmia como a última refeição do dia, desviando o olhar quando Thranduill olhou para ela.


– Quem é ela? - perguntou Lûmia.


– Ophélia. - respondeu Thranduill. Impulsionando o enfermo para cima de uma maca. - Ela é apenas uma guarda, não há com o que se preocupar. - disse ele, pegando Lûmia pelo braço, e seguindo com ela sob as escadarias.


°°°


Ela olhou mais uma vez para trás, antes de subir a grande rampa que havia no final das escadarias, notou os olhos negros ainda a fitar o casal, Lûmia gelou. Algo naquela elfa parecia lhe incomodar, e ela não descobriria oque era, não tão cedo.


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