A escola invisível escrita por Fox


Capítulo 13
Viagem de Campo


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos, como vão vocês? Bem, este capítulo não ficou tão bom quanto eu queria, e nem de perto o quanto vocês merecem. Boa leitura.



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Já fazia uma semana que minha avó Olga havia chegado, e três dias que o refeitório havia explodido em um pequeno contratempo com os fogos que ela usou na comemoração do meu aniversário. Eu caminhava em direção ao recém-reformado refeitório, os dias estavam muito bons, minha relação com o professor Kaisar estava mais leve, ele até se permitia a algumas piadinhas durante a aula. Meu treinamento com Samanta estava tão cruel como de costume.

– Sai da frente garoto, parece uma estátua de tão devagar! – Disse uma garota de cabelos cinza que passou correndo por mim.

Ela foi em direção a diretoria, provavelmente uma nova aluna, e bem apressada pelo visto. Chegando ao refeitório todos se viraram para mim, risos e comentários podiam ser ouvidos por todos os cantos, obvio que isso provavelmente acontece quando sua vó quase mata todo mundo com evento pirotécnico.

– Preciso falar com você depois garoto, me encontre na sala da diretora. – Dei um pulo com o susto, depois vi quem havia falado comigo, Kaisar.

– Quer me matar de susto, andando de fininho assim?

– Óbvio que não quero te matar, sua tia iria me virar do avesso se fizesse isso.

– Mas tudo bem, eu vou assim que comer algo.

– Ótimo, te vejo daqui a pouco... – Assim que ele saiu, fui à mesa de frutas e peguei um maçã.

– E então, como vai? - Alpha apareceu do nada ao meu lado com uma pera na mão.

– Ah que droga, estão fazendo competição pra ver quem me faz enfartar primeiro?

– O que? – Perguntou Alpha com uma cara de confusão.

– Esquece, mas enfim, como foi o encontro com a Sarah?

– Bem, foi, legal – Ele olhava com a pera com tanto desânimo que deu pena.

– Você não estava apaixonado de verdade, né? – Ele fez que não com a cabeça, parecia realmente magoado.

– Eu não era o único entende? – Para um cara grande e amedrontador, mas parecia extremamente honesto e inocente quando o assunto era mulheres.

– Calma cara, o primeiro amor é sempre difícil – Ele me fuzilou com o olhar.

– Não foi meu primeiro amor, nem mesmo chega perto dela, nunca mais repita isso. – Ele apontava o dedo indicador para mim, como um aviso.

– Ok ok, me desculpa, é que não sei muito sobre você, então achei que seria, mas nunca mais falarei isso, prometo. – Suas expressões suavizaram.

– Então, como tem sido as aulas com o Kaisar? – Indagou ele claramente querendo mudar de assunto, e eu resolvi atender seu “pedido”.

– Legais, as aulas dele são boas, ele é um ótimo professor, e até divertido! – No momento em que disse isso, todo o refeitório parou e olhou para mim.

– Não se preocupe, é que existe um misticismo em volta do Kaisar.

– Como assim?

– Bem, pelo que sei, ele chegou há uns anos, e não falava com ninguém, ele assumiu o curso de história, uma semana depois, todos os alunos desistiram, depois disso, você é o primeiro alunos em anos.

– Então os alunos tem medo dele e nem sabe o por que?

– É mais ou menos isso. – Respondeu mordendo a fruta.

– Hum, eu acho ele um ótimo professor, e ele sabe muita coisa, como se estivesse no lugar quando aconteceu. – Dessa vez quem mordeu a fruta foi eu.

– Bem, só passei pra comer algo, tenho que voltar pro curso. – Alpha se levantou e foi para a porta.

– O que será que ele cursa? – Pensei alto, enquanto ele ia embora.

Após terminar de lanchar fui ver o Kaisar como ele pediu. Bati na porta três vezes, e na última tia Morgana permitiu minha entrada.

– Então o que você queria falar comigo?

– O que você acha que uma viajem de campo? – Perguntou tia Morgana.

– Canadá – falou Kaisar.

– Por que lá? – Perguntei me sentando em uma das poltronas.

– Em quase todos os Estados do mundo, existe uma cidade neutra, onde monstros e humanos podem habitar em paz, e esta que existe no Canadá está intocada pelos caçadores por mil anos. – Kaisar falou com muito orgulho, como se aqui fosse tudo obra dele.

– Enfim, para que uma excursão da nossa escola seja feita, é necessário no mínimo quatro integrantes e no máximo doze, sendo eles apenas alunos.

– Por que o máximo é doze?

– Bem, eles não se sentem muito confortáveis com um bando de monstros adolescentes no mundo humano, imagine o caos que poderia haver.

– É, imagino um grupo de doze Gabes – Minha tia deu uma risada baixa.

– Bem, brincadeiras a parte, você teria mais três amigos que gostaria de levar?

– Eu tenho dois apenas.

– Acho que posso indicar o terceiro, ela os encontrará no dia da excursão, vou falar com o chefe dos caçadores e avisá-lo para afastar os soldados da cidade, não quero nenhum incidente.

– Bem, então vamos voltar para a sala Jhon, hoje estudaremos os monstros no período greco-romano! - Saímos da sala e seguimos para a sala 12-B.

E via corpos e mais corpos, humanos e monstros se misturavam, eu sentia meu corpo pesado, culpa, remorso, dor, então uma mão me puxa e eu me viro para ver um exército de homens com armaduras brilhantes com cruzes vermelhas no peitoral. Então um homem que parecia um padre se aproxima.

– Parabéns, você fez muito bem, eliminando esta escória! – Os olhos dele eram negros e profundos, e transmitiam frieza e maldade.

Por favor, me ajude, eu preciso que você encerre o que eu comecei, por favor... Jhonatan. – Era uma voz feminina e profunda, eu podia sentir sua tristeza.

Acordei suando frio, meu quarto estava gelado, e a janela aberta, uma espécie de neblina pairava levemente no chão, mas assim que pisquei ela sumiu, resolvi descer para tomar água, aquele sonho havia sido aterrorizante, uma mulher pedia socorro, e ela sabia meu nome.

– Como está indo, ele está bem, tem ido bem nos estudos? – Uma voz baixa vinha do escritório da tia Morgana, eu sei que é errado ouvir a conversa dos outros, mas minha curiosidade venceu.

– Ele está ótimo, e tem gostado das aulas do Kaisar, este por sua vez, só sabe falar o quanto gosta do aluno, deve ser novidade pra ele ter alguém o elogiando ao invés de sair correndo de medo. – A voz no computador riu, uma risada doce e familiar, que me trazia uma sentimento que calor.

– E também, fez uma amiga, minha secretária Jessie, parecem estar se dando muito bem.

– Fique de olho nele, se for igual ao pai vai precisar de um empurrãozinho. – Agora eu sabia de quem era a voz, só podia ser uma pessoa.

– Claro, eu tenho que ir, muitos papéis para revisar, e ainda tenho que acordar cedo amanhã, até irmã. - Meu coração veio na boca, como assim, tia Morgana havia dito que não sabia onde minha mãe estava.

– Tem alguém aí? – Ouvi ela se aproximando da porta mal tive tempo de me esconder, por pouco não fui pego, ela voltou para dentro da sala e eu fui para cama, porém, não consegui dormir.

– Anda pirralho, acorda! – Samanta entrava no quarto, e encontrou Jhonatan terminado de botar a camisa.

– Então, vamos? – Samanta tinha uma das sobrancelhas levantadas.

– Olha, acordou cedo bela adormecida?

– É, então vamos logo, estou com vontade de correr hoje.

Eu não havia dormido nada, muitos pensamento giravam na minha cabeça, não consegui nem mesmo encarar Tia Morgana, então fui fazer a coisa mais automática para mim, treinar, que se resumia a correr muito, em apenas uma semana eu já avisa melhorado muito meu físico.
Nas aulas fiquei distraído, Kaisar tentou falar comigo, mas eu falei que não queria discutir o assunto, e ele me deu espaço, na hora do lanche Jessie e Alpha se sentaram na mesa onde eu estava.

– O que houve? Você está com cara de cachorro que perdeu o osso – Alpha comentou ao se sentar ao meu lado.

– Ahn, não é nada, é só um assunto de família, nada com que se preocupar.

– Tem certeza, somos seus amigos, pode se abrir conosco – Apesar de eu ter os conhecido a pouco tempo, éramos bastante amigos.

– Eu estou legal, é sério. Enfim, que bom que os encontrei, tenho uma proposta para vocês: Que tal sairmos em uma excursão no mundo humano?

– Bem, eu já fui ao mundo humano, mas ir legalmente deve ser mais divertido. – falou Alpha em um tom brincalhão.

– Eu adoraria, quando vai ser?

– Eu ainda não sei ao certo, mas quando souber confirmo com vocês, ok?

– Claro – Falaram ambos em uníssono.

Finalmente havia chegado o dia da excursão, seria bom arejar a cabeça, eu estava precisando, eu estava saindo de casa quando tia Morgana me chamou.

– Jhon, querido!

– O que foi?

– Aqui, pegue, um presente. – Ela me entregou um Smartphone.

– Eu já tenho celular. – Falei mostrando o meu.

– Sim, mas este tem cobertura em ambos os mundos. E é mágico, tem bateria infinita, o sonho dos adolescentes.

– Legal, obrigado tia.

– Já gravei os contatos do seu antigo telefone, e o meu também, e o da sua avó. Tenha uma boa viajem, e nada de se meter em encrencas, hein.

– Pode deixar.

Me encontrei com Jessie e Alpha no ônibus da escola. Estranhamente, havia mais alguém além deles e Kaisar, o quarto integrante que haviam mencionado. Era uma garota, tinha cabelos cinza, olhos âmbar, um corpo escultural, e uma postura exemplar. Boa lutadora, eu pensei. Ela me olhou de cima a baixo, como se avaliasse meu gosto. Abriu um sorriso de lado.

– E ai, garoto lesma!

– Oi? É comigo? – Perguntei a ela.

– Sim, não se lembra de mim, no corredor, há três dias?

– Ah sim, claro. - Eu não lembrava.

– Chega crianças, vamos entrem no ônibus, não temos tempo a perder! – Kaisar falou impaciente.

E o ônibus partiu rumo ao mundo humano.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? E essa nova aluna, será que vai causar problemas? Oque acharam do que Olga aprontou?



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