Kageyama já não aguentava mais a birra de Hinata – Idiota e sem sentindo, em sua opinião.

Hinata estava com o rosto emburrado desde manhã cedo. Para especificar melhor: desde o momento em que a segunda garota havia tido a ideia de entregar chocolates para Kageyama naquela manhã – Ambas do primeiro ano.

Desde então o menino vem soltado muxoxos irritadiços, enquanto sussurra coisas sem sentindo e parecia xingar as meninas mentalmente.

No final, a culpa não era dele se algumas meninas haviam lhe entregado chocolates e muito menos se era dia dos namorados.

Aliás, Hinata deveria saber que ele não se importava nem um pouco com aqueles chocolates e nem com os sentimentos das garotas – tanto que havia dito que não poderia aceitar os sentimentos postos no chocolate. Havia apenas pego por educação. (Então Kageyama simplesmente não entendia do porque de Hinata continuar nessa estranha birra com os chocolates. Ou era com as garotas?)

O silêncio (que era as vezes interrompidos pelos muxoxos de Shoyo) nas escadas na qual eles se encontravam – os treinos já haviam acabado, porém, ambos haviam ficado até um pouco mais tarde naquele dia sem motivo aparente. E agora, ali estavam eles, na escadaria do colégio; a mais afastada e menos movimentada. – Irritava profundamente Kageyama.

O que havia dado em Hinata para pensar que ele se importava com aqueles chocolates?

Sua paciência já havia acabado.

— Oi, Hinata! Dá pra’ parar de agir como uma namorada ciumenta?! Você sabe muito bem quê... Quê...

Ouve então um silêncio constrangedor para Kageyama. A fala havia conseguido chamar atenção de Hinata, já que agora o mesmo encarava profundamente Tobio. Constrangido olhou para o outro lado, ainda sentindo o olhar fixo do namorado sobre si.

Porém parecia que o menino não se importava com o desconforto do namorado; Hinata apenas queria saber o que não havia sido dito por Tobio.

— Quê? Quê...? – Insistiu, ansioso pela resposta.

Então, Kageyama apenas havia ficado mais rubro do que já estava. Ainda não conseguia encarar o menor. Abria a boca várias vezes, em tentativas falhas de conseguir falar.

O olhar de Hinata estava o incomodando, e, sem medir as consequências disse o que tinha que ser dito em um sussurro na esperança de não ser ouvido – o que obviamente não havia ocorrido, já que um sorriso estranho havia surgido nos lábios do menor.

Numa ação desesperada para Hinata não ver o seu rosto completamente vermelho, se levanta, pegando sua mochila e descendo as escadas para retomar o caminho para ir para casa.

Um sorriso que de tão grande chegava a ser engraçado se encontrava nos lábios de Shoyo.

Então, Hinata soltou uma gargalhada alta. Se levantou e pegou sua mochila, indo caminhar junto com o seu namorado enquanto ainda ria.

— Pare de rir, idiota! – Tentava em vão fazer Hinata parar de rir. O mesmo já ria tanto que se contorcia, pondo a mão na barriga. — O que teve de tão engraçado?!

Kageyama estava frustrado; havia dito algo um pouco fora do comum e era aquilo que ganhava: risadas histéricas.

Hinata secou as pequenas lagrimas que havia se formado no canto dos olhos e deu um grande sorriso.

— Não é nada! Aliás, você pode repetir? É que eu não entendi direito o que você disse! – Disse, segurando novamente a risada.

Agora, com uma expressão mais irritada, falou alto: — Não brinca!

E apertou mais o passo, tentando se distanciar do menor. Porém, logo o mesmo o alcançava. Hinata ainda ria e estava muito feliz. Aquelas simples palavras de Kageyama haviam o feito esquecer completamente de qualquer chocolate ou garota naquele momento.

“Eu só gosto de você, idiota. ”